quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Os 10 melhores países para energias renováveis

Os 10 melhores países para energias renováveis

Vanessa Barbosa - Exame.com - 10/2014
Mohammad Afshar/Creative Commons/Flickr

L

















Com ambições de expandir a participação da energia solar em sua matriz energética, o Brasil tornou-se o 9º país mais atraente para receber investimentos em fontes renováveis, segundo estudo da EY.

Atualizado trimestralmente, o Renewable Energy Country Attractiveness Index (RECAI) avalia as barreiras e oportunidades para os investidores externos acessarem o mercado de fontes limpas em 40 países.

O Brasil está às vésperas de realizar seu primeiro leilão exclusivo para a fonte solar. Isso significa que ela não vai concorrer com outras fontes mais baratas, como a energia eólica, o que promete dar um gás na expansão dos projetos de usinas e atrair fabricantes a se instalarem por aqui.

Participam do leilão de reserva, previsto para o dia 31, cerca de 400 projetos que somam 10,8 gigawatts (GW) de capacidade. A expectativa do governo é contratar 3,5GW entre 2014 e 2018, ante meros 11 megawatts (MW) de capacidade instalada atualmente.

Segundo os analistas da EY, os recentes anúncios de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai oferecer financiamento mais barato para projetos de energia solar que busquem equipamentos produzidos localmente também reforça a ambição do país para criar uma forte cadeia produtiva interna para essa fonte.

Veja a seguir o desempenho das nações que ocupam os 10 primeiros lugares e o desempenho por fontes de energia, segundo a última edição do RECAI.

1) CHINA

2) ESTADOS UNIDOS

3) ALEMANHA

4) JAPÃO

5) CANADÁ

6) ÍNDIA

7) REINO UNIDO

8) FRANÇA

9) BRASIL

10) AUSTRÁLIA

Sombra, energia, wi-fi e água fresca sob uma frondosa árvore solar israelense


  • 27
    OUT
    Sombra, energia, wi-fi e água fresca sob uma frondosa árvore solar israelense
    \
    eTree em Israel. Foto: Divulgação.
    A empresa israelense Sologic busca promover a sensibilização para a sustentabilidade ambiental. Sua árvore eletrônica eTree oferece, além de sombra, wi-fi, carregamento de dispositivos eletrônicos, iluminação e bebedouros para pessoas e cães – tudo alimentado por uma rede de painéis solares. Veja vídeo.
    O primeiro protótipo eTree foi inaugurado nos jardins públicos Ramat Hanadiv em Zichron Yaacov. Outras estão prestes a ser instaladas, uma em Nice, na França, e outra em Xangai. As pessoas sentadas em Nice poderão trocar informações com pessoas sentadas em uma eTree em Israel, China ou qualquer outro lugar.
    As árvores são construídas para suportar condições climáticas adversas. A manutenção requer apenas a limpeza dos painéis a cada quatro meses.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Estudo diz que grande erupção vulcânica poderá destruir o Japão

France Presse
10/2014 

Estudo diz que grande erupção vulcânica poderá destruir o Japão

Especialistas baseiam estudo nos ciclos e impacto das maiores erupções.
País está localizado no Cinturão do Fogo, que tem 110 vulcões ativos.

Da France Presse
Em foto de 2 de feveiro de 2010, Monte Fuji aparece coberto de neve e cercado por nuvens (Foto: Toru Hanai/Reuters)Imagem de 2010 mostra o Monte Fuji coberto de neve e cercado por nuvens (Foto: Toru Hanai/Reuters)

"Não seria absurdo dizer que uma grande erupção possa acontecer algum dia em alguma parte do arquipélago", insistem os pesquisadores, para alertam para a morte de 120 dos 127 milhões de habitantes do país do Sol Nascente.Cerca de 120 milhões de pessoas, quase toda a população japonesa, poderá morrer se ocorrer uma grande erupção vulcânica, como a que aconteceu há milhares de anos no arquipélago, alerta um estudo de dois vulcanólogos japoneses. De acordo com trechos do trabalho de Yoshiyuki Tatsumi e Keiko Suzuki, cuja versão completa será publicada em novembro, o risco de ocorrência deste cenário catastrófico é de 1% durante o próximo século.
"O Japão concentra 7% dos vulcões ativos do mundo e geralmente enfrenta catástrofes, como a recente erupção do Monte Ontake (que deixou mais de 50 mortos no centro do país). Os olhares se concentram agora no Monte Fuji, onde existe o risco de uma erupção', escrevem.
Os especialistas baseiam seus trabalhos no estudo dos ciclos e do impacto das maiores erupções do Japão, em especial a partir do caso da Caldeira Aira, uma vasta caldeira vulcânica criada há 28.000 anos na região de Kagoshima (ilha de Kyushu, sudoeste) pelo afundamento do cume de um vulcão depois de uma terrível erupção.
Se ocorrer um fenômeno similar na região, sete milhões de pessoas poderão morrer em apenas duas horas em consequência das lavas e das rochas.
As cinzas se expandirão por todo o país, exceto a ilha de Hokkaido (nordeste), e ameaçarão infraestruturas, ao mesmo tempo em que colocará em perigo a vida de 120 milhões de habitantes. O Japão, situado no Cinturão do Fogo e onde confluem quatro placas tectônicas, conta com 110 vulcões ativos.

Francês projeta casa pré-fabricada que produz 50% mais energia do que consome

Francês projeta casa pré-fabricada que produz 50% mais energia do que consome

O arquiteto francês Phillippe Starck desenvolveu um modelo de casas pré-fabricadas capazes de gerar 50% mais energia do que consome. O protótipo já está pronto e, mesmo tendo diversas opções tecnológicas, foi desenvolvido para ser acessível e chegar ao maior público possível, conforme informado pelo próprio arquiteto.
A primeira residência foi apelidada de Monffort e faz parte da linha PATH, feita em parceria com a Riko, uma das principais fabricantes europeias de casas de madeira pré-fabricadas. Starck também informa que a coleção possui quatro tipos diferentes de residência, com 34 tipos de plantas diferentes. Além disso, elas foram pensadas para utilizar apenas 1/3 da energia gasta em uma casa tradicional.
Um dos itens sustentáveis importantes usados pelo francês no projeto é a cobertura de cornija, que vai muito além da estética. A forma aplicada à superfície da casa protege o sistema que produz e distribui a energia, evitando perdas no processo.
Os clientes que optam por uma casa dessa coleção podem escolher quais tecnologias deseja aplicar para produzir energia. É possível usar painéis fotovoltaicos, turbinas eólicas, acrescentar sistemas de captação da água da chuva, usar energia solar par ao aquecimento da água, bombas de calor, entre outras coisas.
No exterior, a casa possui grandes vidraças, que ajudam a aproveitar melhor a iluminação natural. Os tamanhos disponíveis variam de 140 a 350 metros quadrados, com opções de até oito quartos, escritório e jardim de inverno. O arquiteto garante que a construção é feita com materiais que geram poucos resíduos e são entregues aos clientes em até seis meses.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Você sabia? Uma lâmpada de LED chega a durar, em média, 25 vezes mais que uma lâmpada incandescente e cerca de 4 vezes mais que uma lâmpada fluorescente compacta.
Assista ao vídeo> http://bit.ly/video-LED
#Sejamaisconsciente
Uma parceria do Instituto Akatu com a Aes Eletropaulo

Foto: Você sabia? Uma lâmpada de LED chega a durar, em média, 25 vezes mais que uma lâmpada incandescente e cerca de 4 vezes mais que uma lâmpada fluorescente compacta. 
Assista ao vídeo> http://bit.ly/video-LED
#Sejamaisconsciente
Uma parceria do Instituto Akatu com a Aes Eletropaulo

Pense diferente


Pense diferente

Encontrar respostas para velhos dilemas ou construir soluções criativas para melhorar a realidade de uma comunidade. Já existem cursos, mundo afora, que ensinam isso e muito mais.


PORCarolina Bergier Edição 140
"Coloque a mão na barriga e diga: rá, rá, rá", dizia em um portunhol hilário Shanti Lee, personagem da carioca Paula Duarte, que promove workshops de risoterapia e clown. "Agora trema seu corpo. As mulheres que precisarem podem segurar seus peitos com as mãos para que não doam, sem problemas!", continua. E o que se vê é um grupo de cerca de 60 pessoas rindo à toa, em um sábado de sol, no Rio de Janeiro. O que eles faziam ali? Por meio de palestras, exercícios de respiração e até de interpretação, homens e mulheres pretendiam transformar a si mesmos para, então, mudar a realidade ao seu redor.

O encontro, citado acima, aconteceu no espaço chamado Casa Sou.l, um dos lugares retratados nesta reportagem, que mapeou espaços não convencionais e escolas (também não convencionais) que têm como objetivo formar educadores, empreendedores sociais e, principalmente, gente mais feliz e satisfeita consigo mesma. Em comum, esses alunos - pessoas como eu e você - estão em busca de uma vida pessoal - e corporativa - com mais propósito e sentido. E o que levam ao final do curso, da aula ou de um simples workshop? A percepção de que não estão sozinhas nessa jornada. Conheça, a seguir, algumas dessas 'novas escolas'.

Responder a variadas inquietações

O trabalho pode ser algo inspirador? Relacionamentos podem durar para sempre? Esses são alguns dos cursos da School of Life, com sede em Londres. Um de seus fundadores é o filósofo suíço Alain de Botton, famoso por difundir o conceito de uma filosofia acessível para todos. "O que acaba com nosso desejo inato por conhecimento são as coisas inúteis que a maioria das escolas ensina, de maneira tradicional, deixando de educar para o mais importante: autoconfiança, como lidar com os relacionamentos e pensamento estratégico", comenta Botton. A School of Life tem cursos, palestras, refeições com conversa e experiências de fim de semana em que o foco é a realização pessoal e uma vida melhor. Desde o ano passado, a escola oferece atividades por aqui, com seminários no Rio e em São Paulo, ministrados por professores da unidade londrina.

School of Life - theschooloflife.com/world/brazil

Propor soluções criativas para velhos problemas

Transformar jovens em líderes sociais e assim minimizar muitos problemas, como a fome ou a falta de moradia. Essa é a proposta de um programa internacional chamado YIP (International Youth Initiative Program), em Järna, na Suécia. Tem duração de um ano e reúne 40 jovens de 19 a 25 anos, de diferentes nacionalidades. Como se forma gente para algo assim? Parte da proposta é ter aulas com professores de economia e política até agricultura orgânica e artes. Além disso, todos os alunos plantam a própria comida e ajudam a comunidade local. E faz parte do programa, um período de intercâmbio em países que tenham algum tipo de condição social desfavorável, como a Índia ou Namíbia. Nessas viagens, o objetivo é colocar em prática aquilo que se aprendeu em sala de aula e, quem sabe, mudar um pouco a realidade de outras pessoas por meio de soluções criativas.

YIP - yip.se

Saber trabalhar de maneira colaborativa

Grupos formados por pessoas diferentes no jeito de ser e pensar e que precisam realizar algo juntas. Essa é uma característica da escola de design Kaospilot, localizada na cidade de Aarhus, interior da Dinamarca. O lugar oferece uma formação de três anos em áreas como gestão de projetos e liderança de processos criativos. Não existe um corpo docente fixo, mas gente convidada a dar aulas por um período, que pode ser de algumas semanas. A cada semestre, os alunos se envolvem em projetos variados, todos reais, e são avaliados pelo mercado de trabalho. E os professores não estão ali apenas para `ditar a regra¿ ou `ensinar o bê-a-bá¿, mas orientar conforme as dificuldades forem surgindo. Enfim, o objetivo é que os alunos encontrem as próprias soluções e saibam lidar com as dificuldades no meio do caos. Talvez por isso, os alunos sejam chamados de "pilotos do caos". »

Kaospilot - kaospilot.dk

Redescobrir seus verdadeiros sonhos e desejos

O lugar, inaugurado em agosto último, tem como missão inspirar pessoas a se conectarem com quem realmente são, descobrindo e fortalecendo assim seus propósitos. É também um ponto de encontro para, como dizem seus idealizadores, unir gente que está em busca de seus sonhos. Em um casarão, no Rio, acontecem aulas, palestras, workshops, cursos e vivências sobre autoconhecimento, sustentabilidade, empreendedorismo e criatividade, que ganham títulos como "Formação de Realizadores", "Encontros por uma Educação com Significado" ou "O Caminho dos Sonhos". Os professores? Gente que faz, ou seja, pessoas envolvidas em projetos de educação, cidadania e afins. O espaço tem também aulas de ioga, dança e artes marciais. A Casa Sou.l é uma empresa social: o objetivo é mudar vidas e, o lucro, revertido para a própria empresa.

Casa Soul - casasoul.com.br

Encontrar caminhos mais verdes

A proposta é formar comunidades sustentáveis, por meio de hortas orgânicas, construções verdes, economia mais justa e um dia a dia em que as discussões brotem de uma maneira mais honesta. Gaia é uma organização internacional que surgiu da experiência adquirida em ecovilas, ongs e comunidades autossustentáveis. Para espalhar esse conhecimento, que tem bases práticas e filosóficas, são elaborados cursos, alguns on-line, em mais de 31 países, inclusive aqui. As aulas são dinâmicas, com saídas de campo, trabalhos em grupo, estudos de caso e estágios em instituições. Quem passou pelo curso se reconhece como "gaiano". "Ser gaiano é ter a consciência de que existem muitas formas de proporcionar impactos positivos no mundo e na sua vida. É aprender com quem faz. É se inspirar para fazer", conta a gaiana Mariana Carvalho.

Educação Gaia gaiaeducation.net

Ampliar o olhar de mundo

imagine estudar em uma escola que funciona como uma comunidade. Assim é a Schumacher, em Totnes, no Reino Unido, que oferece cursos, com diferentes durações, baseados em uma visão de mundo ecológica e holística. Todos participam de tarefas diárias para a manutenção do espaço -não há nada de estranho em encontrar o diretor da instituição varrendo o chão. Entre os professores, há gente renomada como Satish Kumar, um dos fundadores da escola e uma figura ligada às causas pacifistas, ou Fritjof Capra, físico, autor de livros como O Tao da Física. Os estudantes têm aulas de arquitetura ou ecologia numa lanchonete ou no bosque e pode fazer cursos de temas como Economia da Dádiva, com o filósofo e escritor americano Charles Eisenstein. Quem passou pela Schumacher garante que a escola transforma, de fato, o olhar das pessoas.

Schumacher College - schumachercollege.org.uk

Carolina Bergier é jornalista e empreendedora de sonhos. Escreve para Vida Simples há dois anos e está desaprendendo para apreender.

Prefeitura revitaliza lago no Parque Mata das Borboletas

Prefeitura revitaliza lago no Parque Mata das Borboletas
Publicado em 10/2014 

O pequeno lago artificial e a principal nascente do Parque Mata das Borboletas, localizado no bairro Sion (região Centro– Sul), estão passando por processo de limpeza, desassoreamento e revitalização. Dividido em etapas, os trabalhos buscam aumentar o nível de água do lago e o fluxo das nascentes.

O desassoreamento do lago foi necessário para aumentar a profundidade, que estava entre 5 e 10 cm, afetando a fauna presente no local, conforme explica Aline Guerra, Chefe de Divisão de Manejo e Operações Leste: “com o baixo nível das águas percebemos que alguns animais (peixes, aves, cágados, pequenos mamíferos e roedores) estavam sofrendo. Alguns peixes chegaram a morrer, além do impacto visual para os visitantes. Agora, com a limpeza, a profundidade da lago aumentou, está variando entre 30 e 50 cm, e o fluxo da nascentes também cresceu. Isso traz mais umidade para o ambiente, contribui para a melhoria de vida dos animais e com a beleza cênica do parque ”.

Na primeira etapa, ocorrida no início de setembro, quatro funcionários da FPM trabalharam por 12 dias desassoreando as áreas mais rasas do lago e limpando o entorno da nascente. O funcionário Alexandre Gomes, 35 anos, participou do processo. “A ação é importante para natureza e para os animais. Retirei muita lama do lago”, conta.

Aline explica que foram retirados mais de 1.000 carrinhos de mão com lama. O trabalho foi todo feito manualmente, devido à dificuldade de entrar com maquinário no parque, por causa da topografia, desníveis e cercamentos.

Um jardim com vegetação nativa também será elaborado ao redor do lago. Já foram plantadas espécies como quaresmeiras, ipês, pau-brasil, embaúbas e ingás. O bambuzal que se encontra no local vai ser manejado, retirando bambus que estão secos e diminuindo as moitas que geram excesso de sombra. Novas etapas de limpeza do lago e da nascente serão agendadas e Aline afirma que o local vai ser “um espaço de lazer, meditação e descanso”.

Para André Funghi, Chefe de Departamento Sudeste, o processo de revitalização é uma pequena forma de tentar reduzir os impactos negativos causados pelo crescimento das cidades. “O parque e o lago sofrem com a urbanização, então, é muito importante que busquemos soluções para minimizar esses efeitos”, afirma.

Sobre o Parque Mata das Borboletas
Implantado em 1995, o Parque Mata das Borboletas ocupa uma área de aproximadamente 35.500 metros quadrados e oferece como opções de lazer brinquedos, trilha ecológica, equipamentos de ginástica e área de convivência e contemplação.

O local possui duas nascentes que abastecem a Bacia do Córrego Acaba-Mundo e um pequeno lago artificial. Sua área é totalmente permeável e funciona como recarga do lençol freático. Fonte de alimento e abrigo para a fauna silvestre, o espaço apresenta uma grande quantidade de borboletas, o que deu origem ao seu nome.

Localizado na encosta da Serra do Curral, sua vegetação, predominantemente nativa do bioma Cerrado, possui formações de campo cerrado, mata ciliar e campo hidromórfico e espécies como ingá, pau-d’óleo, cambratá, sucupira, cedro, aroeira, ipê, bambu de listra, entre outros. A área vegetada é contínua e corresponde a mais de 80% da área total.

A fauna apresenta mamíferos como gambás e preás, além de aves como sabiás, tzius, garrinchas, alma-de-gatos, sebinhos, bem-te-vis, andorinhas, bicos de lacre e marias preta.

Horário de funcionamento: terça-feira a domingo, das 8h às 18h.
Localização: Rua Assunção, 650 – Bairro Sion.
Informações: 3277-8221
Entrada gratuita.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Guerreiros climáticos do Pacífico bloqueiam o maior porto de carvão do mundo

Guerreiros climáticos do Pacífico bloqueiam o maior porto de carvão do mundo



A intenção foi chamar a atenção para as consequências da mudança climática nesses países. A Austrália é o quarto maior produtor de carvão no mundo.


Por Lyndal Rowlands, da IPS Fonte: Envolverde


canoa Guerreiros climáticos bloqueiam o maior porto de carvão do mundo
Um ativista rema rumo a um navio no porto de carvão de Newcastle, na Austrália, para chamar a atenção sobre o impacto da mudança climática nas ilhas do Pacífico. Foto: Dean Sewell/Oculi para 350.org

Nações Unidas, 10/2014 – Trinta ativistas contra a mudança climática oriundos de 12 pequenos países insulares do Oceano Pacífico bloquearam com suas canoas, junto com centenas de australianos em caiaques e pranchas de surf, o maior porto de exportação de carvão do mundo, em Newcastle, na Austrália. Organizado com apoio do grupo ecologista 350.org, com sede nos Estados Unidos, o ato, realizado no dia 17, atrasou a saída de oito dos 12 navios que passaram pelo porto durante as nove horas de bloqueio.
A intenção foi chamar a atenção para as consequências da mudança climática nesses países. Os ativistas, que se autodenominam Guerreiros Climáticos do Pacífico, eram de 12 países insulares do Pacífico, incluindo Fiji, Tuvalu, Tokelau, Micronésia, Vanuatu, Ilhas Salomão, Tonga, Samoa, Papua Nova Guiné e Niue. “Queremos que a Austrália recorde que faz parte do Pacífico e que somos uma família, e ter esta família significa que permanecemos juntos. Não podemos permitir que um dos irmãos mais velhos destrua tudo”, declarou à IPS Mikaele Maiava, um dos ativistas.
A Austrália é o quarto maior produtor de carvão no mundo. “Assim, queremos que a comunidade australiana, especialmente os líderes da Austrália, pensem em algo mais além de seus bolsos… na humanidade, não apenas para o povo australiano, mas para todos”, acrescentou Mikaele, nascido em Tokelau.
Ao discursar na inauguração de uma mina de carvão no dia 13, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, disse que “o carvão é bom para a humanidade”. Porém, Mikaele discorda. “Falamos de humanidade. A humanidade tem a ver com as pessoas perderem sua terra? Sua cultura e identidade? Tem a ver com viver com medo de que as futuras gerações já não possam viver em uma ilha bonita? Essa é a resposta para o futuro?”, questionou o ativista.
Mikaele afirmou que ele e seus companheiros estão conscientes de que sua luta não se limita ao Pacífico, e que a mudança climática também afeta outros países do Sul em desenvolvimento. “Estamos conscientes de que essa luta não é só pelo Pacífico. A mensagem que queremos passar, sobretudo aos governantes, é que somos seres humanos. Essa luta não se trata só de nossa terra, mas é pela sobrevivência”, ressaltou.
Mikaele contou como seu país já sofre as consequências da mudança climática: “Vemos mudanças nos padrões climáticos e também vemos a ameaça para nossa segurança alimentar. É difícil gerar um futuro sustentável se a terra já não é tão fértil e os cultivos não crescem devido à invasão da água salgada”.
guerreros Guerreiros climáticos bloqueiam o maior porto de carvão do mundo
Mikaele Maiava, de Tokelau, com outros ativistas da Guerreiros Climáticos do Pacífico no porto de carvão de Newcastle, na Austrália. Foto: Dean Sewell/Oculi para 350.org

A costa de Tokelau sofre erosão. “A linha costeira está mudando. Há 15 anos, quando ia para a escola, podia caminhar em linha reta. Agora tenho que andar por uma linha torcida porque a praia sofreu a erosão”, contou Mikaele. Tokelau se converteu no primeiro país do mundo a utilizar 100% de energia renovável quando adotou a energia solar em 2012 para abastecer sua população, de aproximadamente 1.400 pessoas.
Mikaele e seus companheiros ativistas construíram com as próprias mãos as canoas que trouxeram para a Austrália para o protesto, o meio tradicional de transporte e pesca em seus países. Outra “guerreira” climática, Kathy Jetnil-Kijiner, das Ilhas Marshall, fez chorar o público presente na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro, ao ler um poema escrito por sua pequena filha, Matafele Peinam.
“Ninguém se mudará, ninguém perderá sua terra natal, ninguém se converterá em um refugiado da mudança climática. Ou deveria dizer ninguém mais. Aos ilhéus de Carteret, em Papua Nova Guiné, e aos de Taro, em Fiji, aproveito este momento para pedir-lhes desculpas”, afirmou Jetnil-Kijiner, se referindo aos que são considerados os primeiros refugiados climáticos do mundo.
O Fórum das Ilhas do Pacífico qualificou a mudança climática como “maior ameaça para os meios de vida, a segurança e o bem-estar dos povos” da região. Segundo Jetnil-Kijiner, “a mudança climática é uma ameaça imediata e grave para o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza em muitos países insulares do Pacífico, e para a própria sobrevivência de alguns”.
“Entretanto, esses países estão entre os menos capazes de se adaptar e responder a esta mudança, e as consequências que enfrentam são desproporcionais em relação à sua minúscula contribuição coletiva para as emissões mundiais” dos gases-estufa, ressaltou Jetnil-Kijiner. As autoridades das ilhas do Pacífico redobraram suas cobranças e desafiaram o governo australiano a não demorar mais na adoção de medidas contra a mudança climática.
“A Austrália é um país do Pacífico. Ao optar por desmantelar suas políticas climáticas, se retirar das negociações internacionais e seguir adiante com a expansão de sua indústria de combustíveis fósseis está totalmente em desacordo com o resto da região”, afirmou Simon Bradshaw, da organização Oxfam. “Os vizinhos mais próximos da Austrália identificam sistematicamente a mudança climática como seu maior desafio e prioridade absoluta. Portanto, é inevitável que as ações recentes de Canberra repercutam em sua relação com as ilhas do Pacífico”, acrescentou.
“Uma pesquisa recente encomendada pela Oxfam mostra que 60% dos australianos acreditam que a mudança climática tem consequências negativas na capacidade da população dos países mais pobres para cultivar alimentos e ter acesso a eles, chegando a 68% entre a faixa etária de 18 aos 34 anos”, destacou Bradshaw.




Postado por Daniela Kussama

Crise hídrica em SP é resultado de anos sem planejamento

Crise hídrica em SP é resultado de anos sem planejamento

Uma crise hídrica da gravidade dessa enfrentada por São Paulo é reflexo de anos de falta de planejamento, e não apenas de um ano com escassez de chuvas. O país cuida pouco de seus mananciais, de seu potencial hídrico. Mas um lugar como São Paulo tem que ter visão de longo prazo, deve se preparar para anos com secas extensas e outros com muita chuva. Os especialistas tem alertado para esse clima de extremos.
Qualquer administrador público precisa ouvir seus especialistas de cada área para se preparar para os cenários. A situação hidrológica em São Paulo veio se deteriorando enquanto o governo do estado negava estar fazendo racionamento, mesmo com o noticiário repleto de casos de falta d´água na casa das pessoas.
Se daqui há muitos anos alguém analisar os índices de inflação de 2014 vai pensar que São Paulo vivia com fartura de água. Isso porque o governo do estado baixou a tarifa para quem diminuiu o consumo. Mas não fez a outra parte, a punição a quem consumiu mais. O resultado é que, por escolha do governo, um produto escasso ficou mais barato.
Ouça aqui o comentário feito na CBN. 

domingo, 2 de novembro de 2014

Os segredos das cidades inteligentes

Os segredos das cidades inteligentes

Prefeituras de várias partes do mundo ganham destaque por terem dado saltos de qualidade na gestão pública. Há exemplos de México, Colômbia, Coreia do Sul e Malásia - mas nenhum do Brasil

-  A  A  +
Verena Fornetti
Exame - 08/2014
Wikimedia Commons

Nem todo mundo se deu conta. Mas um marco foi ultrapassado em 2008: a partir dessa data, pela primeira vez, mais de metade da população mundial passou a viver em cidades. Não surpreende, portanto, que o tema urbano ocupe atualmente o topo da agenda global.Especialistas do mundo inteiro discutem como resolver os problemas de nossas cidades - e parece consenso que isso somente será possível com um salto de qualidade na administração pública.

"As pessoas e as empresas estão vivendo a era da informação, mas o governo ainda não. A última reestruturação na administração pública aconteceu na era da TV em preto e branco", disse recentemente o presidente americano, Barack Obama - uma mensagem semelhante à emitida pelas multidões que saíram às ruas no Brasil no ano passado.

Obama não tem lá muita moral para falar sobre gestão pública - não há notícia de grandes avanços em seu governo. Mas é nas próprias cidades que as inovações mais interessantes parecem estar ocorrendo. A Bloomberg Philanthropies, órgão criado pelo bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, e a Fundação Nacional para a Ciência, Tecnologia e Artes, organização britânica independente, elegeram as 20 equipes de servidores públicos municipais consideradas referência em inovação governamental. 

Os grupos trabalham em cidades espalhadas geograficamente e também com diferentes estágios de desenvolvimento. Estão lá lugares como Nova York, Cidade do México, Bogotá, Estocolmo, Barcelona, Seul e Singapura (entre as 20 não há nenhuma cidade brasileira). "Há muito tempo se discute inovação no setor privado, mas só recentemente os governos começaram a criar equipes dedicadas a isso", diz Ruth Puttick, pesquisadora-chefe da Fundação Nacional para a Ciência, Tecnologia e Artes.

Um dos pontos fortes do ranking é não alimentar a ilusão de que a tecnologia por si só vá resolver os problemas da gestão pública. Para entrar na lista era preciso ter definição clara de objetivos, profissionais preparados, parcerias com o setor privado, transparência e controle de resultados (algo raro por aqui).

Em Singapura foi formada uma equipe de elite de servidores que tinha como uma das metas diminuir a pressão sobre o sistema público de saúde. Depois de analisar os dados sobre internações mantidos por todos os hospitais, o grupo identificou 400 pacientes com histórico de três ou mais internações nos seis meses anteriores e destacou médicos e enfermeiros para tratar dessas pessoas em domicílio. Nos seis meses seguintes, esses pacientes foram hospitalizados, em média, apenas uma vez. Com isso, 9 mil diárias em hospitais foram poupadas. "Estamos combinando vontade política com tecnologia e gestão pública", diz Steve Leonard, vice-presidente da Autoridade de Desenvolvimento de Singapura, órgão do governo local.

Em Barcelona, um escritório da prefeitura escolhe companhias para testar projetos inovadores em espaços públicos. Até agora, 12 empresas implementaram dez ideias numa antiga área industrial. Quatro dos projetos envolvem a instalação de sensores. Eles foram acoplados a lixeiras, postes de iluminação pública, semáforos e vagas de estacionamento. As lixeiras "avisam" a prefeitura quando os resíduos ocupam 70% da capacidade e, assim, reduzem a frequência da coleta.

Os postes medem a umidade, a temperatura, a qualidade do ar e a poluição sonora. Os semáforos coletam informações sobre o trânsito e permitem que a prefeitura tome decisões mais rápidas para gerenciar problemas. Os sensores em vagas de estacionamento monitoram os lugares disponíveis e avisam os motoristas quais são as ruas onde é mais fácil estacionar. Por causa do custo dessas soluções, a maior parte delas fica mesmo restrita a essa região da cidade, que agora é conhecida como o distrito da inovação.

Santander, também na Espanha, não entrou no ranking das 20 cidades escolhidas, mas se inspirou no exemplo de Barcelona. Com a ajuda de um financiamento da União Europeia, a prefeitura instalou 12 mil sensores em diversos locais. Graças a esses aparelhos, é possível regular a intensidade da luminosidade nos postes de luz em razão do movimento de pessoas e carros. O mesmo projeto deve ser replicado em Belgrado, na Sérvia, e Lübeck, na Alemanha.

A HORA DA VIRADA
No recém-lançado The Fourth Revolution: The Global Race to Reinvent the State ("A Quarta Revolução: a corrida global para reinventar o Estado", numa tradução livre), John Micklethwait, editor-chefe da revista inglesa The Economist, e Adrian Wooldridge, um colunista da revista, defendem que a conjuntura política é favorável a mudanças como essas. "As pessoas estão menos tolerantes com o abismo que se formou entre a eficiência do setor público e a do privado", diz Micklethwait.

Enquanto a produtividade das empresas no Reino Unido cresceu 14% de 1999 a 2010, a do setor público caiu 1%. Nos últimos anos, muitos países se viram obrigados a cortar gastos, o que aumentou o escrutínio sobre como o dinheiro é empregado.

Nas próximas décadas, a pressão deve aumentar sobre os prefeitos. Segundo as Nações Unidas, em dez anos o mundo ganhará 100 municípios com 1 milhão de habitantes. Até 2050, 60% da população mundial viverá nas cidades. A boa notícia é que as prefeituras vão se beneficiar dos avanços tecnológicos, como mostra o exemplo de Barcelona. "A administração pública e as cidades serão cada vez mais afetadas pela tendência de digitalização", diz Carlos Ratti, diretor do laboratório Senseable City, dedicado aos estudos urbanos no Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A eletricidade levou 50 anos para chegar a metade dos lares americanos. O telefone, sete décadas. A internet conseguiu esse feito em uma década e hoje também está nas ruas por meio dos celulares. Com tanta novidade a caminho, seria um enorme erro não preparar o funcionalismo para esse novo mundo. As inovações, afinal, exigirão uma capacidade de gestão muito maior.

Não custa lembrar: a outra metade da população mundial está ávida para migrar para as cidades.

HIGH TECH E ESTATAL
Confira no infográfico 
como as inovações tecnológicas conseguiram reduzir custos e aumentar a eficiência dos serviços prestados por várias cidades como Singapura e Barcelona.