sábado, 20 de setembro de 2014

eio ambiente

MMA aborda compras públicas sustentáveis em seminário na BA


    Estado tem capacidade de promover a escala necessária para que produtos e serviços possam atender critérios de sustentabilidade.

    TINNA OLIVEIRA

    Acontece nesta quinta-feira (18/09), em Salvador, o terceiro seminário “Produção e Consumo Sustentáveis”. Realizado pelo Instituto Cidade Sustentável (ICS), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias de Brasília (Fibra), o fórum visa divulgar e debater o primeiro ciclo do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) com todos os segmentos envolvidos: setor público, indústria, academia e sociedade civil.

    Dentre os eixos prioritários do PPCS, está o tema compras públicas sustentáveis, que será abordado pelo diretor do Departamento de Produção e Consumo Sustentável do MMA, Ariel Pares. O diretor lembra que o processo de compra do Estado tem a capacidade de mobilizar setores da economia e promover a escala necessária para que produtos e serviços possam atender critérios de sustentabilidade.

    COMPRAS LIMPAS

    O seminário também aborda a produção mais limpa com eficiência de recursos, construções sustentáveis, resíduos sólidos, logística reversa e uso de madeira certificada na construção civil. Os próximos eventos acontecem no dia 6 de novembro em São Paulo e 3 de dezembro em Belo Horizonte.

    Como diretriz sobre o tema compras públicas sustentáveis, existe o decreto 7.746/2012 que estabelece critérios e práticas para a promoção do desenvolvimento sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal. A portaria do Inmetro 317/2012 também traz requisitos gerais de sustentabilidade de processos produtivos.  

    Para que estes referenciais sejam bem utilizados é importante que, no momento de incluir critérios de sustentabilidade nas compras públicas, o embasamento técnico científico seja desenvolvido com participação da academia e das associações representativas do setor produtivo. Neste sentido, os seminários de Produção e Consumo Sustentáveis representam uma oportunidade de diálogo e fortalecimento das iniciativas relacionadas ao tema.
    Indaiatuba espera aval para usar água do Rio Jundiaí e evitar racionamento

    Publicado por http://www.agsolve.com.br/
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     Prefeitura enviou relatório ao estado para demonstrar qualidade do recurso. Se aprovada, ação irá representar até 15% do abastecimento da cidade
    Indaiatuba (SP) espera aval do governo do estado de São Paulo para iniciar a captação de água em um trecho do Rio Jundiaí e, com isso, descartar a hipótese de racionamento durante a crise hídrica. De acordo com o Serviço Autônomo de Água e Esgotos (Saae), a expectativa é de que o recurso esteja disponível em quatro semanas e possa abastecer até 15% da cidade. A liberação, contudo, depende de outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), além da avaliação de projeto pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos.

    O Rio Jundiaí já fez parte da rede de abastecimento do município, mas a captação foi suspensa em 2004 por causa da poluição. À época, a água apresentava classificação nível 4, o máximo na tabela de poluentes apesar de tratamento, e era considerada imprópria para consumo. O plano do município, após reavaliação da qualidade, é captar o recurso disponível em 22 quilômetros do rio localizados entre Indaiatuba e Itupeva (SP). Nesta área, a classificação está em nível 3.
    Avaliação do consumo
    De acordo com a Saae, o relatório sobre o controle da qualidade da água que o município enviou ao governo do estado já foi aprovado pelo Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).
    "Hoje a gente tem 4,5 de oxigênio dissolvido. O limite é 4, logo, estamos acima. E temos 7,2 de PH, o que significa que a água é própria para tratamento", explicou o técnico de controle de qualidade do Saae Herik Fernando da Costa.
    Os moradores aprovam a alternativa para garantir abastecimento do município, entretanto, demonstram apreensão com a qualidade da água do rio que é considerado o mais poluído das bacias PCJ. O superintendente do Saae, Nilson Gaspar, garante que não há riscos para os consumidores e considera que o início da captação para a cidade irá garantir tranquilidade, uma vez que a atual reserva disponível ao município corresponde a 30 dias caso não haja chuvas.
    "Traria reforço e tranquilidade no período de escassez hídrica. Se continuar esta estiagem mais prolongada até o final do ano, descarta-se o racionamento em Indaiatuba", frisou. Para usar a água do Rio Jundiaí, a Prefeitura prevê reativação da estrutura de tubulação subterrânea.
    Indaiatuba espera aval para usar água do Rio Jundiaí e evitar racionamento (Foto: Reprodução / EPTV)
    Indaiatuba espera aval para usar água do Rio Jundiaí e evitar racionamento (Foto: Reprodução / EPTV)
    Fonte: G1 Campinas e Região

    sexta-feira, 19 de setembro de 2014

    Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas: ação em Lagoa de Cima


    Neste sábado (20) será comemorado o Dia Mundial de Limpeza de Praias, Rios e Lagoas. A data é comemorada há 14 anos em 155 países. Em Campos vai acontecer uma ação em Lagoa de Cima. O objetivo é promover a conscientização sobre a limpeza ambiental. Até agora, já está confirmada a presença de 70 voluntários. A ação vai acontecer das 9h às 12h.

    Segundo o secretário de Meio ambiente, Zacarias Albuquerque, é uma dura realidade, constatar que o planeta cada vez mais está repleto de lixo.

    - Muitas das vezes as pessoas não têm a noção de que descartar um lixo numa praia, por exemplo, vira uma catástrofe ambiental. Se  de repente chove , aquele lixo é levado pela chuva para o mar, rio ou lagoa e assim, provoca além da poluição, o comprometimento da vida dos animais da fauna aquática. Portanto, é muito importante se entender de uma vez por todas que ficar descartando lixo por aí é muito prejudicial ao nosso planeta e nós também sofremos as consequências – alertou o secretário.

    Estarão participando da ação, a Associação de Moradores de Lagoa de Cima, a Associação de pescadores de Lagoa de Cima, o Projeto Rema Campos e os alunos do Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade Estácio de Sá. As Secretarias de Limpeza Pública, Praças e Jardins e de Educação, Cultura e Esportes também estarão participando de forma ativa.

    A Secretaria de Limpeza Pública vai fornecer 10 voluntários e irá atuar na parte de apoio da logística, transportando o lixo coletado para o Aterro Sanitário de Conselheiro Josino. Já a Secretaria de Educação conta com voluntários que ficarão responsáveis pela animação cultural, que estará encerrando as atividades do dia.


    Hidrelétrica é nova ameaça ao Paraíba

    Hidrelétrica é nova ameaça ao Paraíba

    A retomada do projeto de construção de uma usina hidrelétrica entre Itaocara e Aperibé pode ser muito mais grave para os municípios do Norte Fluminense do que a polêmica transposição do rio Paraíba do Sul proposta pelo governo de São Paulo, que reduziria a vazão no rio Jaguari para abastecer o Sistema Cantareira. A afirmação é do ambientalista Aristides Soffiati, que não recomenda mais nenhuma intervenção no Paraíba e compara: a transposição afeta muito mais a capital fluminense do que o interior, porque a partir de Três Rios o Paraíba volta a receber água de outros afluentes, enquanto a barragem, cuja licitação foi anunciada ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para 28 de novembro, vai desviar água do Paraíba para Minas Gerais e voltar em outro ponto, com vazão menor, chegando mais fraco à região da foz.
    Os projetos de construção de novas barragens estão parados há pouco mais de um ano por obstáculos ambientais e burocráticos. As unidades, incluindo a hidrelétrica Itaocara I, já haviam sido licitadas entre 2000 e 2002. Agora, o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, diz que o leilão A-5 ocorre em novembro. Além de Itaocara I, ele inclui outras duas barragens no Rio Piriqui, no Paraná. A barragem prevista para Itaocara, no trecho médio-baixo do rio Paraíba do Sul, envolveria cinco municípios: Cantagalo, Santo Antônio de Pádua, Itaocara e Aperibé, no Estado do Rio, e Pirapetinga, em Minas Gerais.
    — Embora haja esta seca agora no Paraíba, não seria a transposição em São Paulo o grande prejuízo para as regiões abaixo de Três Rios. Isso afeta muito mais a cidade do Rio de Janeiro. Os afluentes no caminho fazem o Paraíba voltar a crescer. Mas quando se fala em uma barragem em Itaocara, incluindo trecho de Minas Gerais, é que teríamos problema com a vazão d’água no Paraíba em nossa região — diz o ambientalista.
    Ele insiste na opção por outras fontes de geração de energia.
    — Não se deve autorizar mais nenhuma barragem no rio Paraíba do Sul. O governo tem que dar alternativas para os investimentos em energia eólica, solar e de marés. Há um estudo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) mostrando o grande potencial não explorado especialmente do Norte Fluminense, região ensolarada, com muitos ventos por se tratar de planície e com a força marítima. Não se deve insistir em nenhuma intervenção no rio Paraíba do Sul, seja para geração de energia ou regularização — defende.
    Soffiati adverte que esta não é uma competência do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e sim do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Agência Nacional de Águas (Ana) e do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul (Ceivap).
    — Tem que proibir. Se não resolver, o Ministério Público Federal tem que atuar.
    A Folha tentou falar com a Procuradoria da República, mas o procurador Eduardo Oliveira, que atua no caso da transposição do Paraíba do Sul, estava em reunião até o fechamento da matéria.
    J.M.A.
    Foto: Folha da Manhã
    fonte FOLHA DA MANHA


    Reprodução do jornal O Dia
    Reprodução do jornal O Dia


    Ainda é cedo para eu pensar no 2º turno, ainda temos três semanas de campanha pela frente, mais dois debates (Record e Globo) e muito chão para andar. A única colocação que faço em relação a essa análise do jornal O Dia é que realmente uma coisa é o candidato, Crivella e Lindbergh, apoiarem a mim ou a Pezão, outra coisa bem diferente é os seus eleitores os seguirem. 

    Brasil tem 202 milhões de habitantes, diz IBGE

    O Estado mais populoso é São Paulo, com 44.035.304 de moradores

    AE FONTE ISTO É
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    O Brasil tem 202.768.562 habitantes, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados específicos sobre cada município foram divulgados nesta quinta-feira, 28, e estão presentes em resolução publicada no Diário Oficial da União. Os números são aplicados nos cálculos de repasses de recursos aos municípios e são utilizados também pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A posição reflete a população no começo de julho deste ano.
    O Estado mais populoso é São Paulo, com 44.035.304 habitantes. Roraima tem a menor população: 496.936 habitantes. Minas Gerais fica em segundo lugar, com 20.734.097 habitantes. O Estado do Rio de Janeiro tem a terceira maior população do País, com 16.461.173 habitantes.
     
    O município de São Paulo é citado com 11.895.893 habitantes; o município do Rio de Janeiro, com 6.453.682 habitantes; Belo Horizonte, com 2.491.109 habitantes; Porto Alegre, com 1.472.482 habitantes; Recife, com 1.608.488 habitantes; e Manaus, com 2.020.301 habitantes. As tabelas apresentadas hoje mostram, também, que o País tem municípios com pequena população, como Borá, em São Paulo, com 835 pessoas. A localidade fica a cerca de 500 quilômetros da capital paulista.
     
    O IBGE explica que as "Estimativas da População para Estados e Municípios", com data de referência em 1º de julho de 2014, atende exigências estabelecidas pela Lei nº 8.443/1992 e pela Lei complementar nº 143/2013. Essas leis estabelecem que a "entidade competente do poder executivo federal fará publicar no Diário Oficial da União, até o dia 31 de agosto de cada ano, a relação das populações dos municípios, e até 31 de dezembro, a relação das populações dos Estados e do Distrito Federal, para os fins previstos na Lei nº 8.443".

    quinta-feira, 18 de setembro de 2014

    Divulgada análise sobre árvores com risco de queda na Capital

    08/2014 

    Foto: Sérgio Louruz/Divulgação PMPA
    Avaliação levou em conta aspectos internos e externos dos vegetais
    Avaliação levou em conta aspectos internos e externos dos vegetais
    O Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) apontou a necessidade de remoção de 38 das 150 árvores que foram analisadas interna e externamente pelos especialistas contratados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). Outras 73 árvores terão prioridade nas ações de poda. O relatório foi apresentado à imprensa na tarde desta sexta-feira, 29, na sede da Smam. 
     
    O chefe do Laboratório de Árvores, Madeiras e Móveis (LAMM) do IPT, Sérgio Brazolin, ressaltou que o resultado do trabalho, que consistiu no levantamento de características de dendrometria, fitossanidade, condições de entorno, estado geral e análise externa e interna, era esperado. “Trabalhamos com árvores que já eram vistas como críticas pelos técnicos da Smam, em função da idade avançada e do grande porte. É natural que tenhamos recomendado a priorização de remoções e podas, pois gosto sempre de ressaltar que a árvore é um ser vivo que uma hora morre”, destacou.  
     
    Conforme o secretário Cláudio Dilda, a Smam dará prioridade ao atendimento das remoções. “Já iniciamos o trabalho pelo Parque Farroupilha, onde dois eucaliptos que apresentavam risco foram retirados. Após o término do serviço na Redenção, vamos cobrir as outras áreas da cidade, por ordem de emergência. Nossa meta é finalizar as supressões e podas até o fim deste ano”, disse. As remoções serão compensadas posteriormente, obedecendo às diretrizes do plano diretor de arborização urbana.
     
    O biólogo do IPT, Vinícius Felix Pacheco, explicou que 17 das 150 árvores não precisaram passar por análise interna. “Verificamos já na avaliação externa a necessidade de manejo, não estando o risco de queda atrelado a problemas internos do vegetal. Sendo assim, das 150 árvores, aferimos com equipamentos 133, estando 56 sadias e 77 com algum tipo de deterioração”, afirmou.
     
    Curso – Ao longo desta semana, os especialistas do IPT ministraram curso de capacitação para 30 técnicos da Smam, que trabalham diretamente com o manejo da arborização urbana, com o objetivo de aperfeiçoar o diagnóstico e a análise de risco de árvores. O curso, com 40 horas de aulas teóricas e práticas, integra conjunto de ações da Smam para aprimorar a prestação de serviços e reduzir os riscos de quedas de vegetais a partir de vistorias técnicas. 
     
    O diretor de Parques, Praças e Jardins, Sergio Tomasini, que participou do curso, destacou que esta é a primeira vez que os técnicos da Smam recebem capacitação em avaliação de risco. "Estamos todos muito satisfeitos com o curso, pois alinhamos a terminologia e tomaremos decisões sobre manejo com maior embasamento técnico. Quem ganha é a cidade", disse.  
     
    O secretário enfatizou que a Smam, de forma permanente, vem buscando alternativas viáveis para reduzir os riscos de queda de árvores e qualificar o serviço. “Apenas outras três capitais do Brasil – São Paulo (2005), Brasília (2010) e Manaus (2012) – já realizaram este curso para o corpo técnico. Nossa próxima grande ação será o apoio à realização de um seminário internacional da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, em março do ano que vem, a fim de aprofundar o debate sobre o assunto”, destacou. Dilda disse ainda que há previsão orçamentária para 2015 de compra de equipamento para análise interna das árvores. 
     
    O supervisor de Praças, Parque e Jardins, Léo Antonio Bulling, ressaltou que os técnicos receberam instruções de como lidar com equipamentos de análise interna e que, a partir de agora, ajudarão a decidir qual o melhor equipamento a ser utilizado na cidade. “A decisão sobre a necessidade de compra do equipamento e da melhor ferramenta a ser usada será tomada após avaliação do corpo técnico da secretaria, com apoio da Assessoria de Planejamento”, disse.
    ECONOMIA DE ÁGUA

    Designers criam prato que não precisa ser lavado

    Vanessa Daraya - INFO Online - /08/2014
    Divulgação



    Nada é mais desanimador do que ver uma pilha de louça suja te esperando depois da janta. Mas esse sofrimento pode acabar com os pratos que se limpam por conta própria, invenção de designers do estúdio sueco Tomorrow Machine

    Os pratos foram feitos em parceira com o Instituto Real de Tecnologia de Estocolmo. Além de acabar com a louça suja, a invenção ajuda a poupar água

    Os pratos são feitos com um material baseado em celulose e revestidos com uma cera dissolvida em dióxido de carbono em alta pressão e temperatura. O sistema faz com que a superfície da louça seja resistente à sujeira e à água. 

    Como não precisa de água, é uma boa alternativa para o meio ambiente. Segundo os criadores, o produto poupa recursos durante o processo de fabricação e durante o seu ciclo de vida, já que não necessita de água e produtos químicos. 

    No entanto, a linha de louça autolavável ainda é um protótipo. O próprio estúdio diz que atecnologia é muito recente e que não está pronta para a indústria. Portanto, deve demorar alguns anos para ser comercializada.

    quarta-feira, 17 de setembro de 2014

    Nova espécie de serpente brasileira é descoberta em MG

    ANIMAIS

    Nova espécie de serpente brasileira é descoberta em MG

    Time de pesquisadores brasileiros achou o pequeno réptil no Parque Nacional da Serra do Cipó, uma região de rica biodiversidade, que abriga três biomas: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica

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    Mauro Teixeira Jr./Divulgação
    Mauro Teixeira Jr./DivulgaçãoPesquisadores de três instituições brasileiras encontraram nova espécie de serpenteAtractus spinalis, embaixo de rochas e cupinzeiros do Cerrado, na Serra do Espinhaço, que abriga grande diversidade biológica. A região está localizada no Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais.

    Pertencente à família Dipsadidae, o réptil mede aproximadamente 30 centímetros de comprimento, possui cauda curta e coloração avermelhada, com estrias escuras. De acordo com os pesquisadores, a espécie não oferece risco à saúde humana e é endêmica da região.

    Apesar de a descoberta ter sido oficializada em março de 2013 com a publicação de artigo na revista Papéis Avulsos de Zoologia, do Museu de Zoologia da USP, só foi divulgada agora. O estudo teve apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

    Os pesquisadores responsáveis pela descoberta são: Paulo Passos, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Mauro Teixeira Junior, Renato Recoder, Marco Aurélio de Sena, Francisco Dal Vechio, José Cassimiro e Miguel Trefaut Rodrigues da Universidade de São Paulo (USP); Hugo Bonfim e Sonia Mendonça, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Repteis e Anfíbios do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (RAN-ICMBio).
    CONSERVAÇÃO
    Até o momento, não se sabe qual o grau de ameaça de extinção da nova espécie. Porém, ela já conta com ações de proteção no Plano Nacional de Conservação de Répteis e Anfíbios Ameaçados de Extinção na Serra do Espinhaço, elaborado pelo RAN-ICMBio.

    Previsto para estar concluído em cinco anos, esse documento prevê a implementação de ações que reduzam ameaças às espécies, o aumento de conhecimento sobre elas e a
    conservação de habitats.

    Atractus spinalis se soma às 1.815 espécies de répteis e anfíbios identificados no Brasil, listadas pela Sociedade Brasileira de Herpetologia, mas os pesquisadores acreditam que existem muitas outras que ainda não foram descobertas.

    "Nosso conhecimento sobre a diversidade brasileira ainda é pequeno, principalmente quando migramos para áreas de difícil acesso, como é o caso da Serra do Espinhaço. Por isso, investir em pesquisa científica é indispensável para a descoberta de novas espécies e também para identificar as ameaças às já descritas", disse o biólogo Hugo Bonfim.

    O que acontece enquanto você dorme

    O que acontece enquanto você dorme

    Nunca dormimos tão mal - e tão pouco. Os brasileiros estão dormindo 1h30 a menos, em média, do que na década de 1990, e 63% têm problemas de sono. Agora, pesquisas de última geração começam a desvendar o que acontece durante a noite - e revelam qual é a verdadeira chave para dormir bem.

    por Anna Carolina Rodrigues
    Foto: Dulla | Design: Ricardo Davino | Adaptação: Laura Rittmeister e Abraão Marcos Corazza
     
    Ken Parks, de 23 anos, era casado e tinha uma filhinha de 5 meses. Morava com a esposa e a criança em Toronto, no Canadá. Até que um dia perdeu o emprego. Os sogros, com quem ele se dava extremamente bem, se ofereceram para ajudá-lo financeiramente. Então Ken pegou seu carro e foi até a casa deles. Quando chegou, matou a sogra a facadas e tentou enforcar o sogro. Seria apenas mais um caso de crime em família, exceto por um detalhe: Ken estava dormindo, tendo uma crise grave de sonambulismo, quando fez tudo aquilo. Durante o julgamento, ele foi submetido a exames de eletroencefalograma, que apontaram grandes distorções em suas ondas cerebrais, típicas de sonâmbulos. Acabou absolvido - e, desde então, mais 68 casos do chamado `homicídio sonâmbulo¿ foram registrados no mundo.

    São casos extremos de distúrbio do sono. Mas dormir mal não tem nada de extremo. Na verdade, é a coisa mais comum do mundo - e está piorando. Hoje, os brasileiros dormem em média 1h30 a menos do que há 20 anos, segundo uma pesquisa feita pelo Instituto do Sono de São Paulo com 1.024 pessoas. São apenas 6h30 por noite, bem menos do que os entrevistados desejariam dormir (em média, 8h10). E 63% têm algum problema de sono.

    Mas a ciência finalmente começou a decifrar os segredos desse mundo misterioso no qual ficamos mergulhados por quase um terço da vida. Novos estudos estão revelando por que estamos dormindo tão mal, como resolver isso e o que realmente acontece no corpo durante a noite.
    Por que a gente dorme?

    Dormir é uma delícia - mas, do ponto de vista da evolução, é um comportamento difícil de explicar. Para o homem das cavernas, dormir podia significar nunca mais acordar, pois a chance de ser atacado por um predador era grande. E, mesmo hoje, em que esse risco é muito menor, o sono continua sendo meio paradoxal, porque nos faz desperdiçar um terço do nosso tempo de vida consciente.

    O sono é uma das áreas mais jovens da ciência. Até a metade do século 20, os cientistas acreditavam que o cérebro se desligasse totalmente durante a noite, com o único objetivo de descansar. Hoje, sabemos que não é bem isso. Dormimos por três motivos: para economizar energia, para fazer manutenção do corpo e para consolidar a memória.

    O primeiro é fácil de entender. Enquanto você dorme, seu corpo consome menos energia - pelo simples fato de você estar imóvel e relaxado. Se não dormíssemos, teríamos de consumir um número muito maior de calorias para sobreviver, o que seria extremamente difícil para os homens primitivos. Num mundo onde o alimento era escasso, dormir era fundamental para não morrer de fome - mesmo que isso aumentasse o risco de ser atacado por animais selvagens durante a noite.

    A segunda função do sono tem a ver com os processos reparadores que seu corpo executa enquanto você dorme. Na década de 1980, cientistas da Universidade de Chicago comprovaram isso realizando um teste com ratos. Após duas semanas impedidos de dormir, os bichos simplesmente morreram. Eles tinham desenvolvido manchas e feridas que não saravam e, independente da quantidade de comida que ingerissem, só perdiam peso. Até que, de uma hora para a outra, apagavam e não acordavam mais. Morte. O mesmo estudo foi repetido no ano 2000, e a conclusão foi a mesma: não dormir mata. Mas os pesquisadores nunca tinham conseguido entender o porquê disso.

    A possível explicação só veio no ano passado, em um estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido. Os cientistas mantiveram pessoas acordadas por 29 horas e perceberam uma alteração: o nível de células brancas no sangue delas aumentou bastante, atingindo a mesma quantidade registrada em pessoas feridas. As células brancas são o elemento central do sistema imunológico. Quando você fica sem dormir, ele dispara - o que, em tese, poderia comprometer a habilidade do organismo de combater infecções.

    Não é só. "O organismo libera hormônios como cortisol e adrenalina, respostas típicas de situações de estresse", diz a médica Luciana Palombini, do Instituto do Sono. E isso desencadeia uma série de processos já nas primeiras 24 horas. Primeiro, a pressão sanguínea aumenta. Logo depois, o metabolismo se desregula, e a pessoa sente uma vontade incontrolável de comer carboidratos (um estudo da Universidade Northwestern, nos EUA, constatou que quem dorme tarde e/ou mal tende a ingerir quase 250 calorias a mais por dia). Em seguida, se a pessoa continuar acordada, começam as alucinações. Sim, alucinações.

    Veja o caso do estudante americano Randy Gardner. Em 1965, ele aceitou participar de uma experiência na Universidade Stanford - na qual ficou 264 horas (exatos 11 dias) sem dormir. É a maior experiência de privação do sono já registrada cientificamente; e teve efeitos terríveis sobre o pobre Randy. A partir do terceiro dia, ele começou a perder a capacidade de raciocínio, a ficar paranoico e enxergar coisas que não existiam. Ao final da experiência, Randy dormiu 14 horas seguidas. Segundo apontaram testes na época, não ficou com nenhuma sequela do experimento.

    Mas não dormir, ou dormir mal, pode estar na raiz de doenças neurológicas gravíssimas. Num estudo recém-publicado, pesquisadores da Universidade de Rochester, em Nova York, mostram que o cérebro aproveita o sono para fazer uma limpeza - descartando células mortas e moléculas da proteína beta-amiloide, cujo acúmulo impede as conexões entre neurônios e provoca Alzheimer, doença incurável que leva à perda de memória. O que nos leva à terceira função do sono: gravar - e destruir - as suas memórias.


    Sono, sonhos e memória
    O seu cérebro não fica `desligado¿ enquanto você dorme. Longe disso. O sono é neurologicamente agitado, com quatro etapas que se sucedem e se repetem durante a noite (veja no infográfico da página 49). A mais interessante é justamente a quarta, identificada pela sigla REM - "movimento rápido dos olhos", em inglês. É o momento em que a pessoa mais descansa, e também é a fase em que ela sonha -movendo os olhos rapidamente, como se estivesse vendo coisas.

    Quando uma memória se forma na sua mente, o cérebro constrói uma relação semipermanente entre os neurônios envolvidos com aquilo. Por exemplo. Vamos supor que você vá a um churrasco. Está fazendo um sol insuportável, o churrasqueiro deixa queimar a carne, você fica com fome. Mas nem tudo foi ruim - você conheceu uma nova pessoa, Maria, que se tornou sua amiga. Essas experiências todas ativam uma enorme quantidade de neurônios no seu cérebro - os que registram a sensação de calor, os responsáveis por processar cheiros (no caso, de carne queimada) e vários grupos que analisam todas as características da Maria, como sua altura, formato do rosto, voz, cor dos olhos, etc.

    E o cérebro fortalece as ligações entre essa rede de neurônios. É como se eles ficassem "amigos". Passam a se comunicar mais facilmente entre si. Aí, quando você se lembrar de algum detalhe do churrasco ou da Maria, aquele mesmíssimo conjunto de neurônios será acionado - e todos os detalhes daquele dia voltarão à sua mente. É assim que a memória humana funciona.

    Mas ela também age enquanto você dorme. Sabe quando você vivencia algo durante o dia, e aquela memória reaparece - muitas vezes exagerada ou distorcida - durante os sonhos? Acontece com todo mundo. Um estudo feito pelo psicólogo inglês Mark Blagrove constatou que os acontecimentos costumam aparecer nos sonhos pelo menos três vezes: na primeira, na quinta e na sétima noite de sono após vivenciados. Mas por quê? E por que as memórias surgem distorcidas, às vezes apimentadas com fantasia e coisas que jamais aconteceram? Existe uma teoria para explicar isso.

    É a hipótese da homeostase sináptica (SHY, em inglês), criada por dois psiquiatras da Universidade de Wisconsin. Apesar do nome complicado, o conceito é simples: durante o sono, o cérebro desfaz algumas das conexões entre neurônios, ou seja, ele apaga memórias. O corpo libera ácido gama-aminobutírico, uma substância que enfraquece as relações entre os neurônios e deleta algumas das memórias adquiridas durante o dia. Objetivo: liberar `espaço¿, capacidade cerebral, para que você continue sendo capaz de aprender coisas novas.

    Essa tese foi reforçada por uma pesquisa do National Institutes of Health (laboratório do governo americano), que este ano descobriu algo intrigante. Durante o sono, os neurônios do hipocampo, região cerebral que coordena a formação de memórias, disparam "ao contrário". Ou seja, eles emitem sinais elétricos na direção oposta de quando a pessoa está acordada. Para os cientistas, isso é um indício de que há memórias sendo apagadas.

    Para determinar quais lembranças são menos importantes e podem ser deletadas, o cérebro vê se elas têm ligação com outras informações já armazenadas na sua mente. É por isso que, se você e a Maria tiverem algum conhecido em comum, a chance de que você se lembre dela é maior. Senão, o cérebro irá apagá-la. "Esse processo funcionaria como um desfragmentador de disco no computador, arrumando as nossas memórias", explica a neurologista Dalva Poyares, da Unifesp.

    Esse apagamento supostamente acontece na terceira fase do sono, que antecede os sonhos. Ou seja: quando os sonhos começam, é possível que o cérebro ainda esteja sob influência da destruição de memórias, ou haja resíduos incompletos delas - e isso explique o teor de fantasia nos sonhos. Mas não existem estudos comprovando a relação. Já a conexão entre sono, memória e aprendizado é fartamente conhecida. Diversas experiências demonstraram que nossa capacidade de aprender é maior de manhã, logo após acordar, do que de noite. Dormir ajuda a aprender. Mas não é só isso. Também é possível aprender... dormindo. Nos anos 70 e 80, essa promessa era muito usada por charlatães, que tentavam vender cursos de inglês "durante o sono". A pessoa escutava uma fita com lições do idioma enquanto dormia e supostamente acordava sabendo falar inglês. Não funcionava, claro. Mas um estudo feito pela Universidade Northwestern constatou que é, sim, possível manipular - e reforçar - o aprendizado de uma pessoa enquanto ela dorme.

    Na experiência, 50 voluntários foram expostos a uma longa sequência de imagens. Cada imagem vinha acompanhada de um som específico (como o barulho de uma explosão, por exemplo). Feito isso, os voluntários foram dormir. Só que metade deles recebeu um estímulo durante a noite. Quando eles atingiram a terceira fase do sono, os cientistas tocaram os sons que tinham sido associados às imagens. No dia seguinte, todo mundo acordou e os voluntários fizeram um teste de memorização. Quem tinha sido exposto aos sons conseguiu se lembrar de mais imagens, e em ordem mais correta. "Estímulos externos durante o sono podem ter influência (sobre o aprendizado)", diz o psicólogo Ken Paller, líder do estudo. "A nossa pesquisa mostra que a memória é reforçada, com a reativação de informações durante à noite", explica o psicólogo Paul J. Reber, coautor da experiência. Ou seja: não é possível aprender algo do zero enquanto se dorme. Mas é possível reforçar, dormindo, a memorização de algo que se aprendeu acordado.

    Vale lembrar que a experiência da Northwestern envolve informações triviais (uma sequência de imagens). Não há comprovação, ao menos por enquanto, de que esse efeito se estenda a aprendizados mais complexos, como idiomas ou as disciplinas da faculdade. Não vale a pena dormir ouvindo uma fita com a voz dos seus professores. Melhor garantir uma boa noite de sono. Só que isso está ficando cada vez mais difícil.
     
    Medieval versus moderno

    Um estudo da Universidade de Virgínia estudou a rotina das pessoas no século 15, e descobriu que as pessoas costumavam dormir em duas etapas. Primeiro, elas dormiam do entardecer até a meia-noite. Aí acordavam, ficavam despertas por uma ou duas horas e depois voltavam a dormir até o dia clarear. Isso foi comprovado na prática pelo psiquiatra americano Thomas Wehr, do National Institute of Medical Health. Nos anos 90, ele confinou um grupo de voluntários em alojamentos sem luz elétrica. Eles eram obrigados a realizar atividades durante o dia, com o sol, e descansar durante a noite, por causa da ausência de luz. Após algumas semanas nessa rotina, algo curioso aconteceu: os voluntários passaram a apresentar o mesmo tipo de sono segmentado da Idade Média. E estavam sempre super-relaxados - descobriu-se que, no intervalo entre esses dois sonos, o corpo liberava prolactina, o mesmo hormônio que causa a sensação de relaxamento após o orgasmo.

    Hoje em dia, dormimos de outra forma, em apenas um bloco. Isso é um subproduto da revolução industrial, que elevou a jornada de trabalho a 16 horas por dia - e limitou quando, e quanto, as pessoas poderiam dormir. Até hoje, dormir durante o dia é visto com preconceito. "Precisamos descansar. Descanso faz parte da vida. Ele ajuda nossa produtividade, melhora nosso humor e nos deixa mais criativos", diz a psicóloga americana Sara Mednick, autora de estudos que mostram o efeito positivo da soneca. "As pessoas tomam café para ficarem acordadas e quando chega a noite tomam um remédio para dormir. Será que esse é mesmo o melhor jeito de encarar uma semana de trabalho?", questiona.

    Por isso, cada vez mais gente toma remédios para dormir. No Brasil, os três medicamentos tarja-preta mais vendidos (Rivotril, Lexotan e Frontal) são ansiolíticos, que acalmam e ajudam a dormir - e juntos vendem quase 15 milhões de caixas por ano. O problema é que eles, como todos os remédios que induzem sonolência, podem causar dependência física. A indústria farmacêutica ainda não conseguiu desenvolver uma droga para dormir que seja totalmente eficaz e tenha risco zero. Mas continua tentando. Sua nova esperança é o suvorexant, um remédio que inibe a hipocretina, um neurotransmissor responsável pela vigília. Ou seja: em vez de induzir o sono, como os medicamentos atuais, simplesmente anula a substância que deixa a pessoa acordada. "Estamos entusiasmados, pois a expectativa é que esse remédio não seja viciante", diz Belen Esparis, médica do hospital Mount Sinai, em Nova York, e uma das principais especialistas do mundo em sono. Mas o suvorexant foi barrado pela FDA (órgão do governo americano que aprova a comercialização de remédios), que pediu mais testes.

    Uma solução mais segura, e possivelmente muito eficaz, é um aparelho chamado Somneo. Ele nasceu de pesquisas da Darpa (divisão de projetos avançados do Pentágono), que queria encontrar um jeito de fazer soldados ficarem até cem horas acordados sem sofrer. Não deu certo, mas levou à criação do aparelho, que usa várias técnicas para melhorar a qualidade do sono. Trata-se de uma máscara que cobre o rosto, as orelhas e parte da cabeça e aquece levemente a região dos olhos - o que, estudos comprovaram, faz a pessoa adormecer mais rápido e passar mais rapidamente à fase de sono profundo. A máscara também permite ao usuário programar exatamente a quantidade de tempo que deseja passar dormindo. Ela tem sensores de eletroencefalografia, que monitoram a transição entre as fases do sono e determinam qual o melhor momento para despertar a pessoa - liberando uma luz que aumenta de maneira gradual. A ideia é que essa máscara seja distribuída aos militares em guerras. Mas, como muitas das tecnologias inventadas para uso militar, ela provavelmente acabará tendo uma versão comercial.

    Uma possibilidade ainda mais ousada é manipular diretamente as ondas cerebrais, ajudando a pessoa a se manter dormindo ou pular para estágios mais profundos do sono. A técnica se chama ETCC (estimulação transcraniana por corrente contínua), e consiste em aplicar uma corrente elétrica bem fraca, por meio de eletrodos, em certas áreas do cérebro. Cientistas da Universidade de Lübeck, na Alemanha, usaram a ETCC para fazer com que voluntários passassem mais rapidamente pelas duas primeiras fases do sono e ficassem mais tempo na terceira, mais profunda e relaxante. Uma experiência similar, desta vez na Universidade de Wisconsin-Madison, mostrou que é possível desencadear diretamente o sono profundo emitindo campos magnéticos sobre o cérebro. Segundo os pesquisadores, isso significa que seria possível ter os mesmos benefícios fisiológicos de oito horas de sono em apenas seis. Isso seria o equivalente a um mês `de vida¿, acordado, a mais por ano. Algo extremamente tentador para muita gente. E os voluntários não apresentaram efeitos colaterais. Mas as máquinas necessárias ainda são grandes, caras e seu uso constante pode ter conse-quências imprevisíveis a longo prazo. Não devem chegar ao seu quarto tão cedo. Mas existe uma solução para dormir melhor. E não é remédio nem máquina.

    A chave do bom sono

    Você já deve ter ouvido as recomendações mais manjadas. Faça exercícios. Tenha uma alimentação balanceada. Tente evitar o estresse. Não tome café de noite. Maneire no álcool. Tudo isso é verdade - e é essencial para dormir bem. Mas a epidemia de insônia no mundo tem outra raiz.

    O sono é coordenado por um hormônio chamado melatonina. Ela é produzida pela glândula pineal, bem no meio do cérebro, e é a chave do "relógio interno" que nos faz dormir e acordar em ciclos de 24 horas. A melatonina também está presente em outros animais, em plantas e até em micróbios. Ela é um mecanismo que a natureza criou para adaptar os seres vivos ao ritmo do Sol. Conforme começa a escurecer, o organismo começa a liberar mais melatonina - e você sente cada vez mais sonolência, até apagar. De manhã, com tudo claro, o nível de melatonina cai, e você acorda.

    Essa é a ordem natural das coisas. O problema é que o mundo moderno, e em especial a tecnologia, está bagunçando essa ordem. Depois que anoitece, continuamos a ver televisão e usar celular, computador, tablets, etc. A humanidade vive rodeada por telas que emitem luz. E isso desregula o ritmo do organismo. "Como o cérebro não sabe qual a diferença entre luz artificial e a do Sol, ele pensa que ainda é de dia", diz Simone Petera, especialista em medicina do sono. Com isso, o corpo reduz a produção de melatonina, e a pessoa não consegue dormir bem.


    Existe gente que toma melatonina em comprimidos para tentar dormir melhor. Ela não tem registro oficial na Anvisa, mas não é proibida - pode ser encontrada em lojas de suplementos nutricionais. Mas não é recomendada. "A melatonina não é uma pílula para dormir muito boa, pois o organismo já a produz naturalmente", diz Belen Esparis. Se for tomada em doses erradas, pode atrapalhar o sono. Isso sem contar possíveis efeitos colaterais de longo prazo, como alterações no ciclo menstrual. O melhor a fazer é controlar a iluminação durante a noite - e com isso aumentar naturalmente o nível de melatonina no corpo.

    As telas de TV e de gadgets emitem luz com temperatura (tonalidade) de 5.500 graus Kelvin, a mesma que o Sol emite ao meio-dia. Ou seja: são especialmente ruins para o sono. Mas uma experiência feita pela Universidade de Basileia, na Suíça, constatou que a luz avermelhada, típica do pôr do sol, é muito menos danosa. E você pode regular suas telas para que elas tenham esse tom. Na televisão, basta selecionar o modo "Cinema". Nos celulares e tablets Android, instalar um aplicativo chamado Twilight. E no PC e Mac, um programa chamado F.lux. São todos grátis, ou seja, não custa experimentar (no iPhone e no iPad, só é possível instalar o aplicativo F.lux por meio de jailbreak - destravamento do sistema -, pois a Apple não autoriza o uso do programa). E nunca use lâmpadas de luz fria no quarto. Fazer esses ajustes deixa o ambiente mais agradável e dá resultado: o estudo de Basileia mostrou que as pessoas expostas à luz "quente" durante a noite produzem até 40% mais melatonina do que quem recebe luz fria.

    Mas à noite o ideal é deixar as telas de lado e ler algo que não emita luz, como um livro ou revista. E, se mesmo assim o sono não vier, não se culpar por isso. Dormir meio mal, de vez em quando, é a coisa mais normal do mundo.