segunda-feira, 15 de abril de 2019


Como o consumo colaborativo pode ajudar os seus investimentos e o planeta



O consumo colaborativo trata-se de um sistema para compartilhamento de recursos humanos, físicos e intelectuais. Esse conceito surgiu nos Estados Unidos durante a crise de 2008.
Em função da escassez de recursos as pessoas começaram a reaproveitar aquilo que possuíam, emergindo assim ideias tais como trocas de brinquedos, roupas e livros, ou compartilhamento de casas, bicicletas ou carros; para citar apenas alguns exemplos.
Esse tipo de compartilhamento tornou-se tradicional nos Estados Unidos e em muitos países europeus, e, aos poucos, essa cultura está chegando ao Brasil.
A atual situação econômica do país favorece o consumo colaborativo, sendo a economia de recursos com ele muito grande, uma vez que o indivíduo não precisa comprar um novo produto para solucionar determinado problema: ele pode, simplesmente, alugar, trocar ou tomar emprestado.
O consumo colaborativo permite compartilhar, emprestar, doar, trocar produtos ou serviços, reutilizando aquilo que já está disponível no mercado. Assim, é possível economizar em dinheiro e em recursos naturais, colaborando dessa maneira com a natureza, seu bolso e seus investimentos.
Acreditamos que esta nova forma de consumir produtos e serviços oferece novas possibilidades nas áreas de sustentabilidade, coesão social, tecnológica e em educação financeira.
Entendemos que o consumo colaborativo está mudando a forma de compreensão dos conceitos de demanda e oferta, e é importante, dessa forma, ficarmos atentos à isso para aproveitarmos todas as vantagens que ele oferece.
Se, por um lado, é uma forma das pessoas economizarem, por outro, é também uma oportunidade para as empresas repensarem os seus modelos de negócios.
Nesse novo cenário há inúmeras oportunidades para diferentes formatos de negócios, como por exemplo, lojas que compram, alugam e vendem roupas e brinquedos usados; aplicativos para trocas de livros, cds e dvds; ou empresas de tecnologia, principalmente por meio de aplicativos, que façam a intermediação entre os demandantes e os ofertantes tais como o Uber ou o Airbnb.
Mas, afinal, como você pode reduzir os seus gastos utilizando essa economia compartilhada? Vamos apresentar para você algumas possibilidades que indiretamente lhe proporcionará também melhores condições para investir.
  • Combine com algum colega que mora perto de sua casa para irem juntos ao trabalho no mesmo carro. Vocês podem revezar o carro por causa do desgaste e manutenção. Essa atitude faz você ter menos gastos com locomoção, além de usar menos petróleo que é um grande poluidor do meio ambiente.
  • Se não está com tanta pressa, ou pode sair de casa mais cedo para algum compromisso, por que não usar aplicativos como Uber que oferece serviços que permite compartilhar a viagem de carro com mais passageiros? Com certeza gastará menos que táxi, ou se fosse sozinho no Uber, e ainda poderá conhecer novas pessoas e construir novas amizades.
  • Antes de comprar ou alugar um vestido para uma formatura, casamento ou festa de final de ano em empresas especializadas você pode: primeiro, verificar com uma amiga (ou mesmo conhecida), a possibilidade de pegar emprestado. Contudo, se tiver vergonha de fazer esse pedido por não ter intimidade com a pessoa, uma sugestão é oferecer à ela o empréstimo de algum vestido seu em ocasiões futuras; ou, caso não consiga algum empréstimo, pode tentar alugar ou comprar (somente se pretende utilizar várias vezes) pela internet de outras pessoas em sites como Olx. Os preços são muito menores do que nas empresas especializadas.
  • Após a leitura de um livro que comprou, que tal você entrar em sites específicos de trocas e tentar obter um livro que tanto quer em troca deste que já leu e releu? É uma boa maneira de sempre ter livros novos e gastar pouco.
  • Se deseja realizar a assinatura de uma revista, ou mesmo renovar a sua, é possível você ter uma boa economia se adquirir a versão digital e impressa e combinar com algum amigo cada um ficar com uma das versões. Normalmente a opção conjunta é bem mais barata ao dividir por 2 pessoas do que cada um comprar as versões separadamente.
  • Não é novidade que bebês crescem rapidamente e que por isso utilizam pouquíssimas vezes as suas roupas. Então, se você está com recém nascido em casa, uma boa “pedida” é comprar roupas usadas para o seu bebê. Irá se surpreender com a qualidade das roupas, e principalmente, com a economia que terá com isso.
Esses exemplos nos mostram que estamos vivendo um novo cenário que está repleto de oportunidades. E o segredo é pensar e agir de forma estratégica e aproveitar a ocasião favorável.
Com certeza você poderá ter um ganho material ou aumentar a sua renda com os investimentos propiciados pela economia de recursos, mas acima de tudo estará ajudando a construir uma sociedade melhor, que tenha uma maior preocupação com o ser, e não apenas com o ter.
Dany Rogers é Doutor em Finanças pela EAESP/FGV, professor do curso de Administração da FACES e coordenador do Núcleo de Educação Financeira (NEF) da Universidade Federal de Uberlândia. E-mail para contato: nef@pontal.ufu.br.
Rejane Alexandrina Prado é doutora em Marketing pela Uninove, professora da FACES-UFU e pesquisadora nas áreas de Comportamento do Consumidor e Marketing Social. E-mail para contato: rejane.prado@ufu.br.

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