domingo, 23 de agosto de 2015


Reprodução do Diário do Poder
Reprodução do Diário do Poder


A jogada de marketing de Eduardo Cunha era marcar a posição de ser o grande opositor do governo. É o mesmo que Aécio tenta consolidar. E com o governo afundando, Cunha até conseguiu o apoio de setores que passaram a vê-lo como mal necessário, de repente passaram a relevar toda trajetória dele. Cunha queria que a percepção da população fosse de que ele é quem enfrenta o governo.

Cunha só não percebeu que a delação premiada de Julio Camargo fez a maré, que estava a seu favor, virar. Uma coisa é os jornais dizerem que um delator da Lava Jato acusou Cunha de receber propina. Mas no caso em questão foram divulgadas as imagens. Todo mundo viu na televisão ou na internet Júlio Camargo contar com todas as letras como Cunha cobrou a propina de US$ 5 milhões (relembrem abaixo). O efeito foi muito mais devastador. Ali Cunha, se não estivesse descontrolado, cego pelo ódio, movido pelo desejo de vingança deveria ter escolhido outro caminho. Estava na cara que aquela delação teria consequências inevitáveis, como aconteceu agora com denúncia do MPF. Cunha poderia ter começado a plantar junto aos seus aliados a semente da solidariedade para receber apoio na hora mais difícil. Mas não, preferiu ir para a guerra aberta contra o governo e o MPF, ignorar os aliados, usar a Câmara em benefício pessoal - como frisou o Procurador Rodrigo Janot - enfim, plantou mal, agora vai começar a colher os frutos ruins.

A percepção sobre Cunha mudou. Muita gente que chegou a ver nele o grande opositor do governo, hoje colou nele a imagem de envolvido no Petrolão, das propinas milionárias. Claro que ele tem direito a defesa, mas na cabeça da maioria já está consolidada outra imagem.

Ontem mesmo, um grupo de parlamentares de 10 partidos começou a cobrar a renúncia do cargo de presidente da Câmara. Hoje, mesmo entre seus aliados, muitos já não querem se expor o apoiando. O acordo entre a Presidente Dilma, Michel Temer e Renan Calheiros isolou ainda mais Cunha. Na próxima semana será travada mais essa batalha na Câmara. Cunha está cada vez mais enfraquecido, mas vai se agarrar ao cargo de todas as maneiras. Pode até sobreviver por um tempo, é imprevisível, mas já perdeu grande parte do poder que detinha. Isso é irreversível.


 
FONTE BLOG DO GROTINHO

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