José Eduardo Mendonça -
Rob Saunders, CEO da Island Scallops, estima que, nos últimos anos, sua empresa perdeu U$ 10 milhões com os moluscos, forçando-o a demitir cerca de metade de seus funcionários. “Não estou certo de que nós ou o setor iremos sobreviver. É uma coisa dramática”, disse ele.
A acidificação do oceano, um dos males do aquecimento global, ocorre porque atividades humanas fazem com que o mar absorva uma quantidade crescente de dióxido de carbono (CO2). Organismos como vieiras ou ostras têm cada vez menor chance de formar carbonato de cálcio para suas conchas.
O noroeste do Pacífico é um hotspot da acidificação e os níveis declinantes de pH, o fator de acidez, estão atingindo especialmente as populações mais jovens de moluscos, que lutam para construir suas cascas protetoras. Elas gastam mais energia e ficam mais vulneráveis a predadores e infecções.
A crescente taxa de acidificação “pode ter empurrado as águas locais para um ponto de virada, além do qual estas espécies não podem sobreviver”, afirmou Chris Harley,ecologista marinho da Universidade da Colúmbia Britânica, ontem.
Os oceanos não estão apenas absorvendo CO2, mas ainda mais de 90% do aquecimento global – a energia equivalente a 12 bombas de Hiroshima por segundo apenas em 2013. Ostras e vieiras não serão as únicas vítimas. Pesquisadores acreditam que recifes de corais estão sendo levados à extinção e que diversas espécies de peixes estão desaparecendo a uma taxa alarmante.
“Está acontecendo em todo o mundo. Há pouca esperança para nós”, afirmou Saunders.
Foto: Michael Horne/Creative Commons
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