sábado, 4 de janeiro de 2014

Ricardo Abramovay e a riqueza do lixo


Ricardo Abramovay e a riqueza do lixo

Em 2014, a Política Nacional de Resíduos Sólidos entrará em vigência e, com ela, uma nova era para o destino do lixo e a forma como o descartamos. O sociólogo Ricardo Abramovay, que lançou publicação sobre o tema este ano, comenta como isso deve acontecer, destacando a urgência de frear o consumo de recursos naturais e estimular a reciclagem

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Afonso Capelas Jr. e Matthew Shirts Especial Lixo National Geographic -

Alexandre Severo

Responsabilidade compartilhada, poluidor-pagador, logística reversa. Daqui em diante vamos conviver com esses e outros termos até agora estranhos. Eles passam a fazer parte do cotidiano dos brasileiros e revelam uma nova era na destinação do lixo, com o início da vigência, a partir de meados de 2014, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Ela prevê o fim dos malcheirosos lixões a céu aberto e a certeza de que a sociedade terá papel decisivo na destinação adequada do lixo. Inclusive o cidadão comum.


Quem revela o significado dessas expressões e como será a vida quando vigorar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é Ricardo Abramovay, professor de economia da Universidade de São Paulo especializado em desenvolvimento sustentável.

Sobre o tema, ele e colegas lançaram o estudo Lixo Zero – Gestão de Resíduos Sólidos para uma Sociedade Mais Próspera, disponível em formato digital pelo Planeta Sustentável (que lançou Muito Além da Economia Verde, de sua autoria, em 2012), do qual é conselheiro. O economista alerta que se deve frear a exploração dos recursos naturais e estimular a reciclagem: “Lixo é riqueza, não pode ser desperdiçado”.

Qual é o ponto crucial da Política Nacional de Resíduos Sólidos?É a chamada responsabilidade compartilhada. Ela sinaliza que estamos todos incumbidos de dar destinação correta ao lixo produzido: as prefeituras, os governos estaduais e federal, as empresas e o próprio consumidor. É importante delimitar em que consiste o compromisso de cada um; sobretudo, saber quem paga a conta. Para o consumidor, a responsabilidade compartilhada exige que ele separe seu lixo, preparando-o para a reciclagem, sob pena de multa. A lei prevê também o conceito da responsabilidade estendida. Com ela, o produtor ou o importador (denominadospoluidores-pagadores) terão de responder pelo envio apropriado dos rejeitos do que venderem ao consumidor final, incluindo a estruturação da logística reversa – o recolhimento e a devida reciclagem desses produtos pós-consumo –, para que tenham destinação mais adequada que não os aterros.

Mesmo os aterros controlados não são apropriados?Não. Temos três tipos de aterro: os lixões a céu aberto, os aterros controlados e os sanitários. Todos são inadequados porque o resíduo sólido é uma riqueza que pode e deve, em sua esmagadora maioria, ser reaproveitada pela sociedade.

Será preciso fazer campanhas para conscientizar o consumidor?Sim. A experiência internacional mostra que o consumidor só faz a parte dele quando recebe boa educação ambiental. Na Europa, as empresas gastam muito dinheiro com publicidade pedagógica, e aqui será preciso fazer o mesmo. Também é necessário ter um sistema de coleta coerente com essa nova obrigação do consumidor. Em muitas cidades brasileiras é frequente as pessoas mais conscientes fazerem a triagem de seu lixo domiciliar e depois constatarem que o caminhão da coleta mistura todos os rejeitos de novo. Isso desmoraliza o processo. É mais um fator institucional, que precisa ser organizado de forma coerente nos municípios por três atores importantes: as prefeituras, os catadores e as empresas.

O senhor concorda com o pagamento de uma taxa sobre os resíduos produzidos pelo consumidor?É polêmico, mas creio que essa deva ser outra responsabilidade das pessoas. Na cidade de São Paulo, a taxa chegou a ser cobrada, anos atrás, e depois foi suspensa. Houve o erro de demonizar essa cobrança, e sua suspensão foi tratada pelos paulistanos como uma vitória da cidadania. Mas a taxa do lixo continua sendo paga, agora embutida no imposto predial e territorial urbano (IPTU). Sem a cobrança explícita, as prefeituras não podem premiar quem faz a separação correta de seu lixo nem oferecer incentivos às pessoas que produzem menos resíduos e promovem a reciclagem.

Quem irá financiar o sistema de logística reversa?Serão os fabricantes e importadores; por isso, agora são chamados de poluidores-pagadores. O sistema já é praticado, de forma eficiente, no Brasil, com pneus, embalagens de óleos combustíveis e de agrotóxicos, além de baterias automotivas. Esses cinco setores privados organizam e pagam os custos da coleta e da reciclagem dos produtos, antes mesmo da nova lei. Em meus tempos de criança, o que mais se encontrava nos rios Pinheiros e Tietê, em São Paulo, eram pneus velhos. Hoje, eles são reciclados. Há uma agência chamada Reciclanip responsável por essa tarefa. No caso das embalagens de agrotóxicos, o setor gasta R$ 80 milhões por ano para organizar sua logística reversa.
A dificuldade maior está em produtos com venda descentralizada e descarte domiciliar.

Quais são esses produtos?
São embalagens em geral, desde latinha de bebida até garrafa PET e caixinha longa-vida. Nesse ponto, a lei quer aguardar o que os respectivos setores têm a dizer. Aí, há uma queda de braço entre fabricantes e governo: a proposta das empresas é apenas auxiliar com recursos financeiros os catadores de rua, oferecendo a eles infraestrutura para melhorar o trabalho e a produtividade.

E só. No entender desses fabricantes, a tarefa de coleta e logística reversa ficaria a cargo das prefeituras, com os catadores.A alegação é de que não é possível ir aos domicílios recolher as embalagens descartadas. Acontece que esse tipo de argumento está enfraquecido. Ao contrário do que propõem no Brasil, essas mesmas empresas se comprometem com o pagamento da logística reversa nos países desenvolvidos.

Essa responsabilidade empresarial deve ser cada vez maior?Sim. A responsabilidade estendida não pode mais ser vista como excesso ambientalista ou exagero. É uma tendência de comportamento das grandes marcas globais. As empresas cada vez mais começam a pensar em sua cadeia de valor como um todo, e a reciclagem faz parte dessa crescente preocupação.

E o caso de pilhas, lâmpadas e eletroeletrônicos, que contêm substâncias tóxicas?A logística reversa de produtos de difícil manuseio e com grande potencial tóxico também será responsabilidade financeira do fabricante ou do importador. Mas ninguém sabe ainda como se organizará a reciclagem. Isso porque a lei brasileira foi sábia em esperar os próprios fabricantes fazerem suas propostas como ponto de partida. O governo está recebendo essas sugestões.

Qual é a tarefa de prefeituras, estados e União com a PNRS?As prefeituras continuarão respondendo pelo recolhimento do lixo domiciliar e, em parte, pela coleta seletiva porque são elas as primeiras responsáveis pelos resíduos gerados em seus municípios. Portanto, se esses resíduos serão recolhidos por organizações de catadores – além do trabalho das empresas de coleta contratadas –, deverá haver um acordo entre as partes constantes nos chamados planos municipais de gestão de resíduos sólidos. O problema é que, pela nova lei, as prefeituras já deveriam ter elaborado seus planos, e, hoje, menos de 10% delas têm eles prontos. Se não o fizerem, deixarão de receber os recursos para organizar seus sistemas de coleta. Isso revela como o poder público está atrasado, porque a base ainda não fez sua lição de casa.

Além disso, por questões legais, municípios com menos de 15 mil habitantes não podem ter aterros sanitários. Portanto, será preciso montar consórcios municipais e criar aterros conjuntos, o que, é certo, trará dois problemas. Primeiro, o orçamento do lixo no país tem a tradição de ser grande financiador de campanhas eleitorais. Assim, é muito difícil partilhar esse orçamento com outras prefeituras, até porque isso só pode ser feito sob absoluta transparência, o que não é o que vigora no Brasil. Segundo, há aquela velha questão do “no meu quintal, não”. Ninguém vai querer um aterro em sua cidade. Resumindo: os consórcios necessários para acelerar essa transição dos lixões para os aterros sanitários ainda estão muito atrasados e será uma grande dificuldade implementá-los. Hoje, no Brasil, pouco mais de 40% de todo o lixo tem destinação inadequada. A grande maioria está em cidadezinhas das regiões Norte e Nordeste do país.

Os estados também terão papel fundamental, mas, assim como as prefeituras, os estados do Norte e do Nordeste ainda não têm planos concluídos. Por fim, o governo federal está implementando a lei, tem recursos destinados para tal, mas o dinheiro está bloqueado, pois a maioria das prefeituras e muitos estados não fizeram a lição de casa. Esse cenário fortalece a tese de que é preciso haver maior responsabilidade do setor privado. Não se pode esperar que o poder público conclua suas pendências com rapidez e facilidade, porque isso não vai acontecer.

Como resolver a questão dos catadores? Melhor tê-los regularizados ou dar a eles atribuições mais dignas?
O melhor é tê-los regularizados. A cidade de San Francisco, nos Estados Unidos, tem 800 mil habitantes e dois mil catadores de resíduos sólidos regularizados e equipados. É um trabalho digno. O serviço ambiental que essas pessoas prestam à sociedade é inestimável. No Brasil, quem faz esse trabalho é vítima das piores formas de exclusão social; por isso, associa-se essa tarefa à degradação, quando não deveria ser assim. Em uma sociedade saudável, em que não há trabalho indigno, é preciso ter uma forma de coleta destinada à reciclagem como a dos catadores.

As associações de catadores estão procurando organizar a categoria, mas a grande maioria deles está na informalidade.

Incinerar lixo para gerar energia pode ser um bom modelo?Estudo recente compara biodigestores e incineradores convencionais. Biodigestores são mais adequados na produção de energia porque funcionam só com resíduos orgânicos, deixando os inorgânicos para reciclagem. É preciso comparar o valor potencial que provém da reciclagem com o valor do que é incinerado para produzir gás e gerar energia. Mesmo que haja vantagem ambiental e econômica em incinerar, não considero como a melhor solução. Queimar resíduos pode ser um estímulo ao desperdício para uma sociedade que ainda cultua o vício do “jogar fora”. Nós, brasileiros, e também os americanos somos sociedades assim. A vantagem de optar pela reciclagem é que esse fator incidirá também na concepção dos produtos. Até agora, não vi nenhum caso no Brasil de empresa que, com base na PNRS, tenha modificado o desenho de seus produtos em função da necessidade de facilitar a separação dos diferentes materiais para a logística reversa.

No Brasil, a quantidade de resíduos aumenta de forma vertiginosa à proporção do crescimento econômico. Como estancar isso?
Com o aumento na renda, a quantidade de lixo também cresceu. Não há orientação na publicidade ou nas políticas de crédito ao consumidor no que diz respeito ao destino do lixo. Dados recentes apontam que cada ser humano consome 10 toneladas por ano de recursos naturais. É a nossa chamada pegada material, e ela só faz aumentar: no início dos anos 2000, foram extraídos 60 bilhões de toneladas de matéria orgânica, minérios e combustíveis fósseis. Em 2008, esse número saltou para 70 bilhões de toneladas. Esses recursos não são infinitos. Se não tivermos inteligência para usar o que foi retirado do planeta, chegará o momento em que não teremos mais de onde tirar
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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Ghillean Prance: empresas devem ser motor de desenvolvimento da Amazônia

Ghillean Prance: empresas devem ser motor de desenvolvimento da Amazônia

Para um dos mais renomados botânicos britânicos, a melhor maneira de salvar a região amazônica é explorar seus recursos - inclusive os agrícolas

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Verena Fornetti -Exame -

Duda Arraes/Creative Commons

O botânico inglês Ghillean Prance visita a região da floresta amazônica quase todo ano desde a década de 60. Prance tem um longo currículo na pesquisa das propriedades das plantas brasileiras e na área de conservação ambiental, o que inclui a direção do Jardim Botânico de Nova York e dos Jardins Botânicos Reais de Kew, no Reino Unido.

De acordo com o pesquisador, o Brasil e o mundo precisam da floresta amazônica preservada, mas isso não impede que haja uma intensa atividade econômica na região. Para Prance, o motor desse desenvolvimento deve ser companhias como a Natura, mas ele não descarta o papel da agricultura.

Nas últimas décadas, o que mudou na Amazônia?As cidades cresceram muito. Quando visitei Manaus pela primeira vez, na década de 70, a cidade tinha cerca de 300 000 habitantes. Hoje, existem quase 2 milhões de moradores. Também vejo um interesse crescente em uma abordagem sustentável do desenvolvimento.

Quais são suas maiores preocupações em relação à região amazônica?Temos de conservar a floresta para ajudar na redução do efeito estufa nos climas mundiais. Mas é preciso ser realista e criar um uso sustentável da região. Nas áreas já desmatadas, poderíamos dar lugar a uma agricultura intensiva.

Como isso seria feito?É possível usar a terra de forma mais inteligente. Pode-se cultivar o solo em camadas. Numa mesma área, é possível ter uma árvore frutífera, e embaixo dela colocar uma cultura perene, como o cacau, que não é necessário replantar todo ano, e, junto, plantar outra espécie rasteira. A Embrapa já está estudando esse tipo de técnica. Isso é mais sustentável do que criar uma vaca a cada 5 hectares. Sem falar que traria mais renda para quem mora ali.

É curioso o senhor dizer isso, porque há uma grande resistência dos ambientalistas em desenvolver a agricultura na região amazônica. Isso seria viável?Com a população crescendo, temos de aumentar a produção de alimentos. Mas gostaria de deixar uma coisa bem clara: falo em aproveitar as áreas já desmatadas. Além disso, utilizar o solo com culturas permanentes é melhor do que plantar soja, que precisa ser cultivada todo ano e pode causar erosão. Se não preservarmos as florestas e não cumprirmos a meta de limitar o aquecimento do clima em dois graus até 2050, será um desastre para o mundo.

O senhor acha que é possível atingir essa meta?Às vezes, sou otimista. Às vezes, pessimista. Para conseguir cumpri-la, temos de convencer os políticos de que as florestas preservadas têm muito valor para a sociedade.

De que modo as florestas podem gerar valor?Felizmente, já começamos a ver boas iniciativas. A Natura recolhe sementes de árvores nativas sem precisar derrubá-las. Isso poderia ocorrer com companhias de outros setores, como o farmacêutico e o de alimentos. O Brasil precisa de mais empresas como a Natura.

O que falta para que haja mais bons exemplos?Há muita divergência entre os que defendem a conservação da floresta e os que defendem o desenvolvimento. Além disso, é importante que as universidades e as empresas trabalhem juntas. Sem isso, não dá para avançar
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Afinal, quanto custa um passeio a dois?


Afinal, quanto custa um passeio a dois?

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Afinal, quanto custa um passeio a dois?Há algumas semanas, recebi a sugestão de escrever sobre passeios a dois, em especial aqueles mais românticos. Adorei a idéia e acho a hora bastante apropriada. Explico: na semana passada, completei um ano de casada e, como não podia deixar de ser, estava sonhando com presente e uma comemoração à altura. Muitas opções passaram pela minha cabeça, além das muitas dicas que também recebi. Mas, ao pesquisar, fiquei um tanto quanto indignada com os valores.
Confesso que passei os últimos anos focada na montagem do apartamento no qual moro hoje e na organização do casamento[bb]. Estive um pouco fora do mercado de passeios românticos. São várias as opções: jantar a luz de velas, uma noite especial em algum hotel, uma viagem de fim de semana, uma festa (!) ou algum passeio inesquecível como sobrevoar a cidade de helicóptero. São inúmeras ofertas e, pior (ou melhor?), bastante tentadoras.
Pensando com a calculadora…
Pesquisei restaurantes em São Paulo e conclui que um jantar não sai por menos de R$ 150.  Uma noite em um hotel com decoração temática e jantar custa em torno de R$ 300. Uma viagem? Refúgios famosos como Campos do Jordão, litoral Norte e sul de Minas Gerais custam em média R$ 400 mais todos os gastos com passeios e alimentação.
Então, como ceder ao desejo e não entrar no vermelho?E o passeio de helicóptero? Ah, esse eu nem tive coragem de orçar. Veja bem, pesquisei em hotéis e restaurantes recomendados: não tenho intenção aqui de julgar se são valores abusivos ou não ou a qualidade/importância deles. A análise não entra tanto no mérito da percepção de valor ou do nome do local analisado.
Muitas pessoas nos encorajam a ir em frente, afinal, “não é sempre que comemoramos 1 ano de casados”. Essa é ou não é a frase padrão da sociedade? Acho mesmo que nós devemos comemorar conquistas, datas marcantes, bem como qualquer outra coisa que julgamos importante. Mas, acredito eu, dever por conta disso não é certo. Em suma, devemos optar por comemorações que cabem nos nossos bolsos[bb].
O que deve ser levado em conta é que ainda temos o dia-a-dia. Uma comemoração que mereça um gasto maior deve ser compensada em menos passeios nas semanas posteriores. O mais importante nessa situação é planejar. É colocar no papel o quanto se vai gastar com um passeio atípico e o quanto ele vai impactar nas contas futuras.
Uma forma eficaz de se controlar os gastos com lazer é estipular um montante máximo mensal disponível. Faça as contas com seu namorado(a) ou esposo(a) e determine qual o percentual ideal do salário de ambos para destinar a passeios. Cuidado com o auto-boicote. Se no terceiro final de semana do mês o valor estipulado for atingido, o desafio é não gastar mais nada até a chegada do mês seguinte.
Posso listar diversas atividades gratuitas e divertidas, como reunião de amigos na sala de estar, rever fotos antigas, visitar a família (quem não tem uma avó ou tia que faz um bolo delicioso?), caminhar no parque e etc. Com um pouco de criatividade, esse “problema” pode ser facilmente resolvido.
Como ficam a sociedade e suas expectativas?
A pressão da sociedade para que tenhamos uma vida social ativa é muito grande. Devemos entender que nem todas as pessoas estão interessadas em ter uma vida financeira saudável[bb] e por isso jantam fora várias vezes por semana, organizam happy hours semanais ou convidam amigos para shows e baladas de valores abusivos.
Bem ou mal, devemos respeitá-las. Todos nós somos responsáveis pelos nossos atos e, conseqüentemente, pelo nosso sucesso. Elabore respostas-padrão, invente qualquer outra coisa, mas é essencial se policiar e manter a disciplina. Para ter um argumento mais interessante, somei o valor gasto por um casal em um típico fim de semana livre (valores para duas pessoas):
Sábado
  • 1 hora de boliche: R$ 36
  • Jantar com amigos: R$ 60
Domingo
  • Cinema: R$ 30
  • Pipoca mais refrigerante: R$ 15
  • Estacionamento: R$ 5
Total: R$ 146,00
Se deixássemos de fazer passeios similares pelo menos uma vez ao mês, em 12 meses o total economizado pode chegar a R$ 1.752,00. Um pacote turístico de 8 dias (7 noites) em Itacaré-BA, para 2 pessoas, gira em torno de R$ 1.600. Que tal?
A conclusão é que podemos sim fugir da rotina[bb], contanto que a escapada seja previamente calculada e planejada. A substituição de escolhas pode ser benéfica e sem grandes impactos. Cinemas fora de shoppings costumam ser mais baratos; peças de teatro são mais em conta aos domingos; passeios em alta temporada de inverno ou verão em cidades badaladas tem um custo maior do que fora da temporada. E por aí vai.
O ser humano tem a capacidade de se flexibilizar e devemos exercitar essa característica diariamente. Faça o teste. Ah, sim, você quer saber qual foi a nossa decisão para a comemoração do primeiro ano de casamento? Optamos por passar um fim de semana numa cidade menos badalada do interior de São Paulo, onde a hospedagem é mais em conta e é possível fazer trilhas gratuitas, curtir a natureza e tomar banho de cachoeiras. Boa pedida?
Mariana Prates é economista pela PUC-SP e pós-graduanda em Administração de Empresas pela FGV. Trabalha em precificação de Empréstimo em Folha e adora fazer planejamento financeiro para amigos e familiares.

Londres vai receber floresta sobre o rio Tâmisa

Londres vai receber floresta sobre o rio Tâmisa



Uma nova ponte e duas ilhas artificiais repletas de vegetação nativa poderão ser construídas em Londres até 2017, cruzando o rio Tâmisa, um dos mais conhecidos da Europa. Chamado de Garden Bridge, o projeto inclui áreas de convivência e deverá aumentar a qualidade de vida da população, reduzir os impactos urbanos no meio ambiente e se transformar numa nova alternativa turística e sustentável na capital inglesa.
Com 367 metros de uma margem a outra do rio, o Garden Bridge começará a ser construído em 2015 e será constituído por duas amplas plataformas de 30 metros de largura. As estruturas ficarão suspensas sobre dois pilares no centro do Tâmisa, e serão unidas por estreitas passarelas. O responsável pelo projeto da floresta urbana é o designer britânico Thomas Heatherwick, que criou a pira das Olimpíadas de 2012, celebradas na capital inglesa.

O projeto tem custo total de 150 milhões de libras (cerca de R$ 547 milhões), e o Ministério da Economia já entregou 30 milhões de libras para a verba total. Segundo a INFO, o restante dos investimentos deverá ser rateado pela companhia de transporte público da cidade, a Transport of London, e por um grupo de empresas da iniciativa privada, que tem grande interesse pela instalação da floresta urbana em meio ao Tâmisa.
Embora tenha sido influenciado por projetos de parques ecológicos em outras metrópoles – como Paris e Nova Iorque – o pontapé inicial para o Garden Bridge foi a ideia da atriz britânica Joanna Lumley, que imaginou um jardim sobre o rio e encorajou Heatherwick a realizar o projeto. “Será um lugar sem ruídos, no qual só se ouvirá o som dos pássaros e das abelhas, do vento entre as árvores", descreveu Joanna. "Também será um modo seguro e rápido de atravessar o Tâmisa nessa área. Haverá árvores, flores silvestres e plantas, um lugar único em Londres", completou a atriz veterana, de 67 anos.

O jardim será instalado no centro do Tâmisa, entre as pontes de Waterloo e Blackfriars, esta última, erguida no século XIX. Quando sair do papel, o projeto vai unir a estação de metrô de Temple com o bairro de South Bank, em que estão localizados diversos pontos de interesse, como o Teatro Nacional Britânico.
Redação CicloVivo

Meio Ambiente com diversas ações no Verão da Família no Farol

Meio Ambiente com diversas ações no Verão da Família no Farol

Por Thábata Ferreira
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente vai estar presente no Verão da Família 2014, com diversas ações na praia do Farol de São Tomé. No estande localizado à beira-mar, na Avenida Atlântica, ações de conscientização e promoção do resgate ao cuidado diário e da apreciação do ambiente serão apresentadas aos turistas, veranistas e moradores da praia campista. Entre as ações estão o Ecotur, o aquário e a distribuição de mudas de árvores nativas e frutíferas.

Numa parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Secretaria de Meio Ambiente, administração do Parque Estadual Lagoa do Açu e Projeto Sala Verde, do Instituto Federal Fluminense (IFF), o Projeto Ecotur, que leva os interessados a conhecer diversos pontos ecológicos do Farol, vai acontecer todos os domingos.

O Ecotur vai percorrer, através de um passeio de ônibus, pontos como o Parque Estadual do Açu, Manguezal do Carapeba e Restinga do Xexé. “Vamos retomar os projetos que fizeram sucesso no verão passado. O Ecotur foi um destes”, informou o secretário de Meio Ambiente, Zacarias Albuquerque. O agendamento para o Ecotur será no próprio estande da Prefeitura, a partir do dia 31 de dezembro.

A Secretaria de Meio Ambiente também vai fazer a distribuição de plantas nativas, como pata de vaca, Anda Açu e Ipês, além de árvores frutíferas, como mangueiras e acerolas. No Estande das Secretarias de Desenvolvimento Econômico e Turismo e de Meio Ambiente vai haver ainda, exposição de objetos em sucata eletrônica, um grande aquário com peixes nativos e ornamentais, além de soltura de tartarugas, em parceria com o Projeto Tamar.

Postado por: Secom - 26/12/2013 09:53:11

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Negócio da China

Negócio da China

Ph.D. em ecologia aquática garante que as carpas ajudam na despoluição do Lago Paranoá


Lilian Tahan Veja Brasília -

Joédson Alves

Fernando Starling integrou um dos mais ousados projetos de despoluição de lagos urbanos do mundo. Durante duas décadas, o Ph.D. em ecologia aquáticapesquisou espécies de peixes capazes de melhorar a qualidade das águas do Paranoá.

Descobriu ao longo de suas imersões que as tilápias (85% dos pescados do Paranoá) excretam muito fósforo pela urina no ambiente lacustre. Esse componente contribui para a proliferação das algas, agentes poluidores do lago. O levantamento de Starling foi fundamental para convencer as autoridades a liberar a pesca profissional com tarrafas, proibida entre 1966 e 1999.

Depois de entender o sistema das tilápias, o pesquisador se dedicou ao estudo do impacto de carpas prateadas, de origem chinesa, sobre as águas do Paranoá. Starling chegou à conclusão de que elas conseguem filtrar o sistema aquático. Essa espécie se alimenta das algas e não se reproduz facilmente. Portanto, não oferece o risco de virar uma praga.

Uma carpa de 30 quilos é capaz de purificar 90 mil litros de água por dia. Hoje, elas estão depositadas especialmente no braço do Riacho Fundo, a única área ainda poluída
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Itália cria manual de reforma sustentável para construções históricas



Arquitetos italianos criaram um novo protocolo de sustentabilidade para edifícios históricos. Chamado de GBC Historic, o manual será válido no mundo inteiro e vai definir as mudanças de preservação e restauração das obras pertencentes ao patrimônio cultural, levando em conta as adaptações em nome do meio ambiente. De acordo com especialistas, o novo manual deverá encontrar diversos desafios e despertar a consciência ambiental não só entre arquitetos e engenheiros, mas também na sociedade de modo geral.
O ponto de partida para a criação do novo protocolo foi observar a falta de normas atuantes para melhorar as características de sustentabilidade de um edifício histórico, permitindo a economia de energia e evitando danos na natureza, tanto nas reformas, como no uso rotineiro dos edifícios.
Os responsáveis pela regulamentação apontam que algumas das construções históricas já utilizavam a sustentabilidade como ferramenta. É o caso das construções em Veneza, em que, devido à falta de acesso à água potável, foi necessário desenvolver sistemas de aproveitamento das chuvas – como poços e caixas d’água, usadas para armazenar as águas pluviais. Além disso, as construções históricas da cidade aproveitam sistemas de ventilação e iluminação natural, eliminando os gastos com ar condicionado ao passo que a eficiência energética é priorizada.
Em entrevista exclusiva ao CicloVivo, Marco Mari, vice-presidente do GBC Itália, falou sobre a importância do novo protocolo. “Até hoje, não havia uma maneira eficiente para medir a sustentabilidade nas reformas em prédios históricos. É o GBC Historic que traz essa oportunidade”, avalia. “O novo protocolo cria uma carteira de identidade do edifício histórico, levando em conta os referenciais de sustentabilidade para preservar as construções que são testemunhas da civilização”, completa o italiano.
Como este tipo de construção está diretamente ligado ao turismo, a nova regulamentação deverá impactar os visitantes de museus, bibliotecas e outras atrações culturais ao redor do planeta. No entanto, Mari acredita que a incorporação do protocolo trará vários desafios. “O objetivo é levar conscientização ambiental à população. Mas a coisa não é tão simples no mundo todo, pois é preciso mudar paradigmas que se iniciaram na formação dos valores das pessoas. Assim, cada país precisará reavaliar suas raízes e sua cultura”, sugere o vice-presidente do GBC Itália.
Aplicada no mundo inteiro, a nova regulamentação também deverá atuar no Brasil, um dos primeiros países a incorporar iniciativas de preservação e restauração de seu patrimônio histórico, arquitetônico e cultural. “Olinda conta com 3.286 edifícios protegidos, o Rio possui 2.500 e Porto Alegre tem 3.000 edifícios tombados. De fato, existe uma cadeia de restauração no Brasil”, conclui Marco Mari.
Redação CicloVivo

Resíduos são usados para produzir biocombustível no Canadá



Restos de madeira, plásticos, tecidos antigos e resíduos não recicláveis vêm sendo utilizados na produção de biocombustíveis, no Canadá. Os responsáveis pela nova tecnologia são os cientistas da empresa Enerkem, que, além de colaborarem para a menor queima de recursos fósseis, também encontraram uma forma inteligente de aproveitar boa parte dos resíduos produzidos nas grandes cidades.
Nos laboratórios da empresa, a equipe descobriu que a nova tecnologia que utiliza os resíduos é mais viável que a produção de combustível convencional, gastando menos dinheiro e menos energia nos processos de elaboração. De acordo com o site Vida Más Verde, a produção já foi patenteada e não expõe a riscos de contaminação nem o meio ambiente, nem o pessoal envolvido nos processos.
Com o sucesso da transformação dos resíduos, a expectativa é que, nos próximos dois anos, três novas unidades de transformação sejam construídas – duas no Canadá e uma nos EUA, no estado do Mississipi. Segundo os representantes da empresa, cada fábrica tem capacidade para gerar mais de 10 milhões de galões de biocombustíveis todos os anos. Assim, com a produção seguindo a todo vapor, será possível suprir cerca de 10% da demanda de combustíveis nos EUA.
O biocombustível elaborado com resíduos tem a mesma eficiência dos convencionais, sem utilizar petróleo ao longo do processo. Vários materiais encontrados no lixo servem de recurso para a produção do insumo, exceto peças de metal, vidro e pedras. A Enerkem também está em busca de profissionais para atuarem em Québec e na cidade de Alberta.
Redação CicloViv

Reprodução Portal Prefeitura de Campos
Reprodução Portal Prefeitura de Campos

Onze dos 14 ônibus enviados pelo Ministério da Educação à Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes para que sejam utilizados no transporte escolar de alunos da educação básica da rede municipal, já estão em Campos. Os outros três chegarão nos próximos dias. As localidades a serem atendidas são as do interior do município, de difícil acesso. Os ônibus fazem parte do programa Caminho da Escola, criado em 2007, cujo objetivo é renovar a frota de veículos escolares, garantir segurança e a qualidade ao transporte estudantil. A parceria entre a Prefeitura de Campos e o Ministério da Educação foi garantida pela atuação do deputado Garotinho. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Suspensão das obras de Belo Monte dura apenas 2 dias
24 de Dezembro de 2013 • Atualizado às 15h24

Durou apenas dois dias o período de suspensão mais recente das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, determinado pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região, na terça-feira passada (17). A suspensão foi realizada devido ao não cumprimento da licença ambiental nas frentes de trabalho da Norte Energia, empresa responsável pelas obras da usina, e revogada após a alegação de que as regras estavam sendo cumpridas.
A situação não é novidade desde o início da construção da UHE Belo Monte: no final do último mês de outubro, as obras já haviam sido suspensas. Entretanto, a empresa apresentou recursos para dar continuidade à construção, que foram aceitos pelas autoridades responsáveis, mesmo com os impactos causados sobre a população local e o ecossistema amazônico.
Desta vez, a determinação só foi imposta depois de os fiscais do Ministério Público do Estado do Pará terem denunciado às autoridades responsáveis o não cumprimento das condições de licenciamento ambiental nas frentes de trabalho da Norte Energia. A partir daí, a equipe de fiscalização relatou ao Ministério do Meio Ambiente que as obras não poderiam ter continuidade.
O site VeoVerde informou que, sob os efeitos da proibição, as obras da UHE Belo Monte não poderiam receber recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Norte Energia receberia uma multa de R$ 512 a cada dia em que avançassem os trabalhos de construção da usina.
Com esta determinação, somam-se mais de 20 denúncias apresentadas pelo Ministério Público solicitando a paralisação das obras de Belo Monte por diversas irregularidades, sem falar de outros processos judiciais ainda pendentes. Além de causar revolta em boa parte da população brasileira, a construção da usina desperta incômodo em diversos ativistas fora do país.
Redação CicloVivo

Gelo no Ártico aumentou 50% em relação a 2012

Gelo no Ártico aumentou 50% em relação a 2012



Durante a temporada de outono no hemisfério norte, um satélite da Agência Espacial Europeia (ESA) monitorou o Oceano Ártico e detectou um aumento de 50% no volume de gelo marinho em relação ao ano passado. Chamado de Cryosat, o equipamento verificou que o mar de gelo do Ártico media cerca de 9.000 quilômetros cúbicos nos últimos meses de outono, contra os 6.000 quilômetros cúbicos registrados ano passado.
Embora a observação tenha revelado bons resultados em comparação ao ano anterior, a ESA destacou que os dados não indicam uma inversão da tendência do aquecimento global. Mesmo assim, o cenário é bem mais positivo do que na medição anterior, quando, devido a um degelo recorde, o gelo do Ártico registrou sua menor extensão desde quando tiveram início as observações.
Entre 1980 a 1989, o gelo marinho no Ártico nestes mesmos meses chegava a medir 20.000 quilômetros cúbicos. Naquela época, começavam a ganhar força os primeiros movimentos em nome do desenvolvimento sustentável, em meio à globalização excessiva e ao intenso processo de industrialização, sobretudo nos países em desenvolvimento.
De acordo com a INFO, o satélite CryoSat foi lançado em 2010 pela ESA, com o objetivo de obter informações sobre o gelo marinho no Oceano Ártico – como extensão, espessura e outras propriedades relacionadas a estas formações glaciares. A Agência Espacial Europeia vem desenvolvendo diversas importantes pesquisas na área de meio ambiente: recentemente, os cientistas da ESA descobriram que o terremoto que deu origem ao tsunami causador do acidente nuclear de Fukushima alterou a gravidade da Terra.  
Projeto de Lei que proíbe testes em animais é aprovado em SP



A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) aprovou o Projeto de Lei 777/2013, que restringe o uso de animais em testes laboratoriais para fins cosméticos e de higiene pessoal. Caso a lei entre em vigor, São Paulo será o primeiro estado das Américas a deixar de utilizar os animais para a execução destes testes, um grande avanço, visto o grande engajamento da sociedade contra estas práticas.
O projeto foi apresentado pelo deputado Feliciano Filho (PEN51-SP), e tem 15 dias para ser sancionado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP). De acordo com o documento, fica proibido testar sabonetes, shampoos, cremes e outros produtos de higiene e cosméticos nos animais, estabelecendo medidas punitivas aos profissionais e instituições  que ignorarem a regulamentação.
“O objetivo desta lei é valorizar a saúde humana e animal de forma ética, buscando alternativas eficazes para tratar de problemas reais, substituindo a utilização de animais na experimentação, e testes para cosméticos, por métodos alternativos comprovadamente eficazes e éticos”, afirma o texto do projeto, disponível para download aqui.
George Guimarães, membro da comissão antivivisseccionista da ALESP e presidente da ONG Veddas, diz que a aprovação do projeto traz uma visão otimista para a luta pela defesa dos direitos dos animais, mas é preciso analisar o tempo que estas mudanças levarão até se tornarem efetivas. “A abolição da experimentação animal para todas as finalidades é apenas uma questão de tempo. A única dúvida é a velocidade com que isso acontecerá. A aprovação célere desse PL na ALESP atesta que a tomada de consciência da população sobre o tema já impacta todas as esferas da sociedade", finaliza o ativista.
Redação CicloVivo