quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Clarissa: “Em 2016, o PR só precisa escolher o candidato certo”

Foto/Folha da Manhã
Eleita deputada federal com 335.061 voto, segunda maior votação no estado do Rio, sendo superada apenas pelo deputado Jair Bolsonaro (PP), Clarissa Garotinho (PR) já se prepara para assumir o seu novo desafio, dessa vez em uma Casa com mais de 500 deputados e conhecida por ser uma “selva política” com “animais” bem perigosos. A deputada conversou com o blog sobre sua luta contra a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara Federal, ocupação de espaços na Alerj, desempenho do grupo em Campos, o “lado humano” do pai e eleições de 2016. Confira:
Blog -  Em recente entrevista você citou a série “House of Cards” e se referiu ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) como o “Frank Underwood da política brasileira”. Na série, o personagem do Kevin Spacey pisou nos adversários alcançou o seu objetivo. E o deputado Eduardo Cunha, vai conquistar a presidência da Câmara dos Deputados?
Clarissa  - Comparei o Eduardo Cunha ao personagem da série americana pelos métodos que utiliza. Nem sempre os fins justificam os meios, mas não é assim que pensa Frank Underwood. A série ainde não terminou para o personagem cantar vitória. Pelo contrário, a terceira temporada estreia em breve. Espero que Cunha não vença. Estou trabalhando pra isso. O Brasil não aguenta mais a política da chantagem. Mas, se acontecer, não será com o meu voto. Espero que a Câmara seja presidida com independência e harmonia com o Governo, no conceito que foi criado com a repartição de poderes.
Blog - Logo após a eleição você tentou organizar um bloco de oposição na Alerj. A ideia era enfrentar a candidatura do PMDB. O que deu errado? Como você viu a aliança pragmática do PR com o deputado Jorge Picciani (PMDB), que deve voltar a comandar a Casa?
Clarissa –  O mais correto era que as forças de oposição se unissem e lançassem uma candidatura própria à presidência da Casa. Foi o que defendi. Mas isso não foi possível porque o PSOL não quis. Então não tivemos o número mínimo para registrar a chapa. Formamos um Bloco com PRB e PCdoB e chegamos ao número de 12 deputados. O que fazer com esse número expressivo? Declarar voto contra os dois candidatos do PMDB que pleiteavam a presidência ou ocupar os espaços a que regimentalmente temos direito? O PR não fez nenhuma aliança com o PMDB, muito menos com o Governo do Estado. O PR vai ocupar a primeira secretaria da Alerj e Comissões importantes. Esses espaços políticos expressam a vontade da população, que fez do PR a segunda maior bancada da casa. E serão fundamentais para o fortalecimento da oposição.
Blog -  No início de 2012, em entrevista à Folha, você afirmou que “a oposição em Campos não faz nem cosquinha”. Agora, três anos depois, diante da votação do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) na cidade, e do desempenho do deputado Anthony Garotinho (PR), você continua com a mesma opinião? A oposição pode fazer “cosquinha” em 2016 ou a candidatura apoiada pela máquina entra com grande vantagem?
Clarissa - Garotinho venceu as eleições em Campos. A população da nossa cidade me deu a honra e a responsabilidade de ter sido a deputada federal mais votada do nosso município, com 47 mil votos. Reelegemos o deputado federal Paulo Feijó. Elegemos dois deputados estaduais do nosso grupo político: Pudim e Bruno Dauaire. Vencemos as eleições em Campos porque a população reconhece o grande governo que a Rosinha está fazendo, apesar das dificuldades econômicas do país e da crise do petróleo. Em 2016, o PR só precisa escolher o candidato certo: que o una o partido e dialogue com a sociedade.
Blog - Se em Campos o PR vai tentar manter a hegemonia, após dois mandatos da prefeita Rosinha, no Rio de Janeiro o partido luta para quebrar a sequência de vitórias do PMDB. Existe a possibilidade de diálogo com nomes como Romário (PSB) e Marcelo Freixo (PSOL)? E você, toparia entrar nessa “briga” pela Prefeitura?
Clarissa - Por enquanto estou concentrada em assumir o mandato de deputada federal, o que já é um grande desafio, principalmente neste momento em que o Brasil é afetado pela crise econômica e que o Congresso pode viver uma das maiores crises institucionais da sua história, com vários parlamentares citados na operação Lava-Jato. O povo brasileiro espera uma nova postura dos deputados eleitos e eu quero fazer parte deste time que acredita no Brasil. O restante vou refletir no momento oportuno.
Blog - Após a derrota do deputado federal Anthony Garotinho (PR) na disputa pelo governo estadual, ficando fora do segundo turno, você afirmou que “era a oportunidade dele de desfazer um personagem que criaram e que não era ele”. Quem é o verdadeiro Garotinho? Ele também não ajudou a criar esse “personagem”?
Clarissa - O Garotinho é um homem que cresceu na vida pelos seus ideais e esforço pessoal. Que sendo um humilde radialista virou prefeito de sua cidade e conquistou o Estado sendo o governador mais jovem da nossa história e elegendo sua esposa como sucessora. Garotinho fez uma belíssima candidatura à presidência da República, surpreendendo até analistas políticos. Foi o deputado mais votado do Rio de Janeiro e teve atuação destacada em Brasília. Não se deslumbrou com o poder. Não é patrimonialista. Continua sendo uma pessoa simples e acessível. Garotinho é corajoso e destemido, enfrentou – como poucos – grupos econômicos e midiáticos muito poderosos. E sofreu as consequências. Teve sua imagem distorcida e não teve espaço para se defender. Agora, sofreu um revés eleitoral. Muitos outros políticos na história também passaram por isso. José Serra quase venceu a eleição para presidente da República. Dois anos depois, perdeu para prefeito de São Paulo. Hoje, é senador.
Blog -  Quais serão as suas principais bandeiras em Brasília? Já conta com projetos para serem apresentados logo no início do mandato?
Clarissa -  Já tenho alguns projetos para serem apresentados, mas prefiro falar sobre eles depois que assumir o mandato. Acho que o Brasil tem que ter algumas prioridades: Reforma Política, Educação e Infra-estrutura.

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