segunda-feira, 16 de julho de 2012

O islamista Mohammed Mursi toma posse no Egito

Presidente acena às Forças Armadas, mas diz que só teme a Deus






Um homem assiste à posse de Mursi pela televisão num bar de Cairo Foto: REUTERS/Asmaa Waguih





Um homem assiste à posse de Mursi pela televisão num bar de CairoREUTERS/ASMAA WAGUIH
CAIRO - O islamista Mohammed Mursi tomou posse neste sábado, no Supremo Tribunal Constitucional, no Cairo, com a difícil tarefa de consolidar a revolução que começou na Praça Tahrir e depôs o ditador Hosni Mubarak, mas sob o olhar atento dos militares. Mursi é o primeiro presidente eleito por via democráticas no Egito e se torna o quinto presidente do país desde a derrubada da monarquia, há 60 anos.
Mursi, que venceu as eleições com quase 52% dos votos, renunciou a sua militância na Irmandade Muçulmana, grupo islâmico de origem do partido que o elegeu, após o anúncio de seu triunfo.
Com o Parlamento dissolvido e o Legislativo nas mãos dos militares, o novo presidente prestou o juramento diante da Corte Suprema Constitucional. Por ironia, o lugar onde aconteceu a cerimônia de posse fica ao lado do hospital militar em que Mubarak, deposto em fevereiro do ano passado e condenado à prisão perpétua, está internado há cerca de duas semanas.
Em um discurso otimista, em que procurou se equilibrar entre as forças em jogo, Mursi prometeu justiça social e dignidade e jurou defender a Constituição.



- Vou cuidar dos interesses do povo e proteger a independência da nação ea segurança do seu território - afirmou.

O novo presidente pareceu desafiar o Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF) ao dizer que "nenhuma instituição estará acima do povo", mas ressaltou em outro ponto do discurso que os militares são "a espada da nação" e se comprometeu a salvaguardar a instituição:



- Eu não temo ninguém, só a Deus - disse, em outro momento.

O modo como o islamista vai tratar as relações exteriores do Egito também foi abordada no discurso. Mursi prometeu melhorar a ligação com os países vizinhos na África e no Oriente Médio. Num aceno a Israel, com o qual o Egito tem um acordo de paz, Mursi prometeu respeitar os tratados internacionais. Mas também defendeu "o direito legítimo do povo palestino".
Na véspera, Mursi fez uma espécie de juramento simbólico diante da multidão na Praça Tahrir, durante o qual também prometeu lutar pela liberdade de Omar Abdel Rahman, o clérigo egípcio atualmente cumprindo prisão perpétua nos Estados Unidos pelo planejamento do ataque de 1993 ao World Trade Center. A Praça Tahrir foi o berço da revolta do ano passado, que acabou com a queda de Mubarak.

*Fonte: www.oglobo.com




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