segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mancha de Lixo no Pacífico coloca em risco a saúde do planeta

Escrito por Redação do Numa

Sex, 23 de Julho de 2010 12:28

A Grande Mancha de Lixo do Oceano Pacífico erroneamente conhecida como “ilha de lixo”, trata-se de uma “galáxia” de entulho, pois possui uma população de bilhões de pequenas ilhas de lixo, que tanto podem estar escondidas abaixo da superfície como espalhadas por muitas milhas. O principal perigo quanto ao crescimento da mancha de lixo é devido ao plástico existente não ser biodegradável. Os micróbios que decompõem as substâncias não reconhecem este material como alimento, deixando-o flutuar no oceano. A luz do sol termina por “fotodecompor” as ligações químicas nos polímeros plásticos, reduzindo-os a pedaços menores. Como consequência, o plástico torna-se microscópico e pode ser engolido por minúsculos organismos marinhos, passando a integrar a cadeia alimentar.

De acordo com estimativas das Nações Unidas, aproximadamente 80% do entulho na Grande Mancha de Lixo do Oceano Pacífico vem da costa. O lixo é constituído de sacos plásticos, garrafas e vários outros produtos consumíveis. As redes de pesca flutuando perdidas no mar somam outros 10% de todo o lixo marinho. O restante é proveniente de barcos de recreio, plataformas petrolíferas marítimas e navios de carga, que jogam no mar cerca de 10 mil contêineres de aço ao mar cada ano, com materiais como caneleiras esportivas, monitores de computadores, grânulos de resina plástica e polvos de lego. Para Holly Barnford, diretora do Programa de Entulho Marinho da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA - NOAA o lixo marinho, coloca em risco a saúde ambiental, principalmente por causa das redes de pesca plásticas abandonadas, pois elas enredam gaivotas, tartarugas marinhas e outros animais, causando morte por afogamento. O fenômeno é conhecido por “pesca fantasma”. De todos os animais marinhos, a tartaruga-marinha é a mais suscetível, por que além de ficarem presas nas redes, engolem sacos plásticos, confundindo-os com as medusas, seu principal alimento.
O albatroz é outro animal marinho que tem sido prejudicado pelo entulho plástico. Ele deixa suas crias em terra para sobrevoar o oceano a procura de alimentos, como ovos de peixe ricos em proteínas. Os ovos ficam boiando na superfície e assemelham-se a grânulos de resina plástica. Isto confunde a ave, que passa a apanhar os grânulos e alimentar seus filhotes com o plástico, o que ocasiona a morte dos animais por fome ou ruptura de órgãos.
Segundo Barnford, ainda não se sabe o tamanho exato da mancha de lixo, apesar de alguns declararem que a extensão é equivalente ao Texas. A Terra tem cinco ou seis principais giros oceânicos - grandes espirais de água do mar formadas por correntes de colisão - mas uma das maiores é o Giro Subtropical do Pacífico Norte, que ocupa a maior parte do espaço entre o Japão e a Califórnia. Na parte superior deste giro, situado a centenas de milhas do Havaí, ocorre o encontro da água quente do Pacífico Sul com a água fria do norte. É neste local, conhecido como Zona de Convergência Subtropical do Pacífico Norte, onde se acumulam os detritos.
Cientistas buscam a solução

O descobridor da Grande Mancha de Lixo do Pacífico, o capitão Charles Moore, afirma que a tentativa para limpar o oceano levaria qualquer país à falência e mataria a fauna e flora marinha nas redes, enquanto a limpeza fosse feita. A NOAA e uma equipe de pesquisa internacional sobrevoa a mancha de lixo desde 8 de junho deste ano e ficará no local até agosto com o objetivo de recolher uma parte do entulho. A equipe do projeto Kaisei espera coletar plástico para convertê-lo em combustível diesel. Barnford explica que a reciclagem de plástico e utilização de materiais biodegradáveis é a melhor opção para o controle da mancha de lixo”.
Outras alternativas tem surgido para tentar resolver o problema, como a invenção de Daniel Burd, estudante de 16 anos, que apresentou na Feira de Ciência Canadense, em Waterloo, Ontário, a experiência com microorganismos que conseguem decompor plástico rapidamente. Burd imergiu plástico triturado dentro de uma solução de fermento que estimula o crescimento microbiano. Em seguida, isolou os organismos mais produtivos, selecionou cepas mais eficazes e cruzou-as. Após as fases de refinamento e otimização de temperaturas, ele conseguiu a degradação de 43% do plástico em um período de seis semanas.
Segundo dados da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, entidade que representa institucionalmente a cadeia produtiva do setor, no Brasil cerca de 2,2 milhões de toneladas de plástico pós-consumo se acumulam anualmente. Os pesquisadores brasileiros também tem se empenhado em buscar soluções para diminuir o impacto ambiental do plástico descartado. Cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro- Coppe/UFRJ desenvolveram a técnica de reciclagem desse material.
Os testes comprovaram ser possível criar resinas plásticas produzidas a partir do reaproveitamento de até 40% de material plástico utilizado. O método utilizado foi a reciclagem com produção in situ, que possibilita a incorporação de plásticos usados aos “virgens” no ambiente de reação química.

Fonte: Site Luz & Terra
Fotos: Revista Planeta / Blog: Até Debaixo D´água

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