quinta-feira, 26 de março de 2020


AVANÇO RÁPIDO DO CORONA .

Do UOL, em São Paulo
26/03/2020 10h28

Um grupo de cientistas formado por pesquisadores de três das principais universidades brasileiras veio a público para demonstrar sua preocupação com a velocidade de propagação da covid-19 no País, principalmente em algumas capitais. Segundo eles, a epidemia avança "muito mais rápido" do que previsto em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
"Essas três cidades atuariam como eixos de disseminação da infecção para outras partes do País", diz a nota técnica, assinada por profissionais da UFRJ (Universidade Federal do Rio Janeiro), USP (Universidade de São Paulo) e Universidade de Brasília (UnB). Os dados de infectados e mortes vêm superando as previsões que os cientistas fizeram há cerca de 20 dias.
Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira, o número de casos confirmados da covid-19 já chega a 2.433, enquanto o país contabiliza 57 mortes causadas pelo coronavírus. A maioria dos casos segue sendo no estado de São Paulo, que registrou 48 dos 57 mortos.
No entanto, de acordo com os pesquisadores, Brasília tem expectativa de ultrapassar a capital paulista em número de casos já nas próximas semanas. Isso se deve ao fato de a cidade apresentar um risco de infecção maior, levando em consideração o tamanho da população que pode ser infectada.
Os cientistas defendem que o País siga adotando medidas de supressão da transmissão, baseadas no isolamento social. Segundo o grupo, apenas a mitigação, que tenta isolar casos suspeitos, não será suficiente para evitar o aumento exponencial da epidemia nas próximas semanas.
Principais sintomas da covid-19

Governo define lotéricas e igrejas como atividades essenciais

 
Apostadores fazem fila em casa lotérica. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Apostadores fazem fila em casa lotérica. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente Jair Bolsonaro definiu outras atividades e serviços essenciais que devem funcionar durante a emergência de saúde pública decorrente do novo coronavírus, mesmo com a adoção de medidas de isolamento e de quarentena pelas autoridades. Entre eles estão as unidades lotéricas e as atividades religiosas de qualquer natureza.
Decreto nº 10.292/2020 com a ampliação da lista foi publicado nesta quinta-feira (26) no Diário Oficial da União. A primeira lista foi definida pelo Decreto nº 10.282/2020, na semana passada. Pelo texto são serviços e atividades essenciais aqueles indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade, assim considerados aqueles que, se não atendidos, colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Além de lotéricas e igrejas, o governo incluiu nessa categoria a fiscalização do trabalho, atividades de pesquisa relacionadas com a pandemia de Covid-19 e as atividades jurídicas exercidas pelas advocacias públicas, relacionadas à prestação regular e tempestiva dos serviços públicos. O Brasil já registrou 57 mortes e 2.433 casos da doença provocada pelo novo coronavírus.
Em publicação no Twitter, Bolsonaro destacou que, no Brasil, existem 12.956 casas lotéricas e 2.463 se encontram fechadas por decretos estaduais ou municipais. “Para que possam funcionar em sua plenitude, atualizei, nessa data, o Decreto 10.282”, escreveu.

* Fonte: Agência Brasil


Doria paga R$ 55 a 700 mil alunos de baixa renda com aulas suspensas

Quantia será paga mensalmente enquanto aulas da rede estadual estiverem interrompidas. Segundo o governo, serão R$ 40,5 milhões por mês

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Doria anuncia medidas para ajudar alunos que estão com aulas suspensas

Doria anuncia medidas para ajudar alunos que estão com aulas suspensas

Francisco Cepeda/Estadão Conteúdo – 23.03.2020
O governador de São Paulo, João Doria, afirmou no início da tarde desta quarta-feira (25), que o programa Merenda em Casa vai atender 700 mil estudantes mais vulneráveis matriculados na rede pública com R$ 55 por mês às famílias. Os repasses serão realizados enquanto as aulas estiverem suspensas no estado.
A medida faz parte de uma série adotada pelo governo do estado para conter o avanço do novo coronavírus e terá início, segundo Doria, no dia 1º de abril. O governo pagará R$ 55 por mês as famílias de 700 mil alunos. Segundo ele, o valor do investimento é de R$ 40,5 milhões por mês e deverá chegar a mais de 20% dos 3,5 milhões de alunos da rede.
A medida, de caráter emergencial, ocorre em virtude da suspensão das aulas em todas as 5,4 mil escolas da rede estadual de São Paulo desde segunda-feira (23), como forma de conter a propagação do novo coronavírus.
"A medida vai perdurar enquanto as aulas estiverem suspensas. É uma medida protetiva, de atenção às famílias e às crianças mais vulneráveis do nosso Estado. O valor é suficiente para comprar uma cesta básica", afirmou Doria.
Segundo o governo, serão atendidos os estudantes cujas famílias recebem o Bolsa Família, bem como aqueles que vivem em condição de extrema pobreza, de acordo com o Cadastro Único do Governo Federal.
"Além de um direito, a merenda escolar é uma garantia de capacidade para o pleno desenvolvimento dos estudantes”, disse Rossieli Soares, secretário da Educação.
Para identificar os alunos, o governo afirmou que haverá um cruzamento de dados entre as bases da Secretaria de Estado da Educação e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. Desta forma, as duas Secretarias poderão identificar alunos em extrema pobreza inseridos no Cadastro Único, sejam eles beneficiários do Bolsa Família ou não. 
O valor será repassado pela Secretaria da Educação para a Secretaria de Desenvolvimento Social, que fará o repasse às famílias. "Esta ação vai evitar, por exemplo, que um aluno que ainda não tenha CPF e seu responsável indicado na matrícula na rede estadual não esteja inserido no Cadastro Único deixe de ser beneficiado”, explicou Soares.
Com o pagamento do auxílio, o Governo de São Paulo quer garantir que os alunos mais vulneráveis, que se alimentam diariamente das refeições servidas nas escolas, não fiquem desassistidos.
A Secretaria de Estado da Educação, em parceria com a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), estuda uma alternativa de aproveitar os alimentos perecíveis destinados para a merenda que estão estocados nas escolas.
São milhares de pais e estudantes.Fiquem atentos a essa situação.

Mesmo sem aulas por coronavírus, cobrança de mensalidade escolar pode continuar, diz Senacom

Por ANA CLARA VELOSO
 | Atualizado: 
O pagamento de transporte escolar durante período sem aulas gera discordância entre órgãos de defesa do consumidor
governo estadual do Rio suspendeu as atividades em escolas públicas e particulares por 90 dias para tentar frear o avanço do coronavírus na região. Para muitas pessoas, porém, ficou a dúvida: a cobrança de mensalidades na rede privada neste período é devida? Segundo a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), sim, já que se trata de um parcelamento definido em contrato, de modo a viabilizar uma prestação de serviço anual. Parar o pagamento, portanto, poderia ser tratado como quebra de contrato, sujeitando os responsáveis ao cancelamento da prestação do serviço em momento posterior e a até multas previstas.
A recomendação vale para todos os níveis de ensino escolar: infantil, fundamental, médio e superior.
Se as aulas serão ministradas em outro momento, o consumidor não tem sequer direito a abatimento na mensalidade, afirma a Senacon. Há ainda escolas que planejam utilizar o método de ensino pela internet para manter o contato com os alunos neste período de distanciamento social ou contabilizar a carga horária mínima exigida das escolas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
FONTE EXTRA/GLOBO