terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Estado de emergência econômica em Campos

Pacote de medidas visa reduzir ainda mais os efeitos da crise no município

Da Redação

A prefeita de Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho, assinou decreto na última sexta-feira (que será publicado no Diário Oficial desta segunda-feira, dia 25), que coloca o município em Estado de Emergência Econômica e dá outras providências.

Em suas justificativas, Rosinha ressalta que a crise econômica nacional já gera previsão de um déficit de aproximadamente R4 30,5 bilhões no Orçamento da União encaminhado ao Congresso Nacional, “o que significa prenúncio de redução nas transferências federais aos municípios”.

A prefeita aponta também, que durante a semana passada, o barril de petróleo chegou a ser cotado abaixo de 30 dólares, com uma perda de 76% em relação aos valores médios de 2014. Outro fator citado por ela são as perdas de 45% nas receitas dos royalties e participações especiais de Campos. “Isso além de quedas superiores a 30% no ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] transferido pelo Estado e nas receitas municipais de ISS [Imposto Sobre Serviços] e ITBI [Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis]”, acrescenta Rosinha Garotinho.

O Decreto tem validade de 120 dias, podendo ser renovado pelo mesmo período, caso haja necessidade. O ato institui o Gabinete de Emergência, composto pelas secretarias Municipal de Fazenda, Controle Orçamentário, Gestão de Pessoas e Procuradoria Geral do Município.

No ato, Rosinha determina o imediato contingenciamento de 30% dos valores das despesas previstas no Orçamento de 2016; a suspensão a partir de 1º de março de todos os contratos de bens, serviços de caráter continuado, custeio variado e convênios que possam gerar mais gastos ao erário municipal.

A publicação dá amplos poderes ao Gabinete de Emergência Econômica para rescindir contratos de aluguéis, exceto aos de imóveis onde funcionem escolas e creches, para reduções já feitas em contratos no ano passado e extinguir outros.

Em outro trecho, o Decreto determina que a secretaria de Gestão de Pessoas e Contratos tome providências, para que os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, quanto a gastos com a folha de pagamento, não seja ultrapassado.

Rosinha: "Meu compromisso é com Campos"

Mesmo impossibilitada de falar (ela tira nova licença médica, por 14 dias, a partir desta segunda, para uma cirurgia no maxilar), Rosinha Garotinho concedeu entrevista a O Diário, respondendo por escrito as perguntas enviadas pelo jornal, sobre o Decreto que ela assinou na última sexta-feira.
O DIÁRIO – O que levou a senhora a decretar Estado de Emergência Econômica no município a partir de segunda-feira?
ROSINHA GAROTINHO –
 No final de 2014 o Brasil já dava sinais de uma grave crise econômica e financeira. Naquela ocasião, o barril de petróleo ainda custava 80 dólares, mas havia previsão de queda, como estamos verificando neste momento. Tomei medidas duras, porém necessárias. Agora, diante do barril de petróleo cotado abaixo de 30 dólares e do desmoronamento das receitas estaduais e da economia do país, precisamos ajustar ainda mais Campos à realidade.

OD – Como trabalhará esse Gabinete de Emergência que a senhora acaba de criar?
RG –
 Mais uma vez estamos nos antecipando aos fatos. Por isso, Campos é uma das poucas cidades brasileiras que no ano passado conseguiu pagar salários em dia e o 13º antes do Natal. O governo do Estado demorou a entender a crise e entrou em colapso – salários atrasados, hospitais fechados e uma infinidade de problemas.
 
OD – Mas já não foram feitos muitos cortes?
RG –
 Sim. Só que a realidade brasileira está se agravando e o preço do barril de petróleo atingiu a um valor inimaginável. Por isso, sou forçada a adotar novas medidas para garantir salários em dia e os compromissos essenciais da prefeitura, como saúde e educação funcionando bem.

OD – Em Cabo Frio os salários dos servidores municipais estão com atrasos de dois meses e há funcionários acampados na prefeitura. A coleta de lixo na cidade ficou irregular. Campos corre esse risco?
RG –
 De forma alguma. Meu compromisso é com o município de Campos. Não fico fazendo demagogia como alguns que acham que dinheiro nasce em árvore. Apesar da crise econômica, vou deixar para o próximo prefeito uma prefeitura organizada e saneada dentro na nova realidade do país.
 
OD – Em seu decreto de emergência econômica a senhora institui um Gabinete de Emergência. O que ele fará?
RG –
 O gabinete tem que rever tudo – todos os contratos, todos os convênios e adaptar de acordo com a nova realidade de Campos. Houve uma época (e prefiro no citar nomes, porque a população já sabe do que estou falando) em que a prefeitura de Campos saiu comprando e alugando imóveis como se fosse uma imobiliária. Teve até prefeito condenado por causa dessa prática. Nós entendemos que é preciso radicalizar ao máximo na economia. Prédio onde funcione uma secretaria, por exemplo, terá contrato rescindido. Funcionará em local próprio, nem que seja junto a outro órgão. Vamos implantar sistemas ainda mais rígidos de controles nos gastos com energia elétrica, água, telefone e outras despesas.
 
OD – Algumas obras iniciadas poderão ser suspensas?
RG –
 Vamos analisar tudo com o Gabinete de Emergência, mas o razoável é terminar o que está começado e não iniciar nada nesse período. O importante é que algumas obras fiquem prontas, nem que levem mais tempo.

ÍNTEGRA DO DECRETO Nº 01/2016

A PREFEITA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES, Estado do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições legais, nos termos do artigo 78, inciso IX, da Lei Orgânica do Município de Campos dos Goytacazes; 
CONSIDERANDO a consolidação da crise econômica nacional no ano de 2015, resultando na retração do Produto Interno Bruto (PIB) em proporção superior a 3%, sendo projetada para o ano de 2016 nova retração do PIB, ante as estimativas técnicas de alongamento da crise;
CONSIDERANDO o corte de aproximadamente R$ 26 bilhões na proposta de Orçamento da União de 2016, que foi encaminhado ao Congresso já com um déficit de aproximadamente R$ 30,5 bilhões, o que vem a indicar em redução das transferências constitucionais aos Municípios da federação;
CONSIDERANDO que o barril do petróleo, nesta semana, foi cotado em valor inferior à US$ 28,00 (vinte e oito dólares), restando acumulada uma perda em torno de 76% em relação aos valores cotados em meados do ano 2014, que registravam cotação média de US$ 110,00 (cento e dez dólares);
CONSIDERANDO que restaram consignadas, no ano de 2015, significativas perdas de receitas em desfavor do Município na proporção de 54% (cinquenta e quatro por cento) referente às receitas provenientes de Royalties e Participação Especial, que representavam metade da receita corrente do Município;
 CONSIDERANDO que em razão da desaceleração econômica, com significativa retração em investimentos por parte do Poder Público Municipal e consumos de bens e serviços por parte da população, foram constatadas perdas na arrecadação do Imposto Sobre Serviço (ISS), Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e outros tributos, superiores à 20%;
CONSIDERANDO que, segundo levantamento do jornal Folha de São Paulo do dia 04/01/2016, decorrente da atual crise econômica, o Município de Campos dos Goytacazes, foi a terceira cidade que mais perdeu receita no país, no ano de 2015, descendo dezenas de posições no ranking geral dos orçamentos dos Municípios, para o ano de 2016.
 CONSIDERANDO que, em que pese o Poder Executivo Municipal ter tomado diversas medidas de redução de despesa no fim do ano de 2014 e ao longo do ano de 2015 e tendo em vista os indicadores técnicos de prolongamento e aprofundamento da crise econômica;
CONSIDERANDO as recomendações do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, no sentido que os Municípios adotem medidas para a observância dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, ante ao constatado aumento de despesa com pessoal e queda da receita corrente líquida;
CONSIDERANDO que a presente crise econômica nacional e a crise do mercado internacional do petróleo tem o potencial de inviabilizar a prestação de serviços públicos essenciais à população;
CONSIDERANDO que compete ao Chefe do Poder Executivo tomar as medidas necessárias visando o equilíbrio das contas públicas e fiel cumprimento das diretrizes da Lei de Responsabilidade Fiscal, com estrita observância à supremacia do interesse público;
DECRETA:
Art. 1º - Fica decretado o Estado de Emergência Econômica no âmbito da Administração Pública Municipal de Campos dos Goytacazes/RJ, pelo prazo de 120 (cento vinte) dias, podendo ser prorrogado por igual período, caso a situação econômica atual se mantenha inalterada.
Art. 2º - Ficam rescindidos todos os contratos de locação de bens imóveis firmados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Municipal Direta e Indireta, a partir do dia 01.03.2016.
§ 1º - Ficam excepcionalizados da medida contida no caput deste artigo os contratos de locação para funcionamento de creches e escolas, postos de saúde e serviços de assistência social, bem como os contratos de locação decorrentes de convênios celebrados com o governo Federal e Estadual.
§ 2º - O gestor de cada pasta deverá tomar as providências necessárias ao fiel cumprimento do disposto no caput deste artigo, sob pena de arcar com as despesas não autorizadas.
Art. 3º - Ficam suspensos, pelo prazo de 120 dias, prorrogáveis nos termos do caput do art. 1º deste decreto, todos os contratos de bens, serviços de caráter continuado, custeio variado e convênios onerosos ao erário municipal, a partir do dia 01/03/2016.
Parágrafo único – Os contratos de bens, serviços de caráter continuado, custeio variado e convênios onerosos ao erário municipal de todos os órgãos e entidades da Administração Pública Municipal, deverão, até o fim do prazo estipulado no caput deste artigo, estar com suas devidas adequações ou extintos, conforme for o caso.
Art. 4º - Fica instituído o Gabinete de Emergência que será composto  pelos titulares das pastas da Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas e Contratos, da Secretaria Municipal de Fazenda, da Secretaria Municipal de Controle Orçamentário e Auditoria, da Coordenadoria de Planejamento e da Procuradoria-Geral do Município, com poderes para determinar diretrizes visando ajustes necessários para a consecução da determinação contida na parte final do parágrafo único do artigo 3º deste Decreto.
Parágrafo único – Eventuais valores em aberto decorrentes dos contratos firmados pela Administração Pública serão objetos de avaliação visando a realização de pactuação para adimplemento das obrigações.
Art. 5º - A abertura de novos procedimentos que importe em dispêndios de recursos públicos fica condicionada à deliberação do Gabinete de Emergência.
Art. 6º - Fica instituída a Comissão de Revisão de Investimentos, para reavaliação de obras, e obras de reformas do Município, com a finalidade de readequar os contratos à nova realidade econômica, sendo formada por representantes da Secretaria Municipal de Obras e Mobilidade Urbana e dos órgãos que compõe o Gabienete de Emergência.
Art. 7º – Ficam ratificados todos os atos praticados decorrente dos Decretos publicados pelo Poder Executivo no ano de 2015, concernentes as medidas de supressão de contratos e convênios, vedação de realização de horas extras e demais medidas.
Art. 8º – Fica determinado o contingenciamento, na forma de limitação de empenho, de movimentação financeira e outras medidas necessárias, equivalente a 30% (trinta por cento) dos valores das despesas previstas na Lei Orçamentária Anual para o exercício de 2016, salvo aquelas de caráter obrigatório e as vinculadas à aplicação específica por determinação constitucional.
Art. 9º - Ficam suspensas todas as disponibilidades e cessões de servidores da Administração Pública Municipal, devendo a Secretaria de Administração tomar as devidas providências para a efetivação da presente medida.

Parágrafo único – Os casos excepcionais deverão ser analisados pelo Gabinete de Emergência.
Art. 10 – A Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas e Contratos procederá estudo técnico visando redução de cargos efetivos, no âmbito da Administração Pública, no prazo de 30 (trinta) dias.
§ 1º – Deverá a Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas e Contratos, em caráter urgente, tomar providências visando adequação dos gastos da folha de pessoal à atual realidade econômica, em observância aos limites impostos na Lei de Responsabilidade Fiscal.
§ 2º – No prazo de 30 dias deverá a Secretaria Municipal de Gestão de Pessoas e Contratos implementar Programa de Aposentadoria Incentivada, com cooperação da PREVICAMPOS, Procuradoria-Geral do Município e Secretaria Municipal de Governo.
 Art. 11 – Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
FONTE JORNAL O DIARIO

Prefeitura de Vitória multa as empresas Vale e Arcelor em R$ 68 milhões por poluir ar e mar


A Prefeitura de Vitória multa as empresas Vale e Arcelor em R$ 68 milhões (R$ 34, milhões cada) por poluírem ar e mar, com pó de carvão e minério de ferro, movimentados no Porto de Tubarão, onde as atividades continuam interditadas.

Diante do problema real e que vinha se arrastando é sempre louvável identificar um gestor local com com disposição de fazer o que seu papel de regulação e fiscalização em defesa da comunidade lhe cabe.

O comum é o inverso, uma total submissão aos interesses das empresas, especialmente, as de grande porte, como é o caso.

É certo que a municipalidade também perde com a interdição, porque se reduzem as receitas do Imposto Sobre Serviços (ISS) que não são pequenas, ainda mais em época de crise, como a atual.

É também sabido que estas multas seguem um processo longo, com fases de recursos, analisados por conselhos e câmaras.

Ainda assim, vale (sem nenhum trocadilho) observar os desdobramentos do caso, considerando que questionamento sobre problema similar esteve sendo investigado pelo Ministério Público Federal (e Inea), no Terminal 1, do Porto do Açu, onde há a movimentação de minério de ferro, através da empresa FerroPort, joint-venture, entre a Anglo American e a Prumo.

Sobre este assunto o blog publicou aqui uma nota em maio de 2015. Outra aqui em junto de 2015.

Na imagem abaixo retirada do vídeo divulgado pela própria Prumo, no mês passado (dezembro de 2015) é possível ver as condições e as consequências do embarque de minério de ferro, num navio graneleiro, junto ao Terminal 1 do Porto do Açu.






















PS.: Atualizado às 17:56: Da Agência Reuters:
"A Vale afirmou nesta sexta-feira que a interdição judicial de operações no porto de Tubarão, no Espírito Santo, impedirá o embarque diário de 200 mil toneladas de minério de ferro por dia e a importação de 44 mil toneladas de carvão mineral, que também abastece grande parte da indústria siderúrgica nacional.

A mineradora, maior exportadora global de minério de ferro, paralisou na quinta-feira as vendas externas a partir do porto de Tubarão, responsável pelo embarque de mais de 30 por cento da produção da companhia, cumprindo decisão judicial motivada por questões ambientais
."
FONTE BLOG DO R MORAES

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016




É grave a situação econômica que atinge o Brasil, seus estados e municípios. E as repercussões sociais serão ainda maiores. Não precisa ser formado ou doutorado em economia, basta apenas olhar os jornais de hoje e algumas de suas principais matérias.

Comecemos pelo jornal O Estado de S. Paulo:

“44% dos programas federais ficaram sem verba em 2015”. De 2.229 programas e obras, 980 não tiveram nenhum pagamento durante o ano de 2015,

“Alta do desemprego impulsiona ‘bicos’ pelo país”. Serviço extra segura a renda em meio à crise econômica para pagar as despesas do dia-a-dia.

O jornal Folha de S. Paulo traz os seguintes destaques: “Petróleo ameaça mais o Brasil que a China, diz chefe do Bradesco”
Em entrevista, Luiz Carlos Trabucco afirma que o Brasil precisa encontrar medidas para o ajuste fiscal.

Também na Folha: “Para fazer caixa, Petrobras estuda abrir mão de controle da empresa”. Para os próximos dias é possível que um litro de gasolina custe mais que uma ação daquela que já foi a maior estatal brasileira.

A manchete de capa do jornal O Dia avisa: “Com crise, servidor terá que pagar mais para se aposentar”. E na sua versão online, o jornal avisa que o rombo criado por Cabral e Pezão no RioPrevidência é estimado este ano em R$ 12 bilhões.

O site G1 informa que a crise da construção civil fez vários engenheiros virarem taxistas ou balconistas de lojas, e avisa que o desemprego vai aumentar.

A revista Veja traz ampla reportagem dizendo que “Bandidos retomam o controle territorial de áreas que haviam perdido para a lei e a ordem”, e traz a relação de locais onde já não entram mais ambulância, caminhão de lixo, caminhão de gás, carteiro, e onde os criminosos cobram pedágio por caminhão de cerveja, operação de Tv por assinatura, entre outros serviços. Em outras palavras, a UPP foi para o brejo com Beltrame e tudo.

Há dezenas de outras notícias que mostram o descontrole das contas do governo federal e dos governos estaduais, e consequentemente o aprofundamento da crise social no país. Como sempre os chamados a pagar a conta serão os mais pobres e a classe média. Os ricos, os banqueiros, os magnatas vão dar um jeitinho, ou então vão passar uma temporada nos Estados Unidos ou na Europa. Prefeituras que não estiverem sob o comando de pessoas experientes nos próximos anos sofrerão, aliás, a maioria já está com o salário atrasado. A crise vai ter longa duração e precisará de paciência e experiência para ser vencida. O perigo neste momento são os discursos demagógicos de pessoas que inventam soluções, que na prática são impossíveis de serem realizadas. O momento é um prato cheio para quem está fora do governo, apresentar defeitos sem mostrar saídas. 

domingo, 24 de janeiro de 2016

Para denunciar maus tratos e abandono de cidadãos da terceira idade, disque 100
Link permanente da imagem incorporada

Descobertos na Argentina ossos de um dos maiores dinossauros do mundo

Um grupo de paleontólogos anunciou ter descoberto na Argentina os ossos fósseis do dinossauro “Notocolossus, um dos maiores animais terrestres conhecidos”, disseram nessa quinta-feira (21) fontes da investigação científica.
O grupo de investigadores, liderado pelo especialista argentino Bernardo González Riga, descobriu “uma nova espécie que se encontra entre os maiores dinossauros conhecidos pela ciência”, afirmou a equipe.
Os fósseis, encontrados na província argentina de Mendoza, têm cerca de 86 milhões de anos.
A nova espécie “proporciona aos cientistas uma informação-chave sobre a anatomia da extremidade traseira dos tiranossauros gigantes”, considerados geralmente como os maiores animais terrestres que existiram.
Segundo comunicado divulgado por González Riga, a “evidência sugere que foi um dos animais mais pesados já descoberto na Terra”.
“Apesar do caráter incompleto do esqueleto impedir a realização de estimativas precisas do seu tamanho, o úmero (osso do braço) tem 1,76 metrosde comprimento, sendo maior do que o e qualquer outro tiranossauro conhecido.”
O paleontólogo acrescentou que o animal teria entre 25 e 28 metros de altura e pesaria entre 40 e 60 toneladas.


Fonte: Agência Brasil 



Como todos os municípios brasileiros, as cidades produtoras de petróleo, entre elas as do Estado do Rio vivem uma crise mais acentuada. Só para que o leitor tenha noção, o barril de petróleo que há um ano custava US$ 115, no dia de hoje custa pouco mais de US$ 27. A situação em algumas cidades é dramática. Cabo Frio, por exemplo, além de salários atrasados não consegue retirar o lixo das praias, isso para uma cidade turística é mortal. Outros municípios estão parcelando salários e negociando o 13º em prestações. Infelizmente não há a curto prazo nenhuma solução à vista. As commodities minerais como petróleo, ferro, níquel, entre outras, vão amargar um longo período de preços baixos. Os municípios precisam refazer suas contas, enxugar suas folhas e seu custeio para poder sobreviver.

No caso dos municípios produtores de petróleo do Rio vive-se simultaneamente três crises. A queda dos repasses federais, a falência do governo estadual e a crise do petróleo. É necessário um olhar especial para essa região por parte do governo federal pois a tendência é de agravamento da situação. Em algumas cidades pode levar a crises institucionais. Em Macaé, por exemplo, na esteira da crise da Petrobras, o setor petroleiro já demitiu 18 mil trabalhadores, e o anúncio de novos cortes nos investimentos anunciado pela estatal vai piorar a situação. Algumas cidades no entorno de Macaé estão na penúria, especialmente Rio das Ostras, cuja população economicamente ativa vive em função da indústria do petróleo, e já tem desemprego na casa de 19%, mais que o dobro da média nacional.

Algo precisa ser feito. Não dá para fechar os olhos como se nada estivesse acontecendo. E o pior é que as soluções não estão ao alcance dos administradores locais, que não podem interferir no preço do barril de petróleo, nem na política econômica do governo federal, nem na desastrada gestão estadual. 

FONTE BLOG DO GAROTINHO

sábado, 23 de janeiro de 2016

Floresta recriada tem hoje mais de 100 espécies de árvores nativas

Outras 30 espécies surgiram pela força da regeneração da natureza.
Na floresta também apareceram animais como capivara, jacu e onça parda.

José Hamilton RibeiroMogi-Guaçu, SP
A Conferência Mundial do Clima, realizada na França, tem discutido muito o problema do desmatamento. O Brasil está no foco desse assunto. Há pouco mais de dez anos, o Globo Rural acompanhou o replantio de uma floresta inteira, feito pela mão do homem. Agora, a equipe de reportagem voltou a Mogi Guaçu, São Paulo, para verificar os resultados desse trabalho.
O Parque São Marcelo fica no município de Mogi-Guaçu, na região de Campinas, a 170 km de São Paulo. Há dez anos, a questão era plantar uma floresta. No lugar havia a plantação de mudas de espécies arbóreas. Em outra área degradada, pertencente à uma empresa de papel e celulose, tinham sido plantadas mudas para surgir uma nova mata.
“A minha experiência de áreas que eu já vi anteriormente é de 10 a 15 anos para você ter uma mata bem formada a partir de um plantio semelhante a este”, disse o agrônomo do agrônomo diretor do Instituto de Botânica de São Paulo, Luiz Mauro Barbosa, em entrevista concedida em 2004.
A palavra do agrônomo foi pega como um desafio. Depois de pouco mais de 10 anos, o Globo Rural foi conferir. “Hoje você está numa sombra de uma mata. Há dez anos, nós estávamos ao lado das mudas”, diz Barbosa.
Muitos projetos de fazer uma mata virgem fracassaram por não levar em conta duas situações: plantio de mudas no mínimo de 80 espécies diferentes, para garantir a diversidade; e dentre as mudas têm de haver as espécies primárias e as secundárias. Primárias são plantas de ciclo curto, mas de rápido crescimento. Elas vão proteger com sombra as espécies secundárias ou definitivas. As secundárias crescem lentamente, mas seu ciclo de vida é longo, contando-se às vezes por séculos.
Na mata virgem, as árvores secundárias estão quase sempre isoladas. Elas não formam colônias. Essa é uma forma de defesa. No caso de uma doença, morre um pé aqui, outro ali, sem afetar a diversidade. Nas matas plantadas, procura-se imitar a natureza. No caso da Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN, foram plantadas 101 espécies diferentes de árvores, entre primárias e secundárias. Do alto é possível observar como a reserva já está bem formada.
Outro aspecto importante para a formação de uma mata é a serrapilheira, uma camada de folhas, brotos e pedaços de galhos que se deposita no solo e vai formando uma cama de matéria orgânica. Quanto maior essa camada, mais nutrientes há no solo.
A bióloga Regina Tomoko, que trabalha com o chamado sub-bosque, examinou se na floresta plantada em Mogi-Guaçu já existe presença do sub-bosque, ou seja, plantas de pequeno porte que não foram plantadas e surgiram por si. São arbustos, trepadeiras, bromélias, cipós, parasitas que aparecem em qualquer trecho de uma mata consolidada
“No espaço de alguns metros quadrados a gente já pode identificar alguns indivíduos principalmente que fazem parte do sub-bosque desse reflorestamento. Eu já posso citar uma espécie de subarbusto, que é o piper, o piper arduncum, uma espécie da mesma família da pimenta. A gente tem outro arbustinho aqui que é da família do café, que é a psicótrea, que vulgarmente também é chamado de cafezinho, que faz parte do sub-bosque da floresta”, diz a bióloga.
Quando a noite chega, é hora de uma caçada. Será que essa mata feita à mão está atraindo a fauna? As redes foram armadas no entardecer e os morcegos que enxergam pouco foram caindo. O professor Ariovaldo Pereira, que faz a pesquisa, tem a luva e o jeito de pegar morcego sem perigo. “É um morcego frugívoro, conhecido como morcego do figo. É um morcego relativamente comum, inclusive em ambientes urbanos, e é o morcego mais comum da área em que a gente se encontra aqui”, diz.
Trata-se de um morcego que se alimenta de frutas. A espécie é fica distante do vampiro, que chupa sangue e transmite raiva. Foram pegos também alguns morcegos insetívoros, também inofensivos.
Segundo o mateiro João Machado, nascido e criado pela região, foram plantadas em torno de 300 mil mudas em toda área e foram encontrados vários tipos de animais dentro da RPPN, como veado, capivara, gambá, jacu e mutum. “A gente já tem relato de pessoas que passaram na pista e avisaram que tinham visto uma onça parda. Então tem vários tipos de animais, tem os répteis, as serpentes”, conta.
O lago também ganhou mais água depois que a floresta encorpou. O agrônomo diretor do Instituto de Botânica de São Paulo Luiz Mauro Barbosa relembra que a árvore é mortal: completa seu ciclo, fenece e surge outra em seu lugar. Já a floresta é perene, a menos que haja contra ela uma violência.
Quanto à mata plantada, a cada ano estará cada vez mais vigorosa, com árvores mais altas, troncos mais grossos e com mais galhos, ramos, folhas e frutos. Mas isto não significa que seja necessário esperar cem anos para vê-la em seu esplendor. Na verdade, precisa de menos. Com vontade e meios, o ser humano pode plantar o que muitas pessoas chamam de mata virgem e, com alguns anos à frente, descansar na sua sombra ou ficar ali ouvindo o canto dos passarinhos. Pode curtir a sensação de que contribuiu com a natureza para sempre.
Segundo um levantamento do Instituto de Botânica de São Paulo, além das 101 espécies de árvores plantadas na área, foram catalogadas outras 30 que surgiram pela força da regeneração da natureza.
21/01/2016 18:53
Reprodução da Folha da Manhã, de Campos
Reprodução da Folha da Manhã, de Campos


O jornal que é porta-voz de um grupo político que tem interesses patrimonialistas lança hoje mais uma de suas mentiras contra o governo da prefeita Rosinha Garotinho. Conforme a manchete acima mostra que Rosinha tentaria sacar R$ 500 milhões do fundo de previdência dos funcionários públicos para cobrir o déficit da prefeitura. É mais uma mentira embora Cabral e Pezão tenham feito isso com o Rio Previdência em valores muito superiores. A diferença é que no Estado eram títulos que podiam ser vendidos, na prefeitura o fundo dos servidores municipais é todo capitalizado em dinheiro. Nos últimos tempos a Folha da Manhã se especializou no jornalismo com nítida conotação partidária. Assumiu uma posição dos reacionários da cidade contra o grupo político que mais realizou por Campos. Seu "terrorismo jornalístico" já nem impressiona mais, a não ser aos seguidores desses fanáticos patrimonialistas que querem voltar à prefeitura para saquear os cofres públicos como fizeram no passado. Os avanços do governo Rosinha são visíveis e indiscutíveis. Construiu mais casas populares que todos os seus antecessores somados nos últimos 20 anos acabando praticamente com todas as áreas de risco da cidade. Fez o maior investimento na saúde no ano passado segundo dados do próprio Ministério da Saúde, gastando 44% do orçamento nessa área tão importante para a população. As creches e escolas-modelo são uma referência nacional, reconhecido pelo Ministério da Educação. Foi a primeira cidade do país a implantar programa de vacinação contra meningite e HPV (câncer do colo de útero). A Cidade da Criança, primeiro parque temático do interior fluminense, em menos de 30 dias de funcionamento já recebeu 30 mil visitantes em plenas férias, quando a maioria da população está nas praias. O número de ruas asfaltadas, com saneamento básico nos Bairros Legais e nos condomínios do Morar Feliz ultrapassa a mil. Bem, teria muitas outras coisas para falar, mas enquanto Rosinha terminou o ano com os salários em dia e o 13º pago antes do Natal, um dos principais financiadores da Folha da Manhã, o governo Pezão encerrou do jeito que vocês sabem mandando os funcionários pegar um empréstimo consignado para receber o 13º salário.

Já vai longe o tempo da imprensa manipuladora, que a acha que pode com suas mentiras induzir pessoas esclarecidas ao erro. O povo não é bobo, que o diga a Rede Globo, que até fez autocrítica dos seus erros para tentar salvar a sua audiência. 
fonte  BLOG DO GAROTINHO

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Brasil também teve campos de concentração

Durante a 2ª Guerra, também tivemos nossos campos de concentração - onde japoneses, italianos e principalmente alemães ficaram confinados. Conheça as histórias dessas pessoas
POR Redação Super
Alexandre Duarte
Manhã de 2 de março de 1944. Na Estação Experimental de Produção Animal de Pindamonhangaba, uma fazenda no interior de São Paulo, ouviu-se um som que não era comum no local. Era o choro de uma criança nascendo. Mas não uma criança qualquer. O choro era de Carlos Johanes Braak, o único brasileiro nascido em um campo de concentração - e em seu próprio país. Durante a 2a Guerra Mundial, o Brasil manteve 31 campos de concentração, para onde mandava os cidadãos de países do Eixo - a coligação formada por Itália, Japão e Alemanha. Os pais de Carlos, que eram alemães, estavam entre as centenas de pessoas que viveram esse lado menos cordial da história brasileira. "Era uma fazenda. O estábulo virou um dormitório. Minha mãe ficava numa casa, separada. Foi onde passei os dois primeiros anos da minha vida", lembra Carlos.

O pai de Carlos se chamava August Braak. Sua mãe, Hildegard Lange. Eles partiram de Hamburgo, na Alemanha, em direção à Cidade do Cabo, na África do Sul. Estavam a bordo de um navio chamado Windhuk, no qual August trabalhava como comissário e tesoureiro. 

O Windhuk era uma embarcação turística, mas também coletava mercadorias. Quando a 2a Guerra começou, o navio já estava no continente africano - em Lobito, Angola, recebendo um carregamento de laranjas. O navio não tinha como voltar para a Alemanha em guerra, pois estava sendo perseguido por embarcações inglesas. O capitão decidiu fugir para o Brasil. E a embarcação acabou chegando ao Porto de Santos disfarçada de navio japonês, com o nome de Santos Maru, em 7 de dezembro de 1939.

Assim que o navio chegou aqui, ficou evidente que ele não era japonês coisa nenhuma. Mas os alemães foram bem recebidos. August e Hidelgard, bem como os outros 242 tripulantes, viviam em Santos e redondezas. Alguns moravam no próprio barco, outros, em pensões. Todos recebiam salários do governo alemão, e levavam uma boa vida. Em 19 de abril de 1940, os pais de Carlos se casaram numa festa a bordo do navio. 

Mas, em 1942, tudo mudou. O Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do Eixo - cujos cidadãos passaram a ser considerados inimigos. "O governo brasileiro precisava fazer isso [criar os campos de concentração] para se alinhar com as estratégias dos Aliados e dos EUA", explica a pesquisadora Priscila Perazzo, autora do livro Prisioneiros da Guerra (Ed. Humanitas). Alguns estrangeiros foram mandados para presídios comuns - como os de Ilha Grande e Ilha das Flores (RJ). Mas a maioria foi para campos de concentração, organizados pelo Ministério da Justiça. 

Os pais de Carlos foram parar num desses campos - a fazenda em Pindamonhangaba, onde ficaram confinados 136 alemães do navio Windhuk. Eles foram presos porque seu navio tinha chegado ao Brasil durante a guerra, coisa que o governo interpretou como uma ameaça.

Os prisioneiros não podiam manter suas tradições. Nada de ler livros em alemão, por exemplo. Mas o clima era relativamente tranquilo. Alguns prisioneiros podiam visitar o centro da cidade aos sábados, aonde iam acompanhados pelos guardas. "Era comum os presos chegarem carregando os fuzis dos guardas, que sempre voltavam bêbados", diz Carlos.

Trabalhos forçados 

A outra parte da tripulação do navio foi parar no campo de Guaratinguetá - entre eles Horst Judes, também tripulante do Windhuk, que tinha 19 anos. Quando desembarcou em Santos, foi um dos que ficaram vivendo no navio, até ser preso em 1942. No campo de concentração de Guarantinguetá, o tratamento não era tão bom. "Éramos obrigados a trabalhar no campo", conta o alemão, hoje com 87 anos e dono de uma chácara no interior de São Paulo. A rotina no campo de Guarantinguetá era acordar cedo, pegar enxada e picareta e dar duro. Cada prisioneiro levava um número nas costas. "O meu era 17", conta Horst. O café da manhã tinha dois pãezinhos e uma caneca de café. No almoço e no jantar era só arroz com feijão. Às quintas e aos domingos, era dia de macarrão. Mas a comida nem sempre era suficiente, e os prisioneiros dependiam de padrinhos, geralmente alemães livres, que os ajudavam de diversas maneiras. Alemães livres? Sim. A maior parte dos imigrantes não foi presa. Iam para os campos aqueles que chegavam ao Brasil em plena guerra, ou eram suspeitos de espionagem. 

Foi graças a esse apadrinhamento que Horst conseguiu sobreviver depois de ser solto, em 1945. "Saímos do campo sem dinheiro nem emprego. Foram os padrinhos que nos ajudaram. O meu era de São Paulo. Trabalhei como mordomo e até como taxista", conta. Como a maioria desses estrangeiros, ele também constituiu uma família brasileira, e diz gostar do país que adotou de maneira forçada. 

Na época, o governo brasileiro fazia de tudo para mostrar que os prisioneiros de guerra eram bem tratados - o que nem sempre era verdade. O tempo de internamento variava. Houve pessoas que ficaram 3 anos presas, mas outras conseguiam ser libertadas mais cedo. Também é difícil definir exatamente o número de presos que foram mandados para os campos de concentração brasileiros entre 1942 e 1945, pois os registros são vagos. Mas existe uma documentação que revela nomes e, em alguns campos, o número exato de prisioneiros que passaram por lá. Os registros comprovam que a maioria era de alemães, seguidos de japoneses em bem menor número, italianos e um ou outro austríaco.

Juventude Hitlerista 

Poucas pessoas foram tão afetadas com o internamento nos campos quanto Ingrid Helga Koster, cujas memórias registrou no livro Ingrid, uma História de Exílios (Ed. Sagüi). Nascida no Paraná, ela se tornou órfã de pai com apenas 1 ano de idade. Quando tinha 5 anos, sua mãe se casou novamente, com um alemão. Seu padrasto, Karl von Schültze, tinha migrado para o Brasil em 1920, para fugir da crise que castigava a Alemanha depois da 1a Guerra Mundial. Schültze chegou aqui e, junto com outros estrangeiros, começou a trabalhar em uma empresa alemã, a AEG, fazendo instalações elétricas em vários lugares do país. Ele se casou com a mãe de Ingrid no início dos anos 30, em Rio Negro, no Paraná. Pouco depois a família, já com duas outras filhas, se mudou para Joinville, em Santa Catarina, cidade dominada pela cultura alemã. Ingrid se lembra de ouvir no rádio um novo chanceler que assumira o poder na Alemanha, cujo carisma a deixava emocionada. "Eu ficava arrepiada. Ele sabia falar com o povo. Nós não imaginávamos o que estava acontecendo", conta Ingrid. O tal chanceler era Hitler. 

Então começou a guerra, e o pai de Ingrid pressentiu que as coisas ficariam ruins. Ele proibiu, mais de uma vez, que Ingrid se unisse ao movimento Juventude Hitlerista que existia em Joinville. Na Alemanha, esse grupo foi criado para reunir e doutrinar ideologicamente os jovens de 6 a 18 anos. No Brasil, o grupo assumiu um tom mais brando - servia principalmente como ponto de encontro para os imigrantes alemães. Mas o pai de Ingrid não quis nem saber. E também queimou todos os livros em alemão que tinha em casa. Entre eles o famoso Mein Kampf (Minha Luta), de Hitler. 

Até que, em 1942, a polícia bateu à porta. "Eles chegaram procurando pelo meu pai, o levaram e ficamos dias sem notícias. Até que chegou um comunicado dizendo que ele estava preso aqui em Joinville", lembra ela, que depois de algum tempo passou a levar marmitas para seu pai no Hospital Oscar Schneider, adaptado como campo de concentração à época. O governo brasileiro acreditava que Karl fosse um espião nazista. Por isso, o regime de confinamento dele era rígido. Nos dois meses em que ficou em Joinville, nenhum familiar pode visitá-lo. A marmita era entregue aos guardas. Até que certo dia, quando Ingrid foi levar a comida, lhe avisaram que seu pai não estava mais lá: tinha sido transferido para o Presídio da Ilha das Flores, no Rio de Janeiro. "Nosso dinheiro acabou e tivemos que voltar para o Paraná, viver do jeito que dava", diz Ingrid. "Nossa casa era apedrejada, pichavam a suástica nos muros. Nós éramos o inimigo." 

Daí em diante, ela só pôde visitar o padrasto uma vez por ano - no Natal. Quando a guerra acabou, Karl foi libertado por falta de provas. Mas seu chefe na AEG, Albrecht Gustav Engels, acabou condenado a 8 anos de prisão por fazer espionagem nazista. "Meu pai nunca falou sobre os tempos em que ficou preso. Mas acredito que tenha sofrido muito, inclusive tortura, porque antes era uma pessoa alegre e depois se tornou calado, triste", conta Ingrid. Ela chegou a perguntar antes de o padrasto morrer, em 1966, se ele realmente espionara. Karl deu uma resposta vaga, e disse apenas que não foi condenado. Então ele era mesmo um espião nazista? "Até hoje não tenho certeza", admite Ingrid. 

Mesmo tendo passado por sofrimentos e humilhações, os prisioneiros alemães não quiseram deixar o Brasil depois da guerra. Como o padrasto de Ingrid. "Quando eu perguntava se ele não gostaria de voltar, ele dizia que, apesar de tudo, agora era brasileiro."


Os principais campos de detenção
 
1. Tomé-Açú (PA)
A 200 km de Belém. Recebeu alemães e japoneses.
2. Chã de Estêvão (PE)
Abrigou empregados alemães da Cia Paulista de Tecidos (hoje conhecida como Casas Pernambucanas).
3. Ilha das Flores (RJ)
Nessa cadeia, prisioneiros de guerra foram misturados com detentos comuns - uma violação das leis internacionais.
4. Pouso Alegre (MG)
O campo de Pouso Alegre reunia presos militares: os 62 marinheiros do navio Anneleise Essberger.
5. Guaratinguetá e Pindamonhangaba (SP)
Fazendas que pertenciam ao governo e foram adaptadas para receber alemães. 
6. Oscar Schneider (SC)
Hospital transformado em colônia penal.

Empresa brasileira transforma garrafas PET em bicicletas

DEZEMBRO DE 2015
Cada vez mais as cidades abrem espaço para as bicicletas, o que representa - ainda que pequeno - um alívio para o trânsito e para o meio ambiente. Agora uma iniciativa no Brasil tem contribuído ainda mais para transformar o ciclismo em um conceito totalmente sustentável. É que toneladas de garrafas PET e plástico reciclável se transformam em bikes novinhas.
O trabalho é feito pela empresa Muzzicycles que fabrica modelos mais flexíveis, resistentes, leves e que chegam a custar metade do valor das bikes comuns. 
Para fabricar um quadro de bicicleta são usadas cerca de 200 garrafas, que são trituradas, passam por um processo de plastificação e logo são injetadas no molde.
A ideia inspiradora é do uruguaio Juan Muzzi, radicado no Brasil. Para conseguir idealizar o trabalho, ele conta com a ajuda de ONGs que recolhem sucatas e com os próprios clientes que levam material reciclável.
bike_muzzicycles2
foto: divulgação
Fonte:CATRACA LIVRE 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Alameda dos Baobás em Madagascar compõe uma das paisagens mais belas do planeta

A grandiosa árvore é símbolo da diversidade biológica da ilha no oceano Índico e metáfora de sua riqueza natural

HAROLDO CASTRO E GISELLE PAULINO (TEXTO E FOTOS) | DE MORONDAVA, MADAGASCAR 11/2015 
No asteroide do Pequeno Príncipe, os baobás são uma metáfora para os aspectos negativos que podem tomar conta de nosso caráter, quando bem enraizados. Mas no planeta Madagascar os baobás representam todo o contrário. A grandiosa árvore é um símbolo da diversidade biológica do país e metáfora da riqueza natural da quarta maior ilha do mundo, onde mais de 80% das plantas são endêmicas – só vivem lá.
Adansonia grandidieri é a árvore ícone de Madagascar (Foto: © Haroldo Castro/Época )
Existem nove espécies de baobás no mundo, todas do gêneroAdansonia. Uma na Austrália, duas no continente africano – incluindo uma nova espécie identificada em 2012 – e seis em Madagascar.
Na ilha, a espécie Adansonia grandidieri – assim chamada para homenagear o botânico francês Alfred Grandidier – é a mais imponente de todas. Os malgaxes batizaram a árvore de Reniala, a Mãe da Floresta. As mais antigas podem ter mil anos de idade, as mais jovens entre 200 e 300 anos. Seu tronco cilíndrico eleva-se até 30 metros de altura, onde os galhos – sem folhas durante metade do ano – assemelham-se a raízes. Por isso, o baobá é chamado de “árvore de cabeça para baixo”.
A espécie vive em uma região bem particular do sudoeste de Madagascar, nas proximidades de Morondava, em uma faixa próxima ao litoral de 250 km de extensão por 20 km a 30 km de largura. Um exemplo claro de endemismo!
A razão principal para realizar uma viagem de van de 700 km, durante dois dias, da capital Antananarivo até Morondava, é ver centenas de baobás bem de perto. A chamada Alameda dos Baobás é um lugar com uma das maiores aglomerações dessas árvores. A Rodovia Nacional RN 8 atravessa a multidão de Grandidieris e, embora eles não tenham sido plantados por humanos, os enormes baobás parecem acompanhar a estrada de terra. 
Chegamos uma hora antes do pôr do sol e, enquanto escolhemos os melhores enquadramentos fotográficos para o entardecer, vamos nos deleitando com as árvores gigantescas. Resolvemos contar quantos baobás observamos ao nosso redor: de um lado da estrada, avistamos uns 25; do outro, mais de 30.    
Crianças da etnia Sakalava brincam em uma lagoa (Foto: © Haroldo Castro/Época)
Uma menina Sakalava na Alameda dos Baobás (Foto: © Haroldo Castro/Época)
O momento mágico das cores cambiantes no céu começa a acontecer. As poucas nuvens ajudam a colorir o quadro pintado, de forma dramática, pela Mãe Natureza. Não há dúvida: depois de conhecermos tantos cantos pelo mundo, podemos dizer que esse lugar é um dos mais belos da África – até mesmo do planeta.
O sol se esconde e o céu troca seu azul pelo violeta rosado. A temperatura de 25 graus é perfeita, a brisa refresca aqueles que vieram de tão longe para reverenciar esses seres gigantescos.
baobás aglomeram-se às margens da rodovia (Foto: © Haroldo Castro/Época)
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, o baobá Grandidieri está na lista de plantas ameaçadas de extinção. A razão principal para a preocupação dos conservacionistas é a perda do habitat original. Hoje, a faixa estreita de terra que hospeda a espécie rara perdeu quase toda sua vegetação natural e foi transformada em plantações de arroz. Apenas sobraram pequenas reservas isoladas ao norte da Alameda dos Baobás.
Outra preocupação dos conservacionistas é a dificuldade de encontrar baobás pequenos e jovens. Isso poderia significar que a polinização das flores do baobá Grandidieri – por uma mariposa e um lêmure noturno – estaria com dificuldades de ser concretizada. Por demorar décadas para crescer, as acanhadas mudas de baobás também podem estar sendo destruídas, de forma despercebida, pelo gado que povoa as terras Sakalava. Ou, pior, pelo fogo atado no mato pelas populações nativas. Uma iniciativa de plantio de mudas na própria Alameda dos Baobás está em andamento.
Campos de arroz cercam alguns baobás isolados na planície de Morondava (Foto: © Haroldo Castro/Época)
Durante nossa jornada na região de Morondava e rumo ao norte, conseguimos observar três das seis espécies nativas de baobás malgaxes. Além da Adansonia grandidieri, encontrada em maior número, conhecemos também o baobá Fony (Adansonia rubrostipa), cujo tronco tem uma coloração mais avermelhada e é menor de altura, e o baobá Za (Adansonia za), de cor mais escura e com uma forma afunilada no topo.
A 7 km da Alameda por uma estrada de areia, dois baobás Za entrelaçados, chamados de “Baobás Apaixonados”,  tornaram-se atração obrigatória. Não há casal de namorados que não queira ser fotografado ao lado das árvores que se abraçam. Infelizmente, os dois baobás acabaram sendo vítimas das paixões cegas que fizeram questão de gravar suas iniciais no tronco.
“Baobás Apaixonados” talhados em madeira  (Foto: © Haroldo Castro/Época)
A Alameda dos Baobás não está incluída em nenhuma área protegida, nacional ou privada. Os habitantes locais, conscientes da importância das árvores como destino turístico, organizaram-se para estabelecer um estacionamento fora da estrada – e fora das lentes fotográficas – e montar barraquinhas de venda de artesanato e de refrigerantes. Mas tantas outras iniciativas poderiam ser realizadas.
Os baobás solitários, sem o apoio de uma floresta que os cerquem, merecem muito mais. É indispensável que o governo de Madagascar continue cumprindo sua promessa realizada em 2003 de triplicar as áreas protegidas no país e criar uma na região para que a Reniala, a Mãe da Floresta, seja preservada!

Se você compra comida orgânica, isto é o que precisa saber

dezembro de 2015

Por trás da popularidade contida em todos os produtos orgânicos à disposição nos mercados da América Latina, existe um exército de agricultores que lutam para ter o trabalho reconhecido. São quase 10.200 no Brasil e 319.500 em toda a região, números que aumentam a cada ano, embora ainda haja poucas terras dedicadas a esse tipo de cultivo. Só 1,1% delas são dedicadas aos orgânicos, segundo o Instituto de Pesquisa sobre Agricultura Orgânica (FIBL, na sigla em alemão).
O primeiro desafio dos produtores rurais é justamente fazer a transição da agricultura convencional para a orgânica, no melhor estilo “mudar ou morrer”. Muitos deles adoecem gravemente ou veem familiares em tal condição por causa dos agrotóxicos usados nas lavouras comuns. Também sentem a qualidade da água e o rendimento da terra se deteriorar por causa dos pesticidas.
“O solo está morto em muitas áreas de agricultura no Rio de Janeiro, principalmente por causa do uso dos herbicidas, que é generalizado”, confirma o especialista em agroecologia Eiser Felippe, consultor do programa Rio Rural, que reúne o Banco Mundial e o governo estadual, entre outros parceiros.
O problema não é apenas do Rio de Janeiro nem afeta exclusivamente os agricultores. Igualmente, impacta os consumidores. É considerado alarmante no Brasil, que ocupa desde 2008 o primeiro lugar global no uso de agrotóxicos e onde cada pessoa consome, por ano, o equivalente a 5 quilos de veneno. E, também, na América Latina, onde as vendas de pesticidas dobraram em 12 anos, segundo levantamento da revista Science.
Mudar para o sistema orgânico beneficia a saúde e o meio ambiente, mas também exige recursos e apoio técnico considerável: afinal, os produtores precisam aprender novas maneiras de fertilizar a terra, enfrentar as pragas e se adaptar às novas reações do solo
FONTE: http://www.worldbank.org/pt/news/feature/2015/12/18/agricultura-organica-consumo-pesticidas-brasil-latinoamerica