sexta-feira, 12 de junho de 2015


Reprodução de O Diário, de Campos
Reprodução de O Diário, de Campos
RJ prepara atlas com as melhores localidades para produzir energia solar
 Maio de 2015 • 


Com o objetivo de mapear os locais com disponibilidade do recurso solar no RJ, o estado prepara a produção do Atlas Solarimétrico. O material está sendo elaborado pelo programa Rio Capital da Energia, do governo do estado, em parceria com a empresa do Grupo Electricité de France (EDF) – Norte Fluminense, a Pontifícia Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a empresa Engenharia Gestão e Pesquisa em Energia (EGPE Consult). A publicação completa será lançada no início de 2016.
A coordenadora do projeto, Maria Paula Martins, explicou que a iniciativa pretende estimular desde projetos de usinas fotovoltaicas de grande porte até o consumidor residencial. “Queremos uma geração de energia cada vez mais sustentável no estado do Rio. Essa é uma forma de fornecer para a sociedade dados que vislumbrem como instalar um painel desses e [esclarecer] que tipo de economia e benefícios se tem com esse tipo de energia”, disse.
Maria Paula espera que a ferramenta, que deve ser finalizada e disponibilizada no próximo ano, também atraia potenciais investidores para bancar a parte da instalação dos painéis, que atualmente custam entre R$ 8 mil a R$ 12 mil a unidade.
“Neste momento em que a energia elétrica está bastante elevada, está viabilizando qualquer instalação de painel fotovoltaico. Algumas distribuidoras, inclusive, veem com bons olhos esse tipo de geração solar, pois o acréscimo de energia na rede pode ser mais barato do que ter que comprar energia no mercado para entregar para o consumidor”, argumentou.
As primeiras informações apontam que o norte fluminense, parte da Região dos Lagos e o litoral sul do estado são as áreas com maior potencial para produção de energia solar fotovoltaica. Os dados vêm sendo obtidos de três estações: em Duque de Caxias, Macaé e Resende.
“Sabemos que do extremo norte [do litoral] do estado até Arraial do Cabo é onde há maior possibilidade de ganho, a partir da geração fotovoltaica. Por outro lado, a Região Serrana é a que tem menor potencial”, destacou. “Mas esse potencial é ainda maior do que de todos os lugares que têm geração fotovoltaica na Alemanha, que lidera a expansão da energia solar fotovoltaica no mundo. O que significa que temos potencial no estado inteiro”, acrescentou.
O atlas será atualizado periodicamente, com aquisição contínua dos dados das estações, e disponibilizado no Portal Rio Capital da Energia.
Atualmente, há 33 plantas de energia solar fotovoltaica operando no estado, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A capacidade total instalada soma 555 quilowatts (kW). O maior projeto fotovoltaico do estado é o Maracanã Solar, de 360 kW. Em todo o Brasil, existem 317 usinas fotovoltaicas em operação, somando potência instalada de 15.179 kW.
Por Flávia Villela - Agência Brasil

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A JUNTA INTERVENTORA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CAMPOS CONVIDA VOSSA SENHORIA PARA A INAUGURAÇÃO DO BOSQUE DO HOSPITAL MANOEL CARTUCHO DE CASTRO, SITUADO NA RUA VISCONDE DE ITABORAÍ (RUA DO CONVENTO), 310, QUE SE DARÁ NOS DIAS 13 E 14 DE JUNHO DE 2015, DAS 10 ÀS 16 HORAS.
ATENCIOSAMENTE:
JOÃO CARLOS BORROMEU PIRACIABA...
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Reprodução da Agência Brasil; ao lado, secretário André Corrêa
Reprodução da Agência Brasil; ao lado, secretário André Corrêa


No ano passado já sofremos com o abastecimento de água. Pezão não tomou qualquer providência para melhorar o abastecimento, preferiu - como ele disse - rezar para São Pedro. O resultado está aí. Vamos ter uma crise de abastecimento ainda pior. Isso já se sabia há muito tempo. Enquanto em São Paulo o governador Alckmin agiu, no Rio, Pezão deixou para lá. Omissão total! 

Soffiati aprofunda descrição histórica sobre a geografia da Baixada dos Goytacazes

Neste mais recente ensaio, Soffiati desenvolve o conceito de ecorregião voltado para a realidade das baixadas existentes no ERJ, com análise mais apurada para a geografia da Baixada dos Goytacazes.

Em seu novo texto Soffiati sustenta que as características geográficas da região ajudaram a dar a conformação atual, talvez, pudéssemos interpretar como "natural" para o território fluminense.

A relação que faz entre as serras, rios, lagoas e as áreas de restinga junto ao mar misturando a geografia com a história (ou espaço e o tempo) permite até ao mais leigo uma compreensão mais totalizante e menos segmentada, tanto dos problemas ambientais, quanto de sua relação com a política e a economia que transformam a natureza por representação da espécie humana.

Na prática compreendo que o professor Soffiati está aos poucos e por ensaio estruturando um novo sobre a geografia histórica da região que vai além do ERJ. Voltar no tempo para entender as mudanças no espaço da região em que se vive é um exercício lúdico e intelectual, mas pode também ser compreendido como de formação civilizacional (mais que cidadã) no esforço de interpretar e interferir o espaço no tempo em que vivemos.

Mais um excelente texto que o professor e ambientalista Aristides Arthur Soffiati dá o prazer do blog oferecer aos seus leitores, como parte de seu objetivo maior de conhecer mais profundamente a região. Confiram:


As quatro geografias da Baixada dos Goytacazes

Arthur Soffiati


As baixadas da Ecorregião de São Tomé e do Estado do Rio de Janeiro

Situo a região norte fluminense tanto no Estado do Rio de Janeiro quanto na Ecorregião de São Tomé. O Estado do Rio de Janeiro, uma unidade da federação brasileira que foi se constituindo no período colonial como Capitania, no período imperial como Província e no período republicano como Estado, tem limites estabelecidos historicamente em acidentes naturais e em definições artificiais. Em seu interior, Hildebrando de Araújo Góes (1934), além da zona serrana e de áreas elevadas, identificou quatro grandes baixadas: a Baixada dos Goytacazes, a Baixada de Araruama, a Baixada da Guanabara e a Baixada de Sepetiba. A Baixada da Tijuca não ganhou estatuto de unidade independente.





Figura 1 - As baixadas do Estado do Rio de Janeiro segundo Hildebrando de Araujo Góes (1934)

De todas elas, a Baixada dos Goytacazes é a maior, tanto dentro de Estado do Rio quanto dentro da Ecorregião de São Tomé. Ela foi construída pelo Rio Paraíba do Sul, o maior do Estado do Rio de Janeiro e da Ecorregião de São Tomé, e o mar. É de se esperar, pois, que seja a mais extensa de todas. Ela conta com uma área de 8.300 km2. A segunda característica da Baixada dos Goytacazes é a distância entre a zona serrana e o mar. A Baixada dos Goytacazes é, das quatro, a que mais recebe águas pluviais e a mais drenada. É, de todas, a mais extensa. A terceira característica dessa planície é a declividade mínima dela entre a margem direita do Paraíba do Sul e o mar, o que dificulta o escoamento das águas fluviais e pluviais. Transbordando em períodos de cheia pela margem direita, as águas do Paraíba do Sul derivavam lentamente e, no seu percurso, iam se acumulando em depressões e formando extensas e rasas lagoas, banhados e brejos. Essa baixada propiciava a constituição de um verdadeiro pantanal. A quarta singularidade da Baixada dos Goytacazes é que, a rigor, só existiam quatro defluentes originais e regulares das águas acumuladas no continente para o mar: os Rios Macaé, Iguaçu, Paraíba do Sul e Guaxindiba, que enfrentavam e enfrentam permanentemente a grande energia oceânica, que tende a fechar qualquer desaguadouro. Os rios da Baixada dos Goytacazes lutam contra o mar aberto e violento.

Embora o conceito de ecorregião ainda seja novo e não muito claro, o autor do artigo entende que ele serve para designar uma região com certa unidade natural. Mais ainda, esta ordem natural condiciona a ordem cultural e se funde com ela. Uma ecorregião tem limites mais naturais que as unidades política, normalmente definidas artificial e historicamente. Sintetizando, pode-se entender uma ecorregião como uma realidade ambiental entre ecossistemas e biomas.

A Ecorregião de São Tomé situa-se entre os biomas costeiro e atlântico, batizada com este nome em alusão ao Cabo de São Tomé, onde o litoral brasileiro descreve acentuada curvatura de leste para norte. Ela alude também a primeira unidade político-administrativa criada na região: a Capitania de São Tomé, cujos limites se estendiam dos Rio Macaé (atual Estado do Rio de Janeiro) e Itapemirim (atual Estado do Espírito Santo). Coincidentemente, a costa entre estes dois rios é formada por restingas, planícies aluviais e tabuleiros, com uma realidade geológica distinta da costa abaixo do Rio Macaé e acima do Rio Itapemirim.


































Figura 2 - Ecorregião de São Tomé

A geografia do início do Holoceno

Os geólogos situam o início do Holoceno, época geológica atual, em 11.500 anos passados. Antes, a Terra vivia no Pleistoceno, entre 1.806.000 e 11.500 anos antes do presente. O Pleistoceno é também conhecido como o tempo das grandes glaciações, que dominaram o hemisfério norte, embora todo o planeta vivesse um clima mais frio que atualmente. Com a grande cobertura de gelo no continente, no hemisfério norte, as águas oceânicas foram congeladas e sofreram um redução de nível em torno de 100 metros. Assim, terras submersas tornaram-se emersas, e pontes naturais se formaram, como as que ligaram a Ásia à América e a Ilha Britânica ao continente europeu.

O rebaixamento do nível dos mares ocorreu em toda a Terra e os continentes alcançaram extensões maiores que as atuais. No ponto em que futuramente se situaria a Baixada dos Goytacazes, há duas interpretações para as transformações geológicas que se operaram. Alberto Ribeiro Lamego entendia que, no Pleistoceno, havia um grande golfo de águas rasas que progressivamente seria atulhado por sedimentos carreados da região serrana para o golfo, dando origem às terras baixas do atual norte fluminense.

































Figura 3 - A Baixada dos Goytacazes no Terciário. A linha pontilhada indica a costa atual. Concepção de Alberto Ribeiro Lamego (1945)

































Figura 4 - A Baixada dos Goytacazes baixo Holoceno, segundo Alberto Ribeiro Lamego (1945). Notar a profusão de cursos d'água e de lagoas

A mais nova interpretação, formulada pelos geólogos Martin, Suguiu, Dominguez e Flexor, a partir de radiodatação, parte de um continente que, no sul, avançava mais que atualmente no mar, e era mais recuado na parte leste. Pode-se concluir que essa porção continental era formada pela série barreiras do Rio Macaé ao Rio Itapemirim, contando já com as restingas de Jurubatiba, entre os atuais municípios de Macaé e Quissamã, e a de Marobá, no sul do atual Espírito Santo. O Rio Paraíba do Sul deveria cortar esse grande tabuleiro e alcançar o mar. Os Rios Imbé, Urubu, Preto e Macabu poderiam desembocar diretamente no mar ou serem afluentes do Paraíba do Sul, assim como o Rio Muriaé. A Lagoa de Cima já existia no fim do Pleistoceno. Inúmeras lagoas deveriam se formar nas depressões de tabuleiro, que é um terreno com datação estimada em 60 milhões de anos. Ainda há muitas lagoas de tabuleiro associadas ao Rio Muriaé pela margem esquerda.

Não há estudos sistemáticos sobre essa geografia da região que futuramente daria lugar à Baixada dos Goytacazes. Não há dúvida, porém, de que ela era muito diferente da atual, assim como geografias anteriores devem ter se constituído antes da do início do Holoceno. Nossa intenção, contudo, não é remontar a tempos tão distantes. Em resumo: enquanto Alberto Ribeiro Lamego concebe uma porção de mar aterrada pelo Paraíba do Sul, Martin, Suguiu, Dominguez e Flexor concebem uma porção de tabuleiro invadida pelo mar, formando uma grande semilaguna, depois aterrada pelo Paraíba do Sul.

































Figura 5 - Baixada dos Goytacazes no início do Holoceno, antes da transgressão marinha. concepção do autor a partir de Martin, Suguiu, Dominguez e Flexor (1997). A área em laranja representa o tabuleiro que existia no lugar da planície fluviomarinha.


A geografia do "optimum climaticum"

A partir de 11.500 anos antes do presente, nos primórdios do Holoceno, as temperaturas globais começaram a subir por razões naturais. A Terra começou a se aquecer e as geleiras começaram a derreter. O nível dos oceanos subiu cerca de 100 metros com as águas liberadas pela fusão das geleiras. Segundo muitos cientistas, este fenômeno está se repetindo hoje com o aquecimento global produzido pelo aumento das concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera decorrentes de atividades humanas coletivas.

Com a elevação do nível dos oceanos, as águas marinhas invadiram o tabuleiro na sua parte mais baixa, talvez pelo Vale do Paraíba do Sul, até as bordas da Zona Serrana, em Itereré. A Lagoa de Cima foi afogada. A foz dos Rios Paraíba do Sul, Muriaé, Imbé, Urubu, Preto e Macabu passaram a se situar em ponto mais afastado do que anteriormente. Os estuários, ecossistemas formados pelo encontro de água doce com água salgada, deslocaram-se para o interior e, junto a eles, certamente formaram-se manguezais. Hoje, é bastante difícil ao senso comum imaginar manguezais onde hoje se situa a Lagoa de Cima.

Nos pontos altos da costa, o avanço do mar foi detido pelas formações de restinga e tabuleiro, mesmo assim, bastante erodidas e sofrendo recuos, como entre a atual Barra do Furado e a Região dos Lagos e como em São Francisco de Itabapoana, Presidente Kennedy e Marataízes.

































Figura 6 - Área de Baixada dos Goytacazes tomada pela transgressão do mar, segundo Martin, Suguiu, Dominguez e Flexor (1997)

Em geologia, o processo de avanço do mar sobre o continente denomina-se transgressão marinha. O momento mais quente do Holoceno, denominado "optimum climaticum", ocorreu, na região, em 5.100 anos antes do presente. Onde hoje é a Baixada dos Goytacazes, a rigor uma extensa planície fluviomarinha, formou-se um imenso golfo protegido por um cordão de ilhas em sua borda.

A partir de 5.100 anos antes do presente, o mar começou a recuar, fenômeno denominado regressão marinha. Progressivamente, os rios, comandados pelo Rio Paraíba do Sul, colmatavam, com sedimentos transportados das partes altas, o golfo aberto pelo mar na parte mais baixa do tabuleiro do final do Pleistoceno. Nesse processo de recuo do mar e avanço do continente construído pelos rios e pelo próprio mar, formou-se a Baixada dos Goytacazes na sua forma mais nativa e inicial.


A geografia de 1500

Em torno de 2.000 anos antes do presente, a Baixada dos Goytacazes apresentava o contorno costeiro que conhecemos hoje. Foi nela que Pero e Gil de Gois e os Sete Capitães, nos séculos XVI e XVII se instalaram. A geografia encontrada pelos europeus parece ser a mais complexa de todas as quatro que examinamos nesse artigo.

Toda a área ocupada pelo mar em 5.100 anos antes do presente, em 2.000, foi atulhada por sedimentos transportados da zona serrana e dos tabuleiros e do mar, formando a maior planície da Ecorregião de São Tomé e do Estado do Rio de Janeiro. O jato de água do Rio Paraíba do Sul funcionou como espigão hidráulico para reter areia e formar a restinga.

Essa planície fluviomarinha tem como característica a rede intrincada de ecossistemas aquáticos continentais comandada pelo Paraíba do Sul. Os quatro braços em que ele se ramifica ao deixar a zona serrana formam um grande delta em que se destacam o Rio Paraíba do Sul e a Lagoa Feia. O primeiro tanto recebe águas do Rio Muriaé quanto distribui água para o Rio Iguaçu, defluente principal da Lagoa Feia, pelos chamados posteriormente Córrego do Cula e Rio Doce ou Água Preta.

Por sua vez, o subsistema Lagoa Feia recebe águas dos Rios Imbé e Urubu, que defluem na Lagoa de Cima, do Preto, do Ururaí, da Prata e Macabu. Na baixada, há um grande acúmulo de água doce proveniente da zona serrana que encontra dificuldade de chegar ao mar em face da grande energia oceânica. Daí a formação de uma miríade de lagoas constituídas por rios ou interligadas por canais naturais. Apenas as desembocaduras dos Rios Macaé, Iguaçu, Paraíba do Sul e Guaxindiba permaneciam abertas durante todo o ano.

































Figura 7 - Mapa organizado por Alberto Ribeiro Lamego (1954), tomando por base cartográfica mapa de Marcelino Ramos da Silva (1898). Notar a complexidade dos ecossistemas aquáticos continentais.

Os povos nativos que desceram das partes altas para a baixada encontraram nela alimento abundante em termos de pesca e de caça, tanto nas águas interiores quanto nos estuários e no mar. Entretanto, os colonizadores portugueses, integrantes de uma economia de mercado, consideraram muito fértil o solo. Mas, para aproveitá-lo, só drenando a água. O primeiro esforço foi empreendido pelo Capitão José de Barcelos Machado, um dos herdeiros dos Sete Capitães, abrindo a famosa Vala do Furado, na atual Barra do Furado, em 1688. Sua intenção era abrir um novo escoadouro para o mar. Contudo, o Capitão não contava com a energia do mar, que fechava rapidamente a barra da Vala do Furado.

Jesuítas e governantes promoveram o desentupimento dos canais naturais nos séculos XVIII e XIX, mas mantendo a estrutura existente. O que se fazia era acelerar seu funcionamento. Mas, no século XIX, com a dinamização da economia e a necessidade de exportar e importar produtos, governos e particulares abriram quatro canais de navegação e construíram ferrovias. 
 

A geografia atual
No início do século XX, a modernização da indústria açucareira aumentou a produtividade. Porém, não havia matéria prima suficiente para engenhos centrais, usinas e destilarias. Tratava-se de ampliar a província agrícola, em grande parte sob as águas da Baixada dos Goytacazes. Várias comissões de saneamento e drenagem foram criadas, todas elas insuficientes e de vida curta até que, em 1933, o governo de Getúlio Vargas, representado um Estado mais intervencionista na economia, criou a Comissão de Saneamento da Baixada Fluminense para a integração de terras ao processo produtivo e para o combate de endemias rurais. Os trabalhos da Comissão começaram em 1935 e foram tão bem sucedidos para os fins almejados que ela se transformou, em 1940, no Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) com atuação virtual em todo o território brasileiro.

O DNOS mudou radicalmente a geografia encontrada pelos colonos. De uma geometria fractal, passou-se a uma geometria euclidiana. Rios foram canalizados e lagoas drenadas. Oito canais primários foram abertos entre os subsistemas Paraíba do Sul e Lagoa Feia. O total de canais montou a cerca de 1.400 quilômetros, uma extensão maior que a do próprio Rio Paraíba do Sul.

Quando foi extinto, em 1990, o DNOS deixou um vazio preenchido por ações individuais, de classe e municipais. Só no início de 2009, o Instituto Estadual do Ambiente começou a assumir seu lugar, mesmo assim, mais para reforma e manutenção das obras deixadas pelo órgão federal. 

































Figura 8 - Rios, canais e lagoas das margens esquerda e direita do Rio Paraíba do Sul. Concepção dos Geógrafos do Sala Verde, acima mencionados (2014).
FONTE; BLOG DO ROBERTO MORAIS
China vai instalar primeira fábrica de painéis solares do Brasil
 Maio de 2015 • Atualizado às 15h43


Na última terça-feira (19), a empresa Apex e o grupo chinês BYD assinaram um acordo de investimentos para a instalação da primeira fábrica de painéis solares fotovoltaicos no Brasil. Serão investidos R$ 150 milhões.
Com a meta de produzir 400 MW de painéis solares por ano, o acordo foi firmado no Palácio do Planalto com a presença do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. A ponte de negociações entre os Brasil e China foi feita pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.
“Traremos uma tecnologia de ponta, chamada de double glass, que significará painéis solares fotovoltaicos com maior eficiência e durabilidade em relação aos painéis convencionais. Com isso, a geração limpa e descentralizada será cada vez mais competitiva no Brasil”, afirma o diretor de relações governamentais da BYD Brasil, Adalberto Maluf.
As negociações no mercado brasileiro tiveram início em 2011. “É comum uma empresa levar até três anos para aplicar o recurso. É uma decisão que envolve cifras vultosas. Neste caso específico, muito além do dinheiro, o investimento representa um avanço tecnológico para o Brasil, inaugurando uma nova frente de produção energética”, afirma David Barioni, presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Além da fábrica, será instalado também um centro de pesquisa e desenvolvimento com foco em estudos e tecnologias para veículos elétricos, baterias, smart grid, energia solar e iluminação.
Os dois grandes empreendimentos serão construídos em Campinas, interior de São Paulo. Lugar onde o mesmo grupo chinês investiu R$ 100 milhões, em 2014, na instalação de uma fábrica de ônibus elétricos.
“Creio que o nosso compromisso com a tecnologia e a inovação em tudo o que fazemos, trará aos brasileiros uma alternativa em energia renovável para enfrentar os desafios futuros, e viver uma vida mais saudável e mais gratificante”, afirma a vice-presidente sênior da BYD, Stella Li. O Grupo BYD pretende investir um  bilhão de reais no Brasil até 2017. 
FONTE CICLOVIVO 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Na Itália, quem for à escola de bicicleta ganha pontos extras

Twitt
Por Portal Aprendiz*
Os alunos da escola pública Liceu Antonio Meucci, localizada em Aprili, cidade italiana próxima de Roma, têm agora um motivo além da sustentabilidade para fazer o trajeto casa-escola pedalando.
Através do projeto Bike Control, que instalou sensores nas bicicletas que controlam distância percorrida e a quantidade de gás carbônico que deixa de ser emitida na atmosfera ao usar a bicicleta no lugar do carro, estudantes do ensino médio ganham pontos extras na avaliação escolar, como se fossem atividades extracurriculares.
Idealizado pelo ex-aluno Lorenzo Catalli, o projeto busca incentivar o uso do meio de transporte alternativo como forma de reduzir as emissões de poluentes. Para receber a bonificação, é necessário que o estudante use a bicicleta pelo menos três vezes por semana para ir ao colégio.
Em vigor há mais de um ano, o Bike Control poupou a emissão de mais de uma tonelada de gás carbônico na atmosfera. O sucesso da iniciativa despertou o interesse das prefeitura, que passou a financiar a produção e instalação dos sensores nas bicicletas e, ainda, pretende estender o projeto a outras instituições públicas e privadas.
Leia a matéria na íntegra aqui.

* Publicado originalmente pela BBC e retirado do site Portal Aprediz.

795 milhões de pessoas passam fome hoje - mas o mundo já foi pior.


Em 1990, eram 1 bilhão de famintos; "avanço é louvável, mas frágil", afirma diplomata atuante na ONU

IGOR UTSUMI, COM ALINE RIBEIRO
30/05/2015 
Assine já!
Uma menina carrega uma cesta de frutas na cabeça no Camboja (Foto: Per-Andre Hoffmann/ Gettyimages)
Uma em cada nove pessoas passa fome no mundo. O número assusta, mas é motivo de celebração para a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Isso porque a situação já foi muito pior, segundo o relatório 2015 da entidade.
Atualmente cerca de 795 milhões de pessoas são consideradas subnutridas pela ONU, mas esse número chegava a um bilhão em 1990. O avanço é mais significativo se for considerado que a população cresceu desde então. Hoje, 12,9% de pessoas no planeta ingerem menos calorias do que o recomendado pelas Nações Unidas. Essa parcela era de 23,3% há 25 anos.
Para a ONU, a melhoria foi global, embora algumas regiões tenham avançado pouco. É o caso da África Subsaariana e do Sudeste Asiático, palcos de conflitos civis e guerras. Já o Brasil foi um dos destaques:conseguiu erradicar a fome, sendo considerado um país com um número "estatisticamente insignificante" de subnutridos.
Para Carlos Lopes, secretário geral adjunto da ONU, o sucesso brasileiro pode ser associado ao esforço em cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). "Houve um esforço no Brasil de levar os objetivos a sério, não só pelo governo, mas também pelo setor privado e pela sociedade civil", afirma o diplomata.
Os ODM foram criados em 2000, quando o Brasil e outros 188 países se comprometeram a cumprir, até 2015, um pacote de metas estipulado pela ONU. Entre elas, diminuir a miséria no mundo pela metade, reduzir a mortalidade materna, universalizar a educação. E erradicar a fome, objetivo alcançado pelos brasileiros antes do prazo final.
Mas Lopes alerta: não há tempo para se desperdiçar comemorando. “O mundo nunca teve tanto para celebrar em termos de progresso social como hoje”, afirma Lopes. "Mas a crise financeira de 2009 destruiu uma boa parte das conquistas, mostrando que os avanços são louváveis, mas frágeis." Períodos com atividade econômica fraca e baixa criação de empregos tendem a ser ruins para todos, mas afetam de forma especialmente dura as famílias recém-saídas da pobreza. Elas podem voltar à situação precária anterior. O diplomata menciona também, como exemplo do desenvolvimento meio manco do início do século XXI, a perda de biodiversidade ocorrida nos últimos 15 anos.
Alguns especialistas criticam o fato dos objetivos serem tratados de forma isolada, reduzidos a metas. “Não adianta falar só em transferência de renda”, diz Iara Pietricovsky, representante do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc). “É necessário discutir de forma conjunta o acesso à educação, as desigualdades existentes, como as áreas urbanas que estão sendo aproveitadas”.
Segundo Alessandra Nilo, diretora da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), tratar os avanços de forma isolada não resolverá os problemas. "Se não tivéssemos os Objetivos do Milênio, não teríamos reduzido tanto a fome e miséria", afirma. "Mas as metas precisam dialogar entre si, ou esse progresso nunca será suficiente".
FONTE REVISTA ÉPOCA ON LINE

terça-feira, 9 de junho de 2015


Reprodução do Globo online
Reprodução do Globo online


A CBF desde Ricardo Teixeira se transformou num antro de corrupção. Segundo o FBI, só no contrato de patrocínio da Nike foram pagos R$ 94 milhões por fora. Não é à toa que Ricardo Teixeira movimentou em apenas 4 anos quase R$ 500 milhões. Se o Brasil em campo tomou uma goleada de 7 a 1 da Alemanha, nos bastidores o futebol brasileiro está levando uma goleada de 10 a 0 do FBI. Agora há que se registrar, que mesmo depois de todas as denúncias e da prisão de José Maria Marin, as autoridades brasileiras continuam em berço esplêndido sem agir com rigor para investigar a CBF. 
FONTE BLOG DO GAROTINHO

Uso indevido de recursos minerais é usurpação do patrimônio da União

A utilização indevida de recursos minerais caracteriza usurpação do patrimônio da União. Com esse entendimento, a 3ª Vara Federal de São Paulo condenou a empresa Thermas dos Laranjais e o município de Olímpia (SP) a devolver à União Federal mais de R$ 13 milhões a título de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais. Segundo a decisão, a empresa e o município não tinham autorização para atuar na área.
O caso foi parar na Justiça por meio de uma ação movida pela Advocacia-Geral da União para questionar a decisão que estipulara o pagamento no montante relativo a apenas 2% do faturamento líquido da empresa pelo volume de água termal que utilizava para fins comerciais. A determinação também autorizava o empreendimento a aumentar gradativamente a extração de água de uma das fontes questionadas.
A procuradoria da AGU comprovou que a empresa utilizava águas termais comercialmente sem autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) — o que causava um dano irreparável para o meio ambiente e a sociedade. O órgão argumentou que a exploração do patrimônio mineral brasileiro só pode ser promovida pela iniciativa privada no interesse nacional e quando devidamente autorizada pelo Poder Público, conforme previsto no artigo 176 da Constituição Federal.
A 3ª Vara Federal de São Paulo acolheu os argumentos e condenou a empresa e o município ao pagamento da compensação. Com informações da assessoria de imprensa da AGU.
Processo 0001464-35.2012.403.6106.
FONTE CONJUR

Para lavar calçadas, tente reutilizar a água que sai do enxague da máquina

segunda-feira, 8 de junho de 2015

URE – Barueri (Unidade de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos)


01/2015
URE – Barueri (Unidade de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos)

Publicado por Gheorge Iwaki
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A tecnologia das Usinas de Recuperação de Energia é uma alternativa sustentável para o problema mundial do lixo, recomendada inclusive pela ONU. Além de reduzir drasticamente o volume de resíduos transformando o calor de queima em energia renovável - Waste-to-Energy - sua implantação representa a diminuição de emissões com o transporte, disposição em aterros e lixões e ainda incentiva o reúso e a reciclagem, gerando empregos e diminuindo o impacto socioambiental causado pelos lixões a céu aberto.
Como a URE é uma planta compacta e de operação controlada e limpa, uma das vantagens é que ela pode ser instalada em áreas urbanas, facilitando o acesso logístico e reduzindo os custos com infraestrutura de apoio e transporte, além de ser possível utilizar a rede elétrica já disponível para a distribuição da energia gerada. Porém, os possíveis impactos ambientais, sociais e econômicos devem ser mensurados de forma abrangente e minimizados para que o empreendimento possa ser considerado ambientalmente viável. Os estudos devem abranger desde as alternativas de locais para a implantação da usina, passando pelos aspectos legais, sua influência nos meios físico, biótico e socioeconômico até o prognóstico da qualidade ambiental futura.
No Brasil a URE Barueri será a primeira unidade de recuperação energética do Brasil e terá capacidade para tratar 825 toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos evitando a emissão de 900.000 toneladas de CO2 na atmosfera gerando 20MWh de energia elétrica. Essa quantidade de energia é o suficiente para abastecer 80 mil residências, como o próprio município de Barueri (SP) que passará a ser o primeiro município do Brasil a adotar uma solução que contribui para a construção do “Ciclo Positivo do Resíduo”, ou seja, que soluciona passivos ambientais transformando o lixo em uma fonte de geração de energia renovável.
A URE será conectada ao Sistema Interligado Nacional disponibilizando 87% para a rede transmissora e consumindo 13% na operação. A comercialização da energia desse processo será no Mercado Livre de Energia Brasileiro, a partir de 2016. O empreendimento adota os mais rígidos padrões de segurança do mundo e as mais avançadas tecnologias para tratamento térmico, filtragem e controle de emissões.
Através de Parceria Público-Privada entre a Prefeitura de Barueri e a Foxx-Haztec a URE Barueri irá atender os critérios e etapas da concessão do serviço para tratamento e recuperação energética de resíduos do município de Barueri por um prazo de 30 anos. Sendo assim, o empreendimento inovador é uma concessionária da Prefeitura de Barueri, administrado pela Foxx-Haztec, uma empresa brasileira criada em 2013 através da fusão da Foxx Inova Ambiental S.A e da Haztec Tecnologia e Planejamento Ambiental S.A que desenvolveu no país o processo tecnológico conhecido mundialmente por “Waste to Energy” (WTE), combinando a disposição ambientalmente correta para os resíduos com a geração de energia renovável. Com atuação nas áreas de resíduos sólidos, consultoria e engenharia ambiental e energia a partir de resíduos a empresa é líder em soluções ambientais no Brasil.São parceiros estratégicos no desenvolvimento das UREs:

  • Keppel Seguers : Líder mundial em tecnologia e equipamentos de “Waste to Energy” (WTE), com mais de 100 UREs instaladas ;
  • Engevix : Engenharia, construção e instalação ;
  • Tiru (Grupo EDF) :Treinamento e assistência técnica para o O&M ;
  • Fitchtner: Auditoria técnica de integração de projeto.



Essa URE está localizada no Setor de Tratamento de Esgoto (STE) do Plano Diretor de Barueri, ao lado da área da Sabesp. Este local foi indicado porque possui :
  • Disponibilidade de água de reúso da própria Estação de Tratamento de Efluentes - ETE, ou seja, não necessitará de adutora de água ;
  • Facilidade de encaminhamento de efluentes para a ETE ;
  • Integração à subestação de energia local da Sabesp
  • Disponibilidade de amplo e diversificado sistema viário.
O município de Barueri buscou alternativas para a gestão do seu resíduo que atualmente precisa ser encaminhado para um aterro sanitário a mais de 20 km da cidade. Neste sentido, as UREs podem reduzir os custos para esta gestão, principalmente em médio e longo prazo, e possibilitar que os municípios cumpram a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). 
A URE de Barueri receberá o resíduo coletado em três municípios da região: Barueri, Carapicuíba e Santana de Parnaíba. O estudo abrangeu toda a área da bacia hidrográfica que abriga os municípios de Barueri e Carapicuíba, e se concentrou em um raio de 3 km no entorno do empreendimento, uma área urbanizada e densamente povoada. Estes municípios já empreendem iniciativas de coleta seletiva de lixo, atividade que obrigatoriamente aumentará ao longo da construção e operação da usina, diminuindo o volume a ser tratado, aumentando o percentual de reciclagem e o nível de emprego e renda da população local.
A URE Barueri é a primeira concessão pública de serviço para tratamento, com recuperação energética de resíduos por 30 anos.
As UREs são amplamente utilizadas como principal recurso de tratamento de resíduos urbanos em diversos países na Europa, Ásia e América do Norte, onde não há espaço disponível para disposição de grandes volumes e a preocupação com a questão ambiental é bastante desenvolvida. A tecnologia de “mass burning” pode reduzir a massa de resíduos em até 90%, diminuindo drasticamente o espaço usado em aterros controlados, além de gerar energia renovável no processo. No Brasil, o PNRS prevê também a implementação de logística reversa e o aumento da porcentagem de reciclagem, aumentando o ciclo de vida de produtos e incentivando a coleta seletiva, antes do tratamento do rejeito e disposição final.
O Ciclo Positivo do Resíduo :