terça-feira, 12 de maio de 2015

11 fatos marcantes da sustentabilidade em 2014

11 fatos marcantes da sustentabilidade em 2014Marina Maciel - /12/2014 

11-destaques-sustentabilidade-2014
......... Mas já avisamos: não temos só notícias boas e dá para aprender lições valiosas com cada uma delas. Preparado?
*Participaram Caco de Paula e Mônica Nunes.
1) CRÍSE HÍDRICA NO SUDESTESão Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais vão disputar de maneira feroz o “ouro do século 21″: a água. É o que afirma a ambientalista Malu Ribeiro, coordenadora da ONG S.O.S. Mata Atlântica.
Desde o começo do ano, os paulistas têm sentido na torneira – bem pior do que no bolso, concorda? – os efeitos da atual política de gestão dos recursos hídricos. O estado de São Paulo enfrenta uma das piores secas de sua história. Tão violenta, que praticamente esgotou o volume de água das represas que abastecem as cidades do estado.
Pior: a seca não tem perspectiva de melhora em 2015, por conta do desenvolvimento do fenômeno El Niño. O aquecimento das águas do Oceano Pacífico formará nuvens que se arrastarão para a direção oeste. Mas não para a América do Sul…
A situação é tão preocupante que 15 importantes cientistas brasileiros – entre eles, o climatologista Carlos Nobre e o pesquisador do INPE José Marengo – lançaram carta aberta que faz análise minuciosa da grave crise hídrica que atinge a região Sudeste.
Quer saber mais? Acompanhe o blog Planeta Água e fique por dentro do assunto!
2) O PIOR SURTO DE EBOLA DA HISTÓRIASó em 2014, o vírus Ebola matou 6.856 pessoas, segundo dado divulgado em 13/12 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de a maior parte das vítimas ser da África Ocidental (especialmente da Libéria, e dos fronteiriços Serra Leoa e Guiné, onde existem apenas 10 médicos para cada 100 mil habitantes), a epidemia preocupa o mundo todo. No total, mais de 18 mil casos do vírus foram confirmados. Até o Brasil teve casos suspeitos.
Para conter a epidemia, profissionais de saúde de todo o mundo foram enviados para as regiões mais prejudicadas. Graças à falta de infraestrutura adequada, o trabalho é perigoso. 639 casos de infecção foram registrados, com 349 vítimas fatais. A revistaTime fez uma bela homenagem a estes corajosos ao eleger equipes de combate ao ebola como personalidades de 2014.
O surto também sensibilizou famosos e artistas. Dois DJs da Libéria lançaram uma música (com direito a coreografia), cantores – entre eles Bob Geldof, Bono Vox, One Direction, Sinead O’Connor e Chris Martin (assista ao vídeo, abaixo) – e craques do futebol também se uniram em prol da causa.

3) A CIDADE DE SÃO PAULO E A MOBILIDADE URBANANem um ano depois dos protestos por conta do aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad arregaçou as mangas para encarar de frente este assunto tão urgente de São Paulo: a (i)mobilidade urbana.
Em pouco tempo, a cidade ganhou faixas exclusivas de ônibus e ciclovias nas principais avenidas. Claro que a medida foi polêmica, já que reduziu espaço que antes era usado por automóveis para estacionamento ou trânsito. Para o famoso ciclista e empresário norte-americano Gary Fisher, que andou pela cidade em outubro, “a mudança está chegando em São Paulo”. E ela é muito boa!
4) CO2 E OUTROS GASES NOCIVOS À ATMOSFERADepois de milhões de anos, a humanidade bateu recorde perigoso em abril: aconcentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera passou o nível de 400 partes por milhão (ppm) durante todo o mês. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), para limitar o aumento da temperatura do planeta entre 2 e 2,4ºC, os níveis de CO2 na atmosfera não podem exceder 400 ppm.
Os alimentos já começaram a sofrer os efeitos da mudança do clima, revelou estudo da Nature, publicado em junho. Trigo e arroz, por exemplo, poderão ter menos nutrientes em 2050 por conta das altas concentrações de CO2 na atmosfera.
Além disso, mais um fato preocupante: cientistas descobriram sete novos gases emitidos por humanos nocivos à camada de ozônioQuatro deles foram detectados em março e outros três em junho.
5) LANÇAMENTO DO 5º RELATÓRIO DO IPCCclima foi o assunto do ano, especialmente por conta dos aguardados lançamentos do IPCC:  as três últimas partes do 5º Relatório de Avaliação sobre Mudanças Climáticas (AR5). As publicações foram tão significativas que 600 mil pessoas, de 161 países (inclusive do Brasil!), foram às ruas pedir ações efetivas e mais compromisso dos governos no dia 21 de setembro, marco que ficou conhecido como Marcha pelo Clima.
Além disso, 2014 está prestes a se tornar o ano mais quente de que se tem registro, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). O calor recorde tem relação com as altas temperaturas nos oceanos, e vem se mostrando um problema desde janeiro: tanto que os 10 primeiros meses do ano foram os mais quentes já registrados desde que começaram as medições, em 1880.
Hoje, cidadãos do mundo todo conhecem não só as causas do aquecimento global, mas também sua origem, graças aos relatórios, resultado do trabalho de milhares de cientistas. São eles:
Impactos, Adaptação e Vulnerabilidades, que apresenta conclusão importante (e preocupante): nenhuma pessoa estará livre dos impactos do aquecimento global nos próximos anos;
Mitigação das Mudanças Climáticas, que destaca a necessidade de mudança de comportamento e de padrões de consumo para fazermos cortes de emissõesprofundos, e
Relatório Síntese, que reúne, alinha e, claro, resume as informações das três partes do relatório já publicadas entre 2013 e 2014.
O AR5 veio em um momento crítico da ação internacional de combate às mudanças climáticas e servirá de base para a elaboração de um acordo global na COP21, em Paris, em 2015.
6) CHINA E EUA SE UNEM PARA REDUZIR EMISSÕESMas não fique desesperançoso. Existe luz no fim do túnel. Como diz o próprio IPCC, o aumento de temperatura é irreversível, sim – mas podemos reduzir os efeitos catastróficos da mudança do clima com a mitigação das emissões de gases de efeito estufa.
Em novembro, o mundo se surpreendeu (e comemorou) com o anúncio de um tratado entre China e Estados Unidos, já que os dois países são os maiores emissores de carbono do mundo, para redução drástica de emissões até 2030. Para o presidente norte-americano Barack Obama, o acordo é um “grande marco” histórico.
7) MALALA: DA TRAGÉDIA AO PRÊMIO NOBEL DA PAZA história da menina paquistanesa Malala Yousafzai inspira pessoas de todo o mundo. Aos 15 anos, em 2012, , acusada por talibãs paquistaneses de “prejudicar o islã” por frequentar a escola, ela levou um tiro na cabeça. Em vez de amedrontá-la, o atentado só a fez insistir ainda mais na causa. “A educação é o caminho para acabar com o terrorismo”, acredita.
Não foi à toa que ela se tornou símbolo na luta pelo direito universal à educação e pelos direitos das mulheres. Agora, Malala ganhou outro reconhecimento: é a pessoa mais jovem a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Demais essa menina, não?
8) AS LIÇÕES DA SECA NA CALIFÓRNIAO estado mais rico dos EUA, está no seu quarto ano consecutivo de seca e tem registrado queda significativa dos níveis de chuva. Pior: cientistas temem que a situação perdure até o fim do século.
A escassez é tão preocupante que o governo da Califórnia tomou medidas drásticas para evitar o desperdício de água: passou a multar em 500 dólares quem for pego lavando calçadas, regando jardins ou lavando carros.
Por conta da multa salgada, alguns californianos adotaram uma medida no mínimo curiosa para manter a grama sempre lustrosa: pintá-la de verde. Este ano, pipocaram no estado empresas especializadas na pintura de gramados.
Deixando o bizarro de lado, a Califórnia tem, pelo menos, 10 boas iniciativas que podem servir de exemplo para o Brasil também:
1- multar quem desperdiça água;
2- multar casas com vazamentos;
3- criar cursos obrigatórios para quem gasta demais;
4- priorizar o consumo humano;
5- premiar quem troca o gramado por plantas que exigem menos água;
6- distribuir hidrômetros gratuitamente;
7- reaproveitar água do ralo;
8- tratar esgoto e usá-lo para abastecer os lençóis freáticos;
9- tirar o sal da água do mar, e
10- evitar vazamentos nas tubulações subterrâneas.
9) POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS: O Brasil já ocupa o 5º lugar entre os maiores produtores de lixo do mundo, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Em 2013, cada brasileiro gerou 1kg de resíduos por dia. Só que apenas 3% do nosso lixo é reciclado.
A situação ficou ainda mais feia agora, já que passou o prazo estipulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor desde 2010, para o fim dos lixões a céu aberto. Além de contaminar o meio ambiente, o descarte irregular de resíduos coloca a saúde da população em risco.
A lei é clara: os lixões deveriam ser fechados até 8 de agosto e os resíduos sem possibilidade de reciclagem deveriam ser encaminhados a aterros sanitários. Mas a data passou e o descarte ilegal continua… Estagnamos nos lixões?
10) A AMEAÇA DA 6ª EXTINÇÃO DE ESPÉCIESUma série de estudos publicados em julho trouxe um alerta: a biodiversidade corre perigo. Segundo um dos autores da pesquisa, Clinton Jenkins, hoje, a extinção de espécies no mundo, provocada pelo homem, é mil vezes maior que a taxa natural.
Esta onda crescente de “sumiço” de espécies está sendo chamada de defaunação. Diferentemente do desmatamento, que pode ser medido por satélites, o declínio de espécies de animais pode passar despercebido por órgãos de proteção ambiental.
Em agosto, um dos biólogos mais importantes do mundo surpreendeu ao proporestratégia de conservação audaciosa. Segundo Dr. Edward Osborne Wilson, influente cientista de 85 anos da Universidade de Harvard, para prevenir a sextaextinção em massa de espécies, precisamos destinar metade do planeta exclusivamente para a proteção dos animais. Ele acredita que estamos enfrentando um “holocausto biológico”, causado pelos seres humanos. O que acha da ideia?
11) 2014: O ANO DA SELFIE (DO PLANETA TERRA)Como você sabe, este foi o ano de pegar o celular, esticar o braço e tirar um retrato de si mesmo. Nem a Terra não ficou de fora da famigerada selfie! Explicamos.
Para comemorar o Dia da Terra, em 22 de abril, a Nasa convidou todas as pessoas do planeta a fazer uma selfie em uma paisagem legal. Depois, todas as fotos enviadas pelas redes sociais foram reunidas para compor uma “selfie global”.
Diz aí, o mosaico bonitão da foto abaixo não inspira a gente a cuidar melhor do planeta? Que venha 2015!
global-selfie
Fotos: Michael Mazengarb/Creative Commons/Flickr, Luiz Augusto Daidone/Prefeitura de Vargem, Global Panorama/Creative Commons/Flickr, Victor Moriyama, Divulgação/NASA, Sivanesan S/Creative Commons/Flickr, U.S. Department of Agriculture/Creative Commons, © European Union 2013 – European Parliament, Juliana Beletsis/Creative Commons/Flickr, Marcello Casal Jr./Agência Brasil, jacki-dee/Creative Commons/Flickr; NASA

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Crise hídrica e caos social em São Paulo entram na pauta do Exército

Painel organizado pelo Comando Militar evidencia preocupação dos militares ante falta de água

 São Paulo 5 MAY 

Alckmin deu início às obras de interligação de sistemas. / CIETE SILVÉRIO/ A2D
O Comando Militar do Sudeste, que abrange todos os Comandos e Forças com sede em São Paulo, organizou terça-feira, dia 28, uma palestra sobre planejamento e estratégia com “o problema de abastecimento de água para consumo no Estado de São Paulo” como único assunto. É a primeira vez que a crise hídrica entra na agenda acadêmica dos militares.
O evento, destinado a professores e alunos universitários, e simpatizantes de organizações militares evidenciou a “preocupação com a possibilidade do caos social diante um cenário de desabastecimento na região”, conforme a avaliação de dois dos participantes. O diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, o professor de recursos hídricos da Unicamp, Antonio Carlos Zuffo, e a responsável pelo Departamento de Meio Ambiente da Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp) Anicia Pio foram os convidados para traçar os cenários que uma São Paulo sem água poderia atravessar. Com os principais reservatórios em queda desde a semana passada, a região metropolitana enfrenta o período seco com os reservatórios em uma situação ainda mais crítica que o ano passado.
“A crise hídrica não é um problema específico do escopo deste Comando Militar, mas um assunto a ser estudado por todas as autoridades envolvidas, acadêmicos e formadores de opinião, devido à relevância do tema”, esclareceu em nota, ao EL PAÍS, o Comando Militar.
A obra que vai ligar a Represa Billings ao Sistema Alto Tietê, uma das principais apostas do Governo de Geraldo Alckmin para evitar o desabastecimento, vai se atrasar pelo menos três meses e só será concluída em setembro
Massato, já habitual na hora de apresentar os piores cenários nesta crise, abriu a porta para a possibilidade da água acabar em julho. Ele afirmou, no entanto, que a conclusão das obras planejadas pela Sabesp pode garantir o abastecimento até o próximo período de chuvas, em outubro. "Daí a gente tem que rezar para chover em outubro", brincou ele, segundo uma das assistentes. Por enquanto, a obra que vai ligar a Represa Billings ao Sistema Alto Tietê, uma das principais apostas do Governo de Geraldo Alckmin para evitar o desabastecimento, vai se atrasar pelo menos três meses e só será concluída em setembro, conforme reconheceu – dias depois tê-lo negado – o próprio governador nesta segunda.
Perguntado então sobre o que aconteceria se as chuvas continuassem abaixo da média e as obras previstas não ficassem prontas, o diretor da Sabesp respondeu: “Vai ser o terror. Não vai ter alimentação [produção hortifruti], não vai ter energia elétrica... Será um cenário de fim de mundo. São milhares de pessoas e o caos social pode se deflagrar. Não será só um problema de desabastecimento de água. Vai ser bem mais sério do que isso...”. A fala, “em tom de brincadeira para evitar imprimir um tom apocalíptico”, foi registrada pelo siteoperamundi e confirmada, embora contextualizada, por quatro dos presentes no painel. Massato, porém, enfatizou que, tanto a Sabesp como o Governo estão fazendo de tudo para que isso não aconteça. "Água para beber não irá faltar, isso a gente consegue garantir, mas a gente não usa a água só para beber", disse Massato antes de afirmar que a água vai ficar cada vez mais cara.
Massato discursou sobre como seria difícil a questão logística num cenário sem água, sobretudo nos lugares onde não pode faltar o fornecimento como os hospitais. Só o Hospital das Clínicas precisaria de 1.200 caminhões-pipa por dia, uma quantidade de veículos que São Paulo não tem, nem vai ter, como já alertou o setor. “Os poucos que existem já estão contratados”, disse Massato.
O diretor da Sabesp também mencionou o exemplo de Itu, município do interior de São Paulo onde no ano passado dezenas de famílias ficaram semanas com as torneiras secas e foram registrados distúrbios e assaltos colocando a falta de água como questão de segurança pública. Em resposta a uma pergunta sobre por que a Sabesp não tinha ainda adotado um rodízio, Massato quis evidenciar o caos que poderia explodir em uma megalópole como São Paulo se sofresse com cortes prolongados de fornecimento. “Ele pediu à plateia que pensasse que se em uma cidade como Itu chegou-se nessa situação em poucos dias, o que poderia acontecer em São Paulo”, lembra uma das assistentes. Massato, segundo os presentes ouvido pelo EL PAÍS, defendeu que a redução da pressão da rede adotada pela Sabesp que, na prática, supõe depender das reservas residenciais até 20 horas por dia, busca evitar um rodízio que teria um impacto muito maior na população, como já se viu em Itu.
A indústria paulista não pode ficar sem água e o setor não está preparado para um rodízio de um dia com água e cinco sem.
Pocurada para explicar as falas do seu diretor, a Sabesp não se manifestou.
Pio foi a responsável por perfilar a situação das indústrias ante um possível desabastecimento. Segundo a também ex-coordenadora de Recursos Hídricos no Governo do Estado em 1999, a escassez em regiões altamente afetadas pela atual crise do Sistema Cantareira (Região Metropolitana e Região Metropolitana de Campinas) está afetando cerca de 56.000 indústrias. Elas empregam diretamente 1,9 milhão de pessoas e equivalem a 50% do PIB industrial do Estado. Pio advertiu de que com a crise hídrica, a indústria paulista não pode ficar sem água e que o setor não está preparado para um rodízio de um dia com água e cinco sem, uma alternativa discutida na Sabesp e não descartada ainda neste ano.
Para a representante das indústrias, a crise hídrica está tendo reflexos na produção que preocupam o setor. "A falta de água, como já foi registrado no ano passado, poderia paralisar algumas produções, aumentar custos, adiar investimentos e impactar toda a cadeia produtiva", disse. Até hoje, o polo petroquímico de Paulínia, o maior da América Latina, foi o mais afetado por esta crise.
O professor Zuffo, que defendeu o caráter cíclico das chuvas, o chamado Efeito José, alertou que o período de escassez hídrica pode se prolongar até 2030-2040.

Volume do Cantareira continua em queda

Após quase três meses de boas notícias, o volume do Sistema Cantareira manteve nesta segunda-feira a tendência de queda que começou a se verificar na semana passada após um mês de abril com metade das chuvas da série histórica.
A represa, que abastece mais de cinco milhões de pessoas na Grande São Paulo, opera hoje com -9,5% da sua capacidade, segundo o novo cálculo que a Sabesp está obrigada a divulgar após uma liminar do Ministério Público Estadual que considera que a Sabesp só pode usar percentual positivo caso o sistema recupere seu volume útil. A situação é mais crítica do que a Sabesp havia previsto como pior cenário para abril de 2015 no plano de contingência enviado para a Agência Nacional de Água (ANA) em outubro de 2014,segundo publicou o Estado de S. Paulo. No documento, a companhia previa que o Cantareira chegaria nesta época com, no mínimo, -5% da capacidade.
Outro cálculo da Sabesp para informar sobre o volume disponível, que tem como base a quantidade de água no dia e a capacidade total do reservatório, incluindo as duas cotas do volume morto, situa o manancial em 15,3% da sua capacidade. O cálculo mais otimista, que considera a água disponível da reserva em relação à capacidade do volume útil, é o desta terça, de 19,7%. Um ano atrás o sistema beirava 27%.
O Sistema Alto Cotia, que fornece água para 400.000 pessoas, também registrou queda esta semana (de 65,5% na sexta a 65,3% nesta quarta), assim como o de Rio Grande (de 95,5% a 95,0%) e o Guarapiranga (81,7% para 81,2%). Os volumes do Rio Claro (51,2%) e do Alto Tietê (22,5%), a cuja capacidade já foi adicionada a reserva técnica para abastecer 4,5 milhões de pessoas, aumentaram sensivelmente no começo desta semana.
Para o professor de recursos Hídricos da Unicamp Carlos Antônio Zuffo, o nível dos reservatórios é “preocupante”, embora a Sabesp trabalhe para diminuir a demanda de abastecimento. O professor, porém, é otimista e acredita que nos espera um inverno mais chuvoso que nos últimos 40 anos.
O geólogo Sérgio Klein mostra-se mais alarmista e adverte que São Paulo, com os reservatórios “abaixo do nível desejável”, vai enfrentar neste inverno “um problema grave de fornecimento de água”. Segundo Klein, no meio técnico e acadêmico, se fala da possibilidade de um rodízio de cinco dias sem água por um dia com. O Governo de Geraldo Alckmin não descarta essa possibilidade, mas afirma que acredita que não será necessário. “O Governo nega até a crise, mas São Paulo não vai ter como fornecer água para 20 milhões de pessoas no período de seca. Vamos ter que conviver com o rodízio e com água de má qualidade”, afirma Klein.

AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PROJETO ORLA NO FAROL DE S. TOMÉ

Atentaivos sociedade civil organizada e residentes do Farol, para a audiência pública do Projeto Orla,que visa compatibilizar preservação ambiental da orla ,uso para lazer e gestão patrimonial da Orla do Farol de S Tomé.



AVISO DE REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PROJETO ORLA Nº 001/2015
A Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, avisa ao público em geral, e destacadamente aos munícipes residentes em Farol de São Thomé, bem como as entidades representativas da sociedade civil, instituições públicas e privadas, de toda  natureza e razões sociais, e mais quaisquer pessoas interessadas, que no dia 16 do mês de maio de 2015, a partir das 08h30, no auditório da Colônia de Férias da Terceira Idade, situado na Avenida Olavo Saldanha, nº 1274, na localidade de Farol de São Thomé, distrito de Santo Amaro, neste Município, promoverá audiência pública com a finalidade de apresentar o Plano de Gestão Integrada da Orla Marítima de Campos dos Goytacazes/Farol de São Thomé (PMCG – Projeto Orla).
Resumo do regulamento: A audiência pública terá, em resumo, o seguinte roteiro e regulamento:
a) a presidência dos trabalhos caberá a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que será designado em portaria do chefe do executivo municipal, na abertura da sessão, reapresentará a metodologia dos trabalhos;
b) a coordenação dos trabalhos será conduzida pelo Secretário Executivo, a ser designado pela Presidência dos trabalhos ;
c) fará parte, junto a mesa técnica, 01 (um) representante da  Sociedade Civil e 01 (um) representante do seguimento do Governo Municipal que compõe o Comitê Gestor e ainda representantes da Administração Pública Federal e Estadual envolvidos na implementação do projeto orla;
d) as organizações sociais participantes que pretenderem direito a voz, o farão por meio de um representante inscrito, no tempo máximo de 03 minutos cada;
e) Segue em anexo único, o Regimento Interno da Audiência Pública.
PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES, 05 de maio de 2015.

ROSINHA GAROTINHO

-Prefeita -
PUBLICADO NO DO ,DIA 05/04/2015

Projeto Mantas do Brasil: a luta para salvar a jamanta da extinção

PRESERVAÇÃO

Projeto Mantas do Brasil: a luta para salvar a jamanta da extinção

Quem observa a raia-manta (Manta birostris) nadando pacificamente pelo mar, batendo as nadadeiras como se estivessem planando no ar, não imagina que esses animais são capazes de dar saltos espetaculares. O crescimento do turismo sustentável aumenta o valor econômico da espécie em relação à pesca predatória

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Fábio Paschoal - National Geographic Brasil - 04/2015

Leo Francini/Mantas do Brasil


A raia-manta (Manta birostris), também conhecida comojamanta, pode alcançar 8 metros de envergadura e chega a pesar 2 toneladas. Esse tamanho todo serve como defesa contra predadores, já que ela não possui ferrão ou espinhos. Nadam grandes distâncias em busca de plâncton e pequenos peixes, filtrados na coluna d’água. São animais dóceis e interagem pacificamente com mergulhadores enquanto nadam suavemente pelo oceano ou realizam saltos espetaculares em que parecem estar voando sobre a superfície da água.

Porém, a pesca predatória e a pesca incidental (bycatch), quando o animal acaba preso numa rede de pesca, colocam a espécie na categoria vulnerável da lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN (União Internacional pela Conservação da Natureza na sigla em inglês). Para tentar mudar essa história nasceu o Projeto Mantas do Brasil, que tem o objetivo de aumentar o conhecimento sobre a jamanta, compreender o processo migratório dos animais pela costa brasileira e salvar a raia-manta da extinção.

Sediado na Baixada Santista, onde fica o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos (PEMLS), o Projeto Mantas do Brasil registra o comportamento das raias-mantas através de observações e filmagens, faz a identificação dos indivíduos avistados através de fotos, implanta transmissores portáteis (tags) que processam, codificam e enviam, dados importantes (como profundidade, luminosidade, salinidade, temperatura e pressão do ambiente) para o estudo do comportamento dos animais em seus deslocamentos em mar aberto.
Maurício Andrade
“A Laje de Santos é o principal ponto de observação da raia-manta no país. Desde que iniciamos o monitoramento da espécie, reunindo registros de mais de 20 anos e coletando novos registros e observações, já comprovamos 100 animais visitando a região”, comenta a coordenadora geral do Projeto Mantas do Brasil, Ana Paula Balboni Coelho.

Os pesquisadores também coletam amostras para analise genética, medem o tamanho dos peixes e executam atividades de educação ambiental com turistas, pescadores, mergulhadores, professores e estudantes.
Leo Francini/Mantas do Brasil
Segundo a assessoria de imprensa do projeto é preciso combater a pesca predatória no oriente. Desde 2013, a pesca de raias-mantas é proibida na costa brasileira e não há comprovação da atividade no Brasil, mas os pesquisadores ouvem relatos de núcleos de pescadores que consomem jamantas no Nordeste. O maior problema por aqui é a pesca incidental que pode ser combatida com os dados obtidos pelos transmissores. Após traçar as rotas utilizadas pelos peixes na costa brasileira, será possível orientar e, se necessário, alterar as rotas de pesca para evitar o bycatch.

Qualquer pessoa pode ajudar na preservação dos peixes. É só fazer o cadastro no site do Projeto Mantas do Brasil e participar do Curso de Capacitação para a Fotoidentificação de Raias-mantas. Após assistir a videoaulas e passar na prova, a pessoa recebe o certificado de Cidadão Cientista e pode começar a ajudar os pesquisadores com a obtenção de dados importantes para a conservação da espécie.

O Projeto Mantas do Brasil chega ao quinto ano de atividades, com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), administradora do Porto de Santos.

Para saber mais acesse o site do Projeto Mantas do Brasil.

domingo, 10 de maio de 2015

A depredação do paraíso

A depredação do paraíso

A Ilha Grande, santuário natural da Costa Verde, sofre com o turismo predatório, o lixo e o esgoto que tomam suas praias deslumbrantes

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Ernesto Neves - Veja Rio - 22/04/2015
Felipe Fittipaldi


Cenário formado por enseadas de águas cristalinas cercadas por uma naturezadeslumbrante, a Ilha Grande é uma espécie de Éden insular localizado a 150 quilômetros do Rio de Janeiro e a pouco mais de uma hora de barco do continente. Seus 193 quilômetros quadrados de matas verdejantes dominam uma vasta baía pontilhada de ilhotas que servem de santuário ecológico para inúmeras espécies marinhas, entre elas golfinhos.

Mantida à margem do crescimento vertiginoso que ocorreu nas suas vizinhas continentais, a ilha teve preservada sua beleza e características naturais. Recentemente, entretanto, começaram a surgir sinais de que a depredação ambiental é uma ameaça concreta ao paraíso. O verão de 2015, especificamente, foi traumático para a região. "De pacata aldeia de pescadores, fomos alçados a destino turístico de massa. Isso já provocou estrago considerável no meio ambiente local", diz Ivan Neves, subprefeito da ilha. "Não houve nenhum planejamento que nos preparasse para o que estamos vivendo hoje", resume.

Por quatro meses, entre dezembro e março, a Ilha Grande registrou lotação máxima de suas pousadas, albergues e campings, um fenômeno que se manteve no início de abril. Em média, a cada fim de semana chegam 20.000 pessoas, mas no Réveillon o número bateu em 30.000, um recorde. Em picos como esses, as praias mais próximas da atracação dos barcos chegam a lembrar o aperto insuportável de Copacabana e Ipanema no alto verão. Nem mesmo o aumento na tarifa da travessia, de 4,80 para 14 reais, adotado no fim do ano passado para coibir o fluxo de visitantes, surtiu efeito. Paralelamente, os navios de cruzeiro adotaram as águas transparentes como ponto de parada em suas viagens pela costa brasileira. Ao todo, foram 62 desembarques, que despejaram em média 3.000 pessoas no acanhado ancoradouro central.

O fluxo descontrolado de visitantes trouxe ainda um problema colateral: o tráfico de drogas. Em dezembro, um grupo de bandidos foragidos da Vila Vintém, favela entre os bairros de Realengo e Padre Miguel, na capital fluminense, se alojou em casas abandonadas e as transformou em ponto de revenda de cocaína e maconha. A farra acabou quando uma força-tarefa de cerca de vinte homens vindos de Angra dos Reis se juntou aos oito PMs que patrulham a ilha e prendeu os cinco traficantes que se esbaldavam por ali. "Ao não estabelecer medidas de controle, o governo adota uma atitude populista sem pensar nas consequências", diz Nelson Palma, presidente da Organização para Sustentabilidade da Ilha Grande. "Seria possível, por exemplo, permitir o embarque somente de quem possui reserva nas pousadas e campings daqui".

Entre todos os problemas da ilha, chama atenção a precariedade da infraestrutura sanitária. A única estação de esgoto existente não trata um mililitro dos efluentes e serve apenas para bom­bear os resíduos da rede para um emissário submarino. Como os equipamentos são elétricos, cada vez que acontece um apagão, o sistema para de funcionar. Com isso, os dejetos vazam para os três córregos que serpenteiam entre os hotéis e as pousadas, desembocando in natura na orla.

Somente em março, foram contabilizadas oitenta horas sem energia no vilarejo, período em que a estação ficou fora de atividade. Obsoleta, ela também não dá mais conta da demanda, pois foi projetada para uma população de, no máximo, 5.000 pessoas. "Fiquei muito decepcionada com o que vi aqui", diz a pedagoga carioca Lita Santos, que esteve na ilha pela primeira vez no dia 11/04. "Sou frequentadora de Paraty há anos, e lá a natureza está bem mais preservada", compara.

Quem chega à Ilha Grande pela manhã depara com uma cena insólita. Todos os dias, por volta das 9 horas, uma traineira encosta no cais próximo ao que recebe os passageiros. Um caminhão, vindo em marcha a ré, verte uma montanha de lixo para dentro do barco, de onde emana um odor nauseabundo. Não raro, os dejetos caem da caçamba para o cais, deixando um rastro de imundície. Diariamente, 15 toneladas de detritos são recolhidas, dispostas em barcos comuns e levadas para um aterro sanitário em Angra. Nos fins de semana, a quantidade dobra. Como a coleta é feita de forma improvisada, a operação de recolhimento demora, só em Abraão, seis horas. Nas praias e trilhas repousam restos de plástico, latas de cerveja e até eletrodomésticos semidestruídos. "A coleta é ruim, mas muito pior é o comportamento do turista que traz isopor lotado de comida e bebida e abandona tudo por aqui", diz Frederico Britto, presidente da Associação dos Meios de Hospedagem da Ilha Grande (AMHIG) e dono de uma pousada na Vila do Abraão.

O cenário natural da Ilha Grande permaneceu praticamente intocado graças a uma série de fatores. A topografia é singular, dominada pelo relevo acidentado. Em meio a montanhas que atingem 1.000 metros de altitude, a Mata Atlântica fechada compõe uma barreira quase intransponível.

Não à toa, o local foi escolhido para receber um presídio, o Instituto Penal Cândido Mendes, na década de 40. Por lá passaram figuras notórias e tão distintas entre si quanto o escritor Graciliano Ramos, o lendário Madame Satã, o ex-deputado federal Fernando Gabeira e o traficante José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, que fugiu da cadeia e foi resgatado por um helicóptero, em 1985. A presença intimidadora do complexo penal inibiu a construção de hotéis e casas de veraneio até ele ser desativado, em 1994. Depois disso, a fama de paraíso não tardou a se espalhar, com suas 106 praias que, não raro, figuram entre as mais belas do planeta, segundo publicações especializadas.

A solução para equacionar os problemas da ilha é complexa. Ao contrário de outros paraísos insulares que têm a visitação restrita, como Fernando de Noronha, a Ilha Grande está muito próxima do continente. O transporte é feito por barcos, em sua maioria ilegais, a preços acessíveis. A região é um verdadeiro mosaico de áreas de conservação, que não possuem estrutura para coibir os descalabros que ali se instalaram. Criada em 1986, a Área de Proteção Ambiental de Tamoios engloba toda a extensão da ilha. Além dela, há o Parque Estadual da Ilha Grande, o Parque Estadual Marinho de Aventureiro e a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul. Existe um notório conflito de superposição de responsabilidades, que resulta num interminável jogo de empurra entre autoridades estaduais e a prefeitura de Angra. "Aqui vivemos em uma espécie de vácuo governamental, em que diversas esferas têm responsabilidades a cumprir, mas nenhuma faz nada direito", reclama Britto, da AMHIG. Para piorar, uma parceria entre a Vale e o Parque Estadual, que garantia a presença de 100 guardas ambientais, foi encerrada recentemente, o que fez com que o efetivo fosse reduzido a pouco mais de dez homens.

Em resposta ao brutal afluxo de visitantes do último verão, a prefeitura de Angra promete estabelecer nos próximos meses um cadastro que vai restringir a atividade de barcos particulares no transporte de passageiros. Já a Secretaria Estadual de Ambiente se comprometeu a investir na rede de esgoto. Habituados às promessas dos órgãos do governo, os próprios moradores têm se mobilizado para evitar o pior. A remota Praia de Aventureiro, no lado oceânico da ilha, que até 2005 chegava a receber no máximo 5 000 visitantes em seus campings, hoje não abriga mais que 560 pessoas, todas cadastradas na saída das embarcações, ainda no continente. A ideia de repetir o modelo no resto da ilha anima os moradores. O problema é que, sozinhos, eles não vão conseguir salvar da destruição o paraíso onde vivem.

AS MAZELAS DA ILHA
Os quatro principais problemas que ameaçam o santuário ecológico da Costa Verde
Favelização: calcula-se que existam 300 casas irregulares. Em 2014, cerca de dez foram demolidas em ações promovidas pela prefeitura de Angra. O problema é mais visível em trechos da Rua das Flores e da Assembleia, na Vila do Abraão.
Esgoto e lixo: ligações clandestinas jogam dejetos in natura em córregos que deságuam na praia. O lixo, que chega a 30 toneladas por dia nos feriados, é recolhido de forma improvisada e carregado em barcos que não são próprios para esse fim.
Vazamento de óleo: a Baía de Ilha Grande está na rota dos navios petroleiros. Só neste ano, aconteceram dois derramamentos de óleo cru, que resultaram em uma multa de 50 milhões de reais à Transpetro. Atualmente, os petroleiros têm operação limitada na área.
Turismo descontrolado: a ilha conta com 2 000 embarcações, e não há fiscalização para coibir a atuação de barcos turísticos. Nos fins de semana, em média 20 000 pessoas desembarcam no lugar.
CPI DA CRISE HÍDRICA FARÁ VISTORIA NO SISTEMA GUANDU 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga a crise hídrica no Estado e a transposição do Rio Paraíba do Sul vai fazer visitas técnicas ao Sistema Guandu. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (07/05) pelo presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB). “Se estamos analisando e tentando ter propostas para a crise hídrica é necessário que a comissão conheça o Sistema Guandu, que é o maior do nosso Estado e um dos maiores do mundo. Além disso, sua ampliação completa 50 anos em 2015”, explicou o parlamentar. Segundo Luiz Paulo, a visita passará pelas estações de tratamento e bombeamento do Guandu.
 
A comissão ouviu nesta quinta o diretor presidente da concessionária Foz Águas 5, Sandro Mario Stroeik. “Vamos oficiar a empresa pedindo o contrato de concessão, as metas físicas e financeiras, a localização, a capacidade e o custo das estações de tratamento”, disse o parlamentar. A concessionária Foz Águas 5 é a empresa responsável pelos serviços de esgotamento sanitário na Zona Oeste da cidade. Segundo Stroeik, o trabalho da empresa está concentrado basicamente na questão do esgoto , e toda a parte de fornecimento de água é de responsabilidade da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae).
 
‘Nosso foco é operação, instalação e manutenção de todo o sistema de esgoto. Estamos implantando um sistema de esgoto na zona Oeste com foco nas bacias que deságuam na baia de Guanabara e até o final do próximo ano, 30% da área terá esgoto coletado e tratado, isso representa o atendimento de 500 mil pessoas na região”, disse Stroeik.
 
Segundo o diretor operacional de engenharia da empresa, Leonardo Righetto, a concessionária tem investido na modernização do sistema de esgotamento sanitário existente. “A concessionária opera 17 Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) e, em dois anos, aumentou de 5% para 10% no índice de tratamento. Até 2017, quando chega ao fim a primeira fase do projeto, a Foz Águas 5 terá investido R$ 640 milhões na melhoria dos serviços”, disse Righetto.  
 
(Texto de Vanessa Schumacker)
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AUDIÊNCIA PÚBLICA DO PROJETO ORLA:CONVITE


Convido os interessados .
Com esta audiência, finalizamos uma etapa e iniciamos outra,onde o Município será o gestor da Orla do Farol.

sábado, 9 de maio de 2015

Com ajuda de minhocas, SP reduz lixo em aterros sanitários e incentiva vida saudável

Com ajuda de minhocas, SP reduz lixo em aterros sanitários e incentiva vida saudável

Projeto pioneiro mobiliza população para transformar resíduo em adubo, mas depende de recursos para se expandir

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Cláudio Spínola é idealizador do “Composta SP”, programa que “transforma resíduos em flores”. - Marcos Alves / Agência O Globo
SÃO PAULO. Três caixas de plástico, um saco com minhocas e uma porção de serragem. É simples assim um kit de compostagem doméstica, usado para transformar o lixo (ou melhor, resíduo) vegetal em adubo natural para plantas, com a ajuda de minhocas. No ano passado, uma organização da sociedade civil, concessionárias de limpeza urbana de São Paulo e a prefeitura distribuíram 2 mil desses a moradores de várias partes da cidade. Os frutos da iniciativa, pioneira no país, começam a ser conhecidos a partir de agora, graças à compilação de resultados de uma ampla pesquisa realizada com os beneficiários, cujo resultado preliminar foi obtido pelo GLOBO.
A redução do volume de lixo orgânico a ser processado pelo poder público na cidade, ainda que simbólica, é a consequência mais imediata da iniciativa. Mas está longe de ser a mais interessante. Ter uma composteira em casa levou usuários a consumir mais frutas, legumes e verduras, cujos restos alimentam as minhocas (elas não podem ficar na mão). Casas e apartamentos ficaram mais verdes por causa da demanda de uso do adubo resultante do processo. E a busca por folhas secas, fundamentais ao processo de compostagem, passou a levar mais gente aos parques da cidade.
Quase 1,6 mil usuários responderam voluntariamente aos questionários enviados pelo “Composta SP”, que constatou ter ocorrido incorporação do sistema aos hábitos de casa em 78% dos casos. Pelo menos 95% indicariam o método para outras pessoas e 98% disseram considerar a compostagem uma boa solução para o tratamento de resíduos. Um terço dos usuários contaram ter ajudado outras pessoas a montar uma composteira doméstica, o que amplia ainda mais o alcance do programa.
EXPANSÃO
Ao custo de pouco mais de R$ 800 mil, o “Composta SP” foi financiando pelas concessionárias do lixo como contrapartida pelos serviços prestados na cidade, negociadas em contrato. A ideia dos organizadores é expandir a iniciativa neste ano, mas, dessa vez, ainda falta definir de onde virão os recursos. Na primeira etapa, iniciada no ano passado, 10 mil pessoas se inscreveram para receber um kit. O plano inicial era atender à maior parte dessa demanda, ainda neste ano, além de expandir a atuação para escolas e órgãos públicos. Pela atual estrutura, o programa garante uma redução diária de 1,5 tonelada de lixo a ser levado para aterros.
A possível expansão ainda não aproxima a cidade da meta do Plano de Gestão Intregrada de Resíduos Sólidos, que almeja 1 milhão de domicílios com compostagem doméstica até 2034. Mas, não deixa de ser um passo prático e simbólico para a cidade. Na avaliação de Antonio Storel, da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), os resultados até aqui "surpreendem muito positivamente" e o papel do poder público nos próximos meses, para ele, deverá ser o de manter o incentivo à prática.
- Não basta oferecer um manual, nosso papel deve ser estimular a iniciativa fornecendo informação de qualidade às pessoas, apostando sempre na vontade do cidadão. A composteira é uma grande educadora ambiental e de vida saudável dentro de casa - defende.
Mais de uma centena de oficinas de compostagem no âmbito do programa nos últimos meses. O grupo do “Composta SP” no Facebook conta com 5,6 mil membros e quase 10 mil curtidas. Lá, participantes trocam experiências, postam dúvidas e soluções para problemas encontrados no percurso. Compartilham também maneiras de aproveitar melhor alimentos e técnicas de plantio em ambiente urbano. Vários deram nomes para suas minhocas. E falam sobre um pesadelo frequente: se o ambiente das minhocas é contaminado por produtos químicos, por algum motivo qualquer, elas se enroscam, formam uma grande bola e cometem suicídio coletivo.
PARAFUSO DO SISTEMA
A transformação de uma prática até então restrita a poucas famílias em política pública na cidade de São Paulo é obra, em grande parte, da determinação de um grupo liderado por Cláudio Spínola, de 39 anos, fundador da ONG Morada da Floresta, em São Paulo. Nascido em Brasília, ele mudou-se para São Paulo na adolescência, época em que se considerava "mais revoltado e questionador do que alguém capaz de apontar soluções". Formou-se em artes plásticas na USP, mas percebeu que o mundo da arte era "pequeno para seu propósito de vida”. Naquela época, não imaginava que anos depois a compostagem seria sua ferramenta para colocar em prática o desejo de "não ser apenas um parafuso do sistema".
O engajamento na causa ocorreu ainda jovem, quando teve os primeiros contatos com a permacultura, conceito inspirado na ideia de “agricultura permanente”, que busca um ambiente sustentável, socialmente justo e financeiramente viável. Na casa que dividia com amigos no bairro Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, testou primeiro a compostagem com tonéis e aprimorou a técnica quando conheceu o sistema de caixas e minhocas, aplicando-o experimentalmente em caixas de feira.
Em 2011, tentou transformar em adubo os descartes do sacolão do bairro, mas esbarrou em uma penca de entraves burocráticos que o impediam, por exemplo, de transportar resíduo sem caminhão compactador ou usar lotes para recolher resíduos sem ter problemas com os órgãos de fiscalização do município.
- Por uma lado você tinha uma política nacional de resíduos incentivando a compostagem. Mas a estrutura estava organizada para atender a aterros sanitários - conta.
Com a ajuda do então secretário do Verde e Meio Ambiente da prefeitura, Eduardo Jorge, conseguiu levar sua mensagem a representantes de órgãos governamentais e promover a discussão sobre o tema no âmbito do poder público. Trabalhou para equilibrar a força junto ao governo de empresas que lucram com o descarte tradicional, como incineradoras de lixo. Foram muitas audiências públicas, seminários e mobilizações com apoio de entusiastas do método, até que se compreendesse os benefícios da compostagem descentralizada para o tratamento de resíduos orgânicos na cidade e a ideia fosse finalmente comprada pelo poder público.
Em junho do ano passado, Spínola entregou pessoalmente uma composteira doméstica ao prefeito Fernando Haddad, para que ele usasse em seu apartamento, no Paraíso, na Zona Sul de São Paulo. Para os envolvidos na causa, o apoio dele foi fundamental para que o projeto saísse do papel e também será para que continue com o mesmo vigor. No entanto, procurado pelo GLOBO por meio de sua assessoria, por dois dias, o prefeito preferiu não comentar como estaria sendo a experiência com sua família.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/com-ajuda-de-minhocas-sp-reduz-lixo-em-aterros-sanitarios-incentiva-vida-saudavel-16085184#ixzz3ZYWLhV00 
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Prefeita Rosinha Garotinho (Foto de Gerson Gomes); abaixo manchete do G1
Prefeita Rosinha Garotinho (Foto de Gerson Gomes); abaixo manchete do G1


A Prefeita Rosinha Garotinho está mais uma vez de parabéns, aplicando bem o dinheiro público, apesar das dificuldades. O município de Campos foi o terceiro que mais investiu em todo o Brasil na ampliação de serviços de coleta e tratamento de esgoto. Em matéria de saneamento Campos está bem à frente da cidade do Rio de Janeiro, administrada por Eduardo Paes. E no caso de Campos sem apoio do governo estadual.


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FONTE BLOG DO GAROTINHO
CPI BUSCA METAS PARA REDUZIR PERDAS FÍSICAS DE CONCESSIONÁRIAS DE ÁGUA

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga a crise hídrica no estado e a transposição do Rio Paraíba do Sul vai propor às concessionárias de água e esgoto metas para reduzir as perdas físicas. O presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), anunciou a medida durante reunião da comissão, nesta quinta-feira (30/04). Segundo o parlamentar, o percentual de perda física de água, que gira em torno de 30% e refere-se a problemas como vazamentos e ligações clandestinas, ainda é “bastante alto”. “Uma das propostas é que a gente possa criar metas de redução dessas perdas em todas as concessionárias do estado e em curto prazo de tempo. No meu entendimento, essas perdas físicas precisam ser reduzidas à metade para termos indicadores compatíveis”, explicou o parlamentar.
O presidente da Prolagos, Carlos Henrique Roma Junior, disse que o principal problema enfrentado pela empresa é o alto índice de perda, que chega a 32%, causado principalmente por ligações clandestinas e vazamentos nas tubulações. Segundo ele, investimentos estão sendo feitos para diminuir o prejuízo. “A Prolagos vem investindo e procurando tecnologias fora do Brasil para minorar essas perdas, porque, quando conseguimos baixá-las, temos a oportunidade de estar captando menos água na represa”, declarou. De acordo com ele, o contrato de concessão admite perdas de até 30%. “Estamos atendendo o que está no contrato, mas isso não quer dizer que estamos satisfeitos. Procuramos formas de diminuir as perdas”, afirmou.
Carlos Henrique disse ainda que a concessionária prevê investimentos de R$ 180 milhões nos próximos 30 anos e que esse valor não é suficiente para as metas traçadas. “Entendemos que é necessário aumentar os investimentos e, para isso, estamos procurando outras parcerias, para trazer para a população as melhorias das condições de saneamento, sem aumento no custo”, informou. O deputado Luiz Paulo quer saber qual o valor necessário para que se cumpra a meta da universalização da água e de esgoto tratado para a população de área urbana. “O que queremos saber é o número real que precisa ser investido e qual o impacto disso nas tarifas cobradas; ou, ainda, se é o Estado quem vai alocar esses recursos”, questionou o parlamentar. Atualmente, a cobertura de esgoto tratado é de 77% e a rede de distribuição de água chega a 93% em área urbana no Estado do Rio.
A diretora presidente do Comitê de Bacia Lagos São João, Dalva Mansur, afirmou que não existe crise, mas desafios. “O principal desafio é a educação das pessoas para entenderem o papel das florestas e a importância de coletar o seu lixo e não jogá-lo na beira do rio. Não temos crise hídrica porque temos algumas florestas, mas precisamos ter mais. A possibilidade de crise hídrica é um desafio constante para que a gente mude o nosso comportamento e comece a identificar que economia sustentável é economia dos recursos naturais”, finalizou.
A Prolagos atende cinco cidades da Região dos Lagos: Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia. O secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Lagos São João, Ricardo Senra, e os deputados Edson Albertassi (PMDB), Comte Bittencourt (PPS), Luiz Martins (PDT), Flávio Serafini (PSol), Jânio Mendes (PDT), Paulo Ramos (PSol) e Dr. Jualianelli (PSol) também participaram da reunião.

(Texto de Vanessa Schumacker)