quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Campos e Quissamã apresentam acréscimos do Complexo Logístico


CIDADES E REGIÃO - ALTERAÇÕES

Campos e Quissamã apresentam acréscimos do Complexo Logístico

Alterações no projeto original foram necessárias em função do interesse de investidores
 Carlos Grevi / Divulgação Ascom

Alterações no projeto original foram necessárias em função do interesse de investidores

As Prefeituras de Campos e Quissamã realizaram audiência pública para apresentar as alterações do Projeto Executivo do Complexo Logístico e Industrial Farol/Barra do Furado. A audiência foi realizada nesta quinta-feira (28/08) no auditório do Centro Administrativo José Alves de Azevedo, sede da Prefeitura de Campos, e reuniu técnicos das duas prefeituras, membros do Grupo de Trabalho do PBA (Plano Básico Ambiental) do Complexo Logístico Farol Barra do Furado, e representantes do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e entidades da sociedade civil, como da Colônia de Pesca Z-19 (Farol de São Tomé e Barra do Furado), Projeto Tamar e NEA-BC (Associação Núcleo de Educação Ambiental da Região da Bacia de Campos).
O secretário de Obras, Urbanismo e Infraestrutura de Campos, Edilson Peixoto, explicou que alterações no projeto original foram necessárias em função do interesse de investidores dos setores naval e de logística portuária, tendo em vista a localização estratégica do Complexo Logístico e Industrial, que é o ponto mais próximo das plataformas da Bacia de Campos e que terá base logística de apoio às atividades offshore, inclusive com estaleiros para fabricação de embarcações e reparos em rebocadores, navios de serviços e plataformas de petróleo.
O secretário Edilson Peixoto e o superintendente da PCE (Projetos e Consultorias de Engenharias Ltda), Ricardo Gregório, que presta serviços de consultoria à Prefeitura de Campos na execução do Projeto do Complexo, apresentaram em primeiro plano o projeto original e, em seguida, destacaram as alterações, com detalhes técnicos das fases 1 e 2.
Foram destacados e apresentados detalhes sobre as alterações do projeto, como o desmonte do molhe de pedras do lado Norte (que será reposicionado conforme estudos para dar proteção à orla após o by pass); o acréscimo no comprimento do molhe Sul que, na fase 2, passará dos 220m para 650m; a dragagem da Bacia de evolução dos navios, que saltará de 7,50m de calado para 11m; a dragagem do canal das Flechas para obter calado de 7,50m para poder receber navios e plataformas para reparos nos estaleiros que vão ser instalados ao longo do Canal das Flechas; preparação de infraestrutura em área de mais de 70Km² para instalação de base de operação offshore, dentre outras alterações, além de detalharem o Projeto da construção do Terminal Pesqueiro, que terá inclusive alojamento e restaurante para caminhoneiros que virão de estados distantes para a compra de pescados no frigorífico e na unidade de processamento de pescados, além de Posto Médico, cais, estaleiro para reparos de barcos, etc.
Também foram detalhadas obras da construção do píer para a instalação das tubulações que vão fazer o transpasse dos sedimentos (areia e argila) da foz do Canal das Flechas, da margem direita (lado de Quissamã) para a margem esquerda (lado Campos) de forma a corrigir os danos ambientais ocorrido durante os últimos 37 anos (erosão na orla da Praia da Boa Vista no lado Campos e o assoreamento com engordamento da faixa de areia da praia de Barra do Furado).
"A motivação para ampliação das obras do Complexo é o interesse das empresas pela logística que atenderá as demandas do setor offshore, mas as questões ambientais estão sendo respeitadas", disse o secretário Edilson Peixoto que, em seguida, deu oportunidade para perguntas do público ao secretário de Meio Ambiente Zacarias de Albuquerque que, da mesma forma que a responsável pela engenharia ambiental da PCE, Graciele Stocler esclareceram dúvidas e apresentaram informações complementares ao público, como os questionamentos feitos por Izabella Vicente, coordenadora da Associação Núcleo de Educação Ambiental da Região da Bacia de Campos.
A mesa de autoridades foi formada pelo secretário de Meio Ambiente de Campos, Zacarias de Albuquerque; a de Desenvolvimento Econômico, Urbanismo, Trabalho e Renda de Quissamã, Carla Cabral; o secretário de Obras, Edilson Peixoto; o presidente da Comissão Permanente de Licitação de Campos, José Carlos Monteiro; a procuradora de Campos, Fernanda Alonso e o superintendente da PCE, Ricardo Gregório.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Boas práticas para combater o desperdício de comida

Boas práticas para combater o desperdício de comida

Iniciativas que promovem o reaproveitamento garantem receitas criativas e o uso integral dos alimentos

REDAÇÃO PRÊMIO JOVEM CIENTISTA
29/10/2014 07h00
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Banco de alimentos (Foto: Divulgação)

Uma em cada nove pessoas no mundo passa fome. E o problema, ao contrário do que muitos podem pensar, não é a falta de alimentos: é o desperdício. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação, 10% do que é produzido é perdido nas plantações, 50% na distribuição e 40% são desperdiçados em supermercados e feiras livres ou pelo próprio consumidor. E as perdas não param por aí: jogamos fora, com o alimento que vai para o lixo, cerca de 400 mil piscinas olímpicas em volume de água (ou 250 quilômetros cúbicos).
A ONU, no documento "Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", prioriza a redução da desnutrição. O Brasil vem se destacando no combate à fome e não faltam boas ideias para reduzir o desperdício de alimentos e garantir a segurança alimentar e nutricional de milhares de pessoas. É o caso do Banco de Alimentos do Rio Grande do Sul, que coleta alimentos excedentes ou fora dos padrões de comercialização, armazena e distribui para instituições beneficentes. O Banco já arrecadou e distribuiu 24 milhões de quilos de alimentos, ou 400 toneladas por mês – o suficiente para alimentar 40 mil pessoas.
>> Leia outras reportagens sobre o Prêmio Jovem Cientista

Além da distribuição de alimentos, o Banco também promove atividades para quem recebe as doações. Avaliações nutricionais de crianças e adolescentes, dinâmicas de educação alimentar e palestras sobre boas práticas de saúde e higiene são algumas das ações do projeto. "Os projetos de segurança alimentar e nutricional implementados nas instituições beneficiadas buscam contribuir para uma mudança de cultura nos hábitos alimentares das pessoas. São programas como o 'Aleitamento Materno', o 'Nutrindo o Amanhã', o 'Passos da Longevidade' e o 'Cozinha Nota Dez', onde as instituições são estimuladas a praticar transformações significativas em suas cozinhas e demais instalações", diz Paulo Renê Bernhard, presidente da Rede de Bancos de Alimentos do Rio Grande do Sul.

Em 2008, a instituição criou o "Clique Alimentos", uma campanha virtual de arrecadação que garante a doação sem que o usuário tenha que gastar nada: é a empresa parceira quem paga a conta. "O site foi criado com o objetivo de combater a fome no Rio Grande Sul. O Clique Alimentos é uma tecnologia que permite que, de um lado, uma pessoa acesse o site e concretize a doação de 1 kg de alimento gratuitamente e, de outro, uma empresa parceira patrocina a doação, em troca da exposição de sua marca no site", afirma Bernhard. A iniciativa já arrecadou 2.700.000 quilos de alimentos, a partir de doações realizadas por internautas de 140 países e mais de 2 mil cidades.
Mesa Brasil Sesc (Foto: Claudia Dantas/Divulgação)
Ações educativas

Outra iniciativa que tem o objetivo de contribuir para a segurança alimentar e nutricional de indivíduos em situação de vulnerabilidade e reduzir o desperdício de alimentos é o Mesa Brasil Sesc. O projeto do Serviço Social do Comércio promove ações educativas em todo o país.
"Além do recebimento de doações e sua entrega às instituições atendidas pelo Mesa, o foco é a capacitação das cozinheiras dessas mesmas instituições. Na formação, abordamos a correta manipulação e higiene, estocagem, transporte, balanceamento nutricional de cardápios, além do uso integral dos alimentos. Assim, estimulamos a criação de receitas novas e saborosas a partir das doações recebidas, e o alimento pode ser aproveitado de diversas maneiras, evitando o descarte até das partes não convencionais, e há menos perdas em todas as etapas do preparo", diz Claudia Roseno, gerente do Mesa Brasil Sesc no Rio de Janeiro.
Empresas e pessoas físicas podem participar do projeto por meio da doação de carnes, legumes e verduras, frutas, enlatados e até água – desde que estejam dentro do prazo de validade. Em 2013, mais de um milhão de pessoas foram atendidas pelo Mesa Brasil Sesc.
Do estado de São Paulo chega outro exemplo: ao identificar que, em diversos estados, partes de alguns alimentos não eram aproveitados por desconhecimento das suas propriedades nutritivas e de receitas criativas, o Sesi-SP decidiu oferecer cursos gratuitos de alimentação saudável e aproveitamento integral dos alimentos em 44 cozinhas didáticas e cinco unidades móveis. "O Programa Alimente-se Bem traz receitas inéditas de partes não convencionais de alimentos como talos, folhas, ramas e cascas de vegetais até então desprezadas e comprovadamente ricas em nutrientes", afirma a gerente de Programas de Nutrição do Sesi-SP, Rosemeire Nogueira.
 A gerente de Programas de Nutrição do Sesi-SP, Rosemeire Nogueira (Foto: Divulgação)
Iniciado há 15 anos, o projeto de educação nutricional deu tão certo que passou a ter abrangência nacional e chegou à tela da TV. Em parceria com o Canal Futura, o Sesi-SP realiza um programa com receitas de um minuto para mostrar o que pode ser feito com o melhor de cada alimento. "O conceito de uma alimentação nutritiva, saborosa e econômica do Programa Alimente-se Bem cresce continuamente já que motiva participantes e seus familiares a mudar condutas alimentares. A fácil execução das receitas econômicas e criativas estimula atitudes proativas, multiplicando esforços coletivos em prol de uma alimentação sem desperdícios", diz Rosemeire.
>> O desafio de transformar "restos" em renda, nutrição e saúde

Com o tema "Segurança Alimentar e Nutricional", o Prêmio Jovem Cientista deste ano estimula propostas e soluções criativas que levem em conta as preocupações ambientais e sociais, a exemplo das iniciativas citadas. As inscrições vão até 19 de dezembro e podem participar estudantes do Ensino Médio, estudantes do Ensino Superior, Mestres e Doutores.

O Prêmio Jovem Cientista é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, e conta com o patrocínio da Gerdau e da BG Brasil. Criado em 1981, a iniciativa é um dos mais importantes reconhecimentos aos cientistas brasileiros, tem o objetivo de incentivar a pesquisa no país e reconhecer jovens talentos nas ciências. Mais informações aqui.

Reprodução do Radar online, da Veja
Reprodução do Radar online, da Veja


Ainda segundo outra postagem do Radar online, Pezão estaria propenso a faltar ao debate da Record. Sejam quantos forem os debates, Crivella tem que mostrar bem a farsa que representa a candidatura de Pezão, o "laranja" de Cabral. Tem que ficar claro que votar em Pezão é deixar Cabral, a Gangue dos Guardanapos, a quadrilha do PMDB continuarem assaltando os cofres públicos. 

Não há previsão de recuperação hídrica dos reservatórios

Não há previsão de recuperação hídrica dos reservatórios, diz ONS

Publicado por http://www.ecodesenvolvimento.org/
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Usina Hidrelétrica Rondon, em Rondônia
Foto: 
Divulgação/pacgovO diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, disse que o órgão não pretende alterar a decisão de preservar os reservatórios nas cabeceiras dos rios até chegar a estação de chuvas no país. Segundo ele, apesar da escassez, a medida tem dado resultado, mesmo com os conflitos de interesse. Chipp também informou que não é possível avaliar quando começará a recuperação hídrica dos reservatórios.
Chipp informou que estudos de meteorologia apontam que há possibilidade razoável da estação úmida acontecer dentro da normalidade, ou seja, em meados de setembro pode começar a transição para a estação chuvosa e a tendência é atingir a normalidade em outubro. "Certeza disso a gente nunca tem, de 15 em 15 dias a gente tem reunião, às vezes de semana em semana. A próxima reunião será no dia 2 de setembro, porque tem uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e eu sempre apresento o quadro mais recente", explicou.
O diretor disse que não é possível avaliar quando se dará a recuperação dos reservatórios após o início do período de chuvas. "A gente não pode dizer se vai chover com a mesma intensidade ou com a intensidade que a gente precisa em todas as bacias. Então a gente não tem a certeza do que vai acontecer. Tem que esperar mais um pouco até esta previsão se configurar", disse.
Na energia eólica, o setor está prevendo terminar o ano com 7,2 gigawatts (GW) instalados.
Chipp participou da abertura do 5º Brazil Windpower, promovido anualmente pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), pelo Conselho Global de Energia Eólica (Gwec) e pelo Grupo CanalEnergia. O encontro reúne representantes das principais empresas da cadeia produtiva da indústria de energia eólica.
Dois períodos
Também na abertura, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que, apesar de 2014 ser um ano de hidrologia ruim, os reservatórios estão atualmente 8 pontos percentuais acima do registrado em 2001, quando houve a crise de energia no país.
Para Tolmasquim, a diferença entre os dois períodos explica-se por dois motivos: o crescimento da capacidade instalada atualmente é maior do que o aumento do consumo e a diversificação da matriz energética.
Biomassa
"Se pegarmos entre 2005 e 2014, as térmicas a combustível fóssil, que agora estão ajudando a evitar o racionamento, cresceram ao ritmo de 13% ao ano. A demanda cresceu 5% ao ano. Se pegarmos as térmicas a bagaço de cana, e agora é justamente o período da safra, elas cresceram seis vezes desde 2005. Hoje temos 11 mil megawatts de térmicas que funcionam a biomassa. É uma [Usina Hidrelétrica de] Belo Monte de térmicas a biomassa", explicou.
Na energia eólica, o setor está prevendo terminar o ano com 7,2 gigawatts (GW) instalados. Segundo a presidenta da ABEEólica, Elbia Melo, o número é baseado no que foi vendido nos leilões e que é agregado a cada ano. Para o futuro, a perspectiva é crescer ainda mais.
"Nós vamos chegar no final de 2018, com tudo que já vendemos até agora, com 14,2 GW instalados. Isso é mais ou menos 8% da matriz [energética brasileira]”, informou, acrescentando que os atuais 5 GW de capacidade instalada representam 4% da matriz.
(Via Cristina Indio do Brasil, da Agência Brasil)

Brasil tem 202 milhões de habitantes

Brasil tem 202 milhões de habitantes, diz IBGE

O Estado mais populoso é São Paulo, com 44.035.304 de moradores

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O Brasil tem 202.768.562 habitantes, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados específicos sobre cada município foram divulgados nesta quinta-feira, 28, e estão presentes em resolução publicada no Diário Oficial da União. Os números são aplicados nos cálculos de repasses de recursos aos municípios e são utilizados também pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A posição reflete a população no começo de julho deste ano.
O Estado mais populoso é São Paulo, com 44.035.304 habitantes. Roraima tem a menor população: 496.936 habitantes. Minas Gerais fica em segundo lugar, com 20.734.097 habitantes. O Estado do Rio de Janeiro tem a terceira maior população do País, com 16.461.173 habitantes.
O município de São Paulo é citado com 11.895.893 habitantes; o município do Rio de Janeiro, com 6.453.682 habitantes; Belo Horizonte, com 2.491.109 habitantes; Porto Alegre, com 1.472.482 habitantes; Recife, com 1.608.488 habitantes; e Manaus, com 2.020.301 habitantes. As tabelas apresentadas hoje mostram, também, que o País tem municípios com pequena população, como Borá, em São Paulo, com 835 pessoas. A localidade fica a cerca de 500 quilômetros da capital paulista.
O IBGE explica que as "Estimativas da População para Estados e Municípios", com data de referência em 1º de julho de 2014, atende exigências estabelecidas pela Lei nº 8.443/1992 e pela Lei complementar nº 143/2013. Essas leis estabelecem que a "entidade competente do poder executivo federal fará publicar no Diário Oficial da União, até o dia 31 de agosto de cada ano, a relação das populações dos municípios, e até 31 de dezembro, a relação das populações dos Estados e do Distrito Federal, para os fins previstos na Lei nº 8.443".

terça-feira, 14 de outubro de 2014


Seca no sudeste: por que só atacar o bolso do consumidor é estupidez

A piada é sobre a seca na Califórnia mas poderia ser sobre a nossa.
 
10.10.2014 07h00m

Irene conta: “São Paulo está tão seco que alguém roubou minha garrafa d’água e deixou de lado o meu iphone”. Mas não tem nada de engraçado nisso pois a seca no sudeste não esvazia só os reservatórios paulistas. A Agência Nacional de Águas revelou que o estado das principais bacias hidrográficas brasileiras ameaça cerca de 40 milhões de pessoas.
Há uma percepção de que a escassez de água é reflexo de questões quase inevitáveis como o Aquecimento Global, o crescimento populacional e o consequente aumento da demanda de água na produção de alimentos e para os usos doméstico, industrial e municipal. Muita gente coça a cabeça e conclui que não há nada a fazer. Mas a “crise da agua” poderia ser mitigada pela forma como este recurso é gerido e utilizado. Por exemplo, melhorar o abastecimento inclui aumentar o acesso aos Recursos Hídricosconvencionais, a reutilização da água de drenagem e esgoto, as transferências inter-bacias, a dessalinização e o controle daPoluição e da saúde das margens e mananciais. E ainda: equilibrar as medidas de alocação, de fornecimento e do uso desse recurso visto a variação dos ciclos hidrológicos.


“Mas tem políticos e gestores dizendo que o controle do uso da agua se resume a mexer no bolso do consumidor. Vai lá...aumenta o preço! Cobra mais imposto! Faz uma lei! Cobra uma multa! Ou seja, o de sempre... Ninguém fala em como educar e incentivar o uso responsável da água”, Irene se exalta. E exemplifica: “o que dizer daqueles que varrem o chão com a mangueira ou mantem o carro impecavelmente lavado?”. Eu também acho que qualquer um se surpreenderia ao saber que manter nosso consumo médio de café diário envolve cerca de 130 litros de água. De fato, quase ninguém, mesmo os business men, tem ideia de quanta água vai na fabricação de nossos favoritos produtos de consumo.


E aí entra a ciência, mais uma vez. Muitos estudos têm proporcionado formas de medir a “pegada de água” de diferentes países e produtos específicos. Introduzida por Arjen Hoekstra em 2003, a “pegada de água” é um indicador do uso direto e indireto de água. Exemplo: a produção de carne e produtos agrícolas detém uma alta “pegada de água”. Daí a pressão sobre os Recursos Hídricos nos países produtores como o Brasil, um grande celeiro mundial. A coisa se complica pela crescente afluência da população mundial que demanda cada vez mais alimentos além de optar por dietas contendo mais carne e lacticínios.


A Water Footprint Network já propôs padrões globais para que as empresas calculem sua “pegada de água”: um paradigma que, em tese, seria aplicável a qualquer produto desde uma caixa de fósforos até artigos eletrônicos. A “pegada de água” confronta produtores e consumidores sobre o impacto de seus comportamentos em relação a esse valioso recurso.

Daí vem a ideia de agregar aos rótulos dos produtos suas respectivas pegadas hídricas, tal como já se faz para o conteúdo nutricional e calórico dos alimentos. Em tese, isso despertaria a consciência dos consumidores os incentivando a resistir produtos intensivos no uso de agua, e os fabricantes teriam motivos para reduzir o desperdício. Afinal, os padrões propostos para a “pegada de água” tornaram relativamente fácil quantificar o consumo e o desperdício deste recurso em ambientes de fábrica.


Algumas empresas têm assumido a liderança. Em 2006, a Coca-Cola revelou que usou 80 bilhões de galões de água para produzir suas bebidas. E mais: prometeu substituir cada gota usada (como eu não sei...). Em um artigo publicado no Relatório do Institute for Water Education da Unesco-IHE a brasileiríssima Natura mostrou ser a primeira empresa a quantificar a “pegada de água” total da empresa, considerando todo o ciclo de vida de seus produtos: desde a etapa de suprimento de matérias-primas, de produção, de distribuição até o uso pelo consumidor final. Sua iniciativa foi/é venerável visto que outras empresas se limitaram a quantificar a “pegada de água” na esfera operacional (fábrica).


Mas ainda temos desafios: onde se traçaria o limite de responsabilidade pelo uso da água ao longo da cadeia produtiva? Imagine que as matérias-primas necessárias sejam entregues por um caminhão. A empresa em questão deveria adicionar a “pegada de água” do caminhão ou do diesel usado pelo veículo? Será que um fabricante de bebidas deveria contabilizar a água usada para cultivar o açúcar que é usado em seus produtos? Ou esses dados deveriam ser parte da “pegada de água” do fornecedor? Sem um consenso sobre essas e outras questões será difícil equipar os consumidores com informações comparáveis e úteis.

De qualquer forma, medir a “pegada de água” na fabricação de um produto ou na oferta de um serviço por empresas ou governos geraria uma melhor compreensão sobre o impacto nos Recursos Hídricos locais e os ajudaria a alcançar decisões apoiando a sustentabilidade desse recurso nos âmbitos local e global.

Educar e equipar consumidores, governos e empresas seria uma das iniciativas necessárias para evitar crises futuras. Mas...simplesmente mexer no bolso do consumidor é uma saída estúpida, como tantas outras “soluções” aplicadas aos problemas do nosso país!

O passado remoto do rio Amazonas

O passado remoto do rio Amazonas

Erosão nos Andes pode ter unido antigas bacias hidrográficas e formado o Amazonas

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Wikimedia Commons
O debate sobre a origem do rio Amazonas continua tão vasto quanto o próprio rio, o maior do mundo, com 7 mil km de extensão e 20 km de largura na altura de Manaus.

Depois de uma equipe do Rio de Janeiro ter concluído, com base em fósseis de peixes, que há 2,5 milhões de anos um esboço do rio Amazonas corria para oeste e desaguava em uma área hoje árida do Caribe, um geofísico de São Paulo apresenta uma nova possível explicação para a formação do rio e da bacia Amazônica, sugerindo que suas águas já fluíam para leste há muito mais tempo, há cerca de 10 milhões de anos.

De acordo com essa proposta, obtida por meio de uma simulação matemática da evolução do terreno e do depósito de sedimentos na região, o rio Amazonas teria tomado seu sentido atual, de oeste para leste, não só em consequência de alterações no interior da Terra que desencadearam um soerguimento da porção oeste da Amazônia, de acordo com a abordagem tradicional, mas também como resultado da movimentação da própria superfície terrestre. Um aumento na erosão das cordilheiras andinas pelas intempéries teria criado o declive que se estende dos Andes à Ilha de Marajó e por onde hoje escorre um quinto das águas fluviais do planeta.

"Mostrei que a própria dinâmica da erosão e sedimentação teria sido capaz de modificar a drenagem da região", afirma o geofísico Victor Sacek, professor da Universidade de São Paulo (USP), que detalhou essa hipótese em um artigo publicado on-line em julho na revista Earth and Planetary Science Letters. Suas conclusões convergem com as do geólogo Paulo Roberto Martini, cuja equipe estabeleceu em 2008 o rio Amazonas como o mais extenso do mundo.

"A rapidez com que os Andes crescem e a erosão que o Amazonas provoca na cordilheira são monumentais", diz Martini. "O rio transporta para o mar o equivalente a mais de um Pão de Açúcar inteiro de sedimentos por mês."

Para entender essa hipótese, é preciso rever a evolução da paisagem na região. Há 24 milhões de anos, no início do período geológico conhecido como Mioceno, as nascentes dos rios do norte da América do Sul não ficavam nos Andes, como hoje, mas em relevos bem menos expressivos a oeste, que dividiam as águas da região em duas bacias hidrográficas distintas.

A leste do divisor de águas, os rios desciam em direção à atual foz do Amazonas. A oeste, os rios seguiam na direção oposta, rumo a bacias aos pés dos Andes, e alimentavam imensos lagos e pântanos, que formavam uma área alagada 20 vezes maior que o atual pantanal mato-grossense, conhecido como Sistema Pebas.

A geóloga Carina Hoorn, da Universidade de Amsterdã (Holanda), com base em rochas e fósseis colhidos à margem de rios, argumenta que as bacias separadas pelo Arco Purus teriam começado a se fundir há 16 milhões de anos. Desse modo, o rio Amazonas e sua bacia teriam ganho sua extensão atual durante os 6 milhões de anos seguintes, quando a inclinação do relevo do norte do continente fez a água dos lagos entre os Andes e o Arco Purus começar a fluir por rios preferencialmente para leste.

A equipe do geólogo Jorge de Jesus Figueiredo, da Petrobras, depois de coletar e analisar amostras de rochas em poços de sondagem no fundo do mar próximo à foz do Amazonas, chegou a conclusões que reforçaram a hipótese de Carina.

Metas de Aichi podem não ser alcançadas, alerta relatório divulgado na abertura da COP 12

Metas de Aichi podem não ser alcançadas, alerta relatório divulgado na abertura da COP12Suzana Camargo - 10/2014 

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O documento Global Biodiversity Outlook* foi divulgado hoje.......durante a cerimônia de abertura da 12ª Conferência da Convenção das Partes sobre Diversidade Biológica (COP12), na cidade de Pyeongchang, na Coreia do Sul.
Segundo o relatório, dificilmente muitas das Metas de Aichi (criadas em 2010 para garantir a conservação da biodiversidade do planeta durante o encontro de Nagoya, no Japão) serão alcançadas, entre elas reduzir pela metade a perda de habitats, diminuir a poluição e a sobrepesca, e desacelerar drasticamente a extinção de animais até 2020.
Recentemente o estudo Living Planet 2014, publicado pela organização WWF, afirmou que 52% das espécies animais do planeta foram extintas desde 1970.
Praticamente cinco anos após o lançamento do Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011-2020, e justamente na Década da Biodiversidade das Nações Unidas, o Global Biodiversity Outlook aponta que houve progressos, mas não suficientes. “Precisamos ampliar estes esforços”, disse Braulio Ferreira de Souza Dias, secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica 
​Para especialistas, as Metas de Aichi só conseguirão ser atingidas se houver um esforço internacional que inclua mudanças no uso eficiente do soloágua, energia e outros recursos naturais, além de uma transformação radical no sistema de produção de alimentos e nos hábitos de consumo da nossa sociedade.