quarta-feira, 12 de março de 2014

Como espécies da Mata Atlântica responderão às mudanças climáticas e ao uso do solo?

PARA ENTENDER O FUTURO

Como espécies da Mata Atlântica responderão às mudanças climáticas e ao uso do solo?

Projeto que reúne pesquisadores brasileiros e americanos estuda processos da biodiversidade e das espécies da Mata Atlântica para prever seu futuro e adaptações às mudanças do clima e uso do solo. Ele foi apresentado e debatido em workshop promovido ontem (10/02) pela Fapesp e National Science Foundation

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whltravel/Creative Commons
Compreender os processos evolutivosgeológicos,climáticos e genéticos por trás da enorme biodiversidade e do padrão de distribuição de espécies da Mata Atlântica e, com base nesse conhecimento, criar modelos que permitam prever, por exemplo, como essas espécies vão reagir às mudanças no clima e no uso do solo.


Esse é o objetivo central de um projeto que reúne pesquisadores do Brasil e dos Estados Unidos no âmbito de um acordo de cooperação científica entre o Programa de Pesquisas em CaracterizaçãoConservação,Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (Biota-Fapesp) e o programa Dimensions of Biodiversity, da agência federal norte-americana de fomento à pesquisa National Science Foundation (NSF).

“Além de ajudar a prever o que poderá ocorrer no futuro com as espécies, os modelos a entender como está hoje distribuída a biodiversidade em áreas onde os cientistas não têm acesso. Como fazemos coletas por amostragem, seria impossível mapear todos os microambientes. Os modelos permitem extrapolar essas informações para áreas não amostradas e podem ser aplicados em qualquer tempo”, explicou Ana Carolina Carnaval, professora da The City University of New York, nos Estados Unidos, e coordenadora do projeto de pesquisa ao lado de Cristina Miyaki, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).

A proposta, segundo Carnaval, é promover a integração de pesquisadores de diversas áreas – como ecologiageologiabiogeografiagenéticafisiologiaclimatologia,taxonomiapaleologiageomorfologia – e unir ciência básica e aplicada em benefício da conservação da Mata Atlântica.

O bioma é considerado um dos 34 hotspots mundiais, ou seja, uma das áreas prioritárias para a conservação por causa de sua enorme biodiversidade, do alto grau de endemismo de suas espécies (ocorrência apenas naquele local) e da grande ameaça de extinção resultante da intensa atividade antrópica na região.

A empreitada coordenada por Carnaval e por Miyaki teve início no segundo semestre de 2013. A rede de pesquisadores esteve reunida pela primeira vez para apresentar suas linhas de pesquisa e seus resultados preliminares na segunda-feira (10/02), durante o “Workshop Dimensions US-Biota São Paulo - A multidisciplinary framework for biodiversity prediction in the Brazilian Atlantic forest hotspot”.

“Convidamos alguns colaboradores além de pesquisadores envolvidos no projeto, pois queremos críticas e sugestões que permitam aperfeiçoar os trabalhos”, contou Miyaki. “Essa reunião é um marco para conseguirmos efetivar a integração entre as diversas áreas do projeto e criarmos uma linguagem única focada em compreender a Mata Atlântica e os processos que fazem esse bioma ser tão especial”, acrescentou.

Entre os mistérios que os cientistas tentarão desvendar estão a origem da incrível diversidade existente na Mata Atlântica, possivelmente fruto de conexões existentes há milhões de anos com outros biomas, entre eles a Floresta Amazônica. Outra questão fundamental é entender a importância do sistema de transporte de umidade na região hoje e no passado e como ele permite que a Mata Atlântica se comunique com outros sistemas florestais. Também está entre as metas do grupo investigar como a atividade tectônica influenciou o curso de rios e afetou o padrão de distribuição das espécies aquáticas.

DESAFIOS DO BIOTA
Durante a abertura do workshop, o presidente da Fapesp, Celso Lafer, realçou a importância de abordagens inovadoras e multidisciplinares voltadas para a proteção da biodiversidade da Mata Atlântica. Ressaltou ainda que a iniciativa está em consonância com os esforços de internacionalização realizados pela Fapesp nos últimos anos.

“Uma das grandes preocupações da Fapesp tem sido o processo de internacionalização, que basicamente está relacionado ao esforço de juntar pesquisadores de diversas áreas para avançar no conhecimento. Este programa de hoje está relacionado a aspirações dessa natureza e tenho certeza de que os resultados serão altamente relevantes”, afirmou Lafer.

Também durante a mesa de abertura, o diretor do IB-USP, Carlos Eduardo Falavigna da Rocha, afirmou que o programa Biota-Fapesp tem sido um exemplo para outros estados e outras fundações de apoio à pesquisa em âmbito federal e estadual.

Carlos Alfredo Joly, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Biota-Fapesp, apresentou um histórico das atividades realizadas pelo programa desde 1999, entre elas a elaboração de um mapa de áreas prioritárias para conservação que serviu de base para mais de 20 documentos legais estaduais – entre leis, decretos e resoluções.

Joly também falou sobre os desafios a serem vencidos até 2020, como empreender esforços de restauração e de reintrodução de espécies, ampliar o entendimento sobre ecossistemas terrestres e sobre os mecanismos que mantêm a biodiversidade no Estado e intensificar as atividades voltadas à educação ambiental.
Para 2014, Joly ressaltou dois desafios na área de conservação. “Estamos iniciando uma campanha para o tombamento da Serra da Mantiqueira. Já fizemos alguns artigos de jornais, estamos lançando um websiteespecífico e vamos trabalhar para conseguir tombar regiões acima de 800 metros, áreas apontadas como de extrema prioridade para conservação no atlas do BIOTA”, disse.


Outra meta para 2014, segundo Joly, é trabalhar para que o Brasil ratifique o protocolo de Nagoya – tratado internacional que dispõe sobre a repartição de benefícios do uso da biodiversidade – até outubro, quando ocorrerá a 12ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica.

“É fundamental que um país megadiverso, que tem todo o interesse de ter sua biodiversidade protegida por esse protocolo internacional, se torne signatário do protocolo antes dessa reunião”, afirmou Joly
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Arquitetos propõem parque bolha antipoluição para Pequim


Arquitetos propõem parque bolha antipoluição para Pequim

Vanessa Barbosa - Exame.com - /2014

Divulgação/Orproject


Com níveis de poluição atmosférica extremamente nocivos à saúde humana, a China vem buscando formas de combater o seu "arpocalipse". Já mandou melhorar a qualidade do combustível, passou a limitar o número de carros que circulam nas ruas e incrementou os investimentos em energias renováveis. Indo muito além das soluções tradicionais, um escritório de arquitetura chinês defende um projeto, no mínimo, ousado.

Os arquitetos do estúdio Orproject propõem a construção de um parque fechado dentro da capital, Pequim, que garanta à população um ar seguro de se respirar. Chamado de Bubbles, o parque abrigaria um jardim botânico, com plantas de todos os cantos do mundo. A temperatura e umidade do ar seriam controladas ao longo do ano e garantiriam um bom clima interno.

Os prédios ao redor do parque, também ligados ao sistema de ar condicionado, poderiam abrigar apartamentos, escritórios e um complexo cultural e gastronômico. Além disso, seria possível abrir centros esportivos e médicos, segundo os arquitetos.

A geometria do sistema de bolha foi gerada utilizando um algoritmo que simula o desenvolvimento de veias em folhas ou asas de borboleta. O aquecimento e arrefecimento do ar seria feito através de um sistema de troca de calor com a terra e toda a energia elétrica consumida seria gerada por células solares integradas na superfície.

O sistema de cobertura proposto pode ser utilizado para delimitar um jardim botânico urbano, mas ele também se presta para muitas outras aplicações em várias escalas, ressaltam os arquitetos na página oficial do projeto.

Ele poderia ser usado para cobrir playgrounds ou pátios de escolas, isolar o átrio de um prédio comercial ou shopping center, ou ser usado para cobrir os jardins de um condomínio residencial.

terça-feira, 11 de março de 2014

Faltará neve

Faltará neve

Um estudo da Universidade de Waterloo, no Canadá, apontou que apenas seis das dezenove cidades que receberam os Jogos de Inverno desde 1924 teriam condições ideais de clima para realizar uma nova edição em setenta anos. Mudanças climáticas, que podem aquecer o planeta em até 4 graus no período, devem diminuir a incidência de neve e a extensão da cobertura de gelo nessas regiões

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INFOGRAFIA REVISTA VEJA. Veja - 


Natureza em versão original

QUASE EXTINTA

Natureza em versão original

Ricardo Cardim, especialista em telhados verdes e jardins verticais, montou um espaço que oferece paisagismo com espécies raras da Mata Atlântica

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Rosele Martins Casa Claudia - 

Manu Oristânio
Guaimbês, bromélias e orquídeas decoram a fachada da loja Skygarden e já denotam sua vocação: recuperar a flora nativa paulista. "Quis reproduzir os paredões da serra do Mar", afirma o botânico Ricardo Cardim, dono do espaço e expert em telhados verdes e jardins verticais que dispensam suportes plásticos para fixar as plantas.

Quem quiser compor o paisagismo com espécies da Mata Atlântica e do cerrado encontra lá raridades como a quase extinta palmeirinha-prateada (acima) e outras mudas do tipo. Há também produtos, a exemplo de pisos permeáveis e substratos orgânicos.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Doença mata milhares de estrelas-do-mar na América do Norte

Doença mata milhares de estrelas-do-mar na América do Norte
 Fevereiro de 2014 •


No verão passado, cientistas observaram a doença pela primeira vez em Starfish Point, na Península Olympic, em Washington, segundo o site EarthFix, da rede KCTS. Na mesma época, a doença também dizimou populações de estrelas-do-mar em Vancouver Harbor e Howe Sound, no Canadá, segundo o Aquário de Vancouver. A doença já foi detectada em uma faixa que se estende do sul da Califórnia ao Alasca, e na costa leste dos Estados Unidos.
Os biólogos ainda não sabem a origem da doença nem como combatê-la. Os primeiros sintomas consistem em lesões cutâneas; em seguida, os braços da estrela-do-mar se retorcem até se separar do corpo. O desmembramento provoca a expulsão das vísceras da cavidade central do animal, provocando sua morte. Normalmente, as estrelas-do-mar conseguem regenerar os braços perdidos acidentalmente, mas não quando são acometidas pela doença.

Foto: Reprodução / EarthFix
A primeira espécie vitimada foi a Pycnopodia helianthoides, e em seguida, a Pisaster ochraceus. Agora, os mesmos sintomas já foram observados em ao menos doze espécies.
Depois de ouvir os relatos do Canadá, a mergulhadora e cinegrafista Laura James filmou a devastação das estrelas-do-mar na costa de Seattle, informou a PBS. James criou um site, www.sickstarfish.com, para ajudar a monitorar a disseminação da doença. Qualquer pessoa que observar uma estrela-do-mar doente pode relatar nas redes sociais, usando a hashtag #sickstarfish. A Universidade da Califórnia também mantém um site de monitoramento.

Foto: Reprodução / EarthFix
Deter a disseminação da doença pode ajudar a salvar os ecossistemas marinhos da América do Norte, já que as estrelas-do-mar impedem a proliferação excessiva de herbívoros, como os ouriços-do-mar. Se sua população crescer descontroladamente, os ouriços podem devorar grande parte das florestas de algas marinhas da costa oeste da América do Norte.

Projeto usa pele de tomate para revestir embalagens de alimentos

Projeto usa pele de tomate para revestir embalagens de alimentos
20 de Fevereiro de 2014 •


Há três anos, pesquisadores europeus deram início a um experimento que busca criar uma alternativa sustentável para proteger as embalagens de metal utilizadas nos alimentos. O principal objetivo é desenvolver o que eles chamam de “bio-laca” – uma espécie de revestimento produzido com resíduos alimentícios.
A substância deve proteger a saúde do consumidor e ser economicamente viável. A ideia é “valorizar e reduzir os resíduos produzidos pela indústria de conservas”. Assim foi criado o projeto Biocopac.
Os pesquisadores desenvolveram então uma laca natural com a pele do tomate, que é obtida durante a produção de molhos. O subproduto é aplicado nas superfícies internas e externas das embalagens, substituindo o verniz que é utilizado atualmente no revestimento das latas de metal pela indústria alimentícia.
O projeto é coordenado por Angela Montanari, profissional do ramo de conservação de alimentos na Itália. Trata-se de uma parceria público-privada, que inclui quatro centros de pesquisa.
“Todos os anos são usados milhões de toneladas de tomates e grandes quantidades de subprodutos (como a pele) são tratados como resíduos. Em vez de, simplesmente, aterrar este material, a Biocopac vai desenvolver um leque de alternativas para a indústria de alimentos enlatados”, afirma os pesquisadores em comunicado à imprensa.
De acordo com o site Inovação Tecnológica, o novo revestimento promete substituir o bisfenol A, um composto do plástico muito utilizado pela indústria devido à sua resistência ao calor e impacto, mas que causa danos à saúde humana.
Após avaliação das propriedades físico-químicas e para a saúde dos consumidores, de acordo com a legislação da União Europeia, serão confirmadas as vantagens econômicas e ambientais do novo verniz ecológico.

domingo, 9 de março de 2014

Oceano ácido mata 10 milhões de vieiras só em uma praia no Canadá

Oceano ácido mata 10 milhões de vieiras só em uma praia no CanadáJosé Eduardo Mendonça - 

oceano-acido-canada-560acidificação da água do mar começa a produzir desastres que tendem a se reproduzir em escala maior. A morte em massa de vieiras perto da praia de Qualicum, na Ilha de Vancouver, no Canadá, está sendo relacionada ao fenômeno, que ameaça a vida marinha e a economia que dela depende na costa leste da América do Norte.
Rob Saunders, CEO da Island Scallops, estima que, nos últimos anos, sua empresa perdeu U$ 10 milhões com os moluscos, forçando-o a demitir cerca de metade de seus funcionários. “Não estou certo de que nós ou o setor iremos sobreviver. É uma coisa dramática”, disse ele.
A acidificação do oceano, um dos males do aquecimento global, ocorre porque atividades humanas fazem com que o mar absorva uma quantidade crescente de dióxido de carbono (CO2). Organismos como vieiras ou ostras têm cada vez menor chance de formar carbonato de cálcio para suas conchas.
O noroeste do Pacífico é um hotspot da acidificação e os níveis declinantes de pH, o fator de acidez, estão atingindo especialmente as populações mais jovens de moluscos, que lutam para construir suas cascas protetoras. Elas gastam mais energia e ficam mais vulneráveis a predadores e infecções.
A crescente taxa de acidificação “pode ter empurrado as águas locais para um ponto de virada, além do qual estas espécies não podem sobreviver”, afirmou Chris Harley,ecologista marinho da Universidade da Colúmbia Britânica, ontem.
Os oceanos não estão apenas absorvendo CO2, mas ainda mais de 90% do aquecimento global – a energia equivalente a 12 bombas de Hiroshima por segundo apenas em 2013. Ostras e vieiras não serão as únicas vítimas. Pesquisadores acreditam que recifes de corais estão sendo levados à extinção e que diversas espécies de peixes estão desaparecendo a uma taxa alarmante.
“Está acontecendo em todo o mundo. Há pouca esperança para nós”, afirmou Saunders.
Foto: Michael Horne/Creative Commons

Pesquisadores desenvolvem modelo sobre a origem da água na Terra

Pesquisadores desenvolvem modelo sobre a origem da água na Terra

Elton Alisson - Agência Fapesp 2014
guilhermegrespan/flickr



Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Guaratinguetá, em colaboração com colegas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e do Instituto de Astrobiologia da agência espacial norte-americana (Nasa), desenvolveram um modelo mais preciso para determinar a origem da água e da vida na Terra.

Realizado no âmbito do projeto de pesquisa "Dinâmica orbital de pequenos objetos", apoiado pela FAPESP, o modelo foi descrito em um artigo publicado no The Astrophysical Journal, da Sociedade Americana de Astronomia, e apresentado nesta segunda-feira (24/02) no UK-Brazil-Chile Frontiers of Science.

Organizado pela Royal Society, do Reino Unido, em conjunto com a FAPESP e as Academias Brasileira e Chilena de Ciências, o evento ocorre até quarta-feira (26/02) em uma propriedade da Royal Society em Chicheley, vilarejo do condado de Buckinghamshire, no sul da Inglaterra. E tem como objetivo fomentar a colaboração científica e interdisciplinar entre jovens pesquisadores brasileiros, chilenos e do Reino Unido em áreas de fronteira do conhecimento.

"Desenvolvemos um modelo em que analisamos todas as possíveis fontes espaciais de água e estipulamos qual seria a provável contribuição de cada uma delas na quantidade total de água existente hoje na Terra", disse à Agência FAPESP Othon Cabo Winter, pesquisador do Grupo de Dinâmica Orbital & Planetologia da Unesp de Guaratinguetá e coordenador do estudo.

De acordo com Winter, até recentemente se acreditava que os cometas, ao colidir com a Terra durante a formação do Sistema Solar, haviam trazido a maior parte da água existente hoje no planeta.

Simulações computacionais da quantidade de água que esses objetos celestes compostos de gelo podem ter fornecido para a Terra - baseadas em medições da quantidade de deutério (o hidrogênio mais pesado) da água deles - revelaram, no entanto, que os cometas não foram as maiores fontes. E que eles não poderiam ter contribuído com uma fração tão significativa de água para o planeta como se estimava, explicou Winter.

"Pelas simulações, a contribuição dos cometas no fornecimento de água para a Terra seria de, no máximo, 30%", disse o pesquisador. "Mais do que isso é pouco provável", afirmou Winter.

No início dos anos 2000, segundo o pesquisador, foram publicados estudos internacionais que sugeriram que, além dos cometas, outros objetos planetesimais (que deram origem aos planetas), como asteroides carbonáceos - o tipo mais abundante de asteroides no Sistema Solar -, também poderiam ter água e fornecê-la para a Terra por meio da interação com planetas e embriões planetários durante a formação do Sistema Solar.

A hipótese foi confirmada nos últimos anos por observações de asteroides feitas a partir da Terra e de meteoritos (pedaços de asteroides) que entraram na atmosfera terrestre.

Outras possíveis fontes de água da Terra, também propostas nos últimos anos, são grãos de silicato (poeira) da nebulosa solar (nuvem de gás e poeira do cosmos relacionada diretamente com a origem do Sistema Solar), que encapsularam moléculas de água durante o estágio inicial de formação do Sistema Solar.

Essa "nova" fonte, no entanto, ainda não tinha sido validada e incluída nos modelos de distribuição de água por meio de corpos celestes primordiais, como os asteroides e os cometas.

"Incluímos esses grãos de silicato da nebulosa solar, com os cometas e asteroides, no modelo que desenvolvemos e avaliamos qual a contribuição de cada uma dessas fontes para a quantidade de água que chegou à Terra", detalhou Winter
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sábado, 8 de março de 2014

Qual país tem participação maior da energia eólica?

Qual país tem participação maior da energia eólica?José Eduardo Mendonça - 29/01/2014 às 11:27

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Pequena Espanha lidera ranking
energia eólica quadruplicou sua capacidade de geração nos EUA nos últimos cinco anos, trazendo uma economia de 84.7 milhões de toneladas de CO2 apenas em 2012.
A Alemanha, que vinha batendo recordes contínuos de instalação, agora vê uma situação de potencial crise no setor, com o fim paulatino dos subsídios governamentais e a nova política energética da chanceler Angela Merkel, que prevê utilização mais intensa de combustíveis fósseis. Em 2013, a China instalou 16.1 GW da fonte renovável, e o país hoje responde por cerca de um terço da geração eólica mundial.
Enquanto isso, na Península Ibérica, e um tanto longe das manchetes a respeito, uma pequena Espanha que tenta se recuperar da crise iniciada em 2008 e induzida pelo sistema financeiro, traz surpresas. No país, a energia eólica é agora a fonte primária de eletricidade.
Pela primeira vez, ela domina a produção de eletricidade em um país. A energia nuclear chegou perto, com 20.8%, mas a eólica forneceu 20.9 da demanda em 2013, de acordo com a operadora Red Eléctrica de España. A energia solar fotovoltaica respondeu por 3.1%.
A geração espanhola aumentou 13.2% no ano passado, produzindo um recorde de 54.478 gigawatts/hora de eletricidade, o bastante para alimentar 15.5 milhões de lares, ou 90% deles, de acordo com a associação do setor. A fonte nuclear na verdade produziu 2377 GWh a mais,  mas como ela consome mais eletricidade em suas operações, suas contribuição com a grade foi menor.
A associação nota que os preços da eletricidade caíram. “A influência da energia eólica nos preços do atacado é muito clara, se considerarmos o mercado em dias de mais ou menos vento”, afirmou a entidade, segundo o Green Biz.

Grupo lança métodos e diretrizes para apoiar monitoramento das florestas

Grupo lança métodos e diretrizes para apoiar monitoramento das florestas

25/02/2014   -   Autor: Fernanda B. Müller   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil


A Iniciativa para Observação Global das Florestas (GFOI), uma parceria entre cerca de uma centena de países, lançou um documento com métodos e diretrizes para a integração de dados de sensoriamento remoto com informações coletadas em campo para a estimativa de emissões e remoções de gases do efeito estufa em florestas.

A publicação traz uma série de recomendações relevantes para atividades de redução das emissões por desmatamento e degradação (REDD+) e para a elaboração de sistemas nacionais de mensuração, relato e verificação (MRV) das florestas.

Este é o primeiro de uma série de documentos do GFOI voltados para a estimativa dos futuros estoques de carbono em uma tentativa de dar suporte à construção de sistemas nacionais de monitoramento das florestas. Os métodos apresentados são baseados nas diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).

O GFOI é uma iniciativa intergovernamental do chamado Grupo sobre Observações da Terra (GEO) e foi criada em 2011 para auxiliar os países a produzir relatórios confiáveis, consistentes e comparáveis sobre as mudanças na cobertura e no uso das florestas e as emissões ou remoções de gases do efeito estufa associadas.

O GEO foi lançado em resposta às chamadas para ação da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável de 2002 e pelo G8, que reconheceram a importância da colaboração internacional para explorar o crescente potencial de observação da Terra em apoio à tomada de decisão em um mundo cada vez mais complexo e tenso.

O grupo é liderado pela Austrália, Noruega, Estados Unidos, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Comitê sobre Satélites de Observação da Terra (CEOS), contando com mais de 90 países-membros.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Fazenda urbana


Fazenda urbana

Este prédio em Tóquio contém hortas na fachada e em seu interior. Desse plantio vêm frutas, legumes, hortaliças e até o suco que os funcionários bebem. Para abrigar quatro mil m² de áreas verdes, a construção foi reformada pelo arquiteto Yoshimi Kono, que levou em conta seis pontos. Confira a seguir

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Divulgação

1. PLANTIO 

Nos nove andares, as tradicionais divisórias foram substituídas por floreiras de pínus tratado com resina. Ali são cultivadas algumas plantas.

2. IRRIGAÇÃO

A rega automatizada se dá por meio de tubos que levam os nutrientes diretamente à terra e mantêm as condições certas de umidade.

3. PELE DUPLA
Uma grade de alumínio cobre as vidraças das fachadas e apoia inúmeras floreiras onde pés de laranja, de cereja, de limão e de maracujá se misturam às flores. Sazonal, a vegetação perde folhas no inverno e deixa a claridade entrar. Viçosa no verão, barra o excesso de luz natural.

4. INCUBADORAS 
No primeiro pavimento, as sementeiras e os berçários de mudas das cerca de 200 espécies cultivadas no prédio dividem espaço com o arrozal. Leds e várias lâmpadas HEFL (um tipo de fluorescente com poder de iluminação semelhante ao do Sol) estimulam o crescimento das plantas.

5. ARROZAL 
O grão é cultivado sobre uma camada de casca de coco processada (mais leve do que terra) num canteiro com 20 cm de profundidade.

6. MUTIRÃO 
Funcionários são estimulados a participar do cultivo e das três colheitas anuais. Toda a produção é usada para abastecer o refeitório da empresa
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quinta-feira, 6 de março de 2014

Derretimento de geleira na Antártica deve continuar por décadas


Mudanças Climáticas

Derretimento de geleira na Antártica deve continuar por décadas, alerta estudo

   -   Autor: Fernanda B. Müller   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil


Geólogos do Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha concluíram em um estudo publicado nesta semana na revista Science que o maior contribuinte individual para o aumento do nível do mar ao redor do globo, o glaciar de Pine Island, no oeste da Antártica, continuará a sofrer com o degelo nas próximas décadas.
Eles chegaram a essa conclusão ao analisarem rochas expostas pelo degelo e descobrirem que o glaciar, que está perdendo massa aceleradamente, já apresentou esse comportamento no período Holoceno, há cerca de oito mil anos.
Na época, a causa do degelo de cerca de um metro por ano (similar às taxas atuais), durando de décadas a séculos, provavelmente foi uma alteração climática natural que aqueceu o oceano, coloca o artigo.
“Os dados geológicos nos mostram melhor do que nunca a história do glaciar em maior detalhe. O fato de ter perdido massa tão rapidamente no passado demonstra o quão sensível é a mudanças ambientais”, comentou Joanne Johnson, do British Antarctic Survey (BAS).
O grupo afirma que a conclusão fornece um modelo importante para desvendar o comportamento do glaciar no futuro, e mostra o potencial de o atual degelo continuar por muitas décadas.
A causa do degelo atual também é atribuída pelos pesquisadores à influência do aquecimento do oceano.  Após duas décadas de perdas aceleradas, as preocupações são crescentes sobre a quantidade de degelo no futuro.
“Nossas descobertas revelam que o glaciar de Pine Island já passou por uma redução rápida pelo menos uma vez no passado, e que, uma vez ativado, mudanças rápidas na cobertura de gelo dessa região podem persistir por séculos”, alerta.
Outro estudo publicado na Science mostra que, com base em dados de satélite, o glaciar de Pine Island perdeu 1,6 metro por ano entre 1992 e 1999. Cento e cinquenta quilômetros para o interior do glaciar sofreram impactos desse degelo.
Imagem: Pesquisadores analisaram rochas expostas pelo degelo e descobriram que o glaciar deve continuar a perder massa por várias décadas / Natural Environment Research Council

Agrotóxicos: Fiocruz publica carta alertando para os perigos de mudanças na lei

Agrotóxicos: Fiocruz publica carta alertando para os perigos de mudanças na lei

   -   Fonte: Fiocruz


A Fiocruz divulgou uma carta aberta à sociedade brasileira, na qual alerta para os riscos das recentes mudanças na legislação que regula o uso de agrotóxicos, e no perigo de projetos de lei que flexibilizem a função regulatória do Estado. O texto reforça como estudos científicos têm comprovado os danos provocados pelos agrotóxicos à saúde das populações, afetando sobretudo segmentos sociais de grande vulnerabilidade, como moradores e trabalhadores de áreas rurais, populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

Em setembro de 2013, a Fiocruz já havia assinado uma nota alertando sobre os perigos do mercado de agrotóxicos, assinada também pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) e pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Ainda em 2013, a Fiocruz lançou o documentário Nuvens de Veneno, dirigido por Beto Novaes, que faz um retrato revelador sobre o uso de agroquímicos no Brasil.

Em sua carta, a Fiocruz convoca a sociedade brasileira a tomar conhecimento sobre as "inaceitáveis mudanças na lei dos agrotóxicos e suas repercussões para a saúde e a vida". Destaca como o "processo em curso de desregulação sobre os agrotóxicos que atinge especialmente o setor saúde e ambiental no Brasil, está associado aos constantes ataques diretos do segmento do agronegócio às instituições e seus pesquisadores que atuam em cumprimento as suas atribuições de proteção à saúde e ao meio ambiente". E se põe à disposição para  para participar das discussões sobre o marco regulatório de agrotóxicos. Veja a carta na íntegra:

Carta aberta da Fiocruz frente às atuais mudanças na regulação de agrotóxicos e perdas para saúde pública 

A crescente pressão dos conglomerados econômicos de produção de agroquímicos para atender as demandas do mercado (agrotóxicos, fertilizantes / micronutrientes, domissanitários) e de commodities agrícolas, tem resultado numa tendência de supressão da função reguladora do Estado.

As legislações recentemente publicadas e os correspondentes projetos de lei em tramitação, ao flexibilizarem a função regulatória do estado, tendem a desproteger a população dos efeitos nocivos inerentes aos agrotóxicos, principalmente, e de maneira mais grave, àqueles segmentos sociais de maior vulnerabilidade: trabalhadores e moradores de áreas rurais, trabalhadores das campanhas de saúde pública e de empresas de desinsetização, populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

A literatura científica internacional é inequívoca quanto aos riscos, perigos e danos provocados à saúde pelas exposições agudas e crônicas aos agrotóxicos, particularmente entre os trabalhadores e comunidades rurais que estão sistematicamente expostos a estes produtos, inclusive por meio de pulverizações aéreas de eficácia duvidosa.

A Fundação Oswaldo Cruz, enquanto uma das principais instituições de produção tecnológica, pesquisa, ensino técnico e pós-graduado em saúde do país, tem o compromisso de produzir conhecimento para a proteção, promoção e cuidado da saúde.

Na questão específica do tema agrotóxicos, em perspectiva interdisciplinar, a Fiocruz historicamente oferta cursos e desenvolve pesquisas voltadas para o aprimoramento da gestão pública; realiza diagnóstico de agravos de interesse da saúde pública; implementa  programas inovadores de vigilância; desenvolve e a aplica metodologias de monitoramento e avaliação toxicológica, epidemiológica e social; e realiza a investigação de indicadores preditivos de danos e a comunicação científica.

Entre as atividades de serviços prestados, a Fiocruz integra o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e as ações de Vigilância a Saúde. Mantém sob sua coordenação o Sistema Nacional de Informação Toxico-Farmacológica (Sinitox) que disponibiliza desde 1985 informações sobre os agravos relacionados aos agrotóxicos com base nas notificações coletadas junto aos centros de informação e assistência toxicológica distribuídos no país. Participou diretamente das atividades de reavaliação e decisão sobre os agrotóxicos que provocam efeitos agudos e crônicos sobre a saúde humana conforme dados experimentais, clínicos e epidemiológicos obtidos em trabalhadores e em consumidores, onde são suspeitos de possuir efeitos carcinogênicos, teratogênicos, mutagênicos, neurotóxicos e de desregulação endócrina.

Na cooperação técnica destacam-se sua participação direta junto ao Sistema Único de Saúde, órgãos colegiados, agências internacionais (OMS/OPS/IARC/IPCS; OIT; FAO) e organizações multilateriais (Convenções de Estocolmo, da Basiléia, Roterdã) voltados aos processos de regulação de produtos e serviços de risco químico /agrotóxicos. Colabora com órgãos Legislativos, Ministério Público e Sociedade Civil Organizada em iniciativas que visam aprimorar a atuação no controle de agrotóxicos e fomento a produção limpa e segura.

Este processo em curso de desregulação sobre os agrotóxicos que atinge especialmente o setor saúde e ambiental no Brasil, está associado aos constantes ataques diretos do segmento do agronegócio às instituições e seus pesquisadores que atuam em cumprimento as suas atribuições de proteção à saúde e ao meio ambiente. Frente a estes ataques a Fiocruz, o Instituto Nacional de Câncer e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva já responderam repudiando-os mediante nota pública, reafirmando assim seu compromisso perante á sociedade de zelar pela prevenção da saúde e proteção da população.

Em suas relações com a sociedade, de acordo com preceitos éticos e do SUS, a Fiocruz participa de diversas iniciativas de esclarecimento e mobilização tais como o “Dossiê da Abrasco - Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na Saúde” assim como da “Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida”, do “Grito da Terra”; “Fóruns Nacional e Estaduais de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos” entre outros mecanismos e instrumentos que visam buscar alternativas ao uso de agrotóxicos.

Ante o exposto, a Fundação Oswaldo Cruz contesta a Lei que permite o registro temporário no País em casos de emergência fitossanitária ou zoossanitária sem avaliação prévia dos setores reguladores da saúde e do meio ambiente (Lei n° 12.873 /13 e o Decreto n° 8.133/13), pugnando por sua revogação imediata. A Fiocruz se coloca também contrária a outros Projetos de Lei que tenham o mesmo sentido, como o PL 209/2013 do Senado que pretende retirar definitivamente ou mesmo restringir a atuação das áreas de saúde e meio ambiente do processo de autorização para registro de agrotóxicos no Brasil.

Declara, ainda, que se coloca à inteira disposição das autoridades do executivo, do legislativo, do judiciário, do Ministério Público e da sociedade civil para participar das discussões sobre o marco regulatório de agrotóxicos, na busca de alternativas sustentáveis, como a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Frente a esse cenário a Fiocruz formalizou um Grupo Trabalho sobre agrotóxicos entre seus pesquisadores para tratar de forma sistemática o tema.

A Fiocruz convoca a sociedade brasileira a tomar conhecimento sobre essas inaceitáveis mudanças na lei dos agrotóxicos e suas repercussões para a saúde e a vida.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Brasil ocupa posição 77 em ranking de países mais verdes

Brasil ocupa posição 77 em ranking de países mais verdes

Desempenho mais fraco é na preservação de recursos florestais, que levou 10 de 100 pontos, o que coloca o Brasil como o 115º país que melhor cuida de suas florestas

etty Images
Desmatamento na Amazônia
Desmatamento: país levou nota de 10 de 100 no indicador que avalia o cuidado com florestas
São Paulo – Apesar de toda sua exuberância natural, o Brasil ocupa o 77º lugar no ranking de países mais verdes do mundo em 2014. É que pelos critérios do Environmental Performance Index (EPI), lista bienal elaborada pelas Universidades de Yale e de Columbia, o que conta mesmo é como os países cuidam dos seus recursos naturais.
E aí o desempenho brasileiro deixou a desejar. No ranking, o país somou 52.97 pontos de 100, bem distante da líder Suíça, que fez 87.67 pontos. Veja a lista dos 20 países que dão exemplo de sustentabilidade.
Na análise por categoria, o país apresentou melhor desempenho no quesito qualidade do ar, com 97.67 pontos. Mas se saiu pior na preservação de recursos florestais, levando um vexatório 10 de 100 pontos, o que coloca o Brasil como o 115º país que melhor cuida de suas florestas.
Os pesquisadores americanos classificaram 178 países com base em 20 indicadores distribuídos por 9 categorias: critérios de saúde ambiental; poluição do ar; recursos hídricos; biodiversidade e habitat; recursos naturais; florestas; energia e clima; recursos pesqueiros e água e saneamento.
Veja a pontuação do Brasil por categoria:
CategoriaPontuaçãoRanking
Todas52.9777º
Saúde68.5995
Qualidade do Ar97.6429
Água e Saneamento50.4484
Recursos hídricos10.8786
Agricultura74.5170
Florestas10.81115
Recursos pesqueiros24.6853
Biodiversidade e Habitat66.7475
Clima e Energia53.8257