segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Oficina ensina método para cultivar ervas e verduras em casa

Oficina ensina método para cultivar ervas e verduras em casa
FONTE :PLANETA SUSTENTÁVEL




Com o intuito de incentivar o consumo de alimentos mais saudáveis e sem a utilização de agrotóxicos, a Fundação Mokiti Okada (FMO), por meio do setor de Agricultura Natural, realizará a oficina do Programa Horta em Casa & Vida Saudável, em São Paulo.
A atividade ensinará o método de cultivo da agricultura natural de ervas, hortaliças e verduras que podem ser colocadas em apartamentos, casas e quintais. Os participantes aprendem o processo de preparo do solo, semeadura, plantio, colheita e consumo. Além disso, os participantes recebem um vaso, mudas de hortaliças e material didático.
Durante a oficina é trabalhada noções práticas e teóricas sobre a “Agricultura Natural”, com o objetivo de transmitir a aproximação do ser humano da natureza, o resgate da convivência familiar e a sustentabilidade social e ecológica.
O método foi desenvolvido por Mokiti Okada para substituir as técnicas utilizadas na produção agrícola convencional. Segundo ele, “a prática natural coloca o ser humano em contato com o meio ambiente, estabelecendo a gratidão e o respeito por tudo que provém dela”.

Compras sustentáveis são prioridade nos cursos do MMA

Compras sustentáveis são prioridade nos cursos do MMA

    Mercado movimenta 20% do Produto Interno Bruto 

    TINNA OLIVEIRA

    O tema compras públicas sustentáveis é primordial para o Ministério do Meio Ambiente (MMA), já que os governos municipais, estaduais e federal movimentaram 20,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em aquisições durante o ano de 2011. É uma das áreas prioritárias do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), cujo objetivo é fomentar políticas, programas e ações que promovam a produção e o consumo sustentáveis no país.

    “Por isso é importante avançar na sensibilização dos gestores em torno da promoção das compras sustentáveis”, reforça o analista ambiental do MMA, Thiago Uehara. Neste sentido, o MMA promoveu o curso “Sustentabilidade nas Contratações Públicas", em parceria com a Ordem dos Pregoeiros do Brasil Seccional Paraíba. Participaram 100 servidores que lidam com o tema diariamente em suas instituições.

    Fernanda Capdeville, analista ambiental do MMA e também palestrante do curso, afirma que o evento representou uma oportunidade disseminar os conceitos de produção, consumo e compras sustentáveis no Nordeste, que é uma região que vem se desenvolvendo bastante, mas ainda carece de informações. “Esses conceitos foram debatidos na prática com gestores que executam as compras, mas que, no entanto, estão mais distantes dos cursos recorrentes em Brasília”, ressalta.

    EXEMPLOS PRÁTICOS

    Foram ministrados módulos teóricos sobre ciclo de vida dos produtos, consumo e produção sustentável, compras públicas sustentáveis, legislação aplicada, além de uma oficina prática em que os alunos trabalharam os atributos de sustentabilidade em editais de contratações de serviços de limpeza, de organização e realização de eventos.

    “Entre os atributos destacados que devem ser observados pelos compradores estão os ambientais, direitos humanos, segurança, diversidade, compras de pequenas empresas locais e filantropia”, afirma Uehara, que também foi um dos palestrantes do curso.

    Foram apresentadas experiências sobre coleta seletiva solidária da Universidade Federal de Campina Grande, Guia de Inclusão de Critérios de Sustentabilidade da Justiça do Trabalho adotado como referência para contratações nos órgãos da Justiça do Trabalho de todo o Brasil e dois pregões realizados pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, um para aquisição de pneus e outro para contratação de serviço de limpeza, ambos inserindo critérios de sustentabilidade.

    DEBATE AMPLO

    O Instituto Federal Catarinense também realizou o Fórum de Compras Públicas Sustentáveis, em São Francisco do Sul (SC), envolvendo 80 servidores que ocupam funções de diretores administrativos, auditores e coordenadores dos Núcleos de Gestão Ambiental e setores de compras das instituições. O Fórum contou com palestras da equipe do Departamento de Produção e Consumo Sustentável da Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

    O Plano de Gestão de Logística Sustentável, documento que traz ferramentas de planejamento para estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos nos órgãos públicos, foi tema da palestra do curso, além da oficina prática sobre aquisição de material de expediente. Segundo Uehara, ficou evidente em todas as conversas que o servidor público federal encontra amparo legal e da controladoria para fazer compras sustentáveis.

    Semana da Árvore é marcada com plantio de várias espécies

    Semana da Árvore é marcada com plantio de várias espécies

    Por Thábata Ferreira
    A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está comemorando a Semana da Árvore. Nesta quarta-feira (18) foram plantadas oito espécies nativas e frutíferas, no Centro de Educação Ambiental (CEA), pelos alunos do Curso de Monitor Ambiental. As comemorações tiveram início nesta terça-feira (17), com o plantio de 10 mudas de árvores no Horto Municipal.

    O secretário de Meio Ambiente, Zacarias Albuquerque, esteve presente no evento, que contou também, com representantes do Instituto Federal Fluminense (IFF). Na ocasião, foram plantadas mudas de acerola, jambo, nêspera, manga e graviola. 

    - A Semana da Árvore segue com o plantio de 43 árvores num condomínio na cidade, com uma área total de 20 mil metros quadrados, na sexta-feira (20), véspera do Dia da Árvore. Neste local há uma área grande residencial, com cerca de 640 apartamentos. O plantio de árvores por toda a cidade é fundamental, pois nós precisamos delas, inclusive para nossa sobrevivência – destacou Zacarias. 

    O professor de Geografia do IFF, José Maria Ribeiro, completou dizendo que para os alunos do Curso de Monitor Ambiental é fundamental esta prática de plantio, já que eles terão futuramente, um módulo somente com este conteúdo. “A pretensão é que os alunos sejam sempre sensíveis às questões ambientais”, destacou.

    Postado por: Secom - 18/09/2013 18:01:00

    domingo, 22 de setembro de 2013

    Instituto Butantan: Depois das cinzas


    Instituto Butantan: Depois das cinzas

    Importante ponto turístico da capital paulista, o Instituto Butantan – responsável pela produção de soros e vacinas – reinaugura edifício destruído por incêndio em 2010

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    Nathalia Zaccaro  Veja SP - 14/08/2013

    Renato Nascimento

    Localizado na Zona Oeste da capital, o Instituto Butantan ocupa uma área com mais de 80 hectares que concentra quatro museus e diversos centros de pesquisa. Responsável pela produção de soros e vacinas, o complexo criado em 1901 se transformou também em um importante ponto turístico da capital, chegando a receber 300 000 pessoas por ano. Entre as principais atrações estão os artrópodes, vertebrados, répteis e anfíbios que integram o Museu Biológico e o serpentário do local. Sua história ganhou um capítulo trágico às 7h30 de 15 de maio de 2010. O superaquecimento de um aparelho no edifício das coleções, onde estavam guardados milhares de animais conservados mortos para pesquisa, causou um incêndio que destruiu cerca de 500 000 espécimes. Havia mais de 200 000 litros de álcool armazenados dentro do prédio, que ficou completamente destruído. Em janeiro deste ano, o Ministério Público denunciou cinco ex-funcionários da instituição por imprudência e negligência, entre eles o ex-diretor Otavio Mercadante. Se condenados, eles podem pegar pena de até 24 meses de detenção. 


    Nos últimos anos, o fluxo de visitantes e grande parte dos trabalhos ali realizados continuaram a ocorrer normalmente. O edifício destruído e a coleção perdida demandaram um longo tempo para ser recuperados. Agora, finalmente, o Butantan se prepara para reabrir. A previsão é que isso ocorra no próximo dia 19. "Estou ansioso para fazer a mudança. Desde que tudo pegou fogo não tenho mais estrutura para trabalhar", lamenta o pesquisador Antonio Brescovit. Seu laboratório hoje se resume a um porão acanhado, escondido sob a escadaria do Edifício Lemos Monteiro, uma das construções do complexo. Ele divide ainda seu pouco espaço com milhares de aranhas conservadas em álcool. Todo o precioso acervo do Butantan está atualmente espalhado em diversas pequenas salas como a de Brescovit. "Sabemos que as condições não são adequadas e por isso fizemos questão de construir um local seguro e totalmente adaptado para receber o material", diz seu diretor Jorge Kalil.



    Dos 5,5 milhões de reais investidos na obra, quase metade foi destinada à segurança. Os 1 600 metros quadrados da nova construção estão distribuídos em dois pisos. O primeiro receberá os animais e o segundo, os laboratórios. O local deverá abrigar cerca de 1 milhão de espécimes. A reconstrução do catálogo consumiu um grande esforço. Cerca de 4 200 bichos são doados por ano pela população. Outra parte chega até ali como resultado das expedições dos pesquisadores a vários cantos do Brasil e do mundo. "Há três meses fui ao Chile e voltei com 3 000 aranhas, entre elas uma caranguejeira inédita para nosso portfólio", conta Brescovit. "Esse prédio é uma vitória do instituto", comemora Kalil, que só fez uma ressalva ao projeto. "A fachada é horrível! Pedi até que colocassem uns tijolinhos para melhorar um pouco o aspecto", brinca. 



    AS MELHORIAS JÁ REALIZADAS 
    Espaço
    A nova construção tem dois andares e 1 600 metros quadrados. A antiga era uma espécie de galpão de 1 200 metros quadrados.



    Tecnologia contra incêndio
    Na época da tragédia só estavam disponíveis extintores manuais e não havia detector automático de fumaça. Hoje, o prédio conta com pelo menos três modernos sistemas de proteção já instalados, além de um time exclusivo de onze bombeiros.



    Pesquisa
    Estarão disponíveis para os especialistas equipamentos para análises genéticas, uma novidade para o departamento, antes focado apenas na observação e classificação dos bichos.

    Organização
    O acervo não vai mais ser armazenado em um só ambiente. Sete salas receberão os animais, agrupados de acordo com suas características. Os laboratórios também ficarão em áreas separadas, para evitar o contato desnecessário com o acervo.

    Quer melhorar SP? Dê mais tempo às pessoas

    PLANEJADORES E URBANISTAS

    Quer melhorar SP? Dê mais tempo às pessoas

    Cidade pode ser próxima Nova York, mas sua população está presa no trânsito, diz David Sim, sócio do Gehl Architects, escritório que fez de Copenhague um modelo

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    Vanessa Barbosa Exame.com - 
    Divulgação
    Por muito tempo, os planejadores e urbanistas construíram cidades para serem vistas de uma escala sobre-humana, do alto de um avião. O arquiteto escocês David Sim faz o inverso, ele projeta em escala humana. Longe de ser um dom, a habilidade foi adquirida a partir de anos de observação da vida em sua manifestação mais cotidiana: na maneira como as pessoas andam pelas ruas, vão ao trabalho, pegam o ônibus ou o carro, atravessam um cruzamento e se divertem em um parque.


    Arquiteto especialista em urbanismo, David é sócio do escritório dinamarquês Gehl Arquitects, que fez de Copenhague exemplo mundial de cidade sustentável, uma transformação que começa nos anos 1960, protagonizada pelo urbanista que dá nome à consultoria, Jan Gehl, hoje com 76 anos.

    "Todo nosso trabalho se desenvolve em torno do princípio da humanização do espaço público", explica Sim. Com uma carreira dedicada a essa ideia, ele sabe dizer se uma cidade é boa ou não para pessoas. Sua receita para melhorar São Paulo ou outra grande metrópole? “Dê mais tempo para as pessoas”. Em passagem pela cidade para participar do 4ª Greenbuilding Brasil, o arquiteto conversou com EXAME.com.

    EXAME.com - Como você define projetos baseados na humanização das cidades?



    David Sim - Hoje em dia, há uma grande preocupação com se construir prédios sustentáveis e mais eficientes no consumo de energia. Mas nossa maior preocupação é o que acontece no espaço entre todos esses prédios verdes, que tipo de vida você tem nas cidades. Diferente de muitos arquitetos que estão apenas focados nos prédios como objetos, monumentos, nós queremos construir coisas que afetam a vida das pessoas.



    Estamos interessados no dia-a-dia, em todas essas coisas meio banais e simples. Como se atravessa uma rua? Como você faz compras no supermercado? Como os filhos vão para a escola, como você vai ao trabalho? O que você faz na hora do almoço? Porque são todas essas coisas da vida cotidiana que compõem a nossa vida.



    EXAME.com - Mobilidade é tema central nos grandes centros urbanos. Segundo estudo do IBGE, um morador de São Paulo perde pelo menos 17 dias preso no trânsito por ano. O que isso diz sobre a cidade?



    David Sim - O transporte é um desafio aqui. São Paulo é provavelmente o dínamo da economia na América Latina e, quem sabe, na próxima geração, pode tornar-se a nova Nova York do mundo. O potencial que a cidade tem é imenso.

    Porém, a maior parte da população está presa no trânsito. E isso pode ter grandes consequências, com empresas mudando para outros lugares, uma vez que seus empregados também não querem mais ficar na cidade, por sentirem que estão perdendo qualidade de vida.

    Na verdade, acho que a palavra chave aqui é acessibilidade. Existem várias maneiras de ter acesso a um lugar, pode ser andando, pedalando ou através da combinação entre transporte público com outro meio. Muitas pessoas não querem pegar ônibus porque o ponto onde elas aguardam pelo ônibus ou onde elas descem é simplesmente horrendo.

    EXAME.com – E também cansa ficar preso num ônibus lotado que mal sai do lugar...



    David Sim - Exato, além disso, há a questão da perda de tempo, que é um negócio extremamente democrático.

    Alívio colateral em casos de radioterapia


    o selo
    no seu blog

    Liana John FONTE PLANETA SUSTENTÁVEL


    Quem já enfrenta as agruras da radioterapia não merece sofrer com doses extras de efeitos colaterais. Convencida disso, a doutora em Odontologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Ana Carolina Lyra de Albuquerque, resolveu estudar a fundo o uso de fitoterápicos para aliviar os sintomas da mucosite, uma doença que afeta a boca de pacientes irradiados na cabeça e pescoço para controle de câncer (neoplasia).
    “Como o cabelo cai, a mucosa da boca também é acometida: fica atrofiada e sensível ou atrófica, como se diz tecnicamente. É muito mais do que um incômodo, pois alguns pacientes não conseguem nem se alimentar”, explica. “E os médicos não costumam receitar nada, no máximo um chá para aliviar um pouco. Ou prescrevem um tratamento a laser para mucosite, o que não é recomendável”.
    Preocupada em encontrar uma solução mais eficaz, Ana testou um arbusto originário da região Nordeste, cujas folhas são popularmente empregadas contra males tão diversos como acneaftascaspapiolhosfungosmicose (pano-branco), sarna e até chulé. Chamada de alecrim-pimenta, alecrim-grande ou estrepa-cavalo, a planta é cientificamente conhecida como Lippia sidoides e já foi assunto aqui do Biodiversa há um mês, por seu bom desempenho ao substituir fungicidas sintéticos no armazenamento de grãos. 
    Conforme comprovou a pesquisa realizada na UFPB, o extrato de alecrim-pimenta tem atividade antimicrobiana, controlando diversos agentes patogênicos presentes na boca, com potencial para se transformarem em problemas quando o sistema imunológico fica debilitado: Streptococcus mutansStreptococcus mitis,Streptococcus sanguinisStreptococcus sobrinus e Lactobacillus casei (sim, o mesmo lactobacilo auxiliar de processos digestivos, usado em laticínios e bebidas láticas).
    “O extrato ainda é anti-inflamatório, então coloquei em um gel para facilitar a aplicação e para ficar aderido à mucosa por mais tempo. Funcionou muito bem e logo vamos dar entrada em uma patente”, comemora a especialista. Ela quer produzir em breve um medicamento para dar suporte a pacientes submetidos à radioterapia. “Não é um medicamento para o câncer, é para dar alívio, para combater esse efeito colateral na boca, para melhorar a qualidade de vida de pacientes irradiados”, enfatiza.
    Em cinco anos, Ana Albuquerque fez mestrado e doutorado sobre esse tema. Contou com bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com a contribuição dos pesquisadores Jane Sheila Higino, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maria do Socorro Vieira Pereira e Maria Sueli Marques Soares, da UFPB, e Jozinete Vieira Pereira, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
    Agora, Ana dá continuidade ao seu trabalho na UFCG, em Patos, no sertão daParaíba, com o objetivo de avaliar os efeitos contra microrganismos dos gênerosStaphilococcus e Candida, incluindo Candida albicans, causador do famigerado “sapinho” ou candidose, a infecção crônica mais comum dos consultórios odontológicos e ginecológicos. O material vegetal sai direto do horto de plantas medicinais, mantido na universidade, para o laboratório de pesquisa e tecnologia.
    É, de fato, um alívio saber que uma plantinha tão fácil de cultivar sirva para desafogar quem já está sobrecarregado com um câncer!

    Foto: Liana John (com a colaboração de Ílio Montanari Junior do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas – CBQBA/Unicamp)

    AQUECIMENTO GLOBAL

    AQUECIMENTO GLOBAL

    A espiral fatal do degelo

    O Ártico é a vítima mais visível do aquecimento global. A redução progressiva de sua cobertura de gelo coloca a região no rumo de uma transformação sem volta

    Filipe Vilicic e Raquel Beer Veja -

    Vladim Balakin/Getty Images
    Em nenhuma região da Terra os efeitos do aquecimento global são mais perceptíveis que no Ártico. A vida na vasta área de 30 milhões de quilômetros quadrados no extremo norte é regida por um ciclo natural de aumento e redução na cobertura gelada ao longo do ano. É esse mecanismo que agora dá sinais de estar desregulado. Desde que a Nasa, a agência espacial americana, começou a monitorar o Ártico com imagens feitas por satélite, em 1979, o volume de gelo existente em setembro, o mês que sinaliza o fim do verão ártico, diminuiu 80%. Se considerados os últimos meses do inverno, a redução foi de 33%. 


    As mudanças no ciclo natural de congelamento e degelo são decorrência do aumento da temperatura média em todas as estações. No fim deste mês, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), das Nações Unidas, publicará a primeira parte de seu quinto relatório. O capítulo sobre o Ártico, do qual se tem conhecimento por um rascunho preliminar que vazou em dezembro, contém indicações que podem levar a um prognóstico preocupante: até 2040, a camada congelada na superfície do Oceano Ártico deve desaparecer totalmente durante a primavera e o verão. 



    O aquecimento global afeta mais o Ártico do que o restante do planeta. Enquanto a temperatura média da Terra se elevou menos de 0,5 grau desde 1980, no Círculo Polar Ártico o aumento foi de 1,6 grau. "O solo ártico tem alta concentração de metano, gás 23 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2) para o efeito estufa", explica o físico Peter Wadhams, do grupo de estudos sobre oceanos polares da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. "Sem a superfície congelada, que reflete 80% dos raios solares, o calor é absorvido pela água e pelo solo." Nas últimas três décadas, o leito marinho se aqueceu 3 graus. O efeito é multiplicador. À medida que se torna mais quente, maior é a quantidade de metano que libera. 



    A alteração do ciclo de congelamento e descongelamento exerce enorme impacto na saúde do ecossistema da região. O urso polar, por exemplo, depende da cobertura congelada do oceano para caçar sua presa favorita, a foca. Como o congelamento está ocorrendo mais lentamente e o degelo mais rapidamente, a temporada de caça do urso se tornou muito curta, ameaçando a sobrevivência da espécie. "O derretimento tem superado o congelamento num ritmo tão acelerado que em 2040 provavelmente já não teremos gelo no verão e, em dois séculos, também não sobrará muito no inverno", diz Wadhams. 



    O rascunho do relatório do IPCC avalia em 95% a probabilidade de o homem ser o principal culpado pela mudança climática. O aquecimento no Ártico não é um fato novo. Sabe-se que há aumento gradual da temperatura ao menos desde 1880. De lá para cá, subiu 2,8 graus. A hipótese provável é que o aumento na emissão de gasesdo efeito estufa, devido à atividade humana, como a agricultura e a indústria, seja responsável pelo aquecimento global. A influência da humanidade na temperatura global é um fato novo. Períodos mais quentes e outros mais frios fazem parte dos ciclos naturais do planeta e se sucedem em escala geológica. No momento, sentimos os últimos resquícios de uma era do Gelo. Nos últimos 10 mil anos, o aquecimento natural permitiu o desenvolvimento da agricultura e a expansão da humanidade. O problema é que agora parece já não haver nada de natural nas mudanças climáticas. 



    No relatório a ser divulgado, o IPCC pela primeira vez considera a possibilidade de que a alta atividade solar, que se intensificou nas últimas décadas, esteja contribuindo para o aquecimento global. Seria o inverso do que ocorreu entre 1350 e 1850, período em que a baixa atividade solar provocou súbita queda na temperatura, a chamada Pequena era do Gelo. O IPCC será cauteloso ao atribuir responsabilidades. Seus redatores querem evitar a repetição das falhas do relatório de 2007, entre as quais estavam grosseiras manipulações de dados. Há quatro anos, o vazamento de e-mails trocados entre cientistas mostrou que alguns deles exageravam intencionalmente a gravidade do aquecimento global como artifício para obter financiamento para pesquisas. O novo estudo do IPCC está sendo elaborado por 550 cientistas, 100 a mais do que no anterior. "Estamos pressionados, conferindo tudo milhões de vezes", disse a VEJA o economista americano Alec Rawls, revisor do relatório. Rawls, que foi responsável pelo vazamento do rascunho, acredita que a natureza também tem influência nos humores do clima. 



    A rapidez do aquecimento não dá tempo para que os animais do Ártico se adaptem. No próximo meio século se expandirá a fronteira conhecida como "linha da árvore". Ela divide o Ártico em duas partes: a com e a sem árvores. Com o deslocamento da "linha", parte da tundra deve se transformar em florestas boreais e os desertos gelados podem virar tundra. Muitas espécies, como a Raposa­do-Ártico, podem estar condenadas. 



    Afirma o geólogo e glaciologista Jefferson Simões, um dos revisores do estudo do IPCC: "Essas alterações afetarão a teia alimentar mundial e também, diretamente, os quatro milhões de pessoas que moram no extremo norte. O derretimento da calota polar provocará a elevação do nível do mar". Podem ser necessários enormes investimentos para conter a incidência de enchentes em cidades litorâneas. 



    A presença do dedo humano nas mudanças climáticas é, de qualquer forma, difícil de negar. Nos últimos 10 mil anos, a temperatura média subiu 5 graus. Antes da revolução Industrial, a vilã era a agricultura — o desmatamento aumenta a emissão de CO2, o principal gás do efeito estufa. Após a revolução Industrial, a concentração de CO2 na atmosfera deu um salto de 30%. A profilaxia para diminuir o ritmo do aquecimento do Ártico é conhecida: reduzir a emissão de gases do efeito estufa, principalmente o CO2. Isso se faz com o uso de combustíveis renováveis, com reflorestamento e com a adoção de práticas verdes, como a reciclagem do lixo



    A dúvida em relação ao Ártico é a mesma existente a respeito do aquecimento global: a Terra não se adaptará sozinha às mudanças climáticas? Seja qual for a resposta, atitudes verdes resultam em benefícios para as pessoas e para o ambiente. Um exemplo: como consequência do esforço para conter o aquecimento global, o desmatamento caiu 20% desde 1990 em todo o mundo. É como se a terra estivesse com câncer, sem se saber se é maligno ou benigno. Por via das dúvidas, recomenda-se quimioterapia. Se for maligno, o mal foi eliminado. se for benigno, não se correu o risco.

    sábado, 21 de setembro de 2013

    Alunos plantam mudas para celebrar o 'Dia da Árvore' em Campos, RJ


    Alunos do 1º e 2º anos participaram do evento em colégio da Pecuária. Agentes da Guarda Civil ministraram palestras sobre preservação.

    Alunos plantaram mudas em colégio de Campos. (Foto: Roberto Jóia/Divulgação)
    Em comemoração ao 'Dia da Árvore' celebrado neste sábado (21), alunos do 1º e do 2º anos do ensino fundamental da Escola Municipal Presidente Castelo Branco, na Pecuária, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, plantaram mudas de árvores no pátio da instituição na tarde da última sexta-feira (20).
    Espécies como a pitangueira e a romãzeira foram plantadas. O evento já é realizado desde 2009 e tem a proposta de conscientizar as crianças sobre a importância do cultivo das plantas medicinais e incentivar o plantio de árvores para a preservação do meio ambiente.
    Os alunos fizeram apresentações musicais e o agentes do departamento ambiental da Guarda Civil Municipal ministraram palestras sobre o tema.
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