sábado, 27 de julho de 2013

Deus é brasileiro e olha por nós.

25/07/2013 20:23
O sonho de Cabral que virou pesadelo
O Papa na Favela de Manguinhos
O Papa na Favela de Manguinhos


Por Luis Filipe Melo - Moderador


Com respeito a todas as religiões e àqueles que não crêem em nada, nem na existência de Deus, mas eu sou católico praticante, daqueles que vai à missa de domingo, que reza todos os dias. Me emocionei e fui às lágrimas quando no ano passado conheci o Vaticano, estive na Basílica de São Pedro, e agora muito mais vendo o Papa a poucos metros, na Avenida Rio Branco. Mas não vou falar aqui de religião, podem ficar tranquilos. Vou abordar a situação que vivemos no Rio de Janeiro a partir da visita do Papa Francisco, que realmente é o Papa do Povo.

Acompanhando hoje as palavras do Papa na Favela de Manguinhos, quando enviou sua mensagem aos jovens, de que devem continuar a acreditar em mudanças, a não aceitar a corrupção e dando seu recado aos governantes, não pude deixar de pensar como em menos de dois meses tudo mudou aqui no Rio de Janeiro.

É por isso que eu digo no título, como é um sentimento coletivo muito difundido, que Deus é brasileiro e olha por nós. É claro que Deus não tem pátria, é de todos, mas o destino do Rio de Janeiro com certeza mudou nos últimos 50 dias, como se fosse um milagre. Por isso convido-os a pensarem comigo.

Vamos fazer um exercício de imaginação partindo da situação hipotética de que não tivessem eclodido as manifestações da juventude, que começaram em junho, e tomaram conta do Brasil, e continuam nas ruas do Rio de Janeiro.

No início de junho, alguns dias antes da primeira manifestação no Rio de Janeiro e em São Paulo, ainda restrita ao aumento das passagens de ônibus, a mídia veiculava comerciais, um atrás do outro, com campanhas publicitárias enaltecendo o espírito festeiro dos brasileiros. Os veículos de comunicação mantinham a blindagem a Sérgio Cabral, só falavam de Copa das Confederações, festas de rua, nem a roubalheira na reforma do Maracanã era noticiada com o devido destaque.

E se os jovens não tivessem ido para a rua, os governantes dariam "pão e circo" ao povo, bancariam festas para comemorar as vitórias da seleção. O Brasil viraria a "pátria de chuteiras" com dizia Nelson Rodrigues, e virou slogan da propaganda do governo federal. Governantes, políticos, Gangue dos Guardanapos, empreiteiros amigos, todos usufruiriam das mordomias do poder viajando em helicópteros e jatinhos para torcer pelo Brasil, na Copa das Confederações, é claro; sim, porque a maioria não torce pelo país. Com o Brasil sendo campeão, Cabral, Pezão e Paes explorariam o marketing político, a mídia abafaria as mazelas do Rio de Janeiro e continuariam a sua saga destruindo o nosso estado, a nossa cidade.

Mas no sonho colorido de Cabral ainda haveria um momento apoteótico, a Jornada Mundial da Juventude com a presença do Papa Francisco, três semanas depois da final da Copa das Confederações. Estava tudo planejado, Cabral, Pezão e Paes circulariam com o Papa pelas ruas faturando politicamente com as imagens na mídia, que depois seriam usadas na campanha eleitoral. Cabral levaria o Papa para conhecer uma UPP, onde seria recepcionado por Beltrame, e claro, convenceria o Santo Padre a elogiar a pacificação. Com o apoio da mídia que continuaria escondendo o mar de lama do seu governo, Cabral estaria no paraíso, e o caminho de Pezão estaria pavimentado para disputar o governo do Estado com grandes chances.

De repente todo esse sonho desmoronou. O povo do Rio revoltado com a violência da polícia contra manifestações pacíficas foi enchendo as ruas; as redes sociais romperam a blindagem da mídia, que foi obrigada a passar a noticiar o clamor popular. O mar de lama do governo Cabral começou a vir à tona e das duas mil pessoas que participaram dos primeiros protestos, o Rio de Janeiro foi tomado por multidões que chegaram a 700 mil manifestantes. A Copa das Confederações virou a Copa das Manifestações, o samba e carnaval deram lugar aos protestos, aos gritos de revolta do povo contra a corrupção, principalmente no Rio de Janeiro.

E agora, o Papa Francisco chega ao Rio com toda a sua simplicidade e humildade contrastando ainda mais com a arrogância e o luxo de Cabral e sua turma. Eles representam o oposto do Papa, que chegou dizendo "não tenho ouro, nem prata, mas trago o que de mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!". O Papa que troca o helicóptero por um carro popular e circula de vidros abertos, que quer tocar e abençoar as pessoas, que vai para o meio do povo, exatamente o contrário de Cabral e companhia. E para completar incentiva os jovens a lutarem por mudanças e contra a corrupção, e, que questiona a "pacificação" sem investimentos sociais.

Deus com certeza olhou por nós. Católicos - como eu - e evangélicos sabem que Deus tem suas razões, seu próprio tempo. Na Bíblia, o apóstolo João diz: "Conhecereis a verdade e ela vos libertará". O Rio de Janeiro está descobrindo a verdade, Deus é por nós, mas como Jesus Cristo nos ensinou, é preciso que cada um faça a sua parte. 

Em tempo: Por coincidência, o relatório final da CPI de PC Farias, que em 1992 resultou no impeachment do presidente Collor começava justamente com esse versículo bíblico. 
FONTE:BLOG DO GAROTINHO

Reciclagem e diversão

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Suzana Camargo - 25/03/2013 às 22:39


Não há maneira mais prazerosa para uma criança aprender do que através da diversão. Mas nem sempre essa é uma tarefa fácil. O que dizer então quando precisamos ensinar aos pequenos sobre a importância de separar o lixo para a reciclagem?
Pensando nisso, o Instituto de Embalagens organizou a cartilha Nós, as Embalagens e o Meio AmbienteSofia e Pedro são os dois personagens, que junto com os leitores, fazem um passeio pela cidade e o mundo das embalagens. De maneira didática e simples, os personagens explicam com que matérias-primas são feitos vários tipos de embalagens, qual a maneira correta de reciclá-las, além do tempo de decomposição de vidros, plásticos, latas, madeira, chicletes e diversos outros materiais.
Lançada em 2010, a cartilha teve a chancela do Ministério do Meio Ambiente e contou com o apoio de diversos parceiros para a sua realização. O projeto gráfico, bastante colorido, foi desenvolvido para estudantes do ensino fundamental. Tanto o papel como a tinta utilizados na impressão do material fazem com que a cartilha seja impermeável à água. Dessa forma, o livro pode ser usado e reutilizado por muitas crianças.
Além do livro texto, o material inclui uma cartela de adesivos e um caderno de atividades, repleto de sugestões de jogos, brinquedos e objetos que podem ser criados com embalagens recicladas. Diversão garantida para alunos e ótimas ideias para professores de artes.
Reeditado no começo deste ano, Nós, as Embalagens e o Meio Ambiente, está sendo usado agora como material didático de educação ambiental em escolas públicas de alguns municípios do Paraná. O kit está disponível para escolas públicas e particulares de todo o país. Educadores interessados podem entrar em contato com o Instituto de Embalagens. 

Maiores informações pelo telefone (11) 3431 0727.

Mutirão amplia Bolsa Verde


Mutirão amplia Bolsa Verde

    Ubirajara Machado/MDS Extrativistas: beneficiados pelo Bolsa VerdeExtrativistas: beneficiados pelo Bolsa Verde
    Governo federal faz busca ativa no Pará de possíveis beneficiários do programa 

    DA REDAÇÃO

    O governo federal dará início, no próximo dia 17 de julho, ao 1º Mutirão Bolsa Verde no Estado do Pará. A iniciativa, liderada pelos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU) pretende ampliar a cobertura do Programa Bolsa Verde na Amazônia. A expectativa é incluir mais de 30 mil famílias por meio do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), mecanismo que busca beneficiários de programas sociais diretamente em suas comunidades.

    O Bolsa Verde remunera com R$ 300, pago a cada três meses, famílias que vivem em áreas de preservação ambiental, como Unidades de Conservação de Uso Sustentável geridas pelo (ICMBio), Projetos de Assentamento Federais geridos pelo (Incra) e áreas ocupadas por comunidades ribeirinhas sob a gestão da Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (SPU/MPA). Além das equipes do MMA, MDS, ICMBIO, INCRA e SPU, o mutirão conta com a participação de outros órgãos parceiros e gestores do Programa Bolsa Verde, e recebe apoio do governo do Pará e das prefeituras dos 27 municípios paraenses beneficiados. Cada mutirão terá uma equipe composta por representantes dos governos federal, estadual e municipal, pronta para atender as famílias beneficiárias do Programa, esclarecer dúvidas e prestar orientações necessárias. 

    Além da inclusão no Cadastro Único e nos programas Bolsa Família e Bolsa Verde das famílias elegíveis, serão oferecidos nos mutirões serviços de emissão de documentos de identidade, CPF e carteira de trabalho pelo Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural, coordenado pelo MDA/INCRA.

    LOGÍSTICA

    O mutirão prevê a saída simultânea de vários barcos que partirão em busca das comunidades, em diferentes etapas, para atender os municípios da região de Santarém, Marajó, Salgado Paraense, Porto de Moz, Gurupá, Afuá, Baixo Tocantins e Soure.

    A data de início dos primeiros mutirões é no dia 17 de julho e terá a seguinte duração: Santarém fase A (30 dias), Santarém fase B (34 dias), Marajó fase Portel (20 dias), Marajó fase São Sebastião da Boa Vista (20 dias), Marajó fase Breves (20 dias) e Marajó fase Curralinho (20 dias).

    BENEFICIÁRIOSO Programa Bolsa Verde foi lançado em setembro de 2011 e já beneficiou, até hoje, 40.533 famílias extrativistas, assim distribuídas:
    * 25.402 de Assentamentos da Reforma Agrária (62,66%)
    * 13.026 famílias de Unidades de Conservação de Uso Sustentável (32,13%)
    * 2.105 de áreas de ribeirinhos reconhecidas pela Secretaria de Patrimônio da União (5,21%)

    Acesse o Spot sobre o Mutirão Bolsa Verde no Estado do Pará. 

    sexta-feira, 26 de julho de 2013

    A nova escola

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    Invista seu dinheiro em aplicações verdes

    A nova escola Suzana Camargo


    O modelo pedagógico utilizado na grande maioria das salas de aulas de escolas do mundo todo ainda é o mesmo com o qual os professores ensinavam nos séculos passados. Alunos sentados em carteiras observam o mestre, que fica à frente. Mas será que os estudantes de hoje ainda aprendem e raciocinam da mesma maneira do que no passado? Certamente não.
    As crianças digitam trabalhos na tela do computador, fazem pesquisas usando as ferramentas de busca da internet, deslizam os dedos agilmente sobre tablets. Esse é o mundo em que os pequenos vivem hoje. São alunos multitarefas, que conseguem raciocinar mais rapidamente e absorver um maior volume de informações. Essas crianças nasceram na era digital, falam uma linguagem diferente. São novos alunos e portanto, precisam de uma nova escola.
    Especialista em educação, o professor universitário Celso Zilbovicius* acredita que o sistema atual de educação é autoritário e engessado. Para ele, um novo modelo pedagógico irá permitir uma troca de saber mais rica entre aluno e professor. Zilbovicius fala sobre o que precisa ser mudado na entrevista abaixo.
    Como é a educação hoje?
    Apesar de toda a evolução que tivemos nos últimos tempos e os grandes movimentos na educação e na pedagogia, que democratizaram um pouco mais o ensino e reviram o papel da educação na sociedade e claro, todas as questões ligadas às estratégias de ensino e didática, ainda assim sinto que na grande maioria das vezes há relações autoritárias na educação. Acho que ainda temos um pouco dessa herança do século XIX, da figura do professor como o grande foco do conhecimento e que, portanto, o confere com um poder na sala de aula e em todos os ambientes escolares de uma posição bastante diferenciada. Há um ranso de relações muito autoritárias nesse processo.
    Estamos subestimando a maneira como a criança pode assimilar a informação?
    Acho que na verdade a gente subestima a capacidade dela absorver o conhecimento de uma forma mais crítica e autônoma e mais ainda, buscar um conhecimento que lhe é importante. Esse é um grande desafio do processo. Na grande maioria dos ambientes escolares você vai ver ainda uma dinâmica com uma posição de poder bastante delimitada: as cadeiras estão voltadas para a lousa, o professor está lá na frente, todos têm que prestar atenção no que ele está falando e absorver o máximo do conhecimento dele, que é muito pouco contestado. E nos processos de avaliação, é medido quanto aquela criança absorveu dos conhecimentos daquele agente pedagógico. Tem uma coisa muito engessadaainda.
    Quais são os modelos pedagógicos mais modernos e que têm apresentado resultados bem sucedidos?
    Há grandes experiências na pedagogia brasileira que contestam, sem dúvida nenhuma, o método tradicional. Temos um legado, que presenteamos para o mundo, que se chama Paulo Freire. Ele contestava essa relação autoritária no processo de aprendizagem. Hoje você tem uma série de experiências em escolas que vem do movimento da pedagogia crítica e de teóricos afirmando que o modelo de hoje está muito ultrapassado. A questão é que ele ainda se mantem. Acho que essa é a grande pergunta: se é sabido que essas estratégias são ultrapassadas para o momento que a sociedade vive, por que elas se mantêm?
    E qual seria a sua resposta?
    Acho que a sociedade ainda tem medo de quebrar com alguns parâmetros. Esse modelo tradicional vem sendo mantido por muitos e muitos anos a serviço de uma certa estrutura e organização da sociedade, principalmente da capitalista onde através desse exercício de poder formava conhecimento voltado para ela – asociedade do consumo, da produtividade e assim por diante. Na medida que o sistema ainda requer a transmissão do conhecimento para esse fim, digamos assim, essa estrutura se mantem. Quebrar com esse paradigma requer uma visão crítica muito complicada e que mais ainda, vai mexer com estruturas muito assentadas ao longo da história, que vem inclusive de casa, de como as famílias enxergam a razão de enviar a criança para a escola.

    Existe algum sinal de início de mudança no sistema?
    Eu sou bastante otimista e acho que a gente já avançou bastante. A própria tecnologia nos últimos 20 anos tem forçado a transformação desses modelos.

    O que é necessário fazer para que alunos não percam a sede pelo conhecimento e o interesse pela sala de aula?
    Acho que as crianças sentem uma certa frustração perante aquilo que encontram na escola e imagino que isso vai piorar cada vez mais. As crianças hoje, até por conta da tecnologia, estão vindo para a escola com certos conhecimentos já dominados – ela já sabe navegar na internet. A instituição escolar vai ter que passar por reformulações conceituais muito grandes, assim como o próprio papel do professor e a didática. Sem dúvida nenhuma, a sala de aula não vai ser mais ogrande cenário da aprendizagem como a gente conhecia. Acho que já não é mais. A sala de aula vai ter outra função no processo de aprendizagem dos alunos.

    Qual será essa função?
    Formá-los de uma maneira mais crítica. Muitos dos conhecimentos que os alunos trarão de fora da sala de aula vão de alguma forma ser utilizados e o professor vai ter que instrumentalizar essa criança e esse jovem para que consiga filtrar de forma crítica esse conhecimento, decidir o que é pertinente, o que serve para ele, se isso o insere na sociedade.

    Os professores vão ter que olhar para os alunos de forma diferente?
    Sem dúvida nenhuma. Esse poder autoritário do professor vai se diluir. Tanto ele como o aluno virão para a sala de aula dominando conhecimento. Obviamente que a criança não terá o mesmo nível intelectual que o professor, mas o novo modelo vai permitir trocas muito maiores.

    A nova escola vai influenciar na mudança da sociedade?
    Eu espero … eu espero. Acho que será uma sociedade mais crítica no sentido de se autoperceber e se autoanalisar melhor e formar seres humanos mais sensíveiscom o seu entorno e a sua realidade. E mais ainda, não adianta só formar seres humanos mais críticos, mas devem ser mais pró-ativos para interferir nesse processo.

     *Celso Zilbovicius será um dos palestrantes do 102º Fórum do Comitê da Cultura da Paz, promovido pela Associação Palas Athena, no próximo dia 12/03, às 19 horas, no auditório do MASP, em São Paulo. Janusz Korczak – Uma vida que se renova nos direitos de cada criança  é o título do encontro que terá ainda o educador e psicanalista Silvio Hotimsky como palestrante.

    Ôôôô de casa:TURISMO


    Ôôôô de casa

    Conheça um tipo de turismo em que o viajante participa do dia a dia dos moradores da região. Tem quem saia de barco com os pescadores, tem quem participe da produção de azeite de dendê.

    POR Débora Didonê Edição 128
    Caminhando pelo canal do Uruguai, bairro de aterro com moradias populares encravado em uma península de Salvador, na Bahia, dá para perceber coqueiros e amendoeiras nascidas em buracos abertos nas encostas cimentadas. Há 30 anos, o chão ali era água e as casas eram de palafitas. Para sanar o problema, foi construído um canal de concreto onde a água segue em direção ao mar. Apesar das benfeitorias, o lugar ainda é conhecido como Alagados. O trabalho de trazer o verde para aquela área é obra de Seu Levi, um morador antigo do bairro. Essas e outras informações, o turista fica sabendo pelo morador que o acompanha, uma espécie de guia que sabe contar as histórias do lugar como ninguém. O trajeto pode, ainda, ser interrompido para um saboroso descanso, na cozinha de uma das casas dali, com caldo de sururu, regado a bate-papo dos bons.
    A descrição acima faz parte do passeio Valorizando a Cultura da Paz, uma possibilidade de turismo para quem vai a Salvador e quer fugir dos roteiros convencionais. O trajeto dura um dia e nele o viajante faz um mergulho nas comunidades baianas.
    Conhecer um bairro, uma região, por seus moradores é a proposta do turismo comunitário, um jeito diferente de viajar. "É um tipo de turismo que deixa a comunidade escolher onde o turista entra, almoça, se hospeda. É o que estamos aprendendo a fazer", diz Marilene da Conceição Nascimento, a Leninha, coordenadora da Escola Comunitária Luísa Mahin, que apresenta aos visitantes um trabalho de educação feito com 300 crianças do Uruguai. Nessa proposta, o roteiro é organizado e gerido por quem vive e trabalha ali, conhece ruas, becos, cozinheiras de mão cheia, donos de bares e restaurantes ou mesmo a criançada que joga bola na esquina. Outro diferencial: o lugar não costuma fazer parte dos roteiros turísticos tradicionais. Seus atrativos são belas paisagens, mas também histórias de vida bacanas, projetos sociais interessantes, artesanatos e pratos típicos de cair o queixo. "Geralmente as empresas comercializam pacotes de viagem sem que a comunidade receptora participe da sua construção. Mas nossa proposta é que os moradores interajam em um pensar coletivo, mesmo que seja para falar dos problemas do bairro", afirma a professora Francisca de Paula, coordenadora do projeto de pesquisa e extensão de Turismo de Base Comunitária da Universidade do Estado da Bahia (TBC/Uneb).

    De portas abertas
    O turismo comunitário no Brasil ainda está no início. É possível encontrar alternativas assim em estados como Bahia, Ceará e Rio Grande do Sul. E em países como Argentina e Chile.
    O bairro Uruguai, em Salvador, por exemplo, recebe estrangeiros há quase sete anos. Isso por causa do incentivo de uma organização britânica que desenvolve projetos sociais em bairros pobres da cidade. Outro bairro da capital baiana, o Cabula, que apesar de ser extremamente urbanizado já foi um quilombo, também abriu suas portas aos visitantes há cerca de dois anos. Incentivar a ida de turistas por lá, guiados por moradores, foi uma iniciativa de um grupo de professores da Universidade do Estado da Bahia, localizada no bairro. "É uma forma de promover a identificação de valores culturais e a troca de saberes entre as comunidades, incluindo suas memórias. E tem a participação de todos, de jovens e adultos a homossexuais, negros e índios", diz a coordenadora do projeto, Francisca de Paula.
    Esse tipo de turismo é, ainda, uma chance de grupos tradicionais preservarem seus costumes, compartilhando com os visitantes práticas às vezes milenares, e antes só passadas aos filhos. É isso que o turista pode encontrar na região do Recôncavo Baiano, onde cerca de 500 quilombolas criaram a Rota da Liberdade. Por lá, as pessoas experimentam produzir azeite de dendê e artesanatos. "São práticas da época da abolição da escravatura, num lugar onde viveu o maior número de escravos africanos trazidos para trabalhar na produção do açúcar", conta o coordenador Ananias Nery Viana.

    Pesca e artesanato
    Quando você faz esse tipo de turismo, além de mergulhar na cultura, ainda ajuda a comunidade. "Ao longo dos últimos 40 anos, comunidades cearenses centenárias foram desestruturadas ao ter suas áreas transformadas em polo de turismo. Houve um processo de favelização, alcoolismo, dependência química e exploração sexual. Por isso, buscamos uma forma de turismo que traga melhorias para a pesca, o artesanato e os serviços turísticos", explica Rosa Martins, coordenadora da Rede Cearense de Turismo Comunitário (Tucum).
    Há quase uma década, turistas brasileiros e estrangeiros são recebidos por 13 comunidades distribuídas ao longo do litoral cearense, sem ferir sua identidade. Ao contrário. Organizados pela Rede Tucum, grupos de pescadores, marisqueiras, artesãos e produtores rurais convidam o visitante a transformar a mandioca em farinha, pescar em alto-mar e acompanhar os catadores de marisco nas trilhas que vão até os manguezais.
    Segundo Rosa, esse turismo vem para firmar modelos de vida mais sustentáveis, ajudando a dinamizar práticas de pesca, caça, agroecologia e culinária. Esse diálogo com os modos de sobrevivência leva à conservação do entorno. Assim também ocorre com os índios mapuches no município de Mariquina, no sul do Chile, que resistem à força da urbanização, das hidrelétricas e das empresas florestais recebendo turistas para conhecer sua comida, suas festas, seus ritos, o cultivo da agroecologia e as feiras de escambo. "O maior desafio dos mapuches é a preservação dos costumes", diz Christian Henríquez, pesquisador da Universidade Austral do Chile.

    Caminhos Rurais
    Na área rural dos arredores de Porto Alegre, que ocupa 30% do território da capital gaúcha, as comunidades passaram a usar fossa ecológica, lixeiras seletivas e a substituir o plástico por louça depois que criaram os Caminhos Rurais. Orientados pela Coodestur, cooperativa que faz uma espécie de consultoria no assunto, 11 bairros vinculados ao projeto preocupam-se cada vez mais em melhorar suas propriedades para receber visitantes e também para vender produtos durante as visitas. "Eu vendia alface, pêssego, ameixa e geleias na feira do centro de Porto Alegre. Agora vendo para quem faz o roteiro também", diz a engenheira agrônoma Silvana Beatriz Bohrer, que vive em um sítio a 35 quilômetros da capital.
    Segundo a turismóloga e geógrafa da Coodestur Juliane Magagnin Da Soller, um dos maiores desafios dos Caminhos Rurais é administrar o aumento na busca por esse tipo de roteiro. "O visitante precisa estar aberto a vivências, entender o turismo muito mais como uma atividade cultural que econômica", observa Francisca de Paula. Assim, descobrem-se aventuras pesqueiras, plantadores de árvores e uma gente que se destaca pela singeleza com que leva a vida. É uma viagem não apenas para um lugar, mas para dentro de um povo, que tem ideias e constrói uma vida com elas.

    Florestas urbanas ajudam a salvar vidas

    Florestas urbanas ajudam a salvar vidas

    Cientistas constatam que árvores auxiliam no controle das pequenas partículas de poluição que ocasionam doenças graves.


    Entorno da Reserva Biológica Tamboré. Foto: Instituto Brookfield.
    Amanhã, dia 17, comemora-se o Dia de Proteção às Florestas e não faltam motivos para incentivarmos a preservação. Com elas, temos: a estabilização e a melhoria do clima; contribuição para a saúde; benefícios econômicos e sociais, além de toda a beleza. Agora você terá mais um motivo para amar ainda mais o verde: as florestas ajudam a salvar vidas.
    Segundo um estudo feito por cientistas do Serviço Florestal dos Estados Unidos e o Instituto Davey sobre o impacto das florestas urbanas nas grandes cidades, as árvores podem salvar uma vida a cada ano e reduzir a poluição local.
    Os cientistas constataram que as árvores auxiliam no controle das pequenas partículas de poluição que ocasionam doenças graves, como: problemas cardíacos, inflamações; problemas no pulmão e até mesmo morte prematura. A amostra da pesquisa contou com dez cidades americanas: Baltimore, Chicago, Nova York, São Francisco, Filadélfia, Atlanta, Syracuse, Los Angeles, Minneapolis e Filadélfia.

    Central Park, em Nova York. Foto: Getty Images.
    Nova York foi o lugar que apresentou melhores resultados na relação entre florestas urbanas e qualidade de vida. Nesta cidade, as árvores são responsáveis por salvarem até oito pessoas por ano. Na Filadélfia, a redução da mortalidade em consequência das árvores plantadas na cidade a partir do ano de 2011 permitiu uma economia financeira de US$ 9, 7 milhões.
    Você sabia?
    Organização Mundial da Saúde (OMS)recomenda que todo município ofereça o mínimo de 12 metros quadrados de área verde por habitante para manter a boa qualidade de vida de cada indivíduo
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    Perda da biodiversidade é problema global

    A perda de biodiversidade é a ameaça real mais importante enfrentada pela humanidade hoje e ocorre de forma rápida – e em todos os lugares do planeta –, em um momento de grandes mudanças climáticas globais e de forte pressão para aumentar drasticamente a produção de alimentos a fim de atender ao crescimento da população mundial.Elton Alisson


    Andreas Kay/Creative Commons


    O alerta foi feito por Zakri Abdul Hamid, presidente da Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES, na sigla em inglês), na última quinta-feira, na abertura da Reunião Regional da América Latina e Caribe do organismo intergovernamental independente. Criado oficialmente em abril de 2012, o IPBES tem por objetivo organizar o conhecimento sobre a biodiversidade no mundo para subsidiar decisões políticas em âmbito mundial.

    Realizado pela FAPESP, no âmbito do Programa BIOTA de pesquisa para caracterização, conservação e uso sustentável da biodiversidade no Estado de São Paulo, pelo Pnuma - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pelo IPBES, o encontro é a primeira reunião regional realizada pelo órgão.

    O evento, que segue até o dia 13 de julho na sede da FAPESP, discute formas de integrar profissionais e instituições de pesquisa da América Latina e do Caribe que atuam na área da biodiversidade, para a produção de diagnósticos regionais que comporão um relatório sobre a biodiversidade em nível global. Os documentos conterão as particularidades dos países da região, que acumulam um terço da biodiversidade do planeta e o conhecimento tradicional de povos indígenas e pré-colombianos.

    “Como são regiões ricas em biodiversidade e diversidade cultural, a América Latina e o Caribe podem desempenhar um papel importante na definição do caminho a ser seguido pelo IPBES”, afirmou Hamid. “Além disso, [as regiões] também possuem instituições respeitadas, como a Conabio - Comissão Nacional para o Conhecimento e Uso da Biodiversidade, do México, o Instituto Humboldt, da Colômbia, e a FAPESP, no Brasil, que podem tanto ajudar para aumentar a capacidade dessas regiões, como servir de modelo para o resto do mundo e auxiliar na implementação do IPBES na região”, ressaltou.

    DESAFIOS PARA CONSERVAÇÃO
    De acordo com o pesquisador, um dos principais desafios que o IPBES terá de enfrentar agora, depois de oito anos de negociações internacionais para ser implementado, é chamar a atenção do mundo para o problema do declínio da diversidade de espécies de plantas e de animais em todo o planeta, que alguns cientistas chamam de “o sexto grande episódio de extinção na história da Terra”.

    Segundo dados apresentados por ele, cerca de 75% da diversidade genética de culturas agrícolas foi perdida no último século. Um dos fatores responsáveis por isso foi o cultivo, por agricultores de todo o mundo, de variedades geneticamente uniformes e de alto rendimento e o abandono de muitas variedades locais.

    “Existem 30 mil espécies de plantas, mas apenas 30 culturas são responsáveis por fornecer 95% da energia fornecida pelos alimentos consumidos pelos seres humanos; a maior parte delas (60%) se resume a arroz, trigo, milho, milheto e sorgo”, afirmou.

    Já entre os animais, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) apresentados por Hamid, aproximadamente 22% das raças bovinas no mundo estão em risco de extinção. Alguns dos motivos para isso é que as características dessas espécies não atendem às demandas atuais dos pecuaristas ou porque suas qualidades não foram reconhecidas.

    Muitas dessas raças nativas, de acordo com a FAO, são adaptadas a condições ambientais desfavoráveis, possuem material genético importante para programas de reprodução e são meios de subsistência de muitas famílias carentes no mundo, uma vez que são mais fáceis de serem mantidas do que as raças exóticas, mencionou o pesquisador. Além disso, em um mundo ameaçado pelas mudanças climáticas, algumas dessas raças são mais resistentes a secas, calor extremo e doenças tropicais.

    “A perda de diversidade genética de animais domésticos reflete a falta de visão geral do valor de raças nativas e de sua importância na adaptação às mudanças climáticas globais”, disse Hamid. “Isso é consequência de incentivos à promoção de raças mais uniformes e da seleção focada de produtos agropecuários”, avaliou.

    Para tentar minimizar o risco de desaparecimento tanto dessas espécies de animais como de plantas, é preciso criar, cada vez mais, bancos de germoplasma (unidades de conservação de material genético de uso imediato ou com potencial uso futuro), apontou Hamid, que é assessor de Ciência do primeiro-ministro da Malásia e participou das negociações da CDB - Convenção sobre a Biodiversidade Biológica, estabelecida em 1992, durante a ECO-92.

    AÇÕES DE MITIGAÇÃO
    Já na esfera política, de acordo com o pesquisador, um dos maiores desafios é informar e capacitar os tomadores de decisão a agir de forma a reverter o problema da perda de biodiversidade existente no mundo hoje.

    Para isso, o IPBES, que foi inspirado no modelo de atuação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), pretende não só gerar informações sobre biodiversidade aos formuladores de políticas públicas no mundo, como também realizar programas de capacitação profissional de tomadores de decisão sobre o assunto.

    “A capacitação profissional em biodiversidade foi uma requisição feita pelos países latino-americanos ao IPBES para que se tivesse, justamente, um diferencial em relação ao IPCC”, disse Carlos Joly, professor do Instituto de Biologia da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas e coordenador do programa BIOTA-FAPESP.

    “Esse tópico será um dos mais importantes que discutiremos na reunião regional para tentarmos estabelecer de que forma o programa de trabalho do IPBES poderá ajudar a treinar e capacitar pessoas e instituições em biodiversidade e serviços ecossistêmicos”, afirmou o pesquisador brasileiro, eleito em junho diretor do Painel Multidisciplinar de Especialistas (MEP, na sigla em inglês) do IBPES.

    Na avaliação de Celso Lafer, presidente da FAPESP, a interação entre a comunidade científica e os formuladores de políticas públicas na área de meio ambiente, que o IPBES se propõe a realizar, era a ação que faltava para a CDB.

    “Justamente o que faltava para a Convenção sobre a Biodiversidade Biológica era uma interação entre o conhecimento e policy makers. E, por isso, estou convencido de que a criação do IPBES como parte dos mecanismos do processo decisório sobre os temas da biodiversidade e serviços ecossistêmicos representa um passo de grande significado”, disse Lafer, que participou como ministro das Relações Exteriores da organização e coordenação da RIO-92, na qual a CDB foi assinada.

    quinta-feira, 25 de julho de 2013

    Cabral, um imperador arrogante, decadente e delirante

    18/07/2013 09:50
    Cabral exibindo ontem toda a sua arrogância; abaixo boneco de Cabral é queimado no protesto do Leblon
    Cabral exibindo ontem toda a sua arrogância; abaixo boneco de Cabral é queimado no protesto do Leblon


    As duas imagens de ontem se complementam. Em cima, Pezão, de mão no queixo, visivelmente atormentado, olhando para seu chefe Cabral, com as mãos nas cadeiras e expressão prepotente. E embaixo manifestantes queimando um boneco representando o governador. Cabral surtou e não quer enfrentar a dura realidade. O povo cansou de roubalheira, de farras em Paris, de passeios de helicóptero e de avião, de negociatas escancaradas com empresários amigos. E mais que tudo, as pessoas não aguentam mais a arrogância e a postura ditatorial de Cabral.

    Cabral é tão arrogante que ontem disse aos repórteres que os protestos não são do povo, seriam organizados pela oposição, atribuindo a mim e ao deputado Marcelo Freixo a organização das manifestações. E sabem qual foi o único argumento dele: "Eu fui eleito com 67% dos votos. A oposição é que quer antecipar o calendário eleitoral". É tão patético, que nem a imprensa está caindo nessa lorota. Como se eu ou deputado Freixo tivéssemos controle sobre as redes sociais.

    Além do mais seria bom lembrar a Cabral que se foi eleito com 67% dos votos, todos sabem como conseguiu isso, comprando a mídia e tendo a conivência do presidente do TRE - RJ, desembargador Luiz Zveiter.

    Em compensação, uma pesquisa a que tive acesso no dia de ontem mostra que Cabral hoje, conseguiu a "façanha" de ter quase 60% de ruim e péssimo na sua avaliação. É um recorde nacional negativo.

    É lamentável que grupos minoritários promovam vandalismo, assim como é inconcebível que a Polícia Militar continue jogando bombas de gás a esmo pelos bairros, até onde não há nenhum manifestante, como voltou a acontecer ontem e foi noticiado pela imprensa. Sempre repudiei a violência.

    A verdade é que Cabral completamente transtornado e vendo o seu fim chegar, atira para todos os lados, na base do "vai que cola?". Mas não vai adiantar nada lançar versões infantis para acusar os seus adversários. Precisa entender que o seu grande oponente hoje, não é fulano ou beltrano, e sim, o povo do Rio de Janeiro que acordou e resolveu dar um basta na corrupção generalizada que tomou conta do Rio de Janeiro pelas mãos do PMDB e do PT, de Cabral, Paes e Lindbergh (que faz parte do governo estadual), assim como a Gangue dos Guardanapos. 

    FONTE:BLOG DO GAROTINHO

    PGR questiona alteração de áreas florestais em Rondônia


    PGR questiona alteração de áreas florestais em Rondônia

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5012) contra dispositivos da Lei 12.249/2010 que alteraram os limites de áreas florestais localizadas em Rondônia. Além dos danos ambientais, a PGR alega a existência de vício formal no processo legislativo que converteu a Medida Provisória 472/2009 na lei questionada, com a inclusão de matéria estranha à tratada no texto original.
    Dano ambiental
    A redação final da Lei 12.249/2010 reduziu a área da Floresta do Bom Futuro, em Rondônia, de 280 mil para 97 mil hectares e autorizou a União a doar ao Estado de Rondônia os imóveis rurais inseridos na área desafetada. Segundo a PGR, a área excluída é uma porção de floresta “invadida e ocupada por posseiros, que reivindicavam a legalização de sua situação”. A inclusão dos artigos 113 a 126 na lei, conforme alega, serviria para dar fundamento e efetividade a um acordo político entre a União e o Estado de Rondônia.
    Segundo a PGR, a finalidade desse acordo foi a de compatibilizar o interesse do Governo Federal de agilizar as obras da Usina Hidrelétrica de Jirau – pois o governo estadual estaria criando óbices ao licenciamento ambiental da usina devido ao impacto causado pela inundação de 400 a 1000 mil hectares da Floresta Rio Vermelho – e o do Estado de Rondônia de promover a regularização fundiária de invasores da Floresta Bom Futuro. A medida, alega a Procuradoria-Geral, “beneficiará tão somente os interesses de ambas as esferas do governo, e não os da coletividade, consubstanciados no direito a um meio ambiente hígido, resultante, entre outros fatores, da real preservação das nossas florestas”.
    Pelos termos do acordo, a União se comprometeu a desafetar uma área de 272 mil hectares da Floresta Nacional do Bom Futuro para a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) de 70 mil hectares, administrada pelo Estado de Rondônia, e uma Unidade de Conservação Federal de 132 mil hectares administrada pelo Instituto Chico Mendes. Em contrapartida, o estado desafetaria unidades de conservação da Floresta Estadual Rio Vermelho, Estação Ecológica Serra dos Três Irmãos e Estação Ecológica Mujica Nava, totalizando cerca de 180 mil hectares, transferindo seu domínio para o Instituto Chico Mendes.
    Vício formal
    A MP 472, convertida na lei questionada na ADI 5012, previa, originalmente, a criação de regimes especiais de tributação para as indústrias petrolíferas, aeronáuticas e de informática. Ao longo de sua tramitação no Legislativo, porém, sofreu emenda que, de acordo com a PGR, introduziu “elementos substancialmente novos e sem qualquer pertinência temática” com aqueles relacionados pelo Executivo.
    A Procuradoria-Geral argumenta que a introdução desses elementos afrontou o devido processo legislativo (artigos 59 e 62 da Constituição Federal) e o princípio da separação dos Poderes, uma vez que a medida provisória é da iniciativa exclusiva do presidente da República. Embora o Legislativo possa contestar o conteúdo das medidas provisórias, rejeitá-las ou propor emendas, “é preciso que tais emendas guardem afinidade lógica (relação de pertinência) com a proposição original”.
    A ação sustenta que a Resolução nº 1/1989 do Congresso Nacional, que dispõe sobre a apreciação de medidas provisórias, veda a apresentação de emendas “que versem matéria estranha” à tratada no texto original, e a Resolução nº 1/2002 acrescenta que cabe ao presidente da comissão o seu indeferimento liminar. A PGR cita ainda diversos precedentes do STF no sentido de que a usurpação da iniciativa legislativa “atenta de tal forma contra a ordem constitucional que nem mesmo a sanção daquele ente a quem cabia propor a lei convalida o vício”.
    Por isso, pede liminar para suspender a eficácia da Lei 12.249/2010 e, no mérito, a declaração da inconstitucionalidade formal dos artigos 113 a 126, que tratam das áreas florestais.
    A relatora da ADI 5012 é a ministra Rosa Weber.
    CF/AD
    fonte site stf.jus.br