sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mantida liminar em ação da OAB contra captação indevida de clientela


Brasília e Florianópolis - O desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz negou seguimento ao recurso apresentado pela Associação Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Previdência Social (Anaprevis) contra a decisão que antecipou os efeitos da tutela na ação ajuizada pela Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina para questionar a prática irregular de atos privativos de advogado.  
Com a decisão de hoje, fica mantida a decisão anterior do juiz federal Moser Vhoss, proferida em 21 de junho deste ano e que acolheu o pedido formulado da OAB-SC. Nesta decisão, o juiz Vhoss determinou que a Associação abstenha-se de efetuar, por meio de seus agentes, atos privativos de advogado, notadamente os de assessoria, consultoria, assistência jurídica e postulação judicial, emissão de procurações e substabelecimentos contemplando poderes para o ajuizamento de ações judiciais em favor de terceiros, e emissão de contratos de honorários relacionados a estas mesmas ações antes mencionadas.  
“O Tribunal reconheceu que os atos praticados pela associação ré são privativos de advogados, não podendo ser realizados por entidades ou pessoas que não sejam inscritas na OAB”, afirmou o presidente da OAB-SC, Paulo de Borba.  
Confira a íntegra da decisão que negou o recurso:  
"Trata-se de agravo de instrumento interposto em face de decisão interlocutória que deferiu a liminar nos seguintes termos, in verbis:  
Ante o exposto, acolho o pedido formulado na inicial para, em antecipação da tutela jurisdicional invocada, determinar que a parte requerida, considerando as razões expostas na fundamentação da presente decisão, (a) promova, em 5 dias contados da intimação da presente decisão, a adequação do conteúdo divulgado em seu site, abstendo-se de através dele divulgar pareceres de natureza jurídica e fazer propaganda alusiva à possibilidade de que seja procurada para de algum modo viabilizar ou intermediar o ajuizamento de ações judiciais por terceiros; (b) abstenha-se de efetuar, de imediato após a intimação da presente decisão, através de seus agentes, visitação e envio de material publicitário a quaisquer cidadãos, se o contato com estes estabelecido tem relação com a obtenção ou fornecimento de informações relativas a pedidos perante o Poder Judiciário que eventualmente já foram ou serão formulados em favor dos mesmos, ou se tem relação com o fornecimento a eles de consulta ou assessoria jurídica sobre determinada situação; e (c) abstenha-se de efetuar, de imediato após a intimação da presente decisão, através de seus agentes, atos privativos de advogado, notadamente os de assessoria, consultoria, assistência jurídica e postulação judicial, emissão de procurações e substabelecimentos contemplando poderes para o ajuizamento de ações judiciais em favor de terceiros, e emissão de contratos de honorários relacionados a estas mesmas ações antes mencionadas.  
Eventual descumprimento da determinação ora exarada poderá ensejar fixação de multa, sem prejuízo da imposição de outras sanções, inclusive na esfera penal.  
Nas razões recursais, sustenta, preliminarmente, a incompetência da Justiça Federal para o julgamento do feito. No mérito, afirma que a sua intervenção jamais foi técnica, mas meramente administrativa, razão pela qual não teria ocorrido usurpação de atividades privativas de advogado. Aduz que a atividade de consultoria que presta não é ilegal. Refere que as procurações que constam nos autos nunca foram utilizadas. Alega a ausência dos requisitos para a concessão da antecipação da tutela.  
DECIDO.  
Preliminarmente, a competência da Justiça Federal para julgar a demanda é patente, conforme o seguinte precedente, in verbis:  
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. INTERESSE DA OAB. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL. A OAB é uma autarquia sui generis, que presta o serviço público de fiscalizar a profissão de advogado, função esta essencial à administração da Justiça - conforme o art. 133 da Constituição Federal - e típica da Administração Pública. Assim, é da competência da Justiça Federal julgar ações do interesse ativo ou passivo desta. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009.04.00.017547-2, 3ª Turma, Juiz Federal JOÃO PEDRO GEBRAN NETO, POR UNANIMIDADE, D.E. 15/10/2009)  
De resto, tenho que deve ser mantida a antecipação dos efeitos da tutela, em virtude da presença dos seus requisitos legais.  
Inicialmente, em sede de cognição sumária, penso estar caracterizado o fumus boni iuris. Conforme a prova documental já produzida, as atividades desenvolvidas pela associação agravante efetivamente se caracterizam como exercício irregular da advocacia. Isso porque foram apresentadas declarações no sentido de que os representantes da ANAPREVIS procuravam segurados para convencê-los a propor demandas judiciais, com a assinatura de procuração conferindo poderes à entidade, sem indicação de qual profissional da advocacia que efetivamente iria ajuizar a ação.  
Nesse sentido, a alegação de que as procurações judiciais conferidas à ré nunca foram utilizadas não encontra amparo nos autos. Conforme decisão proferida pelo MM. Juiz Federal Adamastor Nicolau Turnes nos autos do processo n° 2008.72.55.005327-4, a parte efetivamente outorgou procuração à ANAPREVIS, o que embasou a determinação de que a parte regularizasse a sua representação, além de que se oficiasse a OAB. Consta, ademais, cópia de tal procuração, e não apenas do modelo, pela qual a demandante em tal litígio confere poderes à ré, com a fixação de honorários de 20% sobre os valores atrasados.  
De mais a mais, o material publicitário da ANAPREVIS parece retratar a prestação de serviços de advocacia, tendo em vista que solicita, no caso de interesse, que a parte traga todos os documentos necessários para o ingresso da ação, o que demonstra que não se trata de mera consultoria ou aconselhamento, como alega. Ainda, o folheto menciona expressamente a possibilidade do ajuizamento da ação, conforme se observa do seguinte trecho, in verbis:  
'Para maiores informações ou ingressar com a ação judicial, procure nosso escritório no endereço abaixo munido de seu CPF, Carteira de Identidade, comprovante de residência (talão de água, luz, telefone, etc.), carta de aposentadoria ou outro documento contendo número de seu benefício previdenciário.  
Outrossim, informamos que para ingressar com a demanda judicial não haverá despesas processuais (CUSTO ZERO), mas tão somente os honorários do profissional que patrocinar a causa com pagamento ao final do processo, caso a demanda judicial seja favorável.  
Procure logo a ANAPREVIS, pois existe um prazo para ingressar com a ação.' (Evento 1, Outros 12) Assim, tenho que, diante das provas já apresentadas, há indícios da prestação de assessoria jurídica por parte da ré, ofendendo os seguintes dispositivos do Estatuto da OAB, já citados na decisão agravada, in verbis:  
Art. 1º São atividades privativas de advocacia: I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. (...). § 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade. (...).Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), (...). Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade civil de prestação de serviço de advocacia, na forma disciplinada nesta lei e no regulamento geral. (...). § 2º Aplica-se à sociedade de advogados o Código de Ética e Disciplina, no que couber. (...). Art. 34. Constitui infração disciplinar: I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos; II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei; III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber; IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;  
(...).  
O periculum in mora também está presente, tendo em vista que, acaso fosse indeferida a liminar, a ré permaneceria praticando a ilegalidade impugnada, com potencial lesivo não apenas aos princípios da advocacia, mas também aos segurados que viesse a atender até o julgamento final da demanda.  
Cito, por oportuno, recente precedente desta Eg. Terceira Turma, in verbis:  
APELAÇÃO CÍVEL. OAB. EMPRESA DE CONSULTORIA. PRÁTICA DE ATOS INERENTES À ADVOCACIA. 1. O Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/94), estabelece que são privativas da advocacia 'as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas' (art. 1º, II), bem como veda a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade (§3º). 2. Apesar da apelante sustentar que apenas pratica requerimentos e diligências no âmbito administrativo, há, na verdade, uma vinculação com a prática de atos privativos da advocacia. (TRF4, Apelação Cível Nº 5001593-75.2011.404.7200, 3a. Turma, Des. Federal MARIA LÚCIA LUZ LEIRIA, POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 16/09/2011)  
Por esses motivos, nego seguimento ao agravo de instrumento, com fulcro no art. 557 do CPC e art. 37, § 2º, II, do Regimento Interno da Corte.  
Publique-se. Intimem-se.  
Porto Alegre, 05 de julho de 2012." (Com informações da Assessoria de Comunicação da OAB/SC)

Fonte: http://www.oab.org.br/noticia/24179/mantida-liminar-em-acao-da-oab-contra-captacao-indevida-de-clientela

Primeira usina de biodiesel de algas marinhas será instalada no Brasil


Uma usina de biocombustível à base de algas marinhas será construída no Brasil no final de 2013, o projeto de maior escala já feito no mundo e utilizará as emissões de carbono no processo de produção, informou à AFP o chefe do projeto.
A primeira “fazenda de algas” será instalada em Pernambuco (nordeste) em uma plantação de cana-de-açúcar que produz etanol.
Para que a usina de algas funcione, e produza anualmente 1,2 milhões de litros de biodiesel de algas, já testado em motores em laboratórios dos Estados Unidos e da Europa, além dos 2,2 milhões de etanol, é necessário CO2, que será retirado das chaminés da indústria que processa a cana-de-açúcar, reduzindo as emissões do gás para o meio ambiente.
“O CO2 acelera o processo de fotossíntese das algas, que têm um forte componente oleoso que produz e gera o combustível”, explicou à AFP Rafael Bianchini, diretor da subsidiária brasileira da empresa austríaca SAT, que desenvolveu o projeto.
Bianchini indicou que o objetivo é “transformar o CO2 das indústrias de um passivo para um ativo”, aproveitando a grande emissão de carbono desperdiçado na produção de etanol de cana.
“Para cada litro de etanol produzido, é liberado um quilo de CO2 para o ambiente. Vamos aproveitar este CO2 por meio de um mecanismo para alimentar a nossa fazenda”, acrescentou. Na primeira etapa do projeto, serão usados 5% das emissões da usina de cana, mas “há previsão de crescimento”.
A fazenda de algas será inaugurada no final de 2013 e custará 9,8 milhões de dólares.
“Nossa missão é tentar trabalhar e chegar a zero de carbono (capturar até 100% do CO2)”, disse ao jornal O Globo Carlos Beltrão, presidente do grupo JB, que comprou a primeira usina de algas.
Bianchini afirmou que o combustível de algas aguarda a autorização da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O Brasil é o segundo maior produtor de biocombustíveis no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Produz biodiesel a partir da cana-de-açúcar e da soja e, em menor medida, do milho, da palma, da gordura animal e até mesmo de sementes de linhaça. 
(Fonte: UOL)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

COLETA SELETIVA NA SEXTA-FEIRA


Atenção moradores dos bairros com serviço de coleta seletiva!
Quando você participa da coleta seletiva,está  cooperando para o meio ambiente do planeta,pois o material reciclável que seria aterrado,transforma-se em novo material,economizando matéria -prima e energia.
Você também  a obra social da sociedade de Apoio à criança e o Idoso: 
COLETA SELETIVA NO SEU BAIRRO(PORTA A PORTA) NESTA 6º FEIRA:


MANHÃ:
Parque Tarcísio Miranda
Lapa I e Lapa II
Parque Turf Club I
Parque Corrientes
Parque Julião Nogueira


TARDE:
Parque Residencial Horto
Parque Califórnia
Parque Calabouço
Parque Turf Club II
Ururaí


COLETA DE PONTOS ESPECIAIS
Secretaria Municipal de Serviços Públicos
Secretaria Municipal de Governo
Restaurante Chicre Cheme
Hospital Geral de Guarus
Hospital Santa Casa
Hospital Unimed
Unimed Formosa
Farmácia Isalvo Lima
CEFET
Colégio Eucarístico
CEJA

Câmara fixa regras internas para aplicar a Lei de Acesso à Informação


A Mesa da Câmara dos Deputados aprovou um conjunto de normas que regulamentam a aplicação da Lei de Acesso à Informação (Lei 12. 527, de 18 de novembro de 2011) na Casa. São cinco atos normativos:
1.    Ato 45, que define as informações públicas, reservadas e sigilosas, determina aos órgãos internos da Câmara que atuem com transparência na gestão das informações públicas, propiciando amplo acesso e divulgação das mesmas e estabelece normas para preservar o sigilo de dados e informações que por motivo de segurança pública ou do estado ou da privacidade do cidadão, não devem ser tornadas públicas;
2.    Ato 46, que institui uma política de gestão dos conteúdos informacionais na Câmara e define os órgãos responsáveis pela sua implantação e execução;
3.    Ato 47, que cria uma política de segurança da informação, e estabelece procedimentos para assegurar confidencialidade, integridade, disponibilidade e autenticidade das informações;
4.    Ato 48, que estabelece princípios, diretrizes, objetivos e requisitos para a preservação de documentos digitais produzidos na Câmara ou recebidos de outras fontes;
5.    Ato 49, que fixa normas para assegurar integridade dos materiais de que são compostos os suportes físicos dos conteúdos informacionais e garantir a segurança física dos acervos e estabelece governança para a preservação dos acervos da Câmara dos Deputados.
Os atos normativos, assinados pelo presidente Marco Maia (PT-RS), pela primeira vice-presidente Rose de Freitas (PMDB-ES), pelo 2º secretário Inocêncio Oliveira (PR-PE) e pelo 4º secretário Júlio Delgado (PPS-MG), em rápida cerimônia no gabinete da presidência,  estão publicados na página da Câmara dos Deputados na internet, no endereçohttp://www2.camara.gov.br/transparencia/lei-de-acesso-a-informacao/legislacaolai .

Lâmpadas incandescentes começam a ser proibidas


As lâmpadas incandescentes de uso geral com potências de 150 e 200 watts que não atenderem exigências mínimas de eficiência energética deixaram de ser produzidas e importadas no Brasil no último dia 30 de junho. Os fabricantes e importadores tem até o dia 31 de dezembro de 2012 para vender seus estoques. Já os atacadistas e varejistas têm prazo de um ano para cumprir a determinação.  Com a medida, expressa na Portaria n° 1007, de 31 de dezembro de 2010, o Ministério de Minas e Energia quer reduzir a quantidade de lâmpadas incandescentes e elevar a participação de unidades mais eficientes, como as fluorescentes compactas e as halógenas.


A implementação das medidas de substituição das lâmpadas incandescentes é um processo gradativo. Tirar as de maior potência do mercado foi o primeiro passo. A produção de lâmpadas de 60, 75 e 100 watts será proibida em 30/06/2013, e a comercialização se encerra em 30/06/2014. Em junho de 2017, todas as potências estarão proibidas. 



Segundo dados da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, uma lâmpada incandescente de 60W, que permaneça ligada 4 horas por dia, consome 7,2 kWh (quilowatts por hora) ao mês. Em comparação, uma lâmpada fluorescente compacta equivalente proporciona uma economia de 75%, ou seja, consome 1,8 kWh/mês. Esses resultados têm uma margem de variação em função da frequência de utilização e da potência de cada tipo de lâmpada.



Estimativas do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), também mostram o que aconteceria se todas as lâmpadas incandescentes em uso no setor residencial fossem substituídas simultaneamente por lâmpadas fluorescentes compactas. A economia resultante seria de aproximadamente 5,5 bilhões de kWh por ano, o que equivale ao consumo anual de todo o Distrito Federal, onde vivem 2,5 milhões de habitantes com uma das maiores rendas per capita do país. Esta economia poderia chegar a até 10 bilhões de kWh por ano, em 2030, de acordo com as projeções de crescimento do País.



As lâmpadas fluorescentes compactas, chamadas de “econômicas”, também passarão por modificações para se adequar aos níveis mínimos de eficiência, fixados pela portaria. Mas ao contrário das lâmpadas incandescentes, há vários modelos de fluorescentes compactas capazes de cumprir as exigências, o que garante que este tipo de lâmpada permanecerá à venda.


Sistema automatizado coleta o lixo por tubulações subterrâneas


Cada brasileiro produz, em média, 1 kg de lixo por dia, gerando assim cerca de 200 mil toneladas de resíduos diariamente, fora os resíduos hospitalares, comerciais, entulhos das construções, etc. Todos os dias isso tudo é despejado nos aterros sanitários, em terrenos baldios, rios, córregos e no mar, sendo apenas uma pequena parcela reciclada ou mesmo utilizada para compostagem. Além do excesso de consumo de materiais e da geração de lixo, há ainda outro problema a ser considerado: o recolhimento desses resíduos. O custo para manter caminhões de lixo, as más condições de trabalho dos lixeiros (ou coletores de lixo), o gasto de combustível fóssil, tudo isso torna esse sistema ainda menos sustentável! Uma alternativa para solucionar esse problema já está sendo utilizada em algumas cidades da Europa: é o sistema de recolhimento automático de resíduos. Funciona como o sistema de esgoto, que recolhe os dejetos e leva para uma central de tratamento, ou, no caso, de triagem. Não há necessidade de uso de caminhões de coleta, pois os resíduos vão para a central através de grandes dutos subterrâneos. Os garis podem ser empregados nas centrais para fazerem a triagem dos materiais e a destinação para reciclagem. Como funciona sistema de recolhimento automático de resíduos: 1. O lixo é separado (reciclável, orgânico ou dejeto) e colocado em sacos, que são levados a escotilhas instaladas nas ruas. Novos edifícios também podem tê-las internamente. Cores ou adesivos identificam a escotilha adequada para cada tipo de lixo. 2. Em horários pré-programados, válvulas e exaustores criam uma corrente de ar na tubulação. As comportas das escotilhas são abertas para que os sacos caiam na rede, instalada a dois metros e meio abaixo da superfície. 3. Correntes de até 80 km/h transportam os sacos e só um tipo de lixo percorre o tubo em cada momento. Variações na velocidade do ar indicam entupimento. A desobstrução é feita manualmente por um funcionário. 4. Os sacos são transportados até estações de coleta, que atendem a um raio de até dois quilômetros de distância. Lá, eles são armazenados em contêineres de acordo com o tipo de resíduo. Quando um contêiner enche, ele é acoplado a um caminhão e levado para centros de processamento públicos ou privados afastados da cidade, onde é feita a destinação adequada. 5. Vidro, plástico, metal e papel são reciclados. O orgânico pode gerar biogás e abastecer usinas elétricas. O restante é incinerado para gerar energia, ou aterrado. O processo é repetido de três a quatro vezes por dia. Caso uma escotilha fique cheia antes do previsto, sensores alertam a central para realizar coletas extras. Vantagens e desvantagens do sistema Vantagens: segurança dos coletores de lixo, que não precisam manusear os resíduos; limpeza das calçadas; diminuição do mau cheiro nas ruas; estímulo à reciclagem; diminuição dos aterros sanitários, pois destina inclusive o lixo orgânico para produção de biogás; ausência de sacos plásticos e resíduos entupindo bueiros e ocasionando enchentes. Desvantagens: alto custo de implantação; necessidade de caminhões para transportar os resíduos das centrais para o destino final (compostagem, produção de combustível, reciclagem, etc.). Acredito que o ideal seria ter pequenas centrais nos bairros, que recolhessem e processassem ali mesmo os resíduos, gerando empregos locais, produzindo materiais reciclados e combustível alternativo e construindo uma cidade mais sustentável.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Composteira: Você pode ter uma em casa!


Por Vanessa Kukul
Já pensou em ter uma composteira em casa? Antes vamos desvendar alguns conceitos. A compostagem é um método de tratamento dos resíduos sólidos através do qual o material orgânico é decomposto por microorganismos na presença de oxigênio para depois ser armazenado e manuseado com segurança e aplicado no meio ambiente. A compostagem tem grande importância por diminuir os resíduos domésticos. A parte boa é que ela pode ser feita em casa (ou apartamento), sem muitos gastos e produz o composto fertilizante, húmus ou chorume, que auxilia o meio ambiente atuando como fertilizante natural no seu jardim, horta ou agricultura.
A compostagem propicia as condições ideais para que ocorram os processos de decomposição que acontecem na natureza. O principal objetivo de criar sua própria compostagem é a redução da quantidade de resíduos sólidos que você produz. Com esta ação, poupamos espaço nos depósitos de lixo urbanos, o que acarreta a redução de impostos. Na imagem abaixo você pode verificar o processo de compostagem e seu ciclo.
Selecionei dois vídeos que mostram como criar uma composteira caseira. Um deles utiliza os galões de água de 20 litros, sacos de batata e um pedaço de borracha elástica. Este vídeo foi realizado por uma turma da Escola Municipal Anita Garibaldi de Estância Velha – RS para um trabalho de aula.


O segundo vídeo mostra as vantagens da compostagem e como fazer uma de acordo com o tipo de sua residência, se é casa ou apartamento. Você pode calcular o tamanho de sua composteira conforme o número de pessoas que residem na casa. Este vídeo ainda, de forma ilustrativa, apresenta dados interessantes sobre a quantidade de lixo que podemos diminuir com uma atitude simples como essa. Por dia produzimos 500 gramas de lixo orgânico, que em um mês representam 15 kg.


Agora basta você escolher qual delas você prefere fazer. Mãos a obra e contribua para a redução de lixo orgânico e aproveite para utilizar o adubo na sua horta ou jardim.
Saudações ecológicas :)

Dê um destino ao seu lixo reciclável


Você já pensou que tudo o que você consome deixa um rastro no planeta? E que muitas vezes essas pegadas permanecem por muitos e muitos anos no meio ambiente, causando vários problemas? É com base nessa ideia que foi criado o www.ecycle.com.br, um site que tem o objetivo de oferecer opções de descarte correto e consumo consciente em um mundo que pouco se preocupa com a sustentabilidade. Lá, você encontra um monte de informacoes legais sobre os mais diversos materiais, desde suas propriedades nocivas à Terra, até como e onde descartá-lo para evitar danos ambientais. O site oferece mais de sete mil opções de locais para destinação de quase 200 itens de consumo diário através de ferramentas de geolocalizacao, além de oferecer conteúdos que discutem as principais tendências quando o assunto é consumo consciente. Para fazer uma consulta, é simples: basta selecionar a categoria do material (metais, vidro, plástico, lâmpadas, eletrônicos, etc.) e depois clicar no item que você deseja descartar no combo de buscas que já está disponível em nosso site. A eCycle tem sua origem no interesse pelas relações de consumo desenvolvidas entre indivíduos e empresas, sejam fabricantes de produtos ou prestadoras de serviços, e seus efeitos sobre a sociedade e o meio ambiente. “Por sua atitude empresarial, expressa sua marca na identidade com consumidores e empresas que se comprometem a atuar de maneira efetiva na construção de um mundo melhor para se viver, em respeito ao meio ambiente do qual fazem parte, às relações saudáveis entre os indivíduos e à responsabilidade para com as gerações por vir” atesta Onofre de Araujo, fundador do portal. O Viva mais verde! é solidário com campanhas e iniciativas que promovem o correto descarte de materiais que podem ser reutilizados e reciclados. Cada um de nós deve fazer a sua parte e dar continuidade à evolução no tratamento do lixo seco, lixo eletrônico e de tudo aquilo que não pode ser jogado no lixo comum. O Viva mais verde! deixará o mecanismo de consulta de postos de coleta e reciclagem disponibilizado pela eCycle à direita do site. Use-o! Divulgue-o! Esperamos que seja de grande utilidade!

terça-feira, 24 de julho de 2012

CENA LIMPA: ENTULHÓDROMO DO PARQUE ALVORADA


Carroceiro e pequeno gerador de entulho, fazendo a ação correta de descarte de pequeno volume entulho .Bom flagrante do Secretário nas suas andanças cotidiana.

Legado de Alan Turing está por toda parte no mundo Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/historia/legado-de-alan-turing-esta-por-toda-parte-no-mundo-5296945#ixzz1yo8g28WZ © 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.



O injustiçado inventor da computação completaria cem anos hoje






O ACE, primeiro computador eletrônico, foi projetado por Turing em 1946 e ocupava uma sala inteira no Laboratório Nacional de Física do Reino Unido
Foto: Arquivo

O ACE, primeiro computador eletrônico, foi projetado por Turing em 1946 e ocupava uma sala inteira no Laboratório Nacional de Física do Reino UnidoARQUIVO
Apontado como pai dos computadores modernos, o matemático inglês Alan Turing completaria 100 anos hoje. Sua vida, no entanto, foi abreviada aos 41, quando aparentemente cometeu suicídio, dois anos após condenação em 1952 por “grave indecência” — eufemismo para seu homossexualismo, na época considerado ilegal no Reino Unido. Forçado a tomar hormônios femininos em um processo de castração química como alternativa à prisão, o herói que liderou a equipe responsável por quebrar o “indecifrável” código Enigma dos nazistas, dando aos Aliados uma vantagem tática crucial para a vitória na Segunda Guerra Mundial, tornou-se um pária. Só em 2009, depois de intensa campanha na internet (um dos frutos de seu trabalho), o então primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, emitiu um pedido de desculpas oficial pelo tratamento dado a Turing.
— Creio que é difícil achar personagem melhor que Turing, mesmo em uma boa obra de ficção — avalia o escritor americano especializado em temas científicos Jim Ottaviani, que acaba de terminar o roteiro de uma biografia em quadrinhos do matemático, que deve ser publicada até o fim do ano. — Sua vida foi cheia de episódios marcantes e dramáticos, alguns mais conhecidos do que outros, que ajudaram a fazer dele uma pessoa vital e intrigante.
Hoje, o legado deste trágico gênio está por toda parte. Basta olhar em volta para ver a quantidade de equipamentos que têm em seu coração uma “máquina universal de Turing”, conceito criado por ele nos anos 30 para resolver um mistério da lógica matemática. Batizada Entscheidungsproblem, ou problema de decisão, a conjectura proposta pelo também matemático David Hilbert em 1928 perguntava se seria possível criar um procedimento capaz de provar passo a passo se qualquer afirmação matemática é verdadeira ou falsa. Embora questões simples como se dois mais dois são iguais a quatro sejam fáceis de verificar, afirmações mais complexas são difíceis de serem abordadas. Até hoje, por exemplo, a chamada Hipótese de Riemann, proposta em 1859 por Bernhard Riemann e que prevê a ocorrência de números primos ao longo de séries de números naturais, ainda aguarda prova, apesar de a maior parte dos matemáticos considerá-la verdadeira.
— A máquina universal de Turing é uma abstração, a descrição de algo que seria capaz de computar qualquer coisa que fosse computável, mas lançou as ideias de leitura, escrita e memória que o tornaram uma figura chave no desenvolvimento da ciência da computação como uma disciplina que vai muito além da simples mecânica de construir máquinas — diz Holly Rushmeier, chefe do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Yale, nos EUA.
Gênio perseguido por ser gay
Decidido a atacar o problema levantado por Hilbert, Turing primeiro precisou definir o que seria este procedimento passo a passo e que tipo de equipamento poderia ser construído para realizá-lo. Ele imaginou então uma máquina capaz de ler símbolos em uma fita de papel e decidir o que fazer com eles com base em uma série de regras pré-estabelecidas. Ela poderia, por exemplo, pegar uma série de números e somá-los, apresentando um resultado final. Como sua ação é pré-programada, porém, esta máquina não poderia realizar subtrações, multiplicações ou divisões e, por isso, não poderia ser usada para resolver a questão proposta por Hilbert. Turing, no entanto, seguiu em frente e percebeu que seria possível fazer com que a máquina lesse a fita e, a partir dos dados contidos nela, estabelecesse o procedimento a adotar. Assim, o mesmo equipamento poderia ser informado que série de números deveria somar, subtrair, multiplicar ou dividir, tornando-se programável. Batizado máquina universal de Turing, ele é, essencialmente, um computador.
Mas poderia este “computador” responder à dúvida de Hilbert? Turing procurou e identificou uma questão lógica que poderia ser introduzida na máquina de forma que ela não pudesse afirmar se ela era verdadeira ou falsa. No caso, poderia o computador examinar um programa e saber previamente se ele pararia de “rodar” ou continuaria para sempre? A resposta, mostrou ele em artigo publicado em 1936, quando tinha apenas 24 anos, é que não, assim como para infinitas outras questões de lógica computacional. Muito além de uma boa notícia para os matemáticos humanos, que souberam então que jamais poderiam ser substituídos por uma máquina, o exercício mental de Turing estabeleceu as bases da ciência da computação, abrindo o caminho para a profusão de aparelhos que fazem parte de nosso dia a dia.
— O trabalho de Turing ajudou as pessoas a pensarem no que é computável ou não — explica Holly. — A ciência da computação não está limitada às capacidades dos equipamentos existentes. Turing avançou no nosso pensamento sobre o potencial dos computadores.
Apesar de ser bem conhecido nos campos que ajudou a fundar ou desenvolver, que além da ciência da computação incluem a matemática e a criptografia, Turing ainda é um personagem pouco conhecido do grande público, lacuna que Ottaviani espera preencher com sua nova obra. Para o autor, é preciso destacar que a riqueza da história da sua vida vai muito além do pioneirismo na computação, a luta contra os nazistas e a polêmica em torno do homossexualismo.
— Ele era um escritor sagaz, um corredor de longas distâncias de primeira classe — lembra. — Já quanto a ser gay, ele foi vítima de sua época tratar homossexualismo como crime. E o mundo inteiro pagou por isso, pois acho que estaríamos ainda melhores se Turing tivesse vivido para ter mais grandes ideias, dividi-las com outros e ver seus resultados frutificarem.
BLOG DO CESAR MAIA.




Militantes em causa própria


Eles nasceram no auge da discussão ambiental e herdarão um planeta caótico. Quem é a geração em busca de um futuro mais verde e saudável

ALINE RIBEIRO|
Mateus Ferreira da Silva (Foto: Pedro Farina / Época)paulistano Pedro Sartori, de 13 anos, passou as férias de janeiro com o pai, a mãe e as três irmãs nos Estados Unidos, dividindo-se entre as montanhas-russas da Disney, espetáculos de baleias orcas no Sea World e visitas a seus super-heróis favoritos nos parques da Universal. Embarcaram num avião em São Paulo rumo a Orlando e, depois de 15 dias, retornaram ao Brasil com as malas cheias de mimos e um monte de história para contar. Em outros tempos, seria uma viagem inocente. Em época de mudanças climáticas, derretimento das geleiras e extinção de espécies, um simples passeio pode vir embutido de um sentimento de culpa. De volta para o colégio Bandeirantes, a escola particular onde estuda, Pedro estimou na aula de ciência quanto ele e a família emitiram de gases do efeito estufa, uma das causas do aquecimento global, na ida aos EUA. O cálculo, feito por um site, mostra quanto cada um poluiu e quantas árvores poderia plantar para aliviar seu pecado. Pedro precisa plantar 38 mudas no solo para pagar sua conta.
Esse é um dos carmas da geração de Pedro, nascida no auge do caos ambiental. Ela precisa agora assumir a responsabilidade pelo passivo de seus antecessores. O prenúncio da catástrofe está em toda parte. No comercial de TV que mostra um urso-polar desolado sobre a única ilha que não derreteu. Ou na campanha de uma ONG em que uma motosserra destrói a floresta. O bombardeio não se restringe aos problemas que assolam a Terra. Essas crianças e jovens – que vieram ao mundo entre a Rio 92, quando a discussão das mazelas ganhou fôlego, e a Rio+20 – sofrem uma chuva de cobranças.
Ana Livia Lopes de Queiroz  (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA)
Nada mais é inconsequente. Até mesmo os passatempos frugais se transformaram numa chance de salvar o planeta. A tradicional brincadeira de plantar um grãozinho de feijão no copo de iogurte, e esperar despretensiosamente que o broto desponte do algodão ensopado, agora ganhou contornos mais nobres. A Danone lançou uma edição especial de Danoninho que vem com sementes nativas da Mata Atlântica. As livrarias oferecem guias para crianças sobre como ser sustentável. Um deles relaciona dez passos de um dia amigo do meio ambiente. Isso inclui comer ovos de galinha caipira (difícil é encontrar um), criada ao ar livre e com alimentação mais saudável, e jogar a casca em composteiras orgânicas para gerar menos lixo. Até os super-heróis do cinema vestiram a capa verde. Em O Lorax: em busca da trúfula perdida, o menino Ted descobre que o sonho de sua amada é ver uma árvore de verdade, em extinção no mundo criado pelos autores do filme, onde tudo – da flor à parede das casas – é de plástico.
A tradicional brincadeira de plantar feijão no copo de iogurte agora virou salvamento da mata atlântica 
A parte que lhe cabe para salvar a Terra do colapso anunciado, Pedro está fazendo. Antes de saber qual seria sua dívida para este ano, já plantara cerca de 50 árvores num sítio da família no interior de São Paulo. Tem, portanto, um crédito verde. “Você olha e pensa: nossa, fui eu que coloquei aí. Legal”, diz. Desde pequeno, quando a avó lhe ensinou que o plástico jogado na rua corre com a enxurrada para os bueiros, cai nos rios e depois no oceano, ele não joga lixo no chão.
A despeito do exagero, são jovens como Pedro que estarão por aqui nas próximas décadas, convivendo num mundo que nem os cientistas sabem ao certo como será. O recém-divulgado Panorama Ambiental Global, das Nações Unidas, afirma que 38% dos recifes de corais sofreram redução desde 1980 e 20% das espécies vertebradas estão ameaçadas. O encolhimento da biodiversidade diminui as chances de os cientistas descobrirem novos remédios. Sem falar no possível aquecimento de até 4 graus até o fim do século, suficiente para aumentar a frequência de desastres climáticos e elevar o nível dos oceanos.

Diante das ameaças, os jovens de hoje assumiram um protagonismo inédito. “As crianças de antigamente saíam da sala quando chegava visita”, afirma Mário Volpi, coordenador do programa Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). “Agora são chamadas para opinar. Não existe mais conversa de adulto.” A sociedade começa a superar o conceito da incapacidade infantil. Os pequenos podem não ser maduros, mas conseguem pensar e tomar decisões. Eles contam com informações para contestar. No passado, recebiam os conceitos da Igreja, da escola e da família. Agora, entram no Google dentro da sala de aula para questionar o professor.

A visão catastrofista é imobilizadora. É preciso mostrar a esses jovens que a sociedade sempre resolveu suas grandes questões com inovação, atuação política e individual. A geração de hoje dispõe de ferramentas para convencer quem está a sua volta a sair do sofá e brigar por uma causa. O fluminense Mateus Ferreira da Silva, de 13 anos, usa as redes sociais para convocar os moradores de Búzios, no Rio de Janeiro, a preservar o Mangue de Pedra, um ecossistema raro no mundo. O manguezal sofre com o lixo jogado de forma irregular pela população. E, mais recentemente, com a possível construção de um empreendimento imobiliário. Em dias de sol forte, Mateus reúne os amigos para retirar o piche que chega pelo mar e fica grudado nas pedras do mangue. Com o calor, ele amolece. “Tenho muito afeto por este lugar”, diz. “É único e me faz sentir conectado com a natureza.” Mateus abraçou a luta há três anos. Há poucos meses, durante uma audiência pública sobre os rumos do ecossistema, foi convocado a falar de última hora. Pegou o microfone e discursou para uma plateia na Câmara de Vereadores. Na ocasião, acusou irregularidades na obra e reivindicou que a área seja transformada num parque estadual. Foi aplaudido. “Ele me dá orgulho, mas no fundo fico preocupada porque peita demais, faz denúncias”, diz a mãe, Aldenora. A pressão local fez com que o Ministério Público embargasse a construção.
Em geral, os valores morais, como o senso de justiça e a importância de fazer o bem ao próximo, são passados de pais para filhos. Mas alguns princípios éticos para um mundo mais sustentável seguem o fluxo contrário. São transmitidos dos filhos para os pais.
Práticas consideradas naturais no passado, como matar um passarinho com estilingue ou lavar o quintal com uma mangueira de água, não são mais aceitáveis para grande parte das crianças. “Elas ajudam a desenvolver uma consciência que não existia na infância de seus genitores”, afirma Volpi.
Nadson Weyne (Foto: Jarbas Oliveira/ÉPOCA )
Na casa da mineira Olívia Blanc, de 11 anos, que vive em Belo Horizonte, é ela quem cuida do comportamento dos pais quando se trata das ações diante de sua amiga Terra. Vigiava os pais durante o banho para ver se desligavam o chuveiro enquanto se esfregavam com a bucha. Depois que aprendeu a escrever, passou a colar bilhetes nas pias da casa com os dizeres: “Favor fechar a torneira ao ensaboar as mãos”. Um impasse, porém, Olívia ainda não conseguiu resolver. Sua mãe, arquiteta, não abre mão das lâmpadas incandescentes, por considerá-las mais aconchegantes. Um abajur aceso constantemente à noite para guiar os passos de quem cruza a sala é o pesadelo da filha. Ela não suporta a ideia de manter a luz sem ninguém ali, e menos ainda de não trocar as lâmpadas por fluorescentes, mais econômicas. “Já mostrei a conta do mês para ela, para explicar que nosso consumo é baixo”, diz a mãe, Ana Paula. “Mas ela me inferniza para substituir as lâmpadas.”
Alguns princípios éticos para o mundo sustentável são transmitidos dos filhos para os pais 
A nova resolução de Olívia é parar de comer carne vermelha e de frango, apesar de gostar de ambas. Influenciada por vídeos na internet que mostram o abate cruel dos animais, decidiu trocar o filé por proteína de soja, mais feijão e legumes. “Vou deixar de comer peixe e frutos do mar também quando fizer 18 anos”, afirma. “Meus pais não poderão me obrigar.” Olívia diz ter virado semivegetariana porque sente pena dos bichos, mas também por saber que o metano emitido pelos bois contribui para o aquecimento do planeta. E que o gado é um dos principais responsáveis pela derrubada da Amazônia, uma vez que toma o lugar das florestas. Pela liderança notável, Olívia virará até personagem do filme O que queremos para o mundo, parte de um projeto de um grupo de artistas mineiros.

Os pedidos pelo fechamento das torneiras ou por um destino correto para os resíduos chegaram às casas dos bairros pobres. A paulistana Ana Livia Lopes de Queiroz, de 11 anos, vive na Brasilândia, um distrito de 280 mil habitantes da Zona Norte de São Paulo, com um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) da capital. Sua casa fica no meio do quarteirão, numa ladeira inclinada e rodeada por residências sem acabamento. A poucas ruas dali, adolescentes se juntam em rodinhas no meio-fio, com o som alto no celular ou no porta-malas do carro, para fumar ervas aromáticas em narguilés, que entrou na moda nas redondezas.

Foi num projeto socioambiental da prefeitura, o Saci, que Ana Livia ouviu falar em conceitos como energias renováveis, mudanças do clima e contaminação das águas. Eram meados de 2009, e ela tinha só 8 anos. Naquela época, andava com dois cartões de papelão a tiracolo, um verde e um vermelho, parabenizando e repreendendo quem cruzava seu caminho – de acordo com as atitudes de cada um em relação ao planeta. Ana Livia é uma agente ambiental mirim. Tirou o primeiro lugar em seu trabalho de conclusão do curso no Saci com uma ideia simples: conscientizar os vizinhos a guardar óleo de cozinha para fazer sabão em casa. Ana Livia tinha ouvido falar de uma senhora do bairro que usa o resíduo numa receita de sabão em pedra. Ao deixar de jogar o óleo pelo ralo, pensou, as donas de casa ajudariam a manter os rios despoluídos. Além de parar de gastar com detergente. “Elas podem vender e ter uma nova fonte de renda”, diz. “E a gente terá água limpa para beber.”

Essas atitudes não são exclusivas da juventude brasileira. As crianças de outros países parecem até mais conscientes. Segundo uma pesquisa do canal infantil Nickelodeon com 16 mil crianças entre 6 e 11 anos de sete países latino-americanos, os brasileiros são os menos preocupados com o meio ambiente. O estudo, do final de 2010, mostrou que, no México, 84% dos entrevistados se dizem sensíveis à causa. No Brasil, último do ranking verde, 56% deles afirmaram se importar com a natureza. As conversas mostram que, mesmo sem saber exatamente como contribuir na prática, já faz parte da rotina dos pequenos não jogar lixo na rua, fechar a torneira enquanto escovam os dentes e não tomar banho de mais de 15 minutos.
Banhos curtos e torneiras fechadas já fazem parte dos hábitos das crianças brasileiras 
As empresas detectaram o movimento verde no universo infantojuvenil. Guiada por pesquisas, a Danone criou o Danoninho Para Plantar (aquele das sementes da Mata Atlântica no potinho). Além das sementes, a criança recebe um código para acessar uma página na internet. Com alguns cliques, “planta” 1 metro quadrado de floresta de verdade no interior de São Paulo. O plantio real é responsabilidade de uma organização parceira do grupo. “Tivemos um resultado rápido em termos de construção de marca ecológica”, afirma Mariana Rodrigues, gerente de produto de Danoninho. A estratégia deu tão certo que foi exportada para México, França e Espanha.
Olívia Blanc (Foto: Leo Drumond/Nitro/ÉPOCA)
A TV paga voltada para esse mesmo público também enxergou uma oportunidade de negócios. O canal Discovery Kids tem hoje três séries voltadas essencialmente à ecologia. “Os pais pedem que esses assuntos estejam em pauta”, diz Fernando Medin, presidente da Discovery Networks no Brasil. O Canal Futura tem o programa Um pé de quê?, que usa as árvores nativas do Brasil como ponto de partida para ensinar cultura e história do país. Os canais da Disney contam com uma plataforma on-line onde os jovens podem assumir compromissos com o planeta, o Amigos Transformando o Mundo. “Incorporamos o meio ambiente num esforço de oferecer conteúdos que vão além do entretenimento”, diz Cecilia Mendonça, gerente geral dos canais Disney na América Latina.
Sabrina Camillo das Neves (Foto: Rogério Cassimiro/ÉPOCA )
Alguns críticos da educação ambiental dizem que o tema, apesar de insistentemente presente em casa, na sala de aula, nos programas de TV e nos filmes, ainda precisa ser abordado com mais profundidade. “Há uma limitação financeira e de formação dos profissionais”, afirma Pedro Roberto Jacobi, professor da Universidade São Paulo (USP) e especialista em educação e meio ambiente. As escolas, diz ele, precisam ir além da hortinha e dos ensinamentos sobre coleta seletiva. Devem abordar as políticas públicas, o papel do governo e de cada indivíduo na busca de soluções eficientes para as questões ambientais. “É fundamental criar um sentimento de corresponsabilidade, para que as crianças entendam que o problema tem a ver com elas.”
O cearense Nadson Weyne, de 17 anos, entendeu na prática que é parte do problema. E saiu para a ação. Morador da cidade de Horizonte, região metropolitana de Fortaleza, sofre de asma desde que nasceu. Suas crises pioravam cada vez que um vizinho punha fogo nos restos de galhos e folhas que cobrem a terra, uma prática usada na região para preparar o solo para o plantio. Outra fonte de fumaça na cidade era um lixão irregular. Os moradores queimavam os resíduos em vez de enterrá-los. A combustão do material orgânico gera partículas em suspensão no ar e prejudica a respiração. Nadson não saía do hospital. Foi internado quase dez vezes. Chegou a ir cinco vezes ao ambulatório numa única semana. Perdeu um ano na escola por faltas.

Num projeto da escola municipal onde estudava, apresentou um trabalho para tratar da poluição do ar. Peregrinou com um grupo de amigos de sítio em sítio para explicar aos moradores os efeitos das queimadas. Tentava fazê-los compreender que o fogo empobrece o solo, ao contrário do que eles pensavam. Também foi à prefeitura exigir do governo um aterro sanitário legalizado. Deu tão certo que Nadson foi eleito o “delegado” do colégio.
Depois da cidade. E do Estado. Em 2010, foi um dos 12 jovens selecionados entre 700 para representar o Brasil na Conferência Internacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente. Horizonte ganhou um novo aterro sanitário (o velho passou a receber bem menos lixo). Boa parte dos sítios vizinhos deixou o fogo de lado. Nadson não lembra a última vez em que esteve num hospital por causa da asma. “Pretendo agora levar essa metodologia para uma cidade vizinha que sofre com o mesmo problema”, afirma.

Embora tenham uma consciência ambiental surpreendente, as crianças geralmente não associam a produção de um carrinho, uma boneca ou uma camiseta ao consumo de água e energia elétrica, à emissão de gases poluentes ou à produção de lixo tóxico. “A relação entre o consumo e o meio ambiente não é direta”, afirma Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente. Diante dessas mensagens dúbias, os jovens ficam sem saber ao certo como proceder. “Tenho minhas dúvidas sobre qual lado será mais forte para essas crianças”, afirma Jacques Demajorovic, pesquisador de sustentabilidade e professor do Centro Universitário da FEI.

A pequena Sabrina Camillo das Neves, com 5 anos recém-completados, não resiste às tentações do consumo – um comportamento natural para a idade dela. “Explico para ela que tudo custa dinheiro”, diz a mãe, Patrícia. “E que a mamãe trabalha bastante para ganhar, mas não dá para comprar tudo.” De uma guitarra cor-de-rosa da Barbie, Patrícia não conseguiu escapar recentemente. A menina desejou tanto o brinquedo que quase ficou doente. Patrícia deixou de comprar um chuveiro novo para a casa para adquirir o instrumento. Mas Sabrina também sabe que o consumo de tantos produtos gera uma montanha de lixo no planeta. Parte desse material poderia ser reutilizada. E o resto pode ser descartado em lugar adequado, para não sujar as ruas e os rios.
Pedro Sartori (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)
Sabrina só larga a guitarra cor-de-rosa num canto da casa, em Campinas, no interior de São Paulo, para falar sobre sua maior obsessão, zelar pela limpeza da Terra. “Já fui fiscal da natureza na minha escola e fico muito nervosa quando vejo alguém jogando papel na rua”, diz, com as sobrancelhas franzidas. Quando vai com a mãe à manicure, o trajeto entre a casa e o salão de beleza fica três vezes mais demorado do que em dias normais. “Ela para o tempo todo porque encontra um papel ou uma bituca”, afirma Patrícia. Indignada com a sujeira da cidade, Sabrina diz que seu sonho é ter um aspirador bem grande para passar na calçada. Um dia desses, ela chamou a atenção da própria mãe. Patrícia colocara na lixeira algumas canetinhas já gastas da filha. Quando soube, Sabrina correu em direção à área de serviço para resgatar as tampas. Queria reaproveitá-las na construção de um robô de sucata. “Dava para fazer as perninhas”, afirma Sabrina. Quando pergunto por que gosta tanto do planeta, ela responde apressadamente:
– Porque a gente vive dentro dele, ué.
E por que a gente precisa cuidar dele?
– Porque senão ele fica triste, ué.
E o que vai acontecer se a gente não cuidar?
– Ele chora, ué.
Para Sabrina, é tão óbvio que qualquer adulto deveria ter a obrigação de saber.

Resultado da conferência é tímido. E o Brasil por pouco não entra para a história como líder de um documento criticado até pelo secretário-geral da ONU


João Marcello Erthal, de 
Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Presidente Dilma e autoridades da ONU no encerramento da Rio 20
Autoridades no encerramento da Rio 20: conferência contou com a participação de 100 delegações e ONGs de mais de 190 países
Sucesso e fracasso são conceitos intimamente ligados às expectativas lançadas sobre uma conferência, uma reunião de trabalho ou uma partida de futebol. Se o desmilinguido Flamengo empatar com o Barcelona, por exemplo, a torcida rubro-negra vai erguer as mãos ao céu, enquanto o time do argentino Lionel Messi vai levar um castigo na concentração. Ainda é cedo para afirmar que os pessimistas triunfaram, e que a Rio+20 revelou-se um fracasso retumbante. Mas é indiscutível que, pela confiança depositada no encontro “histórico” e pela oportunidade de reunir uma centena de representantes de países, dos Estados Unidos às Ilhas Maldivas, a sensação é de que pouco se fez, em nada se avançou.
O resultado não chega a ser uma surpresa: semanas antes da conferência, em Nova York, houve um esforço para que uma conquista da Rio 92 – o direito universal a água potável – não fosse suprimido em uma das versões prévias do documento. E, por incrível que possa parecer ao público leigo – maioria absoluta – uma das “vitórias” da Rio+20 é justamente “não haver retrocessos”. Ora, se esta fosse uma possibilidade real, o melhor seria sequer reunir os países-membros da ONU. Ou, no máximo, realizar um encontro por Skype, lista de e-mails ou teleconferência.
Em vez disso, o Rio de Janeiro – e o Brasil – abriram caminho para as mais de 100 delegações, ONGs de 193 países, que para se movimentar precisaram de um feriado de três dias, com mudança de trânsito, cancelamento de voos e restrições de espaço aéreo. Esta é outra marca do evento: nem no carnaval o feriado é tão grande.
Em parte a frustração se deve à expectativa que os próprios organizadores lançaram sobre a conferência de agora. “Mudar o mundo”, “escrever o futuro” e “o que nós queremos” são expressões que deixam no ouvinte a sensação de que um grande passo está próximo. Não é bem assim. E o tal medo do “retrocesso” não era infundado, se considerada uma das principais derrotas da Rio+20: a exclusão das garantias de direitos reprodutivos das mulheres, uma vitória principalmente do Vaticano, que cria uma saia justa para o Brasil, que liderou a última fase das negociações.


segunda-feira, 23 de julho de 2012

Agenda da Campanha eleitoral da Prefeita rosinha Garotinho


DATA      DIA      HORA EVENTO LOCAL


22/07/2012Domingo15:00Encontro do DEM/PTN Automóvel Clube
     
23/07/2012Segunda14:00Caminhada Lapa / Matadouro
23/07/2012Segunda19:00Encontro do PHSAutomóvel Clube
     
24/07/2012Terça14:00Caminhada Jardim Carioca (Praça São Cristóvão)
24/07/2012Terça19:00Encontro do PR/PRBAutomóvel Clube
     
25/07/2012Quarta14:00Caminhada Jockey-Club
25/07/2012Quarta19:00Encontro do PPAutomóvel Clube
     
26/07/2012Quinta14:00Caminhada Pq Corrientes
26/07/2012Quinta19:00Encontro do PTB/PSDBAutomóvel Clube
     
27/07/2012Sexta14:00Caminhada Pq Prazeres
27/07/2012Sexta19:00Encontro do PSBAutomóvel Clube
     
28/07/2012Sábado10:00CaminhadaBeira-Valão / Pelinca
28/07/2012Sábado14:00CaminhadaPq Califórnia
28/07/2012Sábado19:00Encontro do PT do B / PRTBAutomóvel Clube
     
29/07/2012Domingo15:00Encontro do PTCAutomóvel Clube
     
30/07/2012Segunda19:00Encontro do PSCAutomóvel Clube