No ano de 2018, o Conselho Federal de Medicina, órgão responsável por regularizar atividades na área da saúde, aprovou uma resolução autorizando a telemedicina. Como tudo o que é novo, esse modelo gerou questionamentos envolvendo desde a perda da humanização na relação entre médicos e pacientes até o risco de os atendimentos serem pouco precisos.
Diante do surto de coronavírus, essa questão tornou-se imperativa, uma vez que a informação e a comunicação se tornaram ainda mais necessárias, ao contrário do contato pessoal presencial, que seguiu em caminho contrário. Diferentes recursos tecnológicos, porém, mostraram que a telemedicina não é – e não deve ser – uma simples conversa por vídeo. A ideia vai muito além disso.
Entre as tendências que podem se consolidar em um futuro próximo – independentemente da pandemia, mas certamente intensificadas por ela – é o uso de apps e devices que monitoram sinais vitais e outros aspectos de saúde, e a consolidação dos bots de voz que, em paralelo a inovações ligadas ao COVID-19, estão em desenvolvimento principalmente nas Big Techs.
Chatbots na saúde
Os recursos de voz podem, inclusive, complementar a telemedicina, assim como robôs e chatbots já fazem. Um exemplo nesse sentido é o AI for Health da Microsoft. Ele faz parte da iniciativa AI for Good, que representa um investimento global da empresa na capacitação de pesquisadores e organizações em ferramentas e recursos de Inteligência Artificial (IA), com o foco em melhorar a saúde de pessoas e comunidades no mundo inteiro.
Aqui no Brasil, o programa passou a apoiar recentemente a Take, fornecedora oficial do API do WhatsApp Business no mundo, ao doar créditos em sua plataforma na nuvem, a Azure. Com isso, a Take desenvolveu a iniciativa Corona Info, que tem o objetivo de viabilizar a plataforma BLiP – por meio da qual é possível construir, gerir e aprimorar chatbots – para empresas e entidades que tenham o interesse de criar soluções de combate ao coronavírus em plataformas de troca de mensagens.
O primeiro a aderir à iniciativa foi o Governo de São Paulo. A partir dessa adoção tecnológica, passa a ser possível que o consumidor obtenha informações a respeito da COVID-19 via WhatsApp, com a certeza de que os dados são confiáveis, afinal, são inseridos na plataforma e checados por profissionais das Secretarias de Estado de Comunicação e de Saúde.
Nesse caso, o diferencial é o uso de um canal com o qual o consumidor está muito familiarizado e, é claro, a rapidez na estruturação de informações sobre um tema que é extremamente novo. Ainda assim, fica a questão: quando poderemos utilizar os robôs de voz com a mesma frequência e desenvoltura com que utilizados os chatbots?
A Alexa já sabe informar o consumidor sobre o novo coronavírus, mas, como sabemos, ela é referência para os robôs de voz.
quarta-feira, 22 de abril de 2020
OPINIÃO Tempo cinza no Brasil. Dias difíceis decorrente da corona vírus se agravam.Crise da saúde,da economia e na política trarão mais mortes,mais desemprego e perdas,mais quebradeira,mais pobreza,mais luta política e instabilidades e mais desesperança. É preciso inteligência emocional,mais esperança e fé para esta travessia que já está dolorosa para a grande maioria e apenas está começando.
Lei de Dados será o novo "código do consumidor"
Os dados pessoais das pessoas vão construindo um perfil no mundo digital. A Lei de Dados vai controlar isso e não permitir que esses dados sejam usados de forma abusiva
A sociedade tem que avançar na proteção dos dados das pessoas, segundo três especialistas escutados pela reportagem do JC. “Nesse sentido, uma grande aliada vai ser a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Todos os países que implementaram esse tipo de lei conseguiram trazer as devidas punições pra quem agiu errado. A sociedade vai ter que discutir isso no pós-pandemia”, diz o presidente da Federação das Associações de Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), Italo Nogueira.
A entidade representa 2,5 mil empresas que atuam nesse setor. Nos últimos dias, a discussão sobre esse assunto esquentou devido aos rastreamentos de celulares realizados para indicar o percentual de isolamento social. “Ninguém vai ser contra esse tipo de tecnologia no meio de uma pandemia. Mas o debate que devemos trazer à tona é sobre como esses dados devem ser protegidos e liberados. Precisamos avançar na construção de regulamentações, processos e procedimentos”, diz a especialista em segurança na web e professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, Kalinka Castelo Branco..
INFORMAÇÕES
“Nesse caso, as empresas estão fornecendo ao governo um grupo de informação pré-processadas e não individualizadas, mas os dados podem cair em mãos erradas. É por isso que precisamos ter regulamentações e leis”, argumenta Kalinka, referindo-se ao serviço de monitoramento de isolamento prestado pelas operadoras.
Tanto ela como Ítalo defendem não só a implementação da LGPD, mas a instalação de uma agência reguladora nessa área para acompanhar as questões relativas à proteção de dados. “A LGPD vai chegar como um importante instrumento de empoderamento da cidadania, tal como foi na década de 1990 a entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor (CDC)”, conta o professor da Privacy Academy, Marcílio Braz.
A futura lei vai dar o direito de as pessoas saberem os dados que serão usados pelas empresas e se permitem, como argumenta o professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, Fernando Osório.
A LGPD iria entrar em vigor em agosto deste ano, mas foi adiada por causa da pandemia provocada pelo novo coronavírus. E, se você pensa que não tem nada a ver com isso, é bom ficar atento, porque isso inclui todos os “rastros” no mundo digital.
terça-feira, 21 de abril de 2020
fonte; JORNAL O GLOBO
No topo do ranking de casos, RJ, SP, CE e PE têm suas UTIs perto do limite
Com leitos UTI saturados pela pandemia, sistema público de saúde do Amazonas serve de alerta para outros estados
Ana Letícia Leitão, Luiz Ernesto Magalhães, Selma Schmidt, Sergio Roxo e Vinicius Sassine
21/04/2020 - 04:30 /
RIO, SÃO PAULO e BRASÍLIA - Falta de equipamentos básicos e respiradores; inexistência de testes para doentes, médicos e enfermeiros; Unidades de Pronto Atendimento (UPA) fazendo as vezes de UTI, porque os leitos de terapia intensiva estão saturados pela epidemia causada pelo novo coronavírus. O retrato atual do sistema público de saúde do Amazonas, onde corpos já foram deixados ao lado de pacientes, serve de alerta para outros estados.
Em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco, quarteto que lidera o ranking nacional de casos confirmados e mortes por Covid-19, a rede de leitos aproxima-se de seu limite. Ou seja, o cenário amazonense pode, em breve, ser replicado no Sudeste e no Nordeste. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, o Brasil chegou ontem a 2.575 vítimas fatais do coronavírus entre 40.581 infectados.
Os relatos de Manaus foram feitos ao GLOBO por enfermeiros que estão na linha de frente do combate à epidemia, ouvidos sob a condição de anonimato.
— Estamos tendo de escolher quem vai respirar ou não — resume uma enfermeira, diante da falta de equipamentos básicos no Hospital João Lúcio, onde foram gravados vídeos de corpos deixados ao lado de pacientes com Covid-19.
De acordo com o governo do Amazonas, quase 90% dos leitos de UTI estão ocupados, numa demanda que ultrapassou a capacidade do hospital de referência para Covid-19, o Delphina Aziz, em Manaus. Foi necessário recorrer a outros hospitais, como o João Lúcio, que colapsou diante da quantidade de infectados. O estado tem a segunda maior incidência de infectados no país, com 415 diagnosticados por 1 milhão de habitantes.
'A gente já vive um colapso'
Segundo um enfermeiro que trabalha em uma UPA da capital amazonense, a unidade está sendo obrigada a prestar o atendimento que seria de uma UTI:
— Não há como mandar mais para hospital de referência. Todas as unidades de média complexidade estão tendo de assumir os pacientes críticos, até que se abram vagas. No meu último plantão, recebemos nove pacientes. A gente já vive um colapso.
Segundo uma enfermeira que trabalha no João Lúcio, onde câmaras frigoríficas foram providenciadas depois da revelação das cenas de pessoas mortas ao lado de pacientes, não há pessoal suficiente para o atendimento necessário:
— Na sala onde trabalho, são necessários cinco técnicos de enfermagem. Tem só um. Quando muito, dois.
Exames demoram um dia inteiro para serem providenciados. Não há máscaras de proteção para os pacientes. Aventais que deveriam ser descartáveis são esterilizados para serem reusados.
— A demanda está tão grande que o SOS Funeral, destinado a pessoas pobres, não tem condições de recolher todos os corpos. Como as famílias não têm condições financeiras de providenciar a retirada, os corpos ficam ali, ao lado de pacientes — afirma a enfermeira.
Uma outra funcionária diz conhecer 12 colegas da enfermagem que foram infectadas pelo novo coronavírus. Ela diz que os profissionais não conseguem fazer o teste para detectar se têm Covid-19.
— Sabemos que estamos em uma guerra. O problema é estar em guerra sem nenhuma arma. A gente não tem equipamento de proteção individual — afirma ela.
O governo do Amazonas diz que está providenciando EPIs para os profissionais de saúde e mais leitos de UTI, além de reposição de profissionais por meio de convocações de concursados e abertura de novos processos seletivos. Os cinco hospitais da rede terão 1.023 leitos, conforme a Secretaria de Saúde. O Delphina Aziz, por exemplo, ativou 25 leitos de UTI e 20 leitos clínicos a mais, segundo a pasta.
Rio corre contra o tempo
No Rio, os leitos de UTI para pacientes com Covid-19 estão no limite. Enquanto o funcionamento dos hospitais de campanha depende do recrutamento de pessoal e equipamentos, já há filas de pacientes graves aguardando internação em unidades de saúde.
Às 17h30m, a Secretaria municipal de Saúde admitia que 90% dos 269 leitos do SUS para tratamento intensivo de adultos com coronavírus estavam ocupados. Ontem, o Hospital Universitário Pedro Ernesto, da rede estadual, estava com 100% das UTIs para Covid preenchidas. A prefeitura do Rio promete lançar amanhã edital para a contratação de mil leitos de terapia intensiva na rede privada.
Os hospitais municipais de campanha de São Paulo chegaram ontem a 21% de ocupação. Os complexos do Pacaembu e do Anhembi têm, juntos, 231 pacientes internados. Ontem, o Anhembi registrou a primeira morte por coronavírus, um paciente de 79 anos — não foi informado se a vítima tinha doença preexistente. Em 12 de abril, o hospital Pacaembu registrou sua primeira morte, um homem de 36 anos com histórico de doença de Chagas.
O Hospital das Clínicas e o Instituto de Infectologia Emílio Ribas vêm sofrendo pressão: suas UTIs tinham mais de 90% de ocupação no domingo. A Zona Leste de São Paulo também preocupa: na semana passada, ao menos quatro hospitais da região tinham 100% de ocupação de UTI.
O Ceará continua com lotação de 100% dos seus leitos de UTI destinados a pacientes infectados com o novo coronavírus. Para contornar o problema, a Secretaria da Saúde promete inaugurar até hoje 36 novos leitos para pacientes que precisam de tratamento intensivo.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco informa que, somando os 319 leitos de sua rede e do SUS, a taxa de ocupação é de 95%. Entre os leitos de enfermaria, o número é de 83%.
*Colaborou Célia Costa
CORONA E PROBLEMA NAS RELAÇÕES DE CONSUMO: ONDE RECLAMAR?
Sua cidade não tem PROCON? Onde reclamar nesse momento de problemas e mudanças provocado pela crise do corona? Você pode reclamar no site: consumidor.gov.br.,plataforma do governo federal.Somente online e com cadastro. Pode reclamar no site do PROCON.RJ. PROCON.RJ.GOV.BR ou pelo tel. 151
CUIDADOS: VERDADES E MENTIRAS
O vírus pode estar nas minhas coisas? Saiba o risco de contaminação pelas roupas, sapatos e correspondências
Especialistas explicam por quanto tempo o novo coronavírus fica no ar e nos objetos que entram na sua casa
Tara Parker-Pope, do "New York Times"
20/04/2020 - 04:30
Muitas pessoas têm medo de deixar o coronavírus entrar em suas casas pelas roupas, sapatos, correspondência e até mesmo pelo jornal. Infectologistas, especialistas em aerossóis e microbiologistas respondem às perguntas sobre os riscos de entrar em contato com o vírus durante saídas essenciais de casa ou até pacotes de entregas.
FONTE JORNAL O GLOBO
Devo trocar de roupa e tomar banho quando chegar em casa do supermercado?
Para aqueles que podem ficar em casa e em isolamento social, saindo apenas ocasionalmente para ir ao supermercado ou à farmácia, os especialistas concordam que não é necessário trocar de roupa ou tomar banho ao voltar da rua. No entanto, a recomendação é de sempre lavar as mãos. Embora seja verdade que um espirro ou a tosse de uma pessoa infectada possa lançar gotículas virais e partículas menores pelo ar, a maioria delas cairá no chão.
Estudos mostram que algumas pequenas partículas virais podem flutuar no ar por cerca de meia hora, mas é pouco provável que cheguem até você. "É improvável que uma gota pequena o suficiente para flutuar no ar por algum tempo seja depositada nas roupas devido à aerodinâmica", disse Linsey Marr, cientista especialista em aerossóis do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia (Virginia Tech), nos EUA. "Elas seriam tão pequenas que se moveriam no ar ao redor dos corpos e das roupas".
Por que pequenas gotículas e partículas virais normalmente não pousam em nossas roupas?
Linsey Marr dá uma pequena lição de aerodinâmica: "Essas partículas seguem o fluxo de ar em torno de uma pessoa porque nos movemos relativamente devagar. À medida que andamos, empurramos o ar para fora do caminho, e a maioria das gotículas e partículas também é empurrada para fora. Alguém teria que borrifar grandes gotas conversando - um cuspidor -, tossindo ou espirrando para que pousassem em nossas roupas. As gotículas precisam ser grandes o suficiente para desviar de seu curso natural".
Então, se você está fazendo compras, e alguém espirra em você, melhor ir para casa, trocar de roupa e tomar banho. No mais, considere que seu corpo "lento" está empurrando o ar e as partículas virais para longe de você, resultado explicado pela física.
Existe o risco de o vírus estar no meu cabelo ou na barba?
Por todas as razões descritas acima, você não deve se preocupar com a contaminação viral de seus cabelos ou da barba, se estiver praticando isolamento social. Mesmo se alguém espirrasse na parte de trás da sua cabeça, qualquer gota que caísse no seu cabelo seria uma fonte improvável de infecção.
"Pense no processo do que precisa acontecer para alguém se infectar", propõe Andrew Janowski, professor de doenças infecciosas pediátricas do Hospital Infantil St. Louis, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos EUA: "Se alguém espirra, é necessária uma quantidade X de vírus nesse espirro. Diversas gotas têm que cair sobre você. Então você precisa tocar exatamente na parte do cabelo ou da roupa onde estão essas gotículas, que já apresentam uma redução significativa nas partículas virais", disse Janowski. “Depois de tocá-las, teria que encostar em qualquer parte do seu rosto para entrar em contato com ele. Seria preciso passar por essa sequência de eventos, um grande número de coisas precisa acontecer de maneira exata. Isso torna o risco muito baixo.”
Devo me preocupar ao lavar ou manusear as roupas? Corro risco de espalhar partículas virais das roupas pelo ar?
Depende se você está lavando roupas da rotina normal ou de uma pessoa doente. A roupa da rotina normal não deve causar preocupações - lave-a como faria normalmente. Embora alguns tipos de vírus possam ser difíceis de limpar, o novo coronavírus, assim como o vírus da gripe, é cercado por uma membrana gordurosa que é vulnerável ao sabão. Lavar suas roupas com sabão comum e depois secá-las é mais do que suficiente para remover o vírus - se é que ele está lá.
“Sabemos que os vírus podem se depositar na roupa (a partir de gotículas) e, em seguida, serem soltos no ar com o movimento, mas você precisará de muitos vírus para que isso seja uma preocupação, muito mais do que uma pessoa comum encontraria ao sair para passear ao ar livre ou ir a um supermercado”, disse Marr.
A exceção é se você estiver em contato próximo a uma pessoa doente. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA recomendam o uso de luvas ao limpar itens de alguém que esteja doente, além de tomar cuidado para não sacudir peças de vestuário e roupas de cama. Se possível, use água bem quente e seque completamente. Você pode misturar as roupas de uma pessoa doente com as do restante da casa, mas deixe a roupa secando por um tempo maior para minimizar os riscos. "Sabemos que esses tipos de vírus tendem a se deteriorar mais rapidamente no tecido do que em superfícies sólidas e duras, como aço ou plástico", disse Linsey Marr.
Por quanto tempo o vírus pode permanecer ativo em tecidos ou outras superfícies?
A maior parte do que sabemos sobre quanto tempo esse novo coronavírus vive em superfícies vem de um importante estudo publicado no New England Journal of Medicine em março. A pesquisa descobriu que o vírus pode sobreviver, em condições ideais, até três dias em superfícies de metal duro e plástico e até 24 horas em papelão.
Mas o estudo não analisou tecidos. Ainda assim, a maioria dos especialistas em vírus acredita que a pesquisa em papelão oferece pistas sobre como o vírus provavelmente se comporta em panos. As fibras naturais absorventes do papelão parecem fazer com que o vírus seque mais rapidamente e as fibras do tecido provavelmente produziriam um efeito semelhante.
Um estudo de 2005 sobre um outro tipo de coronavírus, o que causa a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), dá mais garantias. Naquela pesquisa, os cientistas testaram quantidades cada vez maiores de amostras virais em papel e em um vestido de algodão. Dependendo da concentração do vírus, foram necessários cinco minutos, três horas ou 24 horas para que ele se tornasse inativo. "Mesmo com uma carga de vírus relativamente alta na gota, foi observada uma rápida perda de inatividade para papel e material de algodão", concluíram os pesquisadores.
Devo me preocupar com correspondência, pacotes ou jornal?
O risco de ser infectado ao manusear correspondências ou pacotes é extremamente baixo e, neste momento, apenas teórico. Não há casos documentados de alguém ficar doente ao abrir um pacote ou ler um jornal.
Mas isso não significa que você não deva tomar precauções. Após manusear cartas, pacotes ou ler o jornal, descarte a embalagem e lave as mãos.
Devo me preocupar com a contaminação ao sair para passear com o cachorro ou fazer exercícios?
Suas chances de pegar o vírus quando você sai são extremamente baixas desde que você mantenha uma distância segura das outras pessoas. "Ao ar livre é seguro e certamente não há nuvens de gotículas carregadas de vírus", disse Lidia Morawska, professora e diretora do Laboratório Internacional de Qualidade e Saúde do Ar na Universidade de Tecnologia de Queensland, em Brisbane, na Austrália.
"Em primeiro lugar, qualquer gota infecciosa exalada em ambiente externo seria rapidamente diluída no ar, então a concentração se tornaria rapidamente insignificante", afirma Morawska. “Além disso, a estabilidade do vírus ao ar livre é significativamente menor do que em ambientes fechados. Portanto, não é realmente um problema, a menos que estejamos em um local muito movimentado - o que não é aconselhado agora de maneira nenhuma. É seguro dar um passeio e correr sem se preocupar com o vírus no ar, e não há necessidade de lavar imediatamente as roupas.”
Ao voltar da rua, devo remover meus sapatos e limpá-los?
Os sapatos podem abrigar bactérias e vírus, mas isso não significa que eles sejam uma fonte comum de infecção. Um estudo de 2008 encomendado pela marca de calçados americana Rockport Shoes encontrou muita sujeira, incluindo bactérias fecais, nas solas dos sapatos. Outra pesquisa recente da China descobriu que, entre os profissionais de saúde, metade tinha coronavírus detectado em seus sapatos, o que não é inesperado, pois eles trabalhavam em hospitais com pacientes infectados.
Então, o que devemos fazer com nossos sapatos? Se seus sapatos são laváveis, você pode lavá-los. Limpar com lencinho ou pano não é recomendado porque traz germes que permaneceriam na sola ou no chão diretamente para as mãos. Então você pode simplesmente deixá-los do lado de fora de casa ou em um local específico da entrada. Se você tem uma criança que engatinha ou brinca no chão, um membro da família com alergias ou um sistema imunológico comprometido, uma casa sem sapatos pode ser uma boa ideia para a higiene geral.
BRASÍLIA - A presença do presidente Jair Bolsonaro na manifestação em frente ao Quartel General do Exército contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde deste domingo, provocou um "enorme desconforto" na cúpula militar. Ao jornal O Estado de S. Paulo, oficiais-generais destacaram que não se cansam de repetir que as Forças Armadas são instituições permanentes, que servem ao Estado Brasileiro e não ao governo.
Na avaliação dos generais ouvidos, o protesto que chegou a pedir intervenção militar não poderia ter ocorrido em lugar pior. "Se a manifestação tivesse sido na Esplanada, na Praça dos Três Poderes ou em qualquer outro lugar seria mais do mesmo", observou um deles. "Mas em frente ao QG, no dia do Exército, tem uma simbologia dupla muito forte. Não foi bom porque as Forças Armadas estão cuidando apenas das suas missões constitucionais, sem interferir em questões políticas."
Eles observaram que a presença de Bolsonaro em frente ao QG teve outra gravidade simbólica. Pela Constituição, o presidente da República é também o comandante em chefe das Forças Armadas. Mesmo com cuidados para evitar críticas diretas, os generais ressaltaram que o gesto foi uma "provocação", "desnecessária" e "fora de hora".
À reportagem, os generais não esconderam o mal-estar. Afinal, Bolsonaro os deixou em "saia justa". Chefes militares não podem se pronunciar. O Estado ouviu sete oficiais-generais, sendo cinco do Exército, um da Aeronáutica e um da Marinha. Eles lembraram que o País tem uma "verdadeira guerra" a ser vencida e que não é possível gastar energia com alvos diferentes. Houve quem observasse que o presidente enfrenta "resistências", inclusive do Congresso, mas todos avaliam que a presença dele na manifestação provocou ainda mais a ira dos representantes do Executivo e do Judiciário.
Atos pró-Bolsonaro pedem fim do isolamento social
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Apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, se concentram em ato diante do Comando Militar do Nordeste (CMNE), no Recife (PE) Foto: RODRIGO BALTAR / AGÊNCIA PIXEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Ato diante do Comando Militar do Nordeste (CMNE), no Recife (PE), na manifestação denominada "Mega Carreata Nacional O Brasil Não Pode Parar" Foto: RODRIGO BALTAR / AGÊNCIA PIXEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Por conta da presença do presidente na manifestação, houve necessidade de reforço da guarda do QG. Isso acabou passando uma imagem que também foi considerada ruim pelos generais. Os soldados deslocados para a guarda estavam de plantão e tiveram de sair às pressas para o local da manifestação e, de certa maneira, proteger Bolsonaro da multidão.
No momento, os militares da ativa do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, sob a batuta do Ministério da Defesa, tentam focar seus trabalhos no combate à pandemia do novo coronavírus, sem emitir qualquer posicionamento político sobre as polêmicas.
A atitude do presidente, ainda segundo a análise de um dos militares, passa um sinal trocado para a sociedade. As avaliações tiveram uma dose de desabafo por parte dos generais. Eles ressaltaram passam o tempo todo tentando separar o governo do Exército, já que há sempre quem lembre da presença de militares em cargos de ministro no Palácio do Planalto.
Um general contemporizou lembrando que "não é a primeira vez" que acontece uma manifestação em frente a um quartel. Outro emendou que "as manifestações pacíficas e ordeiras são expressões legítimas da democracia". Um terceiro lembrou que podem pegar as gravações que não vão ver o presidente atacando ninguém, mas falando de liberdade e de emprego. O clima, porém, era de desconforto.
segunda-feira, 20 de abril de 2020
Bolsonaro transmite live com Roberto Jefferson para explicar o ‘golpe’ de Rodrigo Maia fonte: site 247
Bolsonaro faz uma longa live em que o ex-deputado condenado Roberto Jefferson explica como Rodrigo Maia estaria preparando um golpe contra Bolsonaro
247 - Em meio à pandemia de coronavírus, Bolsonaro transmitiu neste domingo 19 uma live pelo Facebook que o mostrava assistindo a uma fala do ex-deputado Roberto Jefferson em que ele explicava como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, estaria articulando um golpe para tirar Bolsonaro do governo.
Na live, participou também Oswaldo Eustáquio, divulgador contumaz de fake news e também condenado a pagar R$ 15 mil por danos morais a Glenn Greenwald por ter ofendido a mãe dele quando ela estava com câncer terminal.
Setor supermercadista e núcleos de defesa do consumidor firmam acordo para fiscalizar preços abusivos nos supermercados brasileiros. A parceria foi estabelecida por meio da assinatura, nesta sexta-feira, 17, do protocolo de cooperação entre as áreas. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) irão atuar juntas na fiscalização de práticas abusivas na revenda dos produtos em supermercados durante a pandemia causada pelo novo coronavírus. O acordo estará em vigor por 60 dias, podendo ser prorrogado, e não acarretará repasse de recursos financeiros entre as partes.
Um conjunto de produtos foram definidos como prioritários para direcionar a análise dos preços de comercialização durante a pandemia. De acordo com o protocolo de cooperação, deverão ser realizadas reuniões mensais entre a Senacon e a Abras. Os encontros serão destinados para o repasse de informações do monitoramento semanal do mercado consumidor e da situação enfrentada pela população ao realizarem compras no que diz respeito a preço e oferta de produtos. Medidas de fiscalização direcionadas regionalmente serão repassadas por meio das 27 associações estaduais filiadas à Abras.
A Senacon ainda se comprometeu a ouvir os dirigentes de supermercados e assumir posicionamentos diante de quaisquer ações administrativas que estejam prejudicando o abastecimento dos produtos essenciais à população e fazendo com que os supermercados aumentem os preços. No protocolo, foi estabelecido a adoção pelo setor de regras de recomendações de autorregulação quanto às cobranças abusivas por parte de fornecedores.
As entidades supermercadistas de comércio de produtos serão orientadas a se cadastrarem na plataforma “consumidor.gov.br”, como meio de assegurar um melhor monitoramento por parte da Abras. A determinação sugere que tais entidades realizem os cursos disponibilizados na plataforma pela Escola Nacional do Consumidor, como forma de se instruírem quanto ao comportamento esperado pelo consumidor e forma de evitar ações abusivas e eventualmente delituosas.