quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Por que falta água no Brasil?

Somos o país mais abastado em recursos hídricos do mundo. Corrupção, falta de investimentos e inversão de prioridades quase sempre são o motivo para a falta d’água.
POR Camila Almeida EDITADO POR Felipe Van Deursen

SecaAndre Felipe/Getty Images
Moradora da cidade de Acauã, no Piauí, carrega balde na cabeça em meio à seca

Problemas de gestão estão no leito da escassez brasileira. Nossa fartura fez com que nunca tivéssemos o assunto como prioridade. Olhando para a América do Sul, o Brasil está atrás de Bolívia, Peru, Argentina, Venezuela e Chile no uso sustentável da água, segundo ranking de desempenho ambiental da Universidade Yale.
No saneamento básico, também vamos mal. Estamos com índices inferiores aos de Argentina, Chile e Uruguai. Isso custa caro. Em um ano, 400 mil pessoas são internadas no País por diarreia, causada pela má qualidade da água, e custam para o SUS R$ 140 milhões. Gastos que poderiam ser poupados. Para cada dólar investido em saneamento, o retorno é de US$ 5 em custos evitados.
O problema não é só a falta de investimentos. Mesmo quando existem, podem ter seu curso alterado. Em abril, o Ministério Público Federal denunciou desvio de verbas destinadas à construção de um sistema de abastecimento em Farias Brito (CE).
Já em Palhoça (SC), foi instaurada uma CPI das Águas, para investigar desvios de R$ 10 milhões nos serviços de água e esgoto. Os atrasos na Transposição do São Francisco já dobraram o custo da obra. E foram encontrados R$ 776,2 milhões em sobrepreço e serviços desnecessários.

Bons exemplos existem?

Do Japão a Minas Gerais, veja as histórias de quem sabe usar a água.
No Japão, não se desperdiça água: as pessoas se lavam em banheiras, que têm a água compartilhada por toda a família. Em algumas casas, a água do banho cai direto na lavanderia. Todas as descargas têm a opção de despejar dois níveis diferentes de água. Nos lava-rápidos, toda água gasta na lavagem dos carros é captada, tratada e reutilizada.
Em Cingapura, país com a melhor gestão de água do mundo, todo o ciclo da água é levado em conta: desde a coleta de água da chuva até o tratamento da água utilizada. No mundo, há 21 países empatados no 1º lugar nos quesitos acesso à água e saneamento, com 100% da população contemplada.
Apesar de não fazer grandes investimentos em tecnologia inteligente para o uso de água, o Brasil também tem bons exemplos.Uberlândia (MG) é a cidade campeã do saneamento: 100% da população é abastecida e 99% do esgoto coletado. E ainda conta com planejamento traçado para os próximos 55 anos.
FONTE: http://super.abril.com.br/

terça-feira, 17 de novembro de 2015

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Mudança climática não tem passaporte e não conhece fronteiras, diz Ban Ki-moon

Criado em 011/15 Por Laura Gelbert Fonte:Rádio ONU

Em evento de alto nível na sede das Nações Unidas, em Nova York, nesta quarta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que a "mudança climática não tem passaporte e não conhece fronteiras nacionais". 
Ele afirmou ainda que um "acordo significativo" sobre a questão deve ser "universal e justo".

COP 21

A expectativa é de que um acordo seja alcançado durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, conhecida como COP 21, que ocorre em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro.
O chefe da ONU afirmou que o "mundo estabeleceu um prazo para a conclusão de um acordo climático universal" e que este prazo está "a apenas 4 semanas de distância".
Ban disse que está "otimista" com a possibilidade de os governos firmarem  o acordo em Paris e que "há pedidos de todos os setores da sociedade para que façam isso".

Contribuições Nacionais

Ele afirmou que até o fim de outubro, 155 países submeteram seus planos climáticos, conhecidos como Contribuições Voluntárias Nacionais, Indcs, que cobrem cerca de 90% das emissões globais.
O chefe da ONU elogiou os governos que enviaram os documentos e apelou aos restantes que compartilhem suas contribuições o mais rápido possível, antes da conferência em Paris.
Para o secretário-geral, estes planos fornecem um "ponto de partida" para o "destino final": um mundo com o aumento da temperatura global limitado a menos de 2º Celsius.

Negociações

No entanto, apesar de meses de negociações, "assuntos chave" permanecem em jogo.
Ban disse que vai fazer um apelo a líderes mundiais para que digam a seus negociadores que este é o momento de consenso e acordo.
Para o secretário-geral, "os países devem trabalham em direção ao interesse comum, além de interesses nacionais".

Acordo

O chefe da ONU apontou aspectos que acredita serem necessários para que o acordo em Paris seja bem sucedido.
Segundo Ban, o acordo deve ser "durável e flexível" e deve demonstrar "solidariedade com os países mais pobres e vulneráveis".
Ele afirmou que o tratado também deve ser "credível em sua resposta à urgência da mudança climática", inclusive fornecendo meios financeiros, entre outros, para apoiar esta resposta.
Para o secretário-geral da ONU, o acordo deve "encontrar um equilíbrio entre o papel de liderança dos países desenvolvidos e a crescente responsabilidade dos países em desenvolvimento de agir de acordo com suas capacidades e respectivos níveis de desenvolvimento".
Ele disse ainda que Paris deve incluir mecanismos "claros e confiáveis" para medir, monitorar e relatar progressos de forma transparente.

Recursos

Ban destacou que um acordo deve também prever meios de implementação, incluindo o financiamento climático.
Entre outros pontos, o chefe da ONU disse que os países desenvolvidos devem manter sua promessa de fornecer US$ 100 bilhões por ano até 2020.
Ele pediu que estas nações façam promessas financeiras públicas, antes do encontro em Paris e que equilibrem tanto necessidades de adaptação quanto de mitigação.
Para Ban, isto é essencial para a construção da confiança necessária para assegurar um "acordo universal e significativo".
FONTE: http://www.ebc.com.br/

Prêmio pela boa gestão da água: não é o momento de comemorar


Outubro 2015 
Apesar do Brasil possuir uma Política Nacional de Recursos Hídricos, criada pela Lei 9.433/1997, o que temos presenciado desde então não pode ser considerado muito animador. O tema vem sendo negligenciado na pauta política e, consequentemente, os investimentos têm sido insuficientes para implementar a referida lei. Além disso, as mudanças climáticas têm tido efeito devastador para a segurança hídrica nacional, comprovando que não estamos preparados para enfrentar eventos extremos como secas e inundações. A crise hídrica que atualmente enfrentamos é, sobretudo, uma crise de governança.

Tudo isso fica muito visível na crise hídrica de São Paulo. Já se sabia da possibilidade de riscos no abastecimento de água na megalópole paulista desde meados de 2004 quando a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) renovou a outorga do Sistema Cantareira. A licença só foi concedida pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) com a condição de que outras alternativas de abastecimento fossem encontradas, pois já se sabia que o Cantareira seria insuficiente para suprir a crescente demanda da atualidade e das próximas décadas.

Nesse mesmo período, o WWF-Brasil entregou ao governador Geraldo Alckmin uma carta solicitando providências para os reservatórios da região, após um sobrevoo que nos permitiu comprovar a situação deles. Estudos e documentos como os Planos das Bacias do PCJ e Alto Tietê (2004 e 2009 respectivamente), o Atlas de Abastecimento Urbano da Agência Nacional de Águas de 2011 e o Plano Diretor da Macro Metrópole Paulista de 2013, também alertaram para uma crise de abastecimento. Nada foi feito. 

Em fevereiro de 2014, a escassez de água em São Paulo começou de verdade com a queda do nível do reservatório do Cantareira para menos de 20%, a pior marca em 40 anos. O governo de São Paulo minimizou o problema e negou que a crise hídrica fosse grave – sendo que o Brasil sediaria a Copa do Mundo em junho. A negação continuou mesmo após o fim da Copa, já com o uso do volume morto dos reservatórios e a população sofrendo em diversos bairros da Grande São Paulo.

A posição do governo estadual continuou a mesma: negar a existência do racionamento e da crise. Somente em fevereiro de 2015, o governo Alckmin reconheceu, pela primeira vez, a gravidade da situação e, subitamente, tentou acelerar as obras de transposição e interligação de reservatórios, atropelando licenças ambientais e audiências públicas sob a justificativa da emergência e da gravidade da situação – que, como mencionado acima, nunca antes tinha sido reconhecida. 

Somado ao já exposto, o governo de São Paulo jamais se posicionou publicamente a respeito dos polêmicos contratos dos grandes usuários privados de água da cidade, o que gerou revolta nos moradores dos bairros afetados pelo racionamento. Após o lançamento do aplicativo “tá faltando água”, foi registrada mais de uma notificação por minuto, resultando em mais de 1200 denúncias de casos de escassez na região metropolitana – esse número não considera sobreposições, ou seja, mais de uma notificação no mesmo endereço.

Por todos os motivos expostos, o WWF-Brasil considera inaceitável que o governador de São Paulo Geraldo Alckmin receba um prêmio pela boa gestão dos recursos hídricos oferecido pela Câmara dos Deputados. O gesto representa um acinte não só à população de São Paulo como a do Brasil. O momento não é de premiações e celebrações. Há muito trabalho a ser feito e a crise hídrica da megalópole paulistana ainda não foi resolvida.

O WWF-Brasil vem a público requerer um conjunto de ações que são necessárias para a superação da crise de escassez de água que afeta São Paulo e o país:

A aprovação do Projeto de Lei (PL) que cria a Política Nacional de Serviços Ambientais pois é um instrumento necessário para a proteção de mananciais e nascentes em larga escala e para a geração de renda e a criação de um mercado verde da restauração florestal, além de possibilitar a melhoria da qualidade e da quantidade de água no país. O PL tramita desde 2007.

A criação de um marco regulatório de re-uso da água no paísinexistente até o momento, mas que poderia ser uma solução ambiental e economicamente atrativa para o setor privado, possibilitando a redução de custos de produção industrial, a pressão sobre os reservatórios e a competição entre grandes usuários de água.

O WWF-Brasil mantém um programa dedicado à gestão e à conservação da água e dos ecossistemas aquáticos do país há 14 anos e coloca-se inteiramente à disposição para apoiar e colaborar com o Governo de São Paulo e com a Câmara dos Deputados para pôr em prática ações concretas que beneficiem toda a sociedade e garantam o direito de acesso à água, reconhecido como direito humano básico pela Organização das Nações Unidas.

FONTE: WWF BRASIL

segunda-feira, 16 de novembro de 2015


Manifestante usa máscara de Eduardo Cunha e simula estar atrás das grades no protesto de sexta-feira em São Paulo
Manifestante usa máscara de Eduardo Cunha e simula estar atrás das grades no protesto de sexta-feira em São Paulo


Eduardo Cunha está jogando todas as fichas no regimento interno da Câmara para seguir no na presidência da Câmara mesmo agonizando. Aceitou a abertura de processos contra Chico Alencar e Jean Wyllys, ambos do PSOL, com o intuito de encher a pauta do Conselho de Ética e atrasar a apreciação do seu caso. Cunha tem dito a aliados que pode aceitar outros pedidos de processo, no momento há 24 na gaveta, tudo para tumultuar o trabalho do Conselho de Ética. O relator Fausto Pinato (PRB-SP) vai entregar seu parecer inicial até quinta-feira. Deve relatar pela admissibilidade do processo, porém, pelos planos de Cunha e suas manobras, a decisão dos 21 membros do conselho só deverá acontecer - na melhor das hipóteses - em fevereiro, depois do recesso. Por isso se a oposição não se movimentar para pressionar Cunha obstruindo as sessões, ele vai continuar no cargo por vários meses. Será uma situação surreal, a menos que o STF decida afastá-lo do cargo, caso ele se torne réu na Lava Jato. 

FONTE BLOG DO GAROTINHO

Pecuária: em vinte anos, rebanho bovino do Amazonas cresceu três vezes mais que a média nacional


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 Outubro 2015  |  0 Comments
Por Jorge Eduardo Dantas

Manaus (AM) - Um estudo inédito, divulgado no início desta semana, revelou que o rebanho bovino do Amazonas cresceu 73% entre 1990 e 2012 - este índice é superior à média de crescimento nacional, que foi de 24% no mesmo período. 

Esse e outros dados foram divulgados na tarde da última segunda-feira (5), durante o lançamento da publicação “A Cadeia Produtiva da Carne Bovina no Amazonas”, produzida pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam) e pelo WWF-Brasil.

O livro traz um diagnóstico sobre a produção e o consumo de carne de boi, com informações sobre o rebanho, o abate, a produção, o transporte e o consumo; e sobre os atores sociais envolvidos nesta cadeia produtiva. 

Segundo o estudo, que foi apresentado por um de seus autores – o gerente do Programa de Produção Rural Sustentável do Idesam, Gabriel Carrero – o Amazonas possui hoje um rebanho de 1,3 milhões de cabeças de gado, distribuídos por 17 mil propriedades rurais.

É possível baixar gratuitamente o estudo no link situado à direita.

Crescimento

As cidades de Apuí, Boca do Acre e Manicoré, no Sul do Estado, são os municípios com o maior número de cabeças de gado, com 54% do rebanho de corte do território. Eles também são aqueles com maior área desmatada, ficando evidente que eles têm sido o "motor" da atividade no Estado e onde a pecuária deve crescer mais rapidamente nos próximos anos. 

Uma informação trazida no relatório mostra que, nos últimos vinte anos, o Sul do Amazonas viu um enorme crescimento em seu rebanho: em 1990, eram 100 mil cabeças de gado; em 2012, este número era de 700 mil. 

Outros dados mostraram que, apesar desses números, a produção bovina amazonense ainda é muito baixa – 0,06 animais por hectare; e média de 75 animais por propriedade rural.

Clandestinos

Descobriu-se ainda que o Estado tem 52 abatedouros em todo o seu território. Mas apenas 15 (29%) deles são legalizados, o que configura um enorme risco sanitário para a população do interior – já que o abate do gado é feito em propriedades rurais e sem qualquer tipo de controle ou fiscalização. 

Outras constatações do relatório foram o fato de que a maior parte (70%) da carne bovina consumida pelos amazonenses vem de outros Estados, principalmente do Acre e de Rondônia; e que o consumo de carne de boi cresceu 8% entre 2002 e 2008 no Amazonas – ao contrário do consumo de peixe, que caiu quase 20% no mesmo período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Debate

O lançamento da publicação foi seguido de um debate, que contou com a participação de órgãos do poder público, do empresariado e de entidades representativas do setor. 

Entre as questões discutidas na ocasião, estava a adoção de novas tecnologias que pudessem aumentar a produtividade da pecuária amazonense; as condições de transporte de gado no interior, que ainda são muito precárias; e a regularização fundiária, que poderia dar segurança jurídica e promover o acesso a benefícios e linhas de créditos para os produtores rurais.

Questão fundiária

Para o especialista em pecuária sustentável do WWF-Brasil, Ivens Domingos, o grande problema da pecuária do Amazonas é a dificuldade de promover a regularização fundiária.

“Sem essa regularização, os produtores têm dificuldades de acesso a financiamentos e não aderem ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). Isso torna mais difícil a implementação de boas práticas produtivas, que é o que nos interessa”, afirmou o especialista.   

Segundo Ivens, a melhoria da eficiência, por meio das boas práticas, pode ajudar na redução do desmatamento, na adesão ao CAR e na fiscalização das propriedades rurais.  

“É importante notar que já existem boas iniciativas em andamento, como as ações desenvolvidas pelo Idesam com as unidades demonstrativas em Apuí. Então temos exemplos de práticas que devem ser fortalecidas e expandidas para outros municípios do Sul do amazonas”, disse Ivens.

O diretor-executivo do Idesam, Carlos Gabriel Koury, afirmou que a publicação do estudo é um primeiro passo para uma discussão mais qualificada sobre a pecuária no Amazonas. “Sentimos que as boas práticas na pecuária é um tema que precisa ser fomentado e debatido, e que tem uma relação muito próxima com a questão climática”, declarou.

Fundamental importância

O WWF-Brasil acredita que a parceria com o setor produtivo é de fundamental importância para que os objetivos de produzir sem destruir a natureza sejam alcançados, garantindo a sustentabilidade ambiental para as futuras gerações.

Desde 2003, trabalhamos com a Pecuária Orgânica no Pantanal e buscamos definir, de maneira transparente e participativa, princípios e padrões comuns a serem adotados pelo setor, que garantam o desenvolvimento de uma pecuária sustentável, socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável.

FONTE: WWF BRASIL

domingo, 15 de novembro de 2015

Trabalho e renda a partir da reciclagem

Foto: Secom Campos/Divulgação
Em tempos de sustentabilidade e maior conscientização ambiental, lixo tem sido sinônimo de dinheiro. Atualmente, em Campos, cerca de 60 representantes de famílias de ex-catadores do antigo aterro controlado da Codin mudaram de vida com a implantação de duas cooperativas, a Reciclar, no Parque Novo Eldorado, e a Cata Sol, no Parque Aldeia, em Guarus. Mensalmente é enviada pela secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Campos, a matéria-prima destinada às cooperativas, que é o lixo seco da coleta seletiva do município produzida pela população, que gera renda. Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Ambiental, Jorge Rangel, equipes da secretaria têm realizado novos cadastros intensificando o Programa de Coleta Seletiva, para que, cada vez mais catadores possam aderir às cooperativas e, com esses recursos, garantir a renda da família. Na cooperativa Reciclar, por exemplo, os cooperativados já recebem um salário mínimo. Se mais pessoas aderirem ao programa de Coleta Seletiva, os recursos poderão aumentar.
Ex-catadora, Sandra Genásio da Silva, 37 anos, trabalhou por 10 anos no aterro controlado da Codin. “Eu me empenho muito para que a cooperativa continue a dar certo e tenho fé em Deus que vai ser um grande sucesso. Estou trabalhando muito para isso, pois o que ganho aqui é fundamental na minha casa”, disse ela.
De acordo com o secretário Jorge Rangel, a coleta seletiva tem contribuído na renda de ex-catadores. Ele disse que na Reciclar, por exemplo, os trabalhadores já estão obtendo uma renda de um salário mínimo. “Assim também poderá ganhar aqueles que trabalham na Cata Sol. E os valores podem sempre aumentar de acordo com a produção”, diz ele.
— É a realização de um sonho antigo. Agora estamos trabalhando com dignidade e levando renda para nossas casas — destacou a presidente da cooperativa Cata Sol, Érika Borges.
Na inauguração foi assinado um Termo de Cooperação Técnica, permitindo a unidade receber 50 toneladas de lixo mensalmente.
As duas Unidades de Triagem de Material Reciclável possuem banheiros, refeitório, escritório e amplos espaços, onde está localizado todo o maquinário adequado para separação do lixo, como prensa e grandes contêineres. Antes de começarem a trabalhar, os ex-catadores passaram por capacitação e treinamento, além de terem recebido todo material de trabalho adequado.
Nos últimos meses, apesar das constantes campanhas de conscientização pelo Programa de Coleta Seletiva, a crise econômica do país vem refletindo na coleta de material reciclável. “Sabemos que, com a queda do consumo, é natural que a quantidade caia. Mas, estamos na expectativa de que, quanto mais conscientes as pessoas estejam sobre a importância de separar o lixo, mais material teremos para fornecer aos cooperativados”, disse o superintendente de Limpeza Pública, Carlos Morales.
O termo de cooperação técnica da Prefeitura com as cooperativas prevê a doação de material e o acompanhamento técnico, além de ter fornecido o galpão, equipamentos e custear despesas, como água e luz. A cooperativa recebe o material reciclável, faz a separação de garrafas pet, papelão e vidro e, depois, vende. “São preços diferenciados. Tudo é prensado e vendido. O valor arrecadado é dividido entre os cooperados”.
Morales destaca, ainda, que todos os cooperados também receberam Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para o manuseio adequado do material. Ele faz um apelo à população para que não coloque, junto com o lixo, seja reciclável ou não, materiais pontiagudos e perfurantes. “Já aconteceu de ter seringas e isso pode machucar quem manuseia o material. Então, a gente pede que não coloquem também agulhas e vidros para evitar que machuque as pessoas”, reforça.
Coleta seletiva é estimulada
O trabalho de coleta seletiva implantado em Campos pela secretaria de Desenvolvimento Ambiental junto com as cooperativas de catadores que foram implantadas na cidade vem crescendo a cada dia e nos últimos 12 meses, o número do lixo reciclado chegou a 1.470 toneladas, o que mostra o sucesso do trabalho realizado. Entre 2009 e o quinto bimestre de 2015, esse número chegou a 6.422 toneladas.
Atualmente, são três caminhões da empresa contratada para o serviço, recolhendo diariamente o lixo nos locais determinados através de cadastro realizado pela própria secretaria. “Atualmente, temos oito funcionários percorrendo os diversos bairros da cidade, no trabalho de cadastramento de residências e pontos comerciais que estejam dispostos a colaborar com o programa.
A conscientização da população é cada dia maior e o aumento do quantitativo tem sido gradual”, afirmou o superintendente de limpeza pública, Carlos Morales.
Segundo ele, estão sendo visitadas residências e vários estabelecimentos como shoppings, condomínios, salões de festa, escolas e supermercados, para que os caminhões possam recolher o lixo reciclável, através de GPS, que já indica o local exato de busca.
Além disso, um trabalho de conscientização através de palestras tem sido realizado em escolas, condomínios e até mesmo em hospitais, como aconteceu recentemente no Álvaro Alvim, para médicos e funcionários, sobre a necessidade de preservação do meio ambiente, com a separação do lixo.
Quem ainda não foi visitado por equipes da secretaria e deseja se integrar ao programa, deve se dirigir à sede da secretaria para se cadastrar. “O lixo reciclável é trocado por adubo orgânico que é disponibilizado a todos os que participam”, declarou Morales. (A.N.)
FONTE: FOLHA DA MANHÃ (http://www.fmanha.com.br/)

sábado, 14 de novembro de 2015


Reprodução do Brasil 247
Reprodução do Brasil 247


Documentos comprovam que Cunha movimentou o dinheiro na Suíça que o lobista João Henriques depositou numa das contas. A documentação já existente é mais do que suficiente para Cunha ser condenado no Supremo Tribunal Federal, mas isso vai demorar. Em circunstâncias normais garantiria a cassação do seu mandato. Porém, o jogo do vale tudo vai ser decisivo. Acredito que o Conselho de Ética seja favorável à cassação, mas no plenário tudo vai depender da mobilização popular para pressionar os deputados. Cunha agora joga para que o Conselho de Ética não tome uma decisão até o recesso de final de ano para ganhar tempo. 

Por que as formigas desapareceram de região no sul da Argentina

Cientistas descobrem efeito colateral 'indesejado' do plantio de árvores em zona árida na Patagônia.

Laura PlittDa BBC Mundo
O estudo mostra que o reflorestamento pode ter grandes consequências em um escossistema e que precisa ser analisado com cautela (Foto: Amy Austin)O estudo mostra que o reflorestamento pode ter grandes consequências em um escossistema e que precisa ser analisado com cautela (Foto: Amy Austin)
Um dos inúmeros benefícios que as árvores prestam à humanidade é o de absorver parte do dióxido de carbono da atmosfera.
E, com a ameaça do aquecimento global causado pelo homem com a emissão em grandes quantidades de gases do efeito estufa, plantar árvores parece ser a "estratégia perfeita": mais árvores significam mais absorção de CO2 que, por sua vez, geram menos aquecimento.
Mas alguns pesquisadores alertam para a importância de se observar o ecossistema de cada região antes de optar pelo plantio desenfreado de árvores. Em uma região da Patagônia, no Sul da Argentina, por exemplo, as formigas desapareceram justamente por causa de um desequilíbrio no sistema causado pelo florestamento (plantio de árvores em região em que não havia floresta).

No sul da Argentina, a poucos quilômetros de San Martín de los Andes, na província de Neuquén, foram plantadas árvores tanto em lugares áridos, como em úmidos. Esse tipo de florestamento não planejado permitiu a Amy Austin, pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas da Universidade de Buenos Aires, e a sua equipe estudar o impacto disso em ecossistemas a longo prazo.
"O que vimos é que plantar espécies exóticas tem um efeito sobre todos os aspectos do funcionamento dos ecossistemas", disse a pesquisadora.
"Vimos mudanças na produtividade primária (isto é, no crescimento das plantas nativas), alterações na abundância da fauna do solo, nas cadeias alimentares, na decomposição e reciclagem do carbono, e não sabemos quais serão as consequências dessas mudanças", completou.
O que Austin e Arzac conseguiram observar nesse tempo foi uma diminuição considerável da presença de formigas nesta região da Patagônia.
 Na Patagônia argentina foram reflorestados cerca de 70 mil hectares  (Foto: Amy Austin)Na Patagônia argentina foram reflorestados cerca de 70 mil hectares (Foto: Amy Austin)
"Diminuiu abruptamente a abundância desses organismos (artrópodes) nessas regiões de reflorestamento e quase desapareceram alguns grupos específicos como os solifugae, que são artrópodes predadores, e as formigas", explicou Arzac.
"Esse tipo de plantações geralmente traz formigas mais exóticas que vivem com essas espécies e acabam invadindo e dominando a biodiversidade natural."
"Mas aqui aconteceu o contrário e não sabemos por quê. Pode ser que tenha sido por causa da sombra que as árvores criam ou pelas mudanças na química do solo. Isso é algo que ainda vamos estudar", diz.
Importância
O desaparecimento das formigas pode parecer algo pouco relevante, mas elas cumprem funções essenciais nos ecossistemas - como a reciclagem de nutrientes, segundo as pesquisadoras. "Além disso, elas afetam a dinâmica da vegetação, dispersando as sementes e ainda ajudam a regular outras populações de insetos", diz Arzac.
Fazendo uma análise mais cautelosa, Austin classifica esses efeitos como indesejados – em vez de negativos – já que ainda não houve estudo mais profundo sobre o verdadeiro impacto dessa florestamento.
o caso da Patagônia argentina, os programas de florestamento foram iniciados nos anos 1970. Naquele momento, o Estado estimulava essa atividade para aumentar a produção de celulose e papel.
 As folhas do pinheiro não se decompõem tão fácil na terra  (Foto: Amy Austin)As folhas do pinheiro não se decompõem tão fácil na terra (Foto: Amy Austin)
E ainda que as árvores analisadas pelo grupo de Austin não tenham sido plantadas com a intenção de captar CO2, elas representam um bom caso de estudo, justamente por sua idade de quase quatro décadas. Nesse período, elas passaram por diferentes experiências de precipitações, já que algumas foram plantadas em zonas áridas, tais como pastagens, e outras em lugares de floresta nativa.
Cautela
Nesse sentido, Austin põe em xeque a estratégia do plantio de árvores com o objetivo de reduzir o CO2 da atmosfera. Ao menos no caso da Patagônia, onde houve florestamento com pinheiros espaçados por onde não havia árvores.
"Como estratégia para diminuir o carbono, a ação não teve muito sucesso, pelo menos nesse ecossistema local", explica a cientista.
O problema dos pinheiros é que eles soltam muitas pinhas e essas folhas secas têm muitos compostos que não se dão com os organismos que vivem no solo. Assim, as folhas demoram mais para se decompor na terra.
Isso significa que esse acabou não sendo o mecanismo mais eficiente na hora de tirar o carbono da atmosfera. Por isso, no caso da implementação dessa estratégia na Patagônia, "os custos superam os benefícios."
Amy Austin e sua equipe trabalhando na região da Patagônia (Foto: Amy Austin)Amy Austin e sua equipe trabalhando na região da Patagônia (Foto: Amy Austin)
Mas o que aconteceria se essas árvores fossem cortadas? "Ainda não sabemos se os ecossistemas poderiam voltar ao que eram antes", disseram as pesquisadoras.
"Não quero dizer categoricamente que reflorestar é bom ou ruim, mas a minha mensagem é que quando o foco disso é centrado unicamente em diminuir a quantidade de carbono no ecossistema, perde-se a perspectiva sobre os efeitos colaterais disso", diz Austin.
Se a ideia é plantar árvores com esse fim, é uma estratégia que precisa ser implementada com cuidado, alerta a pesquisadora.
FONTE: http://g1.globo.com/