quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Acumulador

Acumulador

Não jogar nada fora por 40 dias deixa claro o quanto consumimos e o tamanho do nosso lixo. E chama atenção para um novo distúrbio psicológico.

por Felipe van Deursen
Foto: Eduardo Svezia | Ilustração: Sérgio Bergocce | Design: Paula Bustamante | Adaptação: Laura Rittmeister

O lixo da minha vizinha é limpinho. Ainda bem. Abri e fucei a sacola preta que ela põe na lixeira do andar. Embalagens de comida congelada, de itens de cozinha e de banheiro. Eu já tinha tudo aquilo de monte, não me interessava. Precisava só de seis garrafinhas de uma marca de cerveja conhecida. Como sei que ela sempre bebe essa marca, achei que poderia repor minha coleção. Por três dias, ao chegar do trabalho, dava um alô ao lixo da vizinha, com cuidado para não fazer barulho e provocar os estridentes latidos de seus mínimos cães. No quarto dia, consegui: ela tinha se permitido tomar umas a mais na véspera, e eu faturei as garrafas. Agora sim, poderia voltar ao meu acúmulo de objetos. Tudo isso porque vacilei ao ir a uma festa sem levar a mochila que vinha servindo para carregar o entulho particular para casa. Naquela noite, não tive onde guardar as garrafas consumidas e não poderia computar o acúmulo. Quando procurei um segurança para pedir uma sacola, ele fez uma cara petulante, como se pensasse "quem é esse trouxa?".

Passei 40 dias juntando tudo o que ganhei ou comprei, sem jogar nada fora, a não ser restos orgânicos. Juntei um bocado. Não me considero consumista, mas é mais fácil se achar uma pessoa econômica, sustentável e tudo mais quando você deixa de pensar no próprio lixo assim que põe os sacos para fora de casa. Se você passa a juntar tudo o que consome, o cenário muda. Todo dia, somamos mais de um quilo de dejetos, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Sem essa quantia se acumulando debaixo do mesmo teto em que se dorme, fica mais difícil ter noção do quanto de lixo produzimos. Ao decidir não jogar nada fora, tentei aprender a conviver com a porcalhada pegajosa em casa. Se uma pesquisa do Ibope de 2012 diz que dos brasileiros não faz ideia de onde seu lixo vai parar, agora eu sabia para onde o meu ia: debaixo da pia ou, depois de não caber mais nada, ao lado da cama. Evitava olhar, mas ele estava lá, importunando olhos e narizes de quem chegasse perto.

LIXO DE EMERGENTE

A Abrelpe diz que em 2012 as cidades brasileiras geraram quase 64 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Lixo é decorrência de consumo, e consumo é termômetro de a quantas anda uma economia. De modo geral, quanto mais rica uma população, mais poder de consumo ela tem, logo mais lixo ela produz. Noruegueses, americanos, suíços e neozelandeses superam os 2,5 kg diários de lixo per capita. A taxa do Brasil, apesar do enriquecimento do País, ainda é menos que a metade disso. Há dez anos, nossa geração de lixo por habitante era de 955 g. Desde então, a população cresceu cerca de 10%, e o volume de lixo subiu 21%. Sinal do aumento do poder de consumo, graças especialmente às 40 milhões de pessoas que engrossaram a classe média no período. Com isso, dá para sentir o aumento do rastro de bandejas de carne, caixas de leite e sacolas de shopping no caminho. Efeito colateral do enriquecimento.

Consumir faz parte da vida, lindo. Mas precisa tanta embalagem? Fora isso, alguns produtos poderiam ter seu design repensado. Por que escovas de dentes não têm refil, para repor as cerdas gastas? Outro exemplo: dos 7,5 cm de um cotonete comum, 5 cm são a haste de plástico, que poderia ser usada de novo. Mas vai tudo para o lixo (embora eu tenha lavado e, bem, ele fica parecendo um inútil gnomo molhado). Há os excessos de pequenas embalagens, também. Quando fui almoçar em um restaurante japonês, os palitos vieram embrulhados em papel. Ao comer no trabalho ou na rua, se fosse "levar para viagem", invariavelmente eu ganhava de brinde dezenas de guardanapos - às vezes embalados. E sempre muito mais do que precisava, a não ser que fosse alimentar um filhote de urso. Canudos, então... Em todas as ocasiões me deram mais de um. A maioria embrulhada. Por que preciso de três canudinhos? Por que embalados?

Higiene, economia, preservação. Existem motivos para as embalagens existirem, é claro. E também existem profissionais especializados em buscar melhorias nelas, para que sejam mais úteis e menos dispendiosas. Enquanto isso, nós seguimos comprando e consumindo. A Associação Brasileira da Indústria do Plástico prevê que cada pessoa no Brasil consumirá 46 kg de plástico em 2015. Um aumento que acompanha a escalada global. Em 1950, a produção mundial de plástico era de 1,5 milhão de toneladas, coisa à toa. Atualmente, são 265 milhões de toneladas por ano. Com essas e outras, nós chegamos a bizarrices como a ilha de plástico do Pacífico, uma monstruosidade sem tamanho definido, com uma área maior que o Estado de Minas Gerais nas estimativas mais humildes. Um lixão formado pelo encontro mundial de pedaços pequenos da turma do polietileno: garrafas PET, tampinhas e sacolas, entre outros.

EMBRULHOS E ENTULHOS

Embalagens são um símbolo do consumismo. É algo que ficou mais claro nos anos 70, lembra Carlos Anjos, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Na época, surgiram os grandes supermercados e os sistemas de pegue-pague e self-service. "As mercadorias deixaram de ser vendidas a granel", diz. Foi a explosão dos saquinhos.

Nos últimos anos, tem gente querendo reverter esse lado menos útil e agressivo das embalagens. A maioria ainda são protótipos ou ações temporárias, mas já mostram um caminho. A Wikipearl, uma loja de Paris, vende sorvetes e iogurtes sem nenhuma embalagem plástica. Seus produtos vêm envoltos em uma tecnologia desenvolvida pelos criadores da empresa, que consiste em uma película feita de partículas naturais de comida que não absorve sujeira. Uma embalagem comestível, em suma. A Natura lançou uma linha de produtos cujas embalagens têm 70% menos plástico. Ano passado, o Bob¿s embalou seus sanduíches com papel comestível. Todo ano, designers do mundo todo são premiados por criações que reduzem o desperdício, como o sul-coreano Yeong Keun Jeong, que inventou uma embalagem de manteiga com tampa em forma de faca. Mas são medidas pontuais. Ainda falta muito para termos embalagens mais inteligentes e funcionais em grande escala.

O lixo nosso de cada dia assusta, ainda mais quando não se abre mão dele. Foi o que ocorreu comigo. A mesa no trabalho ficou impraticável com tantos papéis e copinhos de uma água escura e doce que uma máquina no fim do corredor oferece como café. Não encontrava livros sob meus escombros. No 23º dia, a faxineira do andar levou uma bronca de seus superiores por, visivelmente, ter abandonado uma das mesas da redação da SUPER. Na verdade, ela só estava respeitando o aviso "por obséquio, não retire o lixo nem de cima nem debaixo da mesa". Tudo foi resolvido. Após os devidos esclarecimentos, meus dejetos e o emprego dela estavam a salvo.


Só que meu lixo (e o seu e o de todo mundo) é, por incrível que pareça, ridiculamente pequeno perto do que outros setores provocam. O especialista em resíduos sólidos Maurício Waldman, autor de Lixo: Cenários e Desafios, diz que o lixo urbano, aquele acumulado pelas cidades e seus habitantes, representa só 2,5% dos detritos mundiais. Os grandes sujadores do planeta são pecuária, mineração e agricultura. Há uma interseção de geração de lixo entre os setores, por isso a soma dá mais de 100% (veja mais no infográfico abaixo). Mas como uma fazenda pode causar tanto estrago? Os dejetos dos 7,9 milhões de porcos de Santa Catarina poluem quatro vezes mais que o cocô de todos os brasileiros juntos. E uma mineradora? "Cada parte de ouro gera 5 milhões de partes de resíduos", diz Waldman. "Quem compra aliança pensa na montanha de lixo envolvida?". Por isso que, ao olhar para trás e analisar toda a cadeia de produção, especialistas dizem que cada saco de lixo que geramos representam 60 sacos produzidos anteriormente. Os meus seis grandes sacos de lixo representam, então, 360. O grosso do lixo pode estar longe da cidade, mas ainda é nosso. E, com tanto consumo, criamos um distúrbio psicológico.

A NOVA DOENÇA

Todo mundo é consumidor. Muitos são consumistas. E há os acumuladores compulsivos, uma das novas doenças descritas no DSM-5, o manual da Associação Americana de Psiquiatria, publicado no primeiro semestre. O distúrbio, até então, era um subitem do transtorno obsessivo compulsivo (TOC). Mas uma série de estudos mostrou diferenças entre eles, e agora os especialistas passam a vê-los de maneira separada. Acumuladores compulsivos são pessoas que juntam de maneira patológica objetos de tudo que é tipo. Há os acumuladores de roupa, de lixo e até de gatos. Eles não são colecionadores, pois não fazem a catalogação dos objetos típica de quem coleciona. Acumuladores não têm controle sobre suas coisas. Os pertences ocupam cômodos inteiros e influem drasticamente na vida deles. Muitos são abandonados pela família por não se livrarem de nada. Outros viram questão de saúde pública.

Todo esse problema está ligado a um distúrbio cerebral que deixa a capacidade de tomar decisões extremamente complicada. Sim, pode ser difícil para qualquer um se desfazer de algo. Mas, para essas pessoas, é quase impossível. Dói. Eles nunca sabem quando vão precisar daquilo, se jogam fora ou não, se vão ou não se arrepender. Então, postergam, deixam para decidir em um dia que nunca chegará. "Muitas vezes, o indivíduo sente uma necessidade de comprar objetos associada a uma sensação de culpa", diz o psiquiatra Eduardo Perin, do Consórcio Brasileiro de Pesquisa em TOC.

Existem relatos de acumuladores compulsivos desde o século 14, mas eles nunca estiveram tão em evidência. A abundância de objetos baratos e acessíveis talvez tenha transformado isso em um dos grandes distúrbios do nosso tempo, dizem os especialistas Randy Frost e Gail Steketee em Stuff ("coisas", sem edição no Brasil). Segundo o livro, nos Estados Unidos, há 40 anos, quase ninguém alugava depósitos externos para guardar objetos que não cabem em casa. Hoje, essas áreas ocupam o equivalente à cidade de Vitória, no Espírito Santo: 93 km2 servindo unicamente para acumular posses. Os EUA têm duas vezes mais shoppings que escolas. Para os autores, é difícil desvencilhar isso do fato de os acumuladores compulsivos terem ganhado mais destaque: entre 2 e 5% da população americana tem a doença. Existem pouquíssimos dados a respeito no Brasil, mas se ela realmente estiver ligada ao comportamento consumista de uma sociedade, como já se vê nos EUA, estamos nesse caminho.


Alguns pesquisadores já começam a citar outro tipo de acúmulo. "Estamos nos transformando em acumuladores digitais", diz Russell W. Belk, especialista em consumismo e professor da Universidade York, no Canadá. "Músicas, e-mails, fotos...". Para ele, é uma forma de entulho que incomoda menos, já que não ocupa espaço físico, mas que não deixa de ser acumulismo. E a internet proporciona muito mais que posses virtuais, é evidente. Nas três compras online que eu fiz em 40 dias, por exemplo, juntei uma quantidade considerável de papelão, papel, plástico e isopor. Em uma delas, um pote resistente veio todo envolto em plástico-bolha, como se fosse de vidro. Um desperdício. Pagamos o conforto de receber em casa com mais embalagens e mais lixo, talvez mais que o necessário para um transporte seguro.

Mas, para falar a verdade, eu estava menos preocupado com o excesso de papelão e plástico das grandes varejistas online do Brasil do que com a possibilidade de algum rato aparecer no meu quarto. Por mais que não houvesse comida e eu lavasse tudo, as embalagens ainda guardavam uma fração daquilo que preservaram um dia, quando reluziam em uma gôndola ou vitrine. Era uma lembrança nada cheirosa de seu passado recente. Em um mês, meu banheiro estava impregnado com um cheiro forte de charuto misturado com jornal velho e margarina. Nenhum animal nojento foi visto em meus domínios, ufa, embora tenha recebido um ou outro olhar de estranheza ao viajar de ônibus com uma sacola de lixo. Virei motivo de piada para meus amigos e colegas de trabalho. Fui apelidado de lixão e rainha da sucata. Meus primos perguntaram se virei catador.

Não sou acumulador compulsivo, então se livrar do lixo não foi um dilema. Mas percebi que sou muito mais consumista do que achava. Ganhei ou comprei 20 livros, ainda não li nenhum deles e dificilmente me livrarei de algum em pouco tempo - curioso como acumuladores de livros não são vistos com maus olhos. Em vez disso, folheei um romance inspirado na história real de dois irmãos americanos do começo do século 20, excêntricos e milionários, os Collyer. Um deles, Langley, acabou virando, provavelmente, o acumulador compulsivo mais famoso dos EUA. A história é trágica. Após décadas acumulando objetos tão díspares como jornais, pianos e um Ford T em sua mansão, Langley foi encontrado morto pela polícia, preso entre uma cômoda e uma cama. Ratos já haviam comido parte do seu rosto. A causa da morte foi igualmente triste e estranha. Ele foi soterrado pelos seus próprios objetos. Foi morto pelo seu lixo.

Fontes Associação Brasileira do Alumínio (Abal); Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA); Agência Europeia do Ambiente (AEA); Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea); Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO); Programa da ONU para o Meio Ambiente.

Declaração de Lima pede reconhecimento do papel vital da Amazônia para o clima

Declaração de Lima pede reconhecimento do papel vital da Amazônia para o clima

Suzana Camargo - Planeta Sustentável - 08/2014

Alexander Torrenegra/Creative Commons

Também conhecida como Pan-Amazônia, a região do continente sulamericano que engloba parte dos territórios de nove países - entre eles o Brasil, é uma das maiores reservas naturais e de biodiversidade da Terra.

Nela se encontram mais de 40% das florestas tropicais úmidas remanescentes no planeta e milhares de espécies da fauna e flora ainda desconhecidas. Nada menos que 350 grupos indígenas vivem na Amazônia, 60 deles em isolamento voluntário.

Dada à importância deste gigantesco e fundamental bioma, representantes de entidades públicas e privadas, organizações não governamentais e movimentos sociais e indígenas assinaram a Declaração de Lima ou Chamado da Pan-Amazônia, na capital do Peru, em 07/08. Foram mais de 200 pessoas reunidas durante o 3º Encontro Pan-Amazônico.

O documento conclama governos a reconhecer o papel vital da região para regular o clima e garantir a segurança climática para a humanidade e pede atenção especial ao tema durante a 20ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP20), que será realizada em Lima, no início de dezembro.

Entre as recomendações da declaração estão a valorização da Amazônia e a"urgência em proteger florestas, rios e serviços prestados pelos seus ecossistemas prestam às sociedades para fazer frente às mudanças climáticas". 

A intenção é que seja feito um esforço internacional integrado. Em breve o documento será entregue a representantes da França, sede da COP-21 em 2015, bancos, empresas, Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), entre outros atores importantes.

Durante o encontro em Lima, o cientista brasileiro Antonio Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), apresentou o estudo "O Futuro Climático da Amazônia". Nele, o pesquisador explica o papel fundamental da região para estabilizar o clima regional e global, manter o ar úmido na América do Sul, além da responsabilidade em influenciar a produção de chuvas no continente

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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Caatinga

Plano vai proteger espécies ameaçadas de extinção


    ICMBio
    Papagaio-de-cara-suja é uma das espécies beneficiadas
    Lançado pelo ICMBio, o PAN Aves da Caatinga vai diminuir a captura e o tráfico, além de conhecer o tamanho populacional

    Com objetivo de reduzir a perda e alteração de habitat, a pressão de caça, o tráfico e manter ou incrementar as populações de aves, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) lançou, no dia 08/09,  o Plano de Ação Nacional para Conservação das Aves Ameaçadas de Extinção da Caatinga (PAN Aves da Caatinga), que será coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave).
    O PAN Aves da Caatinga abrange dez espécies ameaçadas de extinção: Hemitriccus mirandae (maria-do-nordeste); Lepidocolaptes wagleri (arapaçu-de-wagler); Penelope jacucaca (jacucaca); Phylloscartes beckeri (borboletinha-baiana); Phylloscartes roquettei (cara-dourada); Xiphocolaptes falcirostris (arapaçu-do-nordeste); Pyrrhura griseipectus (periquito-de-cara-suja); Rhopornis ardesiacus (gravatazeiro); Sclerurus cearensis (vira-folha-cearense); e Sporagra yarrellii (pintassilgo-do-nordeste).
    COMBATE AO TRÁFICO
    A meta é diminuir a captura e tráfico do Pyrrhura griseipectus (periquito-de-cara-suja), e a caça do Penelope jacucaca (jacucaca) e do Crypturellus noctivagus zabelê (zabelê) , além de conhecer a população e área de ocupação de Pyrrhura griseipectus. Há também outras espécies beneficiadas a exemplo do Augastes lumachella (beija-flor-de-gravata-vermelha); Formicivora grantsaui (papa-formiga-do-sincorá); Formicivora iheringi (Papa-formigas-da-caatinga) e Scytalopus diamantinensis (tapaculo-da-chapada-diamantina).
    Com a execução do PAN, será possível estimar o tamanho populacional das espécies para manter ou ampliar a área de ocupação conhecida. Também se espera trabalhar para reduzir as taxas de perda de formações de Caatinga e promover conectividade de remanescentes em áreas importantes identificadas para a conservação das espécies.  O plano, que será mantido e atualizado no site do Instituto Chico Mendes, vai vigorar até fevereiro de 2017.


    Meio Ambiente repõe ipês que morreram na beira valão

    Meio Ambiente repõe ipês que morreram na beira valão

    A morte de duas árvores, no período da prolongada estiagem recentemente, levou a secretaria de Meio Ambiente a providenciar o plantio de mudas na avenida José Alves de Azevedo, no centro de Campos, imediações da Rodoviária Roberto Silveira. O objetivo da medida é manter as árvores como cartão-postal na primavera.
    O secretário Zacarias Albuquerque destaca que foram plantadas cinco mudas já desenvolvidas, com altura superior a 2,5m, para evitar que vândalos danifiquem as mudas com facilidade.
    — O ipê é uma árvore que proporciona beleza natural na floração. Por isso, cuidamos de repor a árvore que morreu e acrescentar outras, como medida preventiva, caso alguma outra venha a ter algum problema. Cuidamos de todas elas para que permaneçam viçosas. De qualquer forma, as cinco árvores plantadas nesta semana no trecho compreendido entre a Avenida 28 de Março e a Rodoviária Roberto Silveira vão acrescentar mais beleza neste trecho, quando atingirem a idade do florescimento — detalha o secretário.
    Zacarias acrescenta que devido à extensão da faixa em grama junto ao cais na margem do rio Paraíba do Sul, ao longo da Bartolomeu Lysandro, no Jardim Carioca (Orla I), foram plantadas 12 mudas do ipê amarelo, que vão dar mais beleza durante a florada.
    (A.N.)
    FONTE FOLHA DA MANHA ONLINE

    Ameaça ao Paraíba só aumenta

    Ameaça ao Paraíba só aumenta

    Suzy Monteiro
    Fotos: Héllen Souza/Antônio Cruz
    Enfrentando a pior seca já registrada na história — ou, pelo menos, desde que começou a ser feita a medição do rio Paraíba do Sul, há 84 anos, — municípios da região estão recebendo intervenções emergenciais para evitar um desabastecimento. Em São João da Barra deverá ser feita uma dragagem nas proximidades de Cajueiro, para tentar reverter a inversão do fluxo no pontal, que tem provocado salinidade. No município de São Fidélis, a Cedae está realizando uma adaptação para manter a captação.
    Em Campos, o Paraíba está na menor cota já registrada: 4,7 metros, mas a situação está sob controle, segundo informou a concessionária Águas do Paraíba. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que, junto com a secretaria estadual do Ambiente (SEA), vem acompanhando e monitorando todas as consequências da estiagem que assola a bacia do rio Paraíba do Sul, além de avaliar a necessidade de intervenções para diminuir os riscos de abastecimento para os usuários fluminenses.
    Último município a receber a água do Paraíba, São João da Barra passa por uma situação crítica e já teve seu abastecimento interrompido durante horas em alguns dias este ano. O nível do Paraíba no município que, normalmente é de 4,20m, está em 2,20m, com alguns pontos chegando a 1,80m. Há alguns anos o rio já vem mudando seu curso no Pontal de Atafona e, quando a maré enche, acontece o fenômeno de intrusão salina — o mar avança para dentro do rio. Porém, de acordo com o diretor do Comitê do Baixo Paraíba, João Siqueira, agora, com a seca extrema, está ocorrendo com mais evidência.
    — Antes, o mar avançava cerca de 4,5km, mas, depois, quando a maré baixava, tudo voltava ao normal. Agora já está em 6km a inversão de fluxo. Mas não é um problema único. Vários municípios estão em situação de alerta. Não há registro na história de um período de estresse hídrico como o atual — preocupa-se Siqueira.
    O Inea confirmou a situação em SJB, informando que a tomada d’água da Cedae, para abastecimento do município de São João da Barra, localiza-se no rio Paraíba do Sul a cerca de 5km da sua foz e vem apresentando dificuldades na captação de água devido a intrusão salina, agravada pela diminuição na vazão em Santa Cecília e estiagem prolongada na bacia dos rios Pomba e Muriaé: “A Secretaria Estadual do Ambiente (Sea) e o Inea vêm avaliando, junto à Cedae, alternativas para minimizar os problemas pontuais de interrupção de fornecimento de água para o município de São João da Barra”, disse a assessoria, em nota.
    Ainda de acordo com a assessoria, a Cedae, no início do mês de agosto, implantou a primeira medida emergencial para diminuir esses problemas. Reativou um poço de 20l/s, capacidade equivalente a 25% da demanda de todo o município. Alternativas complementares estão sendo avaliadas, como uma dragagem no rio Paraíba do Sul ou o deslocamento do local da captação atual para o outro braço do rio Paraíba do Sul ou a montante da captação atual.
    Segundo o Inea, além de São João da Barra, existem ações emergenciais em implementação em Barra do Piraí, executada pela Cedae, e em Barra Mansa, executada pela prefeitura municipal com aporte financeiro do Comitê do Médio Paraíba do Sul. Essas intervenções serão suficientes para garantir a normalidade do abastecimento nestes municípios para a vazão de 160m³/s, que será implantada no próximo dia 10 de setembro.
    Adaptação para evitar prejuízos à população
    Em São Fidélis, a Cedae está fazendo uma adaptação na estrutura para manter a captação, descendo os canos cerca de 30cm. O nível do Paraíba no município é de 1 metro e na última sexta-feira, a régua registrada 25cm. O secretário de Meio Ambiente, Leandro Peixoto, diz que, com a intervenção da Cedae, a situação está estável e o abastecimento regular. Mas o município continua em estado de alerta: Existe uma instalação removível através de balsa preparada para fazer a captação, se continuar a seca.
    Já em Campos, a concessionária Águas do Paraíba diz que a situação está sob controle: “Não há necessidade de alarmismo e sim, de conscientização em torno da indispensável economia de água e uso eficiente”. E acrescenta: “Mesmo em condições muito mais severas, a Estação de Tratamento de Água da Coroa, uma das maiores, mais completas e complexas do Estado do Rio de Janeiro, tem condições de captação, tratamento e distribuição de água, ou seja, até menos da metade do atual nível , que está em torno de 4,70 metros”.
    Acordo intermediado para redução da vazão
    Em função da seca que atinge a região Sudeste e com a ameaça de São Paulo de desviar parte da água do Paraíba para garantir o abastecimento da Grande São Paulo, a Agência Nacional de Águas (ANA) intermediou um acordo entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No último dia 1º, começou, em caráter experimental, a redução da vazão afluente à barragem de Santa Cecília, no rio Paraíba do Sul, de 165m³/s para 160m³/s, até 30 de setembro.
    Nesta segunda-feira (8), acontece uma reunião de avaliação e para definir quanto da vazão será retirada do município do Rio e quanto do restante dos municípios fluminenses abastecidos pelo Paraíba. Essa nova divisão começa a valer dia 10 e vai até 30 de setembro. Mas a Resolução da ANA pode ser questionada judicialmente. O procurador da República em Campos, Eduardo Santos, afirmou que está analisando a publicação e deve pedir a anulação da Resolução, prevendo prejuízos no abastecimento de água no município. A publicação da ANA permite também que a vazão do rio Jaguari, afluente do rio Paraíba do Sul, seja elevada de 10 metros cúbicos por segundo (m3/s) para 43 m3/s, o que faz com que o Estado do Rio passe a ter uma vazão menor de água. O procurador é autor de uma ação que questiona a transposição proposta pelo governo paulista e na próxima semana o Supremo Tribunal Federal (STF) deve escolher o relator.
    FONTE

    terça-feira, 9 de setembro de 2014

    E o destino dessas embalagens?

    E o destino dessas embalagens?Afonso Capelas Jr. - 05/08/2014 às 16:12

    EMBALAGENS_OK_3
    Tenho dúvidas se estas embalagens são recicláveis: as metalizadas de salgadinhos, biscoitos, café, chicletes e chocolates, conhecidas como BOPP; as plastificadas que embalam pacotes de papel sulfite; e as parafinadas de copos descartáveis como os de fast food. Gabriela Ferrari, São Paulo.
    Gabriela, antes vamos desvendar o que é esse tal BOPP. É a sigla para polipropileno biorientado. Traduzindo, é um filme plástico muito resistente e largamente utilizado para produzir as embalagens de salgadinhos, biscoitos, chocolates e barras de cereais, sorvetes, entre outros.
    A indústria alimentícia adora esse material. Ele é leve, flexível, resistente, suporta pintura e pode ser metalizado para preservar o conteúdo. De quebra, essas embalagens têm um apelo publicitário interessante, porque são coloridas e chamativas.
    Os fabricantes também gostam de garantir que sim, os BOPPs são 100% recicláveis, e estampam essa informação nas embalagens para aliviar a consciência dos consumidores.
    Só que não. A esmagadora maioria desse material vai mesmo é para os aterros (e para os lixões, já que eles não foram desativados até 2 de agosto passado, como exigiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos).
    Existe tecnologia para reciclar BOPP. Na prática, entretanto, o material é um“mico” para os recicladores, como diz o especialista em resíduos sólidos Sandro Donnini Mancini, da universidade Estadual Paulista (Unesp) de Sorocaba, SP.
    Duvido que elas sejam recicladas. Os recicladores fogem delas, porque estão cheias de gordurasujeira e muita tinta, que atrapalham o processo”, explica Donnini.
    Resumindo: no Brasil as embalagens BOPP são puro lixo que ninguém quer. Nem os catadores informais, porque não valem dinheiro para eles.
    Dito isto – e para não ficar apenas nas notícias ruins – saiba que empresas alimentícias como a Nestlé e a Kraft Foods estão apoiando a construção de uma fábrica que recicla os BOPPs. Mas não se anime tanto: essa fábrica vai ficar na Inglaterra.
    No Brasil, a TerraCycle consegue dar um destino mais nobre ao BOPP. A empresa recebe as embalagens dos consumidores e com elas produz bolsascarteiras,mochilaslixeiras e até displays para expor produtos em supermercados. Uma iniciativa plausível, mas ainda tímida diante da quantidade de embalagens produzidas e descartadas.
    Quanto aos outros materiais como as embalagens plastificadas de papel sulfite e os copos de papel parafinado de refrigerantes, o professor Donnini é categórico: “Não existe uma linha própria de reciclagem para eles. Recomendo que o consumidor coloque esses materiais junto com os papéis comuns. Com alguma sorte eles podem ser reciclados junto com eles”.
    O que nós, consumidores, podemos fazer para que a reciclagem seja uma prática séria e economicamente viável neste país? Certamente o primeiro passo é eleger políticos efetivamente engajados com a questão.
    cobrar deles o que precisa ser feito. É nossa responsabilidade como cidadãos. Caso contrário vamos chafurdar no lixo.
    Imagem – Creative Commons
    Tem alguma dúvida sobre qualquer tema de sustentabilidade no seu dia a dia (mobilidade urbana, energia, reciclagem, inovação, água, meio ambiente)? Então faça sua pergunta. Envie seu e-mail para pergunteaoafonso@gmail.com. Sua dúvida será respondida aqui no blog Sustentável na prática.

    Papa critica religiosos que vivem como ricos

    Papa critica religiosos que vivem como ricos

    O pontífice também defendeu a castidade que 'expressa a entrega exclusiva ao amor de Deus'

    Getty Images
    Papa Francisco
    Francisco encerrará na segunda uma visita histórica por ser a primeira de um papa em 25 anos à Coreia do Sul
    Seul - O papa Francisco criticou neste sábado a 'hipocrisia' dos religiosos que 'vivem como ricos' e pediu que a comunidade eclesiástica mantenha o voto de pobreza durante sua visita a um centro católico de atendimento a incapacitados na Coreia do Sul.
    'A hipocrisia dos homens e mulheres consagrados que professam o voto de pobreza e, no entanto, vivem como ricos, prejudica a alma dos fiéis e prejudica à Igreja', declarou Francisco perante quatro mil membros das comunidades religiosas sul-coreanas no complexo de Kkottongnae, 100 quilômetros ao sul de Seul.
    O pontífice também defendeu a castidade que 'expressa a entrega exclusiva ao amor de Deus', em um momento em que se propõe o desaparecimento do celibato na Igreja Católica.
    'Todos sabemos o exigente que é (a castidade) e o compromisso pessoal que comporta. As tentações neste campo requerem humilde confiança em Deus, vigilância e perseverança', disse o papa aos religiosos sul-coreanos.
    Posteriormente Francisco se encontrou com 150 representantes dos laicos da Igreja Católica sul-coreana, a quem pediu auxílio para ajudar aos pobres e esforços para que todos os cidadãos desfrutem da 'dignidade de ganhar o pão e manter suas famílias'.
    Também lhes instou em seu discurso a 'promover os casamentos' nos tempos atuais, que qualificou como 'uma época de grande crise para a vida familiar'.
    O líder do Vaticano, que iniciou na quinta-feira uma viagem de cinco dias a Coreia do Sul, conheceu no terceiro dia de sua visita o complexo católico Kkottongnae, onde são atendidas milhares de pessoas com incapacidade.
    Antes deste encontro com os incapacitados, o pontífice beatificou 124 mártires do país na praça de Gwanghwamun de Seul, em cerimônia assistida por centenas de milhares de pessoas.
    Francisco encerrará na segunda-feira uma visita histórica por ser a primeira de um papa em 25 anos à Coreia do Sul, que abriga 5,4 milhões de católicos, mais de 10 % da população. 

    segunda-feira, 8 de setembro de 2014


    Conjunto Nova Sepetiba; ao lado Garotinho entrega chave de casa a moradora
    Conjunto Nova Sepetiba; ao lado Garotinho entrega chave de casa a moradora


    Na minha campanha eleitoral em 1998 estive com Rosinha no Trevo das Missões, no acesso da Avenida Brasil à Rodovia Washington Luiz e fiquei comovido com a situação das pessoas que moravam ali, em barracos cobertos de papelão e pedaços de plástico, em condições degradantes. Prometi que se fosse eleito voltaria para construir casas dignas para as famílias. E naquele dia disse para Rosinha: "Precisamos fazer um revolução habitacional no nosso estado. Quero construir muitas casas". Nascia ali o "Morar Feliz", o maior programa habitacional da história do Rio de Janeiro, que nos governos Garotinho e Rosinha construiu 28 mil casas e reformou mais de 50 conjuntos habitacionais em todo o estado.

    É claro que muita gente nem tem idéia do que nós fizemos porque a imprensa escondeu. E é importante destacar que construímos casas com recursos do Estado. Não é como hoje, quando as únicas casas construídas são do Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. Cabral nem na Região Serrana fez as casas que prometeu aos desabrigados.


    Nova Sepetiba

    Nova Sepetiba 2
    Nova Sepetiba 2


    Só no Conjunto Nova Sepetiba 1 e 2 foram entregues 4 mil casas a pessoas extremamente carentes ou que moravam em áreas de risco. É bom destacar que na época o deputado Carlos Minc (PT) e a secretária municipal de Habitação do Rio, Solange Amaral foram para a Justiça tentar impedir que construísse as moradias. É inacreditável. São da turma que não faz, por isso não quer que os outros façam. Mas foram derrotados e muitas famílias realizaram o sonho da casa própria.


    Favelas que viraram bairros

    Conjunto Fazenda Botafogo, em Costa Barros, e Parque Vila Nova, antiga Favela do Lixão, em Duque de Caxias
    Conjunto Fazenda Botafogo, em Costa Barros, e Parque Vila Nova, antiga Favela do Lixão, em Duque de Caxias


    Além do Trevo das Missões que era uma favela e virou um conjunto habitacional, outros casos iguais foram o da Favela do Lixão, uma favela que estava nascendo na Fazenda Botafogo e outra na Lagoinha, em Nova Iguaçu. Nesses locais o barracos deram lugar a casas e prédios.

    A Favela do Lixão, na entrada de Duque de Caxias era uma vergonha. Fizemos a primeira parte das casas, depois Cabral parou com a obra. Demos dignidade aos moradores que ainda ganharam do lado, o Restaurante Popular Dom Mauro Morelli.

    O Conjunto da Fazenda Botafogo tem uma curiosidade. Eu já era governador e um dia vinha de um inauguração na Baixada Fluminense, estava no helicóptero (a trabalho é bom que se diga) sobrevoando a região quando vi uma favela nascendo num descampado. Pedi ao piloto, meu amigo comandante Maia, para pousar, apesar da reclamação da segurança que achava perigoso, que dizia que eu estaria correndo um grande risco. Pousamos e os moradores quase não acreditaram. Um governador indo ali e fazendo questão de conversar com eles. Me abraçaram e pediram ajuda. Prometi que construiria casas para todos. E assim foi feito. Cumpri a minha promessa levantando o Conjunto Fazenda Boatafogo. Vocês não fazem idéia da emoção, da alegria de cada pessoa a que eu e Rosinha entregamos chaves das suas novas casas. É isso que me realiza como homem público, poder melhorar de verdade a vida das pessoas.


    Casas por todo estado

    Governadora Rosinha entrega casas no interior; abaixo, casas construídas no interior
    Governadora Rosinha entrega casas no interior; abaixo, casas construídas no interior


    Mas não pensem que fizemos casas apenas no Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense ou na Região Metropolitana. O programa Morar Feliz construiu moradias em mais de 75% dos municípios, de norte a sul do nosso estado levando em consideração a realidade de cada região.

    Imaginem se nós tivéssemos recebido recursos federais como acontece com Cabral.

    Por isso, em 2002 quando deixei o governo para ser candidato a presidente da República pelo PSB, quando tive mais de 15 milhões de votos, uma das minhas propostas era a criação do Ministério da Habitação. Estive no Senado (vide abaixo), onde critiquei a falta de uma política habitacional do governo FHC e defendi a criação de um ministério para cuidar dessa área prioritária para o desenvolvimento do Brasil e para dar dignidade a milhões de famílias que vivem em condições subumanas ou em áreas de risco.

    Reprodução do Jornal do Senado
    Reprodução do Jornal do Senado



    Reforma dos conjuntos habitacionais

    Conjunto do Moinho, em Campo Grande, reformado por Garotinho
    Conjunto do Moinho, em Campo Grande, reformado por Garotinho


    Dentro do programa Morar Feliz investimos também na reforma dos conjuntos habitacionais do estado, alguns da década de 1960, que jamais tinham passado por uma reforma. Recuperamos mais de 50 conjuntos beneficiando 46 mil famílias que voltaram a viver em condições dignas, em prédios pintados, com impermeabilização, reforma hidráulica e outras melhorias. Entre os conjuntos reformados está o maior da América do Sul, o Dom Jaime Câmara, em Bangu, onde moram 26 mil pessoas, mais do que muitas cidades. Em Bangu também fizemos um Restaurante Popular.

    Como podem constatar construímos muitas casas, 28 mil, como nenhum outro governador fez. Melhoramos a moradia de dezenas de milhares de famílias. Isso sem falar no kit-construção que possibilitou a milhares de outras famílias que possuíam terrenos, poderem levantar suas casas. Foi uma verdadeira revolução habitacional, que a imprensa teve medo de mostrar, mas que agora vocês tomaram conhecimento. Isso tudo mostra que quando há vontade política, quando o interesse público fala mais alto, e não os negócios privados, como no governo Cabral, é possível fazer muito para melhorar a vida das pessoas. Essa é a função de um governo. 
    FONTE: BLOG DO GAROTINHO

    A Lei cidade limpa deveria ser nacional?

    A Lei cidade limpa deveria ser nacional?

    Implantada em 2007, a lei que restringiu propagandas em locais públicos deu uma nova cara à cidade de São Paulo. Só no primeiro ano, cerca de 1.300 outdoors e mais de 100 mil faixas foram banidos. Será que vale a pena expandi-la para todo o país? Confira abaixo prós e contras sobre a questão

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    Gabriela Portilho Mundo Estranho - 07/2014
    ILUSTRAÇÃO - Erik Souza


    PORQUE SIM

    1. São Paulo não é o único exemplo de sucesso. Mais de 100 cidades já a adotaram, total ou parcialmente. Entre elas, Londrina e Florianópolis. Grandes capitais, como Nova York e Barcelona, têm normas para a publicidade na paisagem urbana. São proibidos, por exemplo, anúncios ao redor da Torre Eifel, em Paris

    2. Retirando a publicidade, aumenta a preocupação estética com construções e monumentos, que não ficarão escondidos atrás de placas. Valoriza-se o patrimônioartístico da cidade. "A paisagem é de todos, não apenas daqueles que querem vender os seus produtos", afrma a urbanista Regina Monteiro

    3. "As cidades podem copiar apenas alguns trechos da lei, de acordo com suas necessidades", explica Regina. A adesão ampla resolveria outro problema: hoje, anunciantes migram os outdoors para cidades vizinhas que não têm a regra ou dão um "jeitinho", como instalar placas em terrenos particulares próximos às estradas estaduais

    4. Atualmente, a publicidade está em tudo o que olhamos: na televisão, nas revistas, na internet, nos aplicativos de celular... Portanto, a diminuição dela nas ruas não prejudica nosso contato com novas marcas e produtos. E além disso, sem tantas faixas ou outdoors, conseguimos apreciar melhor a beleza da cidade

    PORQUE NÃO
    1. Nenhuma grande metrópole proibiu completamente anúncios exteriores, como em São Paulo. Em geral, eles são tolerados em áreas específicas, quase sempre longe dos centros históricos. Nova York e Tóquio, por exemplo, convivem bem com painéis eletrônicos de alta definição

    2. "Se for organizadadisciplinada fiscalizada, não há motivos para proibir completamente a publicidade na cidade", afirma o publicitário Luís Cláudio Marchesi. Ela pode até atrair mais dinheiro para os cofres públicos. Anúncios em ônibus, por exemplo, poderiam custear o passe livre para estudantes

    3. Segundo estimativas, 20 mil empregos foram encerrados em São Paulo com a restrição. Cerca de 100 empresas fecharam - não só agências de publicidade, mas serralherias, gráficas e marcenarias. Os pequenos comércios foram os mais impactados, porque não têm verba para recorrer à publicidade em outras mídias

    4. Ela não só prejudica a indústria publicitária como também afeta as próprias empresas, que perdem dinheiro, porque não conseguem alcançar os clientes. Além disso, a fim de cumprir a norma, a prefeitura de São Paulo apagou murais de grafiteiros renomados, como OSGEMEO
    S

    Amazônia sofre com o crescente desmatamento

    Amazônia sofre com o crescente desmatamento

    Triste notícia para as florestas: pelo segundo mês consecutivo, aumentou o desmatamento na Amazônia Legal. Segundo boletim elaborado pelo Imazon, foram detectados 355 km² de áreas sem vegetação

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    Foto: Daniele Gidsicki/Creative Commons

    Pelo segundo mês consecutivo neste ano, aumentou a área desmatada na Amazônia Legal, região que engloba nove estados brasileiros e corresponde a quase 60% do território do país.

    Segundo o Boletim do Desmatamento, elaborado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia(Imazon), em Belém, em julho último foram detectados 355 quilômetros quadrados de áreas sem vegetação, o que representa 134% a mais do que em julho de 2013.

    No mês passado, o Imazon já tinha constatado um exponencial crescimento no desmatamento em relação ao mesmo período do ano anterior, como noticiamos aqui no Planeta Sustentável 

    De agosto de 2013 até julho de 2014, o desmatamento acumulado chegou a 2.044 quilômetros quadrados na região. O estado do Pará continua sendo o maior responsável por este resultado.

    Já no Mato Grosso, é onde aparecem as maiores áreas de florestas degradadas, aproximadamente 97 quilômetros quadrados, número 5% superior ao encontrado em julho do ano passado.

    O levantamento - que mais uma vez revela péssimas notícias, foi divulgado justamente dias após especialistas internacionais terem assinado a Declaração de Lima, em que conclamam governos do mundo todo a reconhecer o papel vital da Amazônia para a segurança climática da humanidade
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    9 hábitos que ajudam você a funcionar melhor de manhã

    9 hábitos que ajudam você a funcionar melhor de manhã

    Mesmo quem tem disposição só durante a noite pode ter manhãs mais produtivas, com mudanças de alguns comportamentos

    Getty Images
    Pessoa acordando com despertador
    Fazer exercícios e dedicar a parte da manhã a tarefas simples são maneiras de funcionar melhor nesse período
    São Paulo – Em uma sociedade em que a maioria das empresas, serviços e atividades funciona em horário comercial, das 9h às 18h, quem tem dificuldade para levantar cedo costuma sofrer com essa rotina. Com o cansaço, sono e atrasos frequentes, as pessoas que têm hábitos mais noturnos ainda podem ficar com a fama de preguiçosas e pouco comprometidas, diante daqueles que não encontram obstáculos para começar o dia a todo vapor. Esse problema, no entanto, não precisa ser eterno.
    De acordo com o psicólogo e professor Sérgio Medeiros, alguns hábitos simples podem ajudar a funcionar melhor na parte da noite. “Há certos limites. A pessoa não vai inverter completamente seu ciclo biológico, mas ela pode ser produtiva, mesmo assim”, afirma. O especialista, que também é coordenador do curso de Psicologia no centro universitário IBMR, indica algunscomportamentos e ideias úteis para dar mais ânimo durante a manhã e melhorar a qualidade de vida. Confira.
    Reconhecer a dificuldade de acordar, sem culpa
    Viver sem culpa e reconhecer que o ritmo do próprio corpo não é igual ao de outras pessoas “matutinas” é o primeiro passo para conseguir mudar essa realidade, segundo Medeiros. Para ele, é importante adquirir o hábito de não se depreciar ou pensar mal de si mesmo pelo fato de ter mais dificuldade para funcionar de manhã. Essa consciência pode ser muito útil na hora de dar o segundo passo.
    Perceber que hábitos são mutáveis
    Outro padrão de pensamento que influencia diretamente na conduta diária é a convicção de que é possível mudar. “Os hábitos são mutáveis. Não é simples mudar o relógio biológico, mas é possível”, diz. Isso significa que, ao sentir a necessidade de render mais de manhã, nada impede que o corpo e a cabeça sejam treinados para tal.
    Dormir mais cedo
    Muita gente que tem dificuldades para acordar cedo adota uma rotina com atividades capazes de varar a madrugada. Não é de se admirar que os bocejos e desânimo invadam as manhãs dessas pessoas. Por isso, para Sérgio Medeiros, um bom hábito a ser incorporado no dia a dia é calcular quantas horas são necessárias para ter um sono revigorante e, a partir desse número, estabelecer um horário máximo para estar na cama.
    “No começo, é comum ter dificuldade de dormir mais cedo, mas é importante entender que isso é transitório”, afirma. Para estimular o sono, ele recomenda realizar atividades mais calmas pouco tempo antes de dormir, como ler um livro cujo tema não seja muito estimulante ou ligado ao trabalho.
    Não sofrer por antecipação na hora de dormir
    Um hábito que atrapalha bastante a qualidade do sono e que, por isso, prejudica as atividades do dia seguinte é pensar nas tarefas pendentes antes de dormir. Esse costume típico dos domingos, em que as pessoas começam a sofrer antecipadamente pela chegada da segunda-feira, prejudica a noite de descanso e aumenta as dificuldades na hora de acordar. “É programar o despertador e mudar de assunto”, diz o psicólogo.
    Começar o dia com o que dá mais prazer
    Organizar as ideias e colocá-las em um papel pode ajudar a perceber que levantar junto com o sol pode não ser tão ruim assim. Sérgio Medeiros afirma que vale a pena fazer uma lista com aquilo que agrada e o que desagrada na nova rotina e, a partir dela, começar o dia com as coisas mais prazerosas.
    Esse hábito funciona como uma espécie de recompensa para si mesmo, por ter conseguido acordar cedo. Esse método pode ainda ser ampliado para outros horários do dia. “Já que conseguiu levantar da cama no horário, a pessoa pode estabelecer uma premiação para si, como tomar um chopp depois do trabalho ou fazer outra coisa de que goste e se sinta bem”, diz.
    Realizar tarefas mais simples de manhã
    Para não demorar além do necessário em determinadas tarefas e não se frustrar com isso, o ideal, segundo o especialista, é deixar os afazeres mais complexos para o horário da tarde e da noite, quando se está mais focado. Assim, o período da manhã ficaria para aquilo que for mais simples de se fazer, como atividades mecânicas ou de contato pessoal.
    Tomar café
    Para driblar o sono e começar bem o dia, um bom café pode ajudar a despertar com mais facilidade. O mesmo vale para outras substâncias estimulantes e que contêm cafeína, como chá preto, chá verde e chocolate. “Algumas pessoas não gostam muito ou não podem consumir, mas, para quem pode e acha bom, isso é efetivo”, afirma Medeiros.
    Fazer exercícios
    Outro modo de ter mais disposição de manhã é fazer exercícios físicos logo no início do dia. Geralmente, praticar atividades físicas nesse horário acelera o organismo e dá mais disposição para enfrentar os desafios do dia. Mas esses benefícios são mais sentidos se a pessoa tiver uma boa noite de sono e se estiver bem nutrida e hidratada para malhar.
    Evitar bebidas alcoólicas antes de dormir
    “Quem tem hábito de ingerir bebida alcoólica pouco antes de dormir deve tomar cuidado, pois a pessoa pode acordar mais cansada no dia seguinte”, afirma o especialista. Segundo ele, para modificar a rotina e acordar mais cedo e com mais disposição, é preciso abrir mão desse pequeno prazer, pelo menos temporariamente, até que o corpo se adapte à nova realidade e o horário de despertar não seja mais um desafio hercúleo a ser transposto.