quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Quando comecei minha horta urbana

Quando comecei minha horta urbana

Nosso repórter mergulha no universo da agricultura nas cidades e descobre a importância do contato com a terra.


PORDanilo Sanches/ Fotografia: Alex Silva/ Lettering: Caetano Calonimo

Edição 132


Quando aluguei o apartamento, as duas floreiras já estavam na janela. Decidi plantar ali, mas, por muito tempo, elas serviram só para juntar água da chuva e aparar bitucas de cigarro dos amigos. Eu sabia que, do ponto de vista da sustentabilidade, uma horta urbana era "bastante legal", mas ainda não tinha entendido o poder de plantar em casa. Ia adiando o projeto, até o dia em que parei para me esconder da chuva em uma loja de jardinagem e aproveitei para comprar dois pacotinhos de sementes.

Lia as letras grandes nos pacotinhos leves: "manjericão" e "hortelã". Acostumado ao vale-quanto-pesa, me peguei descrente. Procurei data de validade, olhei desconfiado para o velhinho que talvez tivesse me surrupiado R$ 2... Mas não. Nada parecia errado.

Eu tinha uma meta: plantaria manjericão para as macarronadas e hortelã para os mojitos, e, como Scarlett O'Hara, jamais sentiria fome de novo. Nada me demoveria daquela ideia. A não ser chegar em casa e descobrir que faltava algo fundamental: a terra. "Paciência", me diziam os pacotinhos" - um deles aberto, pois não aguentei a curiosidade de saber como eram as sementes de hortelã. No fim, tudo deu certo: na semana seguinte, comprei um saco com dez quilos de terra cheirosa, que acabaram esparramados no tapete da sala, antes de conseguir encher as floreiras.

Plantei. Plantei exatamente como sugeriam as instruções. Levei a sério a história de regar e fui além, batendo um papo com as floreiras. No entanto, nada de as plantinhas germinarem. Comecei a ficar apreensivo. Me lembrei do feijão no chumaço de algodão que plantei na infância: quanta eficiência! Uma semana e já era uma miniatura do pé-de-feijão da história. Eu tinha calculado que a terra, sendo mais fértil que o algodão, e a hortelã, sendo menor que o feijão, já me dariam umas folhazinhas apontando na terra nos primeiros dez dias. Mas não. "Tem que morrer pra germinar", dizia o Gil. Me peguei confundindo a letra da música e achando que as ervas só brotariam depois que eu estivesse morto.Não era para tanto. Finalmente elas brotaram, totalmente desiguais, dando uma aula avançada de "quem manda aqui é a natureza". Humilde, tomei a lição e segui regando. Plantei umas flores para animar a outra ponta da janela e me distrair enquanto aprendia algo sobre amor incondicional: era preciso regar sem cobrar das plantas que florescessem. Regar o invisível.


As pessoas e as plantas

Comecei, então, a fase dois do meu aprendizado. A convite de um amigo querido e muito sábio, fui passar o Natal em um sítio de produção de alimentos orgânicos na beira do Rio Pardo, em Caconde, interior de SP. Não quis dar muito na cara, mas me sentia como o Daniel San de Karatê Kid, totalmente despreparado, querendo aprender a colher o abacaxi, organizar a composteira, cuidar da agrofloresta e do jardim de ervas, tudo ao mesmo tempo e sem a menor intimidade com as ferramentas.

Em volta da mesa, esperando o jantar, agradecemos de coração honesto pela comida fresca que estava sendo servida. Me lembrei das palavras de Maria Regina Godinho, que forma turmas de agricultura urbana desde 2007, em São Paulo: "é como se a pessoa precisasse se abrir para o carinho que é lidar com a terra". Até então, eu não tinha me dado conta de que aqueles pacotinhos leves que comprei do velhinho, naquele dia chuvoso, estavam cheios de carinho. Agora, eu me sentia o Marco Polo da agricultura sustentável, incumbido de levar à cidade um pouco do cheiro do Rio Pardo que ficou no meu All Star. Quando cheguei em casa e fui plantar na floreira a semente da maçã que acabara de comer, um espanto: tinha nascido, sozinho, um pé de couve ali.

E então já era o ano novo, e os jornais traziam a notícia de que agricultores urbanos estavam pleiteando que o novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, incluísse no Plano de Metas que os espaços urbanos fossem usados para abrigar hortas comunitárias e composteiras. A demanda partiu de um movimento de pessoas que acha que os espaços públicos devem servir, também, para plantar.

Eram grupos como o dos Hortelões Urbanos, que colheu mais de 100 kg de chuchu em uma horta na Praça das Corujas, na Vila Beatriz, em São Paulo. O grupo tem outras iniciativas, como a dos Ciclistas, na Avenida Paulista, e a da Vila Pompéia. Segundo Claudia Visoni, uma das fundadoras dos Hortelões, a força dessas iniciativas é tanta que, se todos os espaços urbanos ociosos da capital paulista fossem usados para o cultivo, 40% da demanda alimentar da cidade seria suprida pela produção interna.

Pesquisando por aí, fui ver que o mundo todo já estava atento para essas possibilidades. Vi iniciativas como os Seeds Savers ("salvadores de sementes"), nos Estados Unidos, que criam bancos de sementes para salvar a biodiversidade. Vi agricultores urbanos na Espanha plantando nos espaços que ainda ousavam ser cinza, e iniciativas famosas como a do Incredible Edible, na cidade de Todmorden, no Reino Unido, Horta pontual, nos encontros ao meio-dia do terceiro domingo de cada mês.

Cheguei a achar que estivesse atrasado para a revolução, mas a Letícia me convenceu do contrário. Ela se apresentou como Letícia Momesso e disse que fazia jardins que cabem em qualquer lugar. Quando cheguei na Peperômia "empresa que ela criou para abrigar o projeto", quem me recebeu foi o Jorge Ben Jor, no rádio: "A terra é seu nutriz receptáculo. Sua força ou potência está inteira, se ela é convertida em terra".

O plano de Letícia é aproximar pessoas e plantas e, a partir desta relação, retomar uma forma saudável de viver nas cidades. "Principalmente em São Paulo", disse, "onde as pessoas carecem de saúde e de contato com a terra". Com as oficinas de jardins, o projeto prova que, para plantar, basta querer. Vi jardins plantados em sofás e até em pingentes de colar. E aprendi: plantar une as pessoas. Com mais hortas, os laços comunitários correriam sério risco de se fortalecer.


A seu tempo

Lá em casa, meus pés de hortelã e manjericão já renderam belas receitas. O pé de maçã está pequeno ainda e tenho tempo antes de me descabelar a respeito do que fazer com ele. A flor morreu e a couve eu não tive coragem de comer. Estou esperando a visita de um amigo que me disse para parar de onda e comê- la logo - farei para ele um jantar com couve refogada.

Agora, estou mais atento à sazonalidade dos alimentos. Faz diferença saber que em tal época a cenoura cresceu menos, mas a batata está mais bonita. A gente vê que o meio está oferecendo aquele alimento prioritariamente. E que nosso corpo, harmonizado com isso, vai trabalhar melhor. No fim, é como diz a Thereza Peric no livro Se o Jardim Voasse Não Seria Jardim, Seria Avião: "basta uma só flor... e já é jardim". Basta um manjericão, e já é horta. Na minha janela.

Economia verde na China enfrenta grandes desafios


Economia verde na China enfrenta grandes desafios

José Eduardo Mendonça - 03/12/2013 

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Transição tropeça em poluição e gap tecnológico
A China tem políticas consistentes de transição para uma economia verde, mas há obstáculos significativos, incluindo seus problemas com a poluição e o gap de tecnologia entre empresas chinesas e suas concorrentes internacionais. É o que afirma um estudo patrocinado pelo programa ambiental da ONU e pelo ministério de proteção ambiental chinês.
O relatório conjunto, divulgado hoje, recomenda o aumento do investimento em pesquisa e desenvolvimento para enfrentar os desafios ambientais e ajudar o setor de baixo carbono a ser competitivo globalmente.
O relatório diz que o país se tornou um líder mundial em investimentos em energia renovável, com grande parte da capacidade instalada de usinas eólicas, além de ser o maior fabricante de painéis solares fotovoltaicos.
O investimento verde formou 5% do pacote de estímulos chinês de 2008, de U$ 570 bilhões, medida que ajudou a indústria ambiental a crescer para mais de 3% do PIB. A China também investiu em eficiência energética industrial, o que levou a uma queda de 19% em intensidade de energia por unidade do PIB.
Ainda assim, a China é o maior emissor global de gases estufa, em grande parte por sua forte dependência de carvão e petróleo, que respondem por quase 90% do consumo de energia. O país também consome 60% do cimento mundial, 49% do aço e do ferro e 20% da energia.
A poluição também é uma questão importante que ameaça o desenvolvimento da economia verde, diz o relatório. Cerca de 90% dos cursos de água urbanos estão poluídos, e a poluição do ar contribui com 1.2 milhão de mortes prematuras por ano.
Com o pais caminhando rápido para a urbanização, o documento afirma que a China “não apenas precisa desenvolver edifícios mais eficientes, mas também criar cadeias de fornecimento que diminuam a geração de desperdício e o consumo de materiais e o uso de energia,” informa o China.org.
Foto: sachman75/Creative Commons

FUNDO DA MATA ATLÂNTICA É REGULAMENTADO POR LEI ESTADUAL

FUNDO DA MATA  » Ascom SEA

Experiência pioneira fez Rio de Janeiro ser considerado o estado que aplica com mais eficiência seus recursos de compensações ambientais

O Governo do Estado encaminhou e a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou projeto de lei que instituiu o chamado Fundo da Mata Atlântica (FMA). O fundo é um inovador mecanismo operacional e financeiro que permite uma execução mais ágil, eficiente e transparente dos projetos voltados para as unidades de conservação – parques, reservas biológicas, estações ecológicas e outras – do Rio de Janeiro com recursos de compensações ambientais e outras verbas não orçamentárias.

A compensação ambiental é um valor, definido em lei federal, em que os empreendimentos que causem um significativo impacto ambiental devem contribuir para apoiar a implantação destas unidades, incluindo regularização fundiária; construção de sedes, alojamentos, centros de visitantes, guaritas, pórticos, cercamento, sinalização etc.; contratação de planos de manejo; aquisição de veículos, equipamentos e mobiliário e outras atividades imprescindíveis para o seu bom funcionamento.

O FMA já havia sido criado em caráter experimental com base na legislação federal, sendo operado – por convênio com a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) – pelo Funbio, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) sediada no Rio de Janeiro e com ampla experiência nesta área.

O fundo já teve depositados recursos da ordem de R$ 180 milhões, dos quais cerca de R$ 40 milhões já foram executados em projetos diversos, tanto em unidades de conservação estaduais quanto federais e municipais, e mesmo em reservas particulares do patrimônio natural (RPPNs) – um tipo de parque privado reconhecido oficialmente –, sempre buscando maximizar a conservação da biodiversidade fluminense.

MODELO BEM-SUCEDIDO

“O protótipo do FMA, agora plenamente consolidado na legislação estadual, foi tão bem-sucedido em seu propósito que ensejou a visita de delegações de diversos outros estados para conhecê-lo, e diversos já estão em vias de implantar um modelo semelhante, como é o caso de Paraná e Pará”, afirma o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), André Ilha.

Além disso, o Governo Federal, através do Ibama e do Instituto Chico Mendes (ICMBio), que administra as unidades de conservação da União, e técnicos do próprio Tribunal de Contas da União (TCU) vieram conhecer de perto esta experiência inovadora, que fez com que o Rio de Janeiro ganhasse amplo reconhecimento como sendo o estado que aplica com maior eficiência os recursos de suas compensações ambientais.

A mesma lei autorizou o Estado do Rio de Janeiro a cobrar – também com base em dispositivo contido na lei federal que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) – pelos chamados serviços ecossistêmicos proporcionados por estas unidades, mais especificamente pelas antenas e linhas de transmissão instaladas em seus limites e para as quais inexiste alternativa locacional.

“Esses recursos serão muito importantes para ajudar a manter todas as novas estruturas construídas através do Fundo da Mata Atlântica, para que os parques e reservas fluminenses possam cumprir plenamente os motivos para os quais foram criados: preservar a fauna, a flora e os ecossistemas nativos, resguardar as paisagens naturais notáveis e oferecer oportunidades de lazer, contemplação, educação ambiental e pesquisa científica nestes espaços protegidos”, diz o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc.

INEA INAUGURA SEDE DE ESTAÇÃO ECOLÓGICA NO NORDESTE FLUMINENSE COM CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

INEA INAUGURA SEDE DE ESTAÇÃO ECOLÓGICA NO NORDESTE FLUMINENSE COM CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

 04/12/2013 - 19:15h - Atualizado em 04/12/2013 - 19:15h
 » Ascom SEA
Unidade de conservação que protege remanescente de Mata Atlântica conta com telhado verde, energia solar e outros itens verdes

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) inaugurou hoje (4/12) o complexo da sede administrativa da Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba, unidade de conservação de proteção integral com cerca de 3.260 hectares situada no Município de São Francisco de Itabapoana, na Região Nordeste do estado.

Em solenidade que contou com a participação da presidente do Inea, Marilene Ramos, e do diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do órgão ambiental, André Ilha, foram detalhados todos os materiais ecológicos utilizados na construção sustentável do complexo da sede.

Dentre os itens destacados, estão o projeto arquitetônico priorizando a ventilação e iluminação naturais, telhado verde, coletor solar nos postes e refletores, aproveitamento de energia solar, reuso de água de chuva e sistema de tratamento do esgoto com biodigestor.

“Esta foi a primeira sede de unidade de conservação estadual a ser concebida atendendo inteiramente aos conceitos se sustentabilidade, visando à redução do consumo de energia e conforto ambiental de seus usuários”, afirmou Marilene Ramos.

A estação ecológica foi criada em 2002 para preservar o último remanescente expressivo, em todo o Norte e Noroeste fluminense, de uma mata estacional conhecida como “mata de tabuleiro” – um tipo de floresta que perde parte de suas folhas na época mais seca do ano. A unidade de conservação preserva também áreas alagadas do Rio Guaxindiba, que lhe emprestou o nome, que abrigam espécies típicas de fauna e flora destes ambientes.

“A estação preserva o que restou de uma mata muito maior, que era tristemente conhecida como Mata do Carvão, devido à ação de carvoarias e madeireiras que operaram naquela região durante décadas”, disse André Ilha.

PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
Esta mata abriga espécies de 36 famílias botânicas, dentre elas madeiras-de-lei ameaçadas típicas da Mata Atlântica, como a peroba-de-campos, o jacarandá-da-bahia, o angico e o pau-ferro.

Dentre os diversos animais que ali encontram refúgio, destacam-se o gongolo-gigante, uma espécie de centopeia bastante rara, e mamíferos como preás, capivaras, cachorros-do-mato, jaguatiricas, bugios e a rara preguiça-de-coleira (ameaçada de extinção). Nos brejos ocorre também o jacaré-de-papo-amarelo e aves igualmente ameaçadas, como o papagaio chauá e o gavião-pombo.

O complexo da sede da unidade, construído em terreno próximo aos seus limites doado pela municipalidade, compreende, além da sede propriamente dita, alojamentos para guarda-parques, alojamentos para pesquisadores, residência funcional do chefe, centro de visitantes, pórtico, guarita e uma torre de observação da mata – de onde se tem uma vista muito boa devido à natureza plana da região.

Embora estações ecológicas sejam um tipo de unidade de conservação que não admite a visitação com fins recreativos ou turísticos, ela pode receber grupos com caráter educacional, em visitas pré-agendadas a trilhas interpretativas acompanhadas por um de seus guarda-parques.

A pesquisa científica na unidade será incentivada e gerida pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), que firmou protocolo de intenções com o INEA para tal ali e nos parques estaduais do Desengano e Lagoa do Açu.  

Oceanos podem ficar 170% mais ácidos até 2100

Oceanos podem ficar 170% mais ácidos até 2100



Um estudo sobre a acidificação dos oceanos deve ser apresentando, nesta semana, na COP 19 - Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. A publicação aponta que o aumento da acidez colocará em risco a biodiversidade marinha.
A situação preocupante dos oceanos não é novidade. Entre diversas pesquisas já realizadas, em 2012, foi apresentado um relatório na Califórnia, elaborado por especialistas em acidificação dos oceanos. O documento “Sumário para formuladores de políticas públicas”, que será levado à reunião da ONU, afirma que o problema é causado pelas atividades humanas, em consequência dos 24 milhões de toneladas de CO2 acumulado nos oceanos, que alteram a química da água.
“Quando o CO2 se dissolve na água do mar, forma-se o ácido carbônico. Este processo, denominado de acidificação oceânica, está tornando a água do mar mais corrosiva para conchas e esqueletos de numerosos organismos marinhos, bem como afetando seus processos de reprodução e fisiologia”, explica o documento.
De acordo com o estudo, os impactos já foram detectados em diversas regiões do planeta e, futuramente, podem alterar a cadeia alimentar, a biodiversidade e os recursos pesqueiros.
Segundo o documento, as emissões atuais de CO2 são maiores do que as projeções do pior cenário elaborado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, divulgado há uma década. Ele também estima que a acidez aumentou 30% desde o início da Revolução Industrial, em meados de 1760, e o receio é que seja mantido o ritmo atual. “Não se sabe como ou se os organismos marinhos se adaptarão a esta acidificação”, destaca a pesquisa.
A economia será diretamente afetada ao atingir a indústria pesqueira e os frutos do mar. Além disso, ameaçará a segurança alimentar de milhões de pessoas. A acidificação também pode tornar a maioria das regiões oceânicas inóspita para os recifes de corais, o que também afetará o turismo.
Por conta disso, o estudo garante que os custos para evitar os impactos negativos será menor do que os necessários futuramente para compensar os prejuízos da falta de ação. Veja aqui o estudo completo.
Redação CicloVivo

O Código Florestal é capaz de nos deixar sem água


Doutora em educação ambiental, presidente do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, fellow da Ashoka, líder Avina e Empreendedora Social Schwab.

O Código Florestal é capaz de nos deixar sem água
Suzana M. Padua - 12/09/11

Sem mata o reservatório assoreia e a água cai de qualidade ou acaba. Foto: Eduardo Ditt
A mudança do Código Florestal vai permitir um desmatamento inigualável na história do Brasil, e a água que sai de nossa torneira pode ficar ameaçada de desaparecer. Isso porque desmatamentos em nascentes, cursos d’água e reservatórios afetam a disponibilidade da água que é produzida na natureza. A tendência é que o problema cresça exponencialmente se o Código Florestal sofrer as mudanças almejadas por Aldo Rebelo, Kátia Abreu e os demais políticos que as defendem.

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, instituição da qual faço parte, trabalha há quase duas décadas com questões socioambientais em uma localidade que pode ilustrar a gravidade da questão. O reservatório do Rio Atibainha, localizado em Nazaré Paulista, São Paulo, é parte do Sistema Cantareira, responsável por fornecer 70% da água de São Paulo, mais de 90% da água consumida em Campinas, e percentuais quase totais da que é fornecida às demais cidades da região, que conta com cerca de 9 milhões de pessoas.

A retirada das florestas nativas nas proximidades do reservatório emitirá aproximadamente 380 mil toneladas de CO2 na atmosfera. Esta quantia equivale à poluição causada por uma frota de 12 mil veículos movidos à gasolina durante toda a sua vida útil. São as florestas que propiciam uma mitigação no efeito das mudanças climáticas, através da absorção de CO2 da atmosfera, um dos gases causadores de efeito estufa.


Nazaré: trecho com mata e cachoeira. Água abundante. Foto: Eduardo Ditt
Grave, também, é a sedimentação que a retirada das florestas nativas causará. Segundo os pesquisadores do IPÊ, é como se um carregamento de 220 toneladas de sedimentos fossem jogados dentro da represa por ano. Sem florestas, a terra desliza para dentro do reservatório até não existir mais espaço para a água. A função de armazenamento de água ficará assim comprometida, além de dificultar a produção agrícola da qual muitos dependem, inclusive a agricultura daqueles que defendem a mudança do Código Florestal.

"Desde a construção do reservatório do Atibainha as pressões têm sido grandes. Houve um adensamento populacional e os indicadores socioeconômicos são tipicamente de áreas pobres. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Nazaré Paulista está em 72º lugar dos 75 municípios paulistas"
Apenas para exemplificar, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) – que tem intervenções reguladas pela emenda 164 -, como encostas de morros e as beiras de rios, são justamente os locais chave para a “produção de águas”. A proposta é que o poder de legislar sobre elas seja conferido aos Estados, o que amplia a possibilidade de haver um desmatamento massivo, uma vez que a quantidade de solicitações para se “limpar” as áreas naturais tem crescido significativamente desde que a proposta de mudanças do Código Florestal surgiu. Aliás, como a fiscalização é deficitária, há acréscimos de derrubada de matas de maneira contínua, seja ou não por conta da expectativa da aprovação do novo Código Florestal. O fato é que o desmatamento, se permitido legalmente com base nas mudanças propostas no Código Florestal, ameaçará a quantidade e a qualidade de água consumida na região.

Então, além de deslizamentos de terras já constatadas como sendo decorrentes da retirada das matas, as florestas são também responsáveis pela produção de água. Muitos podem negar este fato, mas basta um olhar criterioso para se perceber a correlação direta entre a qualidade e abundância das florestas e a água produzida. As matas propiciam um intrincado sistema de serviços ambientais, muitas vezes invisíveis ao olhar das pessoas - veja aqui um artigo que já escrevi sobre o assunto. E, esta complexidade leva a enormes benefícios. A água produzida na natureza acaba nas torneiras de nossa casa. O risco da água escassear ou desaparecer pode ser uma das conseqüências do novo Código Florestal.

Histórico da Região

Nazaré com água e matas. Foto: Eduardo Ditt
O reservatório do Atibainha foi construído na década de 1970, quando o governo militar tomava decisões sem qualquer consulta pública. Na época, a construção causou efeitos trágicos, com suicídios e depressões profundas, por inundar terras que há centenas de anos pertenciam às mesmas famílias. Em muitas propriedades as terras alagadas eram as mais ricas e produtivas por serem os vales naturais de uma região montanhosa. Mas, a decisão dos governantes visava garantir água para as megalópoles da região, e para o pólo industrial do eixo São Paulo/Campinas.

O investimento para sua construção foi alto, e os danos ambientais significativos. Mas as regras restritivas da época eram tênues e as decisões militares prescindiam de discussões. É interessante refletir sobre os impactos ambientais dos 20 anos do governo autoritário no Brasil, pois foram muitos os mega-projetos implantados país afora, que buscavam um progresso a qualquer preço. Pior, havia a ilusão de que dessas iniciativas dependia o futuro promissor de nosso país.

Mas, como em outras regiões, desde a construção do reservatório do Atibainha as pressões têm sido grandes. Houve um adensamento populacional e os indicadores socioeconômicos são tipicamente de áreas pobres. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Nazaré Paulista está em 72o lugar dos 75 municípios paulistas, segundo o IBGE de 2006. Os investimentos em educação são aquém do necessário, o que dificulta uma reversão das condições socioambientais em um futuro próximo. O resultado é que os desafios sociais acabam gerando grandes pressões sobre as áreas naturais da região, enquanto deveriam ser priorizados mecanismos que beneficiassem a natureza e a melhoria da vida humana ao mesmo tempo.

Isso tudo ocorre porque não damos à natureza o devido valor. Os proprietários dos remanescentes de matas e ecossistemas naturais da região (que inclui a água ali produzida), deveriam ser ressarcidos com valores atraentes, e não com quantias simbólicas que não incentivam esse comportamento. Uma compensação justa poderia trazer mudanças socioambientais que beneficiassem gente e natureza. Assim, a natureza deixaria de ser tratada como um “presente” cujo valor continua a não ser computado nas negociações econômicas.

Onde está nossa democracia?

Nazaré com florestas ciliares. Foto: Eduardo Ditt
As decisões políticas atuais, principalmente àquelas referentes ao Código Florestal, não parecem refletir uma real democracia. A opinião pública não está sendo considerada, já que 85% da população brasileira defende a proteção das florestas nacionais, mesmo que isso represente menos gado ou áreas para agricultura. Porém, nossos representantes na Câmara dos Deputados votaram massiçamente à revelia da vontade do povo. Resta saber se Aldo Rebelo, Kátia Abreu e os outros que defendem as mudanças no Código Florestal se responsabilizarão quando faltar água nas nossas torneiras.

Este é um dilema que cabe a nós, cidadãos. Precisamos aprender a reivindicar, reclamar e exigir que nossas idéias sejam acatadas. O que está em jogo agora, entre muitos outros fatores, é como serão protegidas as matas que no fim das contas protegem a água que precisamos para viver?

(Uma versão resumida deste artigo foi pubicado na Folha de São Paulo, em 15 de agosto de 2011, com os seguintes autores: Suzana Padua, Claudio Padua, Eduardo Ditt e Thomaz Almeida)

Desmatamento na Amazônia aumenta em quase 30%

Desmatamento na Amazônia aumenta em quase 30%
18 de Novembro de 2013 •



O desmatamento na Amazônia subiu 28%, segundo números do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes), e do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). Os dados que foram apresentados na última quinta-feira (14), pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, são equivalentes ao período de agosto de 2012 a julho de 2013, e mostram que a área desmatada foi de 5.843 quilômetros quadrados.
Apesar do aumento, a ministra assegurou que essa é a “segunda menor taxa de desmatamento já registrada em toda a história”, desde que o monitoramento começou a ser feito pelo Inpe.
Entre os estados que mais desmataram, estão Mato Grosso (52%) e Roraima (49%). Quando o cálculo é feito em quilômetros, os estados que lideram o ranking de desmatamento são o Pará, com 2.379 quilômetros quadrados, e Mato Grosso, com 1.149 quilômetros quadrados.
A ministra também confirmou que retornará mais cedo da Conferência Mundial do Clima, em Varsóvia, na Polônia, para participar de uma reunião com todos secretários estaduais de meio ambiente da Região Amazônica, onde cobrará explicações sobre os desmatamentos em cada estado.
Texto originalmente publicado na Agência Brasil.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Alerj: Rosinha vai receber título de Benemérita do Estado




Alerj: Rosinha vai receber título de Benemérita do Estado

A prefeita Rosinha Garotinho (PR) recebe amanhã (04), às 18h30, em sessão solene no salão nobre da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o título de Benemérita do Estado do Rio de Janeiro – honraria concedida a personalidades que tenham prestado relevantes serviços à população fluminense. A proposição, aprovada por unanimidade, é do deputado estadual Geraldo Pudim (PR).
Na justificativa do projeto, aprovado em agosto, Pudim elogiou ações de Rosinha como governadora. “Em seu governo ela criou e desenvolveu importantes projetos sociais, como o Farmácia Popular, que fornece remédios a 1,0 real alem de  fraldas geriatricas para a população mais carente. Foi ela também que criou e implantou a primeira universidade pública da zona oeste, a UEZO, Universidade Técnica da Zona Oeste, que forma engenheiros em 3 anos para os setores dinâmicos da economia do Rio de Janeiro, como a siderurgia, industria naval e polímeros. Rosinha também construiu casas populares, construiu a estrada que liga a região serrana com a região dos lagos, RJ 140. Rosinha foi responsável pela atração de complexos siderúrgicos como a CSA, em Santa Cruz e diversas outras empresas industriais para o Estado. Foi no governo Rosinha que a política de cotas para o ensino superior, iniciada no governo Garotinho, foi consolidada e aperfeiçoada, com o programa de bolsas para os cotistas. Na área de tecnologia, implantou o programa RioBiodiesel que serviu de base para o programa nacional de biodiesel e apoiou a construção do Laboratório do Tanque Oceânico da COPPE”, justificou Pudim.
Foram convidados secretários municipais, vereadores, prefeitos e lideranças do PR em todo o Estado.

FONTE:BLOG DO BASTOS

Procon vai à Justiça exigir mais rigor da ANS com planos de saúde

Procon vai à Justiça exigir mais rigor da ANS com planos de saúde

Fonte: jornal Extra
O Procon-RJ ajuizou duas ações coletivas na Justiça Federal contra a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por determinação da Secretaria estadual de Proteção e Defesa do Consumidor. Um dos processos pede que a agência seja obrigada a assegurar a manutenção e a venda de planos de saúde individuais e familiares. A segunda ação pede a imediata suspensão do Artigo 17 da Resolução Normativa 195/2009.
Segundo o Procon-RJ, este artigo permite às operadoras que vendem planos de saúde coletivos impor ao mercado cláusulas abusivas que contrariam o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e a Constituição Federal, tais como fidelidade contratual de 12 meses e cobrança de dois meses antecipados em caso de pedido de rescisão pelo consumidor.
Nas duas situações, o Procon-RJ entende que a ANS, na condição de órgão regulador do setor, está se omitindo ante a sua atribuição de fiscalizar o mercado e coibir que distorções como essas, que prejudicam o consumidor, venham a acontecer.
"Chega a causar constrangimento o fato de o governo federal não estar tomando uma atitude diante dessa situação. Acho muito suspeita essa atitude da ANS de beneficiar as empresas de planos de saúde", disse a secretária estadual do Consumidor, Cidinha Campos.
Na ação sobre planos de saúde individuais e familiares, o Procon-RJ entende que após a edição da Lei 9.656/1998, que regulamenta os planos de saúde, as "operadoras passaram a desestimular as contratações individuais por meio de preços impraticáveis".
O Procon-RJ cobra da ANS "uma postura efetiva na fiscalização". Na ação referente ao Artigo 17 da Resolução Normativa, o Procon-RJ pede a anulação definitiva desse dispositivo, para permitir que os consumidores possam rescindir seus contratos sem o pagamento de multas contratuais ou quaisquer outras cobranças abusivas.
O órgão também pede que seja estabelecida uma multa diária de R$ 50 mil pela omissão de atuação da reguladora em cada um dos dois casos. A ANS informou, por meio da assessoria de imprensa, que ainda não foi notificada sobre as ações.

Câmara dos Deputados pode aprovar projeto de lei que ameaça áreas protegidas

Câmara dos Deputados pode aprovar projeto de lei que ameaça áreas protegidas


A Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados pode aprovar na próxima quarta-feira (27) um projeto de lei inconstitucional que pode prejudicar enormemente a conservação da biodiversidade no país.
O PL 3.682/2012 faz parte do pacote do novo Código da Mineração e propõe de forma irresponsável a abertura de parques nacionais e outras unidades de conservação de proteção integral à mineração, uma atividade altamente impactante.
Para que isso ocorra, bastaria às empresas doarem aos órgãos ambientais áreas com o dobro do tamanho das abertas à exploração comercial e com as mesmas características ecológicas e biológicas. Todavia, unidades de conservação (especialmente as de proteção integral) foram criadas para manter a biodiversidade, as fontes de água e outros serviços ambientais, oferecerem espaço para turismo e pesquisas. Elas são fruto de estudos técnicos, de audiências públicas e de decretos do Poder Executivo.
Outro problema é que não há qualquer garantia de que áreas com os mesmos atributos ambientais sejam encontradas, especialmente próximas das áreas protegidas abertas à exploração mineral. Afinal, unidades de conservação abrigam justamente porções raras ou únicas da natureza brasileira. Em suma, a proposta, segundo a organização ambiental WWF, atende apenas a interesses comerciais e ataca o Sistema Nacional de Unidades de Conservação desvirtuando as funções básicas das áreas de proteção integral, que é o de resguardar da forma mais íntegra possível a diversidade de nosso patrimônio natural.
Há incontáveis fontes de minérios fora dos limites das unidades de conservação. Por tudo isso, o WWF-Brasil é contra o PL 3682/2012 e recomenda seu imediato arquivamento.

Ajude a ONU a definir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Ajude a ONU a definir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Débora Spitzcovskymeu-mundo-ods
Reduzir as emissões. Proteger as florestas. Acabar com a corrupção. Garantir acesso universal à energia. Investir em saúde e educação. A partir de 2015, quando acaba o prazo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a ONU definirá novas metas – os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável -, que deverão ser cumpridas por todos os seus países-membros. E você pode ajudar a escolher quais serão esses propósitos.
O convite é da iniciativa Meu Mundo*, que foi lançada em janeiro, em mais de 190 países, e ainda está “rolando”. Que tal participar? Basta acessar o site do projeto e responder à pergunta “Quais as mudanças mais importantes que precisam ser feitas no planeta?“, escolhendo seis das 16 opções oferecidas pela ONU.
Por enquanto, as alternativas mais votadas pelos brasileiros são, respectivamente:
- educação de qualidade;
- governo honesto e atuante;
- melhoria dos serviços de saúde;
- proteção contra o crime e a violência;
- proteção a florestas, rios e oceanos e
- acesso à água potável e ao saneamento.
Até agora, mais de 20 mil cidadãos do Brasil – sobretudo mulheres (57%) – deram sua contribuição para a iniciativa. Até julho deste ano, o país era o mais participativo no projeto, mas agora está em 4º lugar, atrás de Índia, Nigéria e Estados Unidos. Que tal dar uma ajudinha para subirmos novamente no ranking?
Foto: beth19/Creative Commons

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Revista Science publica texto alertando para risco de extinção da onça-pintada
25 de Novembro de 2013 • Atualizado às 11h25


Um grupo de pesquisadores brasileiros, liderados por Mauro Galetti, professor do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, Campus de Rio Claro, publicou na seção Letters, da revista Science, de 22 de novembro de 2013, o texto ‘Atlantic Rainforest’s Jaguars in Decline’, na página 930, em que alerta para o declínio populacional da onça-pintada na Mata Atlântica.
Integrante do Instituto Pró-carnívoros e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Ronaldo Morato aponta a relevância da publicação e o impacto positivo que ela trará. “Enquanto ações nos EUA de reintrodução de espécies e de reflorestamento vêm gerando um aumento do número de predadores em algumas áreas, o que vem ocorrendo com a onça pintada caminha no sentido contrário”, diz.
Morato aponta que coibir a caça ilegal do animal e a perda do seu habitat são ações que poderiam ser tomadas em termos governamentais para impedir o declínio do animal. “Desenvolvemos ainda, com o professor Galetti, estudos sobre as funções ecossistêmicas da onça pintada e o que pode acontecer com o a redução e desaparecimento do animal”, afirma.
"A nota publicada na Science tem pelo menos dois bons significados para todos nós; o primeiro, é a clara conclusão de que é possível (e necessário) reunir o conhecimento interdisciplinar de vários pesquisadores para encontrar soluções de recuperação e conservação de uma espécie ameaçada de extinção, e o segundo, é a indicação de que os estudos em biodiversidade que se realizam pelos pesquisadores brasileiros, encontram reconhecimento na comunidade científica internacional, e isso é muito bom por dar credibilidade aos nossos trabalhos e abrir novos caminhos de cooperação científica madura e de crescimento do conhecimento universal", comenta Pedro Manoel Galetti Junior, do Laboratório de Biodiversidade Molecular e Conservação do Departamento de Genética e Evolução da Universidade Federal de São Carlos, coautor do texto.
Fonte: Unesp Agência de Notícias (UnAN)

Iogurte pode curar a depressão e reduzir a ansiedade

Iogurte pode curar a depressão e reduzir a ansiedade, diz estudo


Um novo estudo coordenado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA, mostra que os probióticos presentes no iogurte e nas bebidas fermentadas são capazes de melhorar o humor das pessoas, uma vez que liberam alguns dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem estar e pelo controle da ansiedade. Assim, o líquido pode não só deixar as pessoas mais bem humoradas, como também auxiliar no tratamento da depressão e de outros transtornos mentais e de comportamento.
O biólogo Paul Patterson é o responsável pela pesquisa, que vem realizando testes a fim de comprovar que os benefícios do iogurte e das bebidas fermentadas vão muito além dos nutrientes oferecidos para uma alimentação saudável.
Por meio de experiências, a equipe concluiu que as bactérias presentes no estômago estão diretamente conectadas ao cérebro, por meio do nervo vago, estrutura que aproveita as propriedades do iogurte para ativar os nervos sensitivos responsáveis pela regulagem do humor. Estes micro-organismos também estão ligados à produção de anticorpos e à regulação de hormônios que atuam no organismo.
O estudo é divido em várias frentes de trabalho, mas, de fato, as perspectivas têm sido as mais positivas. “Estas bactérias são microorganismos que possuem o poder de alterar a mente”, afirmou ao site Quartz o especialista Mark Lyte, membro da Universidade Tecnológica do Texas, instituição que também participa da pesquisa.
Na prática, o hospital psiquiátrico Sheppard Pratt, em Baltimore, está estudando os efeitos causados por uma dieta rica em probióticos diretamente nos pacientes, com objetivo de perceber até que ponto o iogurte e as bebidas fermentadas podem estabilizar o humor e controlar a ansiedade.
Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Mais de 50% da população mundial não coleta lixo

Mais de 50% da população mundial não coleta lixo
28 de Novembro de 2013 •


Um novo levantamento estima que cada indivíduo produz 270 kg de lixo a cada ano, porém, apenas 15,4% desses resíduos são reciclados. A informação consta no estudo da Associação Internacional de Resíduos Sólidos (Iswa), divulgado na última semana.
De acordo com os dados apurados, anualmente, a produção mundial é de um bilhão de toneladas de resíduos urbanos. Entretanto, mais da metade da população não tem acesso regular ao serviço de coleta de lixo. Os cálculos dos pesquisadores mostram que é preciso investir 40 bilhões de dólares para resolver esse problema.
Enquanto essa questão for adiada, mais caros ficarão a conta e os prejuízos. Além do fator econômico, pesa ainda mais o problema ambiental, uma vez que, todo esse lixo, é direcionado para os rios, aterros e outros meios inadequados, que contaminam o solo.
A exagerada produção de resíduos deve-se, principalmente, porque a população está se tornando mais economicamente estável, e, consequentemente, consumindo mais, acredita David Newman, presidente da Iswa.
O estudo em questão destaca que, por meio do crowdsourcing, é possível lidar com os entraves mencionados na pesquisa. O termo refere-se a um modelo de produção que aproveita o conhecimento coletivo disponível na internet para criar novas tecnologias e facilitar a resolução de problemas.
“A comunidade global de gerenciamento de resíduos e reciclagem deve se concentrar mais em atividades de crowdsourcing como um meio para fornecer soluções para a falta de dados”, afirma o documento. “Experiências documentadas no primeiro ano da pesquisa mostram a necessidade de desenvolver um banco de dados mais concreto, coerente e com apoio científico”. O relatório é baseado em dados de 162 países e 1.773 cidades, confira aqui.

Ministra do Meio Ambiente anuncia ações contra o desmatamento ilegal na Amazônia

Ministra do Meio Ambiente anuncia ações contra o desmatamento ilegal na Amazônia


Na última quarta-feira (27), a ministra do Meio Ambiente (MMA), Izabella Teixeira, afirmou que o governo vai intensificar as ações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia, que teve um aumento de 28% este ano.
Segundo ela, em 2014, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) usará imagens de satélites que vão enxergar desmatamentos de até três hectares, o equivalente a três campos de futebol. Atualmente, o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) só localiza devastações acima de 25 hectares.
A ministra também adiantou que o Inpe vai usar novas tecnologias por radar que “enxergam por meio das nuvens e abaixo do dossel das árvores”. “Vamos pegar o desmatamento da exploração seletiva das árvores”, disse Izabella, durante a abertura da 112ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Atualmente, o monitoramento por imagens de satélite do desmatamento e da degradação da Floresta Amazônica é dificultado pela cobertura de nuvens e o corte seletivo de madeira é de difícil detecção.
Para intensificar o trabalho de fiscalização, a ministra informou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está estudando o uso de drones (aviões não tripulados) para acabar com o crime ambiental na Amazônia.
Izabella ressaltou que vai ampliar o número de municípios na lista de desmatadores. “Vamos endurecer as restrições. Não aceito que um município saia da lista e no ano seguinte apresente desmatamento ilegal quase como uma provocação”, disse. Hoje, existem 41 municípios na lista dos que mais desmatam na Amazônia que têm restrição a crédito do governo federal.
Entre agosto de 2012 e julho de 2013, foram desmatados 5.843 quilômetros quadrados do bioma amazônico, segundo as imagens do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes), do Inpe.  No período anterior, foram registrados 4.571 quilômetros quadrados de desflorestamento. Entre os estados que mais desmataram estão Mato Grosso (52%) e Roraima (49%). Quando o cálculo é feito em quilômetros, os estados que lideram o ranking de desmatamento são o Pará, com 2.379 quilômetros quadrados, e Mato Grosso, com 1.149 quilômetros quadrados.
Ana Cristina Campos