quinta-feira, 12 de abril de 2012

Na Andaluzia, uma usina solar funciona até de noite



A central, que entrou em operação em maio passado, não passa despercebida na planície andaluza, no sul da Espanha.
Já na autoestrada, entre Sevilha e Córdoba, percebe-se sua torre iluminada, na qual estão colocados 2.650 painéis solares de 120 metros quadrados cada, dispostos em um imenso círculo de 195 hectares.
“É a primeira usina solar do mundo que trabalha 24 horas por dia, sendo assim funciona tanto de dia quanto de noite!”, explica Santiago Arias, diretor técnico da Torresol Energy, que administra a instalação.
Seu mecanismo é “muito fácil de ser explicado”, garante: os painéis, ao refletir a luz do sol sobre a torre, transmitem a ela “uma concentração de energia equivalente a 1.000 vezes a que recebemos em terra”.
A energia é armazenada em um enorme recipiente de sais dissolvidos, a uma temperatura superior a 500 graus. Os sais vão servir, em seguida, para produzir vapor e este aciona uma turbina, gerando assim a eletricidade, como numa usina termelétrica solar clássica.
É esta capacidade de estocar energia que torna a Gemasolar tão diferente, permitindo que “à noite continuemos a produzir eletricidade com a energia acumulada durante o dia”, precisa Santiago Arias. Assim, “utilizo esta energia da forma que interessa a mim, não a ditada pelo sol”.
O balanço é muito positivo: a usina “produz 60% a mais de energia, em relação a uma outra que não possui este sistema de armazenamento”, podendo funcionar 6.400 horas por ano, contra as 1.000 e 2.000 horas produzidas por uma central comum.
“A quantidade de energia que produzimos por ano é equivalente ao consumo médio de 30.000 lares na Espanha, portanto, de cerca de 90.000 pessoas”, explica Santiago Arias, proporcionando uma economia anual de 30.000 toneladas de CO2.
Encorajadas por um generoso sistema de ajuda pública, a geração de energia renovável vem sendo estimulada na Espanha, número dois no mundo em termos de aproveitamento da luz solar e primeiro na geração de energia eólica da Europa, à frente da Alemanha.
Em 2011, o país cobriu um terço de sua demanda de eletricidade com as energias renováveis, principalmente a eólica (16%), enquanto que a solar, embora não tão importante (4%), dobrou em um ano, segundo a administradora da rede de transmissão elétrica REE.
Para o projeto Gemasolar, foi preciso, também, a contribuição de investidores estrangeiros: a Torresol Energy é formada pelo grupo espanhol de engenharia Sener (60% do conjunto) e a empresa de energias renováveis Masdar, financiada pelo governo de Abu Dhabi.
Mas “uma usina deste tipo custa caro, não pela matéria-prima utilizada, que é gratuita, mas pelos enormes investimentos exigidos”, reconhece Santiago Arias. A conta ultrapassa os 200 milhões de euros.
Mas, “no dia em que o empreendimento começar a trazer lucros aos bancos (em 18 anos, calcula), a usina se transformará em máquina de fabricar notas de 1.000 Euros!”, brinca, lembrando que o preço do barril de petróleo, que era de 28 dólares em 2003, beira, agora, os US$ 130.
Em termos imediatos, a crise econômica projeta, no entanto, uma sombra nos projetos deste tipo: a Espanha, à beira da recessão e comprometida com um programa de austeridade, acaba de suspender os subsídios concedidos a novas centrais de produção de energia renovável.
“Temos três projetos parados” devido a esta suspensão, comenta Santiago Arias, admitindo, também em um contexto de desaceleração mundial, não ter conseguido ainda vender para outros países a tecnologia Gemasolar, apesar do grande interesse despertado fora da Espanha. 
(Fonte: Portal iG)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Conselheiros do Comudes visitam unidades de concessionárias



Liliane Barreto
Um grupo de conselheiros do Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Comudes) fará, nesta quarta-feira (11), visitas às Unidades Operacionais de Águas do Paraíba e da Vital Engenharia, concessionárias de serviço de saneamento básico e limpeza do município. Segundo a secretária executiva do Comudes, Maria Olímpia Lopes, um microônibus sairá às 9h da Estação de Tratamento de Água da Coroa (ETA I) com destino à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Chatuba.

Durante a manhã, serão visitados, ainda, Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Parque Imperial e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Donana, unidades operacionais da Águas do Paraíba, além do Bairro Legal de Donana. À tarde, a partir das 14h, os conselheiros irão à Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Conselheiro Josino e a Unidade de Tratamento de Resíduos dos Serviços de Saúde (Autoclave), localizado no bairro Codin, unidades da Vital Engenharia.

- As duas concessionárias já prestaram contas de seus serviços, durante reunião do Comudes, onde ficou deliberado que haveria a visita.  Nela, os conselheiros vão conhecer as unidades operacionais que prestam serviço à prefeitura nas áreas de saneamento básico e limpeza em Campos – informou Maria Olímpia.

Fonte: Site da PMCG

Caminhão de lixo colide em poste e deixa quatro feridos nesta terça


Fotos: Carlos Grevi
Acidente causa transtornos ao trânsito na rodovia e vias próximas

Acidente causa transtornos ao trânsito na rodovia e vias próximas

Quatro pessoas ficaram feridas, após um caminhão de lixo colidir em um poste na manhã desta terça-feira (10/04), por volta das 5h40h, na Avenida Beira Valão, esquina com Rua Saldanha Marinho, próximo a Rodoviária Roberto da Silveira, no Centro, de Campos.

A Guarda Municipal, não soube informar a causa do acidente. As vítimas foram socorridos pelo Corpo de Bombeiros e encaminhados para o Hospital Ferreira Machado (HFM).

As vítimas Edinilson Bonifácio Alves, 19 anos; Franklin Salvador Cassiano, 19 anos; Renato Nunes Vieira, 20 anos e Cosme dos Santos Silva, 18 anos, foram atendidas e liberadas.

O acidente na avenida gerou um verdadeiro caos no trânsito, com engarrafamentos nas vias próximas, como Rua Saldanha Marinho, que teve um trecho desviado pela Rua Lacerda Sobrinho, gerando também transtornos à Avenida 28 de Março, onde também houve engarrafamento, até às 10h.


Ururau

Projeto que substitui diesel fóssil por diesel de cana em ônibus terá resultados divulgados na Rio+20



A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) divulgará na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho, os resultados preliminares do projeto Diesel de Cana – Rumo a 2016, que usa tecnologia sustentável desenvolvida pela empresa Amyris Brasil.

Lançado em julho do ano passado, durante o 1º Seminário de Tecnologias Sustentáveis no Transporte, no Rio, o projeto foi iniciado na prática em janeiro deste ano, com testes relativos à adição, ao diesel fóssil, de 30% de diesel obtido a partir da cana-de-açúcar. Os testes são feitos em 20 ônibus, que já estão rodando nas ruas da capital fluminense. A ideia é elevar esse número para 30 ônibus este ano, disse no domingo (18) à Agência Brasil o gerente da Fetranspor, Guilherme Wilson.
As avaliações iniciais do projeto serão feitas até a Rio+20 por pesquisadores da Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ). “Tem análise de combustível, de quilometragem, de consumo, de manutenção, de percepção de performance, de emissões. Tudo isso está sendo olhado”, disse Wilson. Ele enfatizou que os resultados parciais só vão estar prontos na Rio+20. “Faltam três meses ainda”, lembrou.
O gerente da Fetranspor não tem dúvidas, entretanto, de que o projeto trará melhorias para o meio ambiente. A perspectiva é diminuir a emissão de gases de efeito estufa até 90%, porque o combustível é feito a partir de biomassa renovável, no caso a cana-de-açúcar. Os testes determinarão também se haverá redução de custos para as empresas de ônibus. “Os impactos estão sendo medidos”, declarou o gerente da Fetranspor.
A utilização do diesel de cana não implicará em alteração mecânica nos motores dos ônibus, o que elimina a necessidade de investimentos adicionais para fazer a substituição do diesel fóssil.
 (Fonte: Alana Gandra/ Agência Brasil)

Pesquisadores criam bateria elétrica com materiais renováveis



Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Poznan, na Polônia, com apoio de especialistas da Suécia, desenvolveram uma bateria renovável, mais barata e segura, que utiliza subprodutos de lignina. O componente, utilizado pela indústria de celulose e papel, juntamente com um polímero conhecido como polipirrol, são empregados nesse novo produto.
Segundo estudo publicado na última edição da revista “Science”, a produção desta bateria é considerada viável, já que a lignina é encontrada em quase todas plantas. O produto tem um baixo valor não levar metais raros, como o cobalto, comum nas baterias de lítio.
A lignina é o segundo polímero mais comum, depois da celulose, encontrado em organismos vivos. Seus derivados estão em grande quantidade no chamado “licor de castanha”, nome dado ao resíduo deixado pelo processamento de papel.
Os pesquisadores mostram que a qualidade de isolamento desses derivados produz material com carga elétrica, entretanto, com uma capacidade de recarregamento ainda é limitada. 
(Fonte: Globo Natureza)

terça-feira, 10 de abril de 2012

Usina de Reciclagem Codin processará 120 mil quilos


Jualmir Delfino

Foto: Divulgação
A previsão é que a usina entre em operação em maio 

A usina de reciclagem e compostagem de lixo que será inaugurada no distrito industrial da Codin, em Guarus, vai processar cerca de 120 mil quilos de lixo por dia, do total de cerca de 450 mil quilos, que é o total de lixo recolhido diariamente em Campos. De acordo com informações do secretário de Serviços Públicos, Zacarias Albuquerque, o galpão da usina tem cobertura de 2.500 metros quadrados. 
    
Os equipamentos para operar a usina foram adquiridos pela concessionária Vital Engenharia Ambiental, que realiza o serviço de limpeza pública na cidade e nos distritos e localidades do interior.  A previsão é que a usina entre em operação em maio, quando também será desativado o aterro sanitário da Codin, ocasião que, ao mesmo tempo, estará entrando em funcionamento o aterro sanitário controlado no distrito de Conselheiro Josino.
    
- A usina de reciclagem e o aterro sanitário do município vão levar Campos a dar um salto de qualidade nas questões social e ambiental, conforme é determinação da Prefeita Rosinha Garotinho - ressaltou Zacarias de Albuquerque.
    
Ganho ambiental e social - Zacarias destaca o ganho social e ambiental para o município. "A usina de reciclagem da Codin e o aterro sanitário fazem parte de uma operação casada. Por isso, entrarão em funcionamento no mesmo período. Será um grande ganho ambiental e social porque, através da usina, estaremos oferecendo trabalho mais digno a estes catadores. Com o aterro sanitário construído dentro das normas de engenharia ambiental, o município dará um salto de qualidade”, ressalta o secretário de Serviços Públicos.
    
Zacarias afirma que só em equipamentos, a concessionária investiu cerca de R$ 400 mil. O empreendimento inclui dois fossos de armazenamento, quatro prensas, uma balança de até 200 quilos e três esteiras elétricas. "No local terá, também, a parte administrativa, composta de vestiário e banheiro", informa o secretário.
    
A usina vai processar mais de 100 toneladas de lixo por dia, o que representa 33% das 300 toneladas produzidas diariamente no município. Para o funcionamento da usina, serão preenchidas 90 vagas de trabalho por moradores da comunidade que hoje atuam como catadores de lixo e trabalham em condições.

Fonte: Site da PMCG


Uma casa totalmente sustentável



por Alana Gandra, da Agência Brasil
c512 Uma casa totalmente sustentável
Rio de Janeiro – Uma casa totalmente sustentável é o protótipo que começou a ser construído no campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e deverá estar concluído em 15 dias. O modelo de residência ecológica será exibido a cerca de 500 cientistas do mundo inteiro, no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável, entre os dias 10 e 15 de junho.

O encontro ocorrerá na PUC-RJ e é organizado pelo Conselho Internacional para a Ciência (Icsu) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Federação Mundial de Organizações de Engenharia (WFEO), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e com a Academia Brasileira de Ciências, entre outras instituições.
Idealizado pela Planeja & Informa e pela Casa Viva Eventos Ambientais, o projeto Casa Viva é desenvolvido em parceria com o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima) e as faculdades de Arquitetura e Engenharia da PUC-RJ.
A casa, modelo de sustentabilidade, é a principal atração da mostra Casa Viva – Transforma Sua Casa num Pedacinho do Planeta, que a PUC-RJ promove entre os dias 26 e 28 de abril. Após esse evento, a casa será doada à universidade, que a transformará em um laboratório vivo, ou seja, um espaço permanente para pesquisa e desenvolvimento.
O coordenador da Área de Educação Ambiental do Nima, Roosevelt Fidélis de Souza, informou à Agência Brasil que a Casa Viva “é uma casa em que todo o material que entra nela, desde a técnica de construção até o produto final, é sustentável”. A casa terá 70 metros quadrados de área construída e usará a tecnologia wood frame, baseada em estrutura de madeira proveniente de reflorestamento. “Todo o material que vai estar disponível na casa tem o selo verde”, destacou.
A casa terá luzes eficientes. Biodigestores instalados no banheiro transformarão o esgoto sanitário em energia. O gás resultante desse processo irá abastecer a pequena cozinha. A casa é formada de quatro módulos: sala, quarto, banheiro e cozinha. “O teto tem o telhado verde, com reaproveitamento da água da chuva.”
Durante um ano, os pesquisadores e alunos de diversos departamentos da PUC-RJ vão avaliar se o projeto é durável e pode ser reproduzido. “Vão fazer estudos e avaliações para realmente ver se a casa é sustentável ao longo do tempo”. Ao fim desse período, Roosevelt de Souza admitiu que o projeto poderá servir de base para outras construções em todo o país, obedecendo ao mesmo parâmetro.
Além de oferecer ao público a oportunidade de visitar uma casa sustentável, o evento que a PUC-RJ promoverá em abril incluirá debates sobre novas tecnologias que atendem aos padrões internacionais de sustentabilidade e de qualidade.
* Edição: Talita Cavalcante
** Publicado originalmente no site da Agência Brasil e retirado do Plurale.

Distância entre cidades no Norte, Nordeste e Centro-Oeste inviabiliza consórcios para gerir aterros sanitários


A falta de recursos não pode servir mais como justificativa para o tratamento inadequado do lixo nas cidades brasileiras. O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Nabil Bonduki, disse que algumas administrações municipais gastam R$ 20 bilhões por ano com tratamento do lixo. “Então, existe recurso. Com mais planejamento, melhores contratos e gestão, é possível”, disse.
Mais de 4,4 mil cidades, quase 70% dos municípios brasileiros, ainda depositam resíduos sólidos em lixões e têm índices de coleta seletiva considerados “muito baixos” pelo ministério do Meio Ambiente. Durante um debate preparatório para o 1º Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília, Bonduki disse que, nos próximos dias, o governo vai anunciar um programa para ajudar as prefeituras na construção de aterros sanitários adequados à nova política de resíduos sólidos do país.
Para conseguir o financiamento, as prefeituras terão que se enquadrar em algumas condições que garantam a gestão dos aterros. Bonduki explicou que, no fim da década de 1990, um programa semelhante resultou em aterros que, tempos depois, voltaram a funcionar como lixões por problemas gerenciais. “Quase dois terços dos aterros criados naquela época estão sob avaliação do Tribunal de Contas da União. Precisamos de critérios de gestão. A política de resíduos não é uma política de obras. Os municípios precisam ter capacidade de gestão”, ponderou.
Para ter acesso ao financiamento, as cidades pequenas, com até 150 mil habitantes, terão que se associar às cidades próximas para compartilhar a gestão dos aterros sanitários. Segundo o secretário de Ambiente Urbano, essas cidades, sozinhas, teriam dificuldade para gerir os aterros.
Mas, nos municípios do Amazonas e do Semiárido Nordestino, por exemplo, a regra não funcionaria. Antônio Peixoto de Oliveira, prefeito de Itaquatiara, no Pantanal Matogrossense, alerta que a distância entre as cidades da região supera 150 quilômetros, o que inviabilizaria o consórcio para uso comum do aterro. “No estado, a única cidade com mais de 150 mil habitantes é a capital. Mas, com as distâncias que temos, a única coisa que seria viável no consórcio seria na gestão, com a contratação de técnicos em comum para ajudar nos planos de tratamento de resíduos dos municípios”.
Peixoto disse que já apresentou ao governo do estado uma proposta alternativa, que seria a criação de usinas de reciclagem. Pelo projeto, o lixo seria separado nessas usinas e o material reciclável seria encaminhado para cooperativas de catadores. “O lixo orgânico seria embalado e enterrado por três anos, quando os municípios retirariam o material para usar como adubo orgânico. A água suja, antes de virar churume, seria tratada para ser reutilizada”, explicou o prefeito
(Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)


segunda-feira, 9 de abril de 2012

Programação Semanal da Limpeza Pública



”O consumidor deve aprender a avaliar quando há ou não necessidade de usar sacola plástica”



por Redação IHU
c58 O consumidor deve aprender a avaliar quando há ou não necessidade de usar sacola plástica
“Considero um avanço o fato de que a maioria dos brasileiros seja a favor de utilizar as sacolas reutilizáveis. O próximo passo é fazer com que isso se torne um hábito”, avalia a gerente de comunicação do Instituto Akatu.
A briga contra as sacolinhas plásticas não é uma briga com o plástico em si, é uma briga contra a descartabilidade”, esclarece a gerente de comunicação do Instituto Akatu, que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente. Em entrevista concedida à IHU On-Line por telefone, Ludmila Frateschi explica que as sacolas plásticas geram impactos ambientais em dois momentos: primeiro, ao serem fabricadas, pois demandam uma série de recursos naturais; e, posteriormente, ao serem descartadas após pouco tempo de uso. “Cada uma demora mais de cem anos para se decompor no meio ambiente”, alerta. No entanto, enfatiza, o setor do plástico desempenha um papel fundamental ao oferecer a matéria-prima para desenvolver material descartável para hospitais, pois evita a contaminação. “Os produtores de plástico não deveriam estar tão preocupados com a mudança, porque nós precisamos muito do plástico para viver”, frisa.
Além do lento processo de decomposição, Ludmila enfatiza que o “plástico tem uma tendência de se fragmentar em pequenos espaços, fazendo com que ele se espalhe rapidamente, contaminando muitos ambientes. Além de contaminar a água, ele acaba matando a fauna e a flora que vivem na água. Por essas e outras razões, as sacolas plásticas estão sendo consideradas um problema”.
Segundo ela, os sacos de lixo preto e azul são menos agressivos ao meio ambiente, uma vez que são fabricados a partir de um plástico que já foi utilizado. Entretanto, assegura, as sacolas reutilizáveis continuam sendo a melhor alternativa para minimizar os impactos ambientais. “As sacolas biodegradáveis não deveriam ser uma opção; elas deveriam ser uma escolha para quem esqueceu a sua sacola, fez uma pequena compra, teve algum imprevisto. No dia a dia, a opção deveria ser utilizar a mesma sacola reutilizável várias vezes”, destaca.
Ludmila Frateschi é psicóloga, formada pela Universidade de São Paulo – USP, e especialista em comunicação corporativa, formada pela Escola de Comunicação e Artes da mesma instituição. Há oito anos atua em planejamento e gestão de comunicação para a sustentabilidade, construção de reputação e relacionamento institucional. Trabalha no Akatu desde 2007, onde é gerente de comunicação do instituto.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Qual é o impacto das sacolinhas plásticas no meio ambiente?
Ludmila Frateschi – O impacto das sacolas é muito grande, pois como são descartáveis, elas são utilizadas uma vez e, posteriormente, são jogadas no lixo. Isso significa que todo o processo produtivo que envolve a fabricação das sacolinhas é desperdiçado, desde a água que é utilizada até a matéria-prima do plástico, a mão de obra e o transporte.
Depois que as sacolas são descartadas, elas geram outro impacto ambiental, porque cada uma demora mais de 100 anos para se decompor no meio ambiente. Isso significa que a quantidade de sacolas utilizadas gera uma grande quantidade de lixo, que sobrecarrega os lixões e aterros sanitários. O mundo está em uma situação em que não há mais espaço para depositar o lixo que se produz. Tal material fica no aterro sanitário e não se degrada. Pior do que isso, é que o plástico tem uma tendência de se fragmentar em pequenos espaços, fazendo com que ele se espalhe rapidamente, contaminando muitos ambientes. Além de contaminar a água, ele acaba matando a fauna e a flora que vivem na água. Por essas e outras razões, as sacolas plásticas estão sendo consideradas um problema.
IHU On-Line – O argumento da indústria de que a sacola plástica é reutilizável em lixeiras domésticas e não é descartável é um bom argumento?
Ludmila Frateschi – Esse é um argumento frágil, primeiro porque o problema é justamente utilizar a sacola plástica uma ou duas vezes. Há diferença entre utilizar uma sacola duas vezes e 30 ou 50 vezes, por exemplo. Usar um produto uma ou duas vezes faz com que ele seja descartável.
No que se refere a encontrar uma maneira de acomodar o lixo, temos muitas questões a serem discutidas. De fato, precisamos de uma alternativa mais adequada para o descarte do lixo. As empresas precisariam desenvolver sacos grandes de lixo biodegradáveis. Além disso, precisaríamos demandar do poder público uma coleta seletiva adequada.
IHU On-Line – Os sacos de lixo que são vendidos no supermercado têm uma composição diferente da sacolinha plástica? Ele é menos danoso ao meio ambiente, ou na prática acaba causando os mesmos problemas?
Ludmila Frateschi – Os sacos de lixo preto e azul são feitos de material reciclado e causam um impacto menor ao meio ambiente, porque eles são produzidos a partir de um plástico que já foi utilizado antes. Então, há uma sustentabilidade maior nesse processo, apesar de não ser uma alternativa biodegradável.
IHU On-Line – Por que a indústria plástica é tão refratária ao banimento das sacolas plásticas?
Ludmila Frateschi – As sacolas plásticas são um produto bastante disseminado e lucrativo. Então é natural que os produtores, que talvez terão de se adaptar a produzir outros produtos de plástico, se sintam atrapalhados com essa mudança de comportamento do consumidor. Do ponto de vista do Akatu – e nós temos dialogado bastante com essa área da indústria –, os produtores de plástico não deveriam estar tão preocupados com a mudança, porque nós precisamos muito do plástico para viver. Ele é importante quando produz material descartável para hospitais, uma vez que evita contaminação; é importante quando é utilizado como matéria-prima de coisas duráveis, limpas, laváveis, que podem ser utilizadas várias vezes. Então, a briga contra as sacolinhas plásticas não é uma briga com o plástico em si, é uma briga contra a descartabilidade. Não deveríamos produzir facilmente os produtos descartáveis. Deveríamos ter um modelo de consumo que valorizassem a reutilização.
IHU On-Line – Qual é o papel que os grandes supermercados desempenham nesse contexto?
Ludmila Frateschi – Os supermercados podem desempenhar alguns papéis. Em São Paulo, por exemplo, foi feito um acordo entre o governo do estado e a Associação Paulista de Supermercados – APAS, que acabou motivando a retirada das sacolas plásticas dos supermercados. Foi um acordo setorial de alta regulamentação, ou seja, não se trata de uma lei, mas os supermercados optaram por  banir as sacolas plásticas das lojas.
Outro caminho importante é o da conscientização do consumidor. As pessoas precisam ter consciência de que existem alternativas para carregar as compras (sacolas retornáveis, caixas).
IHU On-Line – E nessa questão da conscientização, como vê a cultura do brasileiro e a compulsividade no consumo de sacolas plásticas? É possível vencer essa cultura?
Ludmila Frateschi – Acredito que sim. Se as pessoas tiverem consciência do impacto que as sacolas plásticas provocam e tiverem alternativas que não pesem no bolso, que não modifiquem a vida delas de uma maneira complicada, podem, sim, adquirir um comportamento mais consciente. Os nossos trabalhos vêm mostrando que, quando as pessoas têm noção dos impactos, tendem a se mobilizar e conseguem modificar os comportamentos do cotidiano.
IHU On-Line – Como as pessoas estão reagindo a essa decisão de banir as sacolas do supermercado?
Ludmila Frateschi – As pessoas têm algumas dificuldades, e as mudanças são difíceis. Nas primeiras semanas de janeiro, a reação dos consumidores foi mais complexa. Eles estavam incomodados, principalmente porque as sacolas biodegradáveis e as reutilizáveis estavam sendo vendidas. O consumidor sentiu que foi obrigado a mudar de comportamento rápido demais, sem uma contrapartida do supermercado. No entanto, foi feito um acordo entre o Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor – Procom e a APAS para que, durante dois meses, existisse um período de adaptação do consumidor. Ficou estabelecido que o supermercado seria obrigado a oferecer alternativas gratuitas e também oferecer sacolas reutilizáveis a preço de custo. Depois dessa iniciativa, os consumidores ficaram um pouco mais calmos e estão se esforçando para se adaptar. Há algumas dificuldades práticas. Algumas delas são: “Como organizar as minhas compras numa única sacola? É melhor ter uma ou duas sacolas?”. Elaboramos um texto, que está publicado no nosso site, o qual responde aos seis maiores incômodos do consumidor. Quem tiver interesse, pode acessar em http://www.akatu.org.br.
IHU On-Line – Não é contraditório o fato de que a maioria dos brasileiros apoie o fim das sacolinhas, mas ao mesmo tempo não utilizem a sacola retornável e tampouco se disponha a pagar pelas sacolas biodegradáveis?
Ludmila Frateschi – Acredito que isso não seja exatamente uma contradição. Todo processo de mudança acontece desta maneira: primeiro, nos conscientizamos que temos que fazer uma mudança, e depois vamos conseguindo mudar na prática, até que a nova atividade vire um hábito. Todos os processos de conscientização passam por esse processo. Então, considero um avanço o fato de que a maioria dos brasileiros seja a favor de utilizar as sacolas reutilizáveis. O próximo passo é fazer com que isso se torne um hábito. As sacolas biodegradáveis não deveriam ser uma opção; elas deveriam ser uma alternativa para quem esqueceu a sua sacola, fez uma pequena compra, teve algum imprevisto. No dia a dia, a opção deveria ser utilizar a mesma sacola reutilizável várias vezes. Nesse sentido, planejar as compras é importante. São essas mudanças de hábito que o consumidor deve fazer.
IHU On-Line – Em sua opinião quais são os passos a serem dados para uma política de superação do uso das sacolas plásticas?
Ludmila Frateschi – Em primeiro lugar, é preciso uma campanha de conscientização em que se apresenta o problema gerado pelo uso das sacolas plásticas, seja no âmbito ambiental ou econômico. Posteriormente, é preciso convidar as pessoas a avaliar o impacto das mudanças de suas atitudes e, enfim, o impacto da mudança de atitude da sociedade como um todo. Passando por essa fase de conscientização, há uma fase complementar que é a oferta de alternativas fáceis, possíveis e com um preço acessível para as pessoas, como as sacolas reutilizáveis.
IHU On-Line – Quando compramos verduras e frutas, elas vão dentro de um saco e depois ainda vão dentro da sacola. Esse também é um problema?
Ludmila Frateschi – Em alguns casos, os saquinhos plásticos das frutas, legumes e verduras se justificam. Por exemplo, quando a vida útil do produto é muito frágil, como da ameixa ou do pêssego, a sacola aumenta essa vida útil. Isso é bom, porque reduz o desperdício de alimentos. O ideal é que esse saco tenha o mínimo de plástico possível e seja feito com uma matéria prima que possa ser biodegradável. Em outros casos, como a banana, não há necessidade de sacolinha plástica. O consumidor deve aprender a avaliar quando há ou não necessidade de usar sacola plástica.
Fonte: IHU

Prefeito que iniciar tratamento adequado do lixo não será punido com base na nova lei de resíduos sólidos



Os municípios que não conseguirem se adequar às normas previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, como a eliminação definitiva dos lixões até 2014, mas estiverem com as ações em andamento, não devem temer a lei de crimes ambientais. Na avaliação do secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki, o prazo definido pela legislação que trata da gestão de resíduos é curto, mas as prefeituras precisam, pelo menos, iniciar as ações para enfrentar o problema do lixo sob a ótica da nova lei.
“Não queremos punir por punir e transformar administradores municipais em criminosos ambientais. O município que estiver agindo no sentido de resolver o problema terá como fazer acordos. Mas, os gestores municipais que estiverem dormindo até 2014, correm o risco de ser responsabilizados”, alertou.
Além de acabar com os lixões, substituindo-os por aterros sanitários adequados, as prefeituras têm dois anos para implantar a coleta seletiva de lixo e a logística reversa, que são os processos de recolhimento de lixo pelos próprios fabricantes e por empresas de reciclagem. De acordo com o mapa do Ministério do Meio Ambiente, algumas regiões estão adiantadas na implantação dos novos procedimentos em relação ao lixo.
Londrina e Araxá, por exemplo, foram apontadas como modelo na coleta e no tratamento adequado do lixo. Por outro lado, cerca de 70% dos municípios brasileiros estão bem distantes das obrigações que a nova legislação impõe(Fonte: Carolina Gonçalves/ Agência Brasil)


Pelo bem do planeta: não pense nem questione, apenas obedeça

Por Bruno Rezende.

bruno rezende, coluna zero, greenwashing, meio ambiente, sustentabilidade, consumo consciente, reciclagem, campanhas, propaganda, marketing
Não use sacolas plásticas, apenas ecobags; Apague as luzes quando uma campanha publicitária mandar; Troque seu automóvel por um modelo “ecológico”; Apoie nossa campanha: curtindo, seguindo, compartilhando; Seja sustentável; Salve o planeta; Preserve o meio ambiente.

Quantas vezes você já ouviu pelo menos uma dessas ordens por aí? Muitas? Em algum momento você parou para pensar ou pesquisar sobre tudo que lhe mandaram fazer para “salvar o planeta”?


Campanhas que descobrem o pé para cobrir a cabeça


Eu poderia fazer um blog ou um livro só com estas campanhas ou citando eventos sem sentido como já falei aqui, mas para ilustrar vou citar só duas campanhas recentes.

Vamos supor que em um dia qualquer você está navegando pela internet quando é surpreendido pelo banner de uma campanha dizendo para apagar as luzes por 60 minutos no próximo sábado. Você fica curioso e entra no site para entender melhor o objetivo disso. De cara você descobre que uma famosa ONG internacional está promovendo esta ação em diversos países pelo mundo e o Brasil é um país supostamente privilegiado por estar neste seleto grupo. Uau, o Cristo Redentor e os monumentos de São Paulo ficarão às escuras! Vou também apagar as luzes para “salvar o planeta” e, como sugere a campanha, filmarei tudinho para postar no YouTube e apoiar o movimento. Muito legal né? Responda-me: seu celular ou filmadora são movidos a quê?

Pois é, a maioria das pessoas não tem o hábito de pesquisar e questionar sobre o assunto, portanto não percebem o lado incoerente desta campanha. Simplesmente seguem o que dizem sob uma defesa vazia com intuito de apenas mobilizar. O ideal seria procurar saber mais sobre a ONG e as empresas por trás que a financiam. Afinal, não é difícil encontrar sérias acusações de greenwashing contra ela (veja aqui).

[Atualização em 31/03/2012] - Indico a leitura do artigo "Hora do Planeta é marquetagem barata" que detalha a incoerência desta campanha.

Existem também as campanhas elaboradas através de parcerias, onde empresas distintas se juntam para elaborar projetos a favor de uma causa qualquer. Não chega a ser uma joint venture, mas no final todos os envolvidos ganham (dinheiro). Na semana passada eu vi o anúncio de uma campanha dessas que entrará em prática no Rio de Janeiro. Um estímulo pelo Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22 de março. Trata-se de uma parceira da Cedae com uma das maiores companhias de bebidas do mundo que irá premiar os consumidores que economizarem água. A premiação virá através de um programa tradicional de milhagem, onde quem economizar água vai acumular pontos que poderão ser gastos nas lojas virtuais conveniadas, dentre elas: Submarino, Americanas.com e Shoptime.
Quer dizer então que se gastar menos água vou poder consumir mais produtos de “determinadas” lojas virtuais? Entende-se que a campanha só defende o consumo consciente da água, mas o comportamento consumista dos produtos de alto valor agregado – como os eletrônicos vendidos nessas lojas conveniadas – é considerado normal, um benefício. E se, por exemplo, eu quiser comprar comida? Não, não posso. Se esta campanha fosse mesmo “do bem” eles teriam que, no mínimo, nos dar liberdade. Em vários países existem diversas campanhas parecidas, a diferença é que por lá eles dão dinheiro vivo para a pessoa gastar onde e como quiser. Qual o problema do Brasil em fazer isso?

Consumo consciente desenfreado

Você já reparou que existem na internet diversos blogs e projetos de estímulo a preservação ambiental, a reciclagem de lixo e a hábitos mais responsáveis que sempre premiam as pessoas com algum produto (ecologicamente correto ou não)? Basta você curtir, seguir ou compartilhar que eles sorteiam uma camisa, uma agenda, um iPad ou qualquer outra coisa. Como podemos avançar e evoluir se preciso oferecer algum produto para que alguém preste atenção e apoie o que eu falo ou defendo? Não meu amigo, não faz sentido.

O sujeito que se diz responsável com o meio ambiente ou sustentável não é aquele que trocou seu automóvel por um modelo híbrido, que usa roupas e acessórios ecológicos de estilistas renomados, ou aquele que descarta corretamente o celular que comprou há 6 meses, sem contar aquele que acreditou nas sacolas plásticas como vilãs e comprou diversos modelos de ecobag. Bom, isso não é nada mais que Eco-consumismo. O sujeito começa a ser sustentável quando consome menos, seja produto ecológico ou não, ponto.

A sustentabilidade não é só preservação ambiental, como a maioria acha, até porque o discurso ambiental que vemos por aí é bem vago. Mas por que é vago? Simples, a maioria destes projetos ambientais que vemos por aí – principalmente aqui na internet – é criado em agências de publicidade, sob a pura visão mercadológica. É muito simples, por exemplo, criar um projeto que estimule a separação de lixo em casa e o descarte correto, com um pool de empresas patrocinando isso e divulgando suas marcas. Mas alguém cria ou patrocina projetos que estimulem a redução do consumo, que consequentemente reduziria o volume de lixo? Não. De uma forma geral o mercado não vê o consumo consciente como parte da sustentabilidade, por óbvias questões econômicas.

Para quem não sabe a sustentabilidade virou um lucrativo índice no mundo empresarial. A Bolsa de Valores de São Paulo mantém desde 2006 o ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial. Segundo dados da Anbima (associação das entidades do mercado financeiro) fundos enquadrados nas categorias Sustentabilidade e Governança Corporativa tiveram retorno de 10,54% no período de um ano, enquanto o Ibovespa, principal indicador da Bolsa, subiu apenas 4,5% no mesmo período. Nos últimos 4 anos o ISE só perdeu para o Ibovespa por 2 anos. Entendem agora porque várias empresas, principalmente aquelas com passado negro, estão se dizendo sustentáveis?
Se informar e questionar antes de obedecer

Se você está mesmo interessado nos assuntos relacionados ao meio ambiente, consumo consciente e sustentabilidade, por favor, se informe. Não saia obedecendo e defendendo qualquer campanha que vê por aí, pois te garanto que a maioria não passa de puro papo furado para lhe incutir uma ideologia que nada tem a ver com resultados efetivos e benéficos para a sociedade. Você pode sim estar errado, mas cabe a você perceber isso através dos seus valores e dos seus atos, não a partir de campanhas meramente publicitárias.





Usina de Tratamento de lixo hospitalar completa 2 anos em junho



Wesley Machado
Foto: Gerson Gomes
A unidade tem capacidade de tratar três toneladas de lixo hospitalar por cada ciclo de 40 a 50 minutos em média e 5,5 toneladas ao dia 

A Usina de Tratamento de Resíduos dos Serviços da Saúde completa no dia 07 de junho, dois anos de inauguração. Com tecnologia autoclave, a unidade, instalada em uma área total de 1.470m² no distrito industrial da Codin, em Guarus, é a terceira do Estado do Rio com a finalidade de dar o tratamento adequado e correto aos resíduos dos serviços da saúde, conhecidos como lixo hospitalar. 

A unidade tem capacidade de tratar três toneladas de lixo hospitalar por cada ciclo de 40 a 50 minutos em média e 5,5 toneladas ao dia. Trata-se de unidade com capacidade operacional de atender a demanda de Campos por muitos anos e, também, geradores privados e municípios da região com a tecnologia autoclave. O funcionamento da usina é garantia do Meio Ambiente protegido de uma das piores maneiras de poluição do solo e das águas, que é o lixo hospitalar. 

- A importância desse tratamento é que o lixo hospitalar é descontaminado com tecnologia de calor. É uma conquista do atual governo. Com a Lei de Resíduos, aprovada pela Prefeita Rosinha Garotinho, encontramos soluções regionais para o tratamento e descontaminação de resíduos dos serviços da saúde. Hoje como a unidade tem essa capacidade, além do município de Campos atendemos com tratamento os municípios de São Francisco do Itabapoana, São João da Barra e Itaperuna - informa o secretário de Serviços Públicos, Zacarias Albuquerque.

*Fonte: Site da PMCG



domingo, 8 de abril de 2012

Brasileiros usam 15 bilhões de sacolas plásticas por ano


por Priscilla Mazenotti, da Agência Brasil

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Brasília – No Brasil, estima-se que o uso de sacola plástica seja 41 milhões por dia, 1,25 bilhão por mês e 15 bilhões por ano. Mas os consumidores brasileiros representam apenas uma parte do uso mundial do produto. Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) indicam que, no mundo, são distribuídas de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas por ano. Dar uma destinação adequada a essas sacolas e incentivar o uso das chamadas ecobags tem sido prioridade em muitos países.
Na Irlanda, por exemplo, as sacolas plásticas foram vendidas, inicialmente, 0,15 centavos de euro por sacola. Com isso, houve a redução de 94% no consumo individual. Antes de 2002, quando a lei foi instituída, cada consumidor usava 300 sacolas por ano. Agora, o número é de 21 sacolas anuais. Hoje, o preço da sacola é  0,22 centavos de euro. O comércio oferece sacolas retornáveis.
Na Inglaterra, as sete maiores redes atacadistas assinaram acordo voluntário com o governo para reduzir à metade o consumo de sacolas plásticas até 2009. Para atingir a meta, houve investimento em ações de educação e conscientização dos consumidores, além da adoção de programas de fidelidade e campanhas de reciclagem.
Os Estados Unidos e o Canadá não têm leis nacionais regulando o uso de sacolas. Nesses países, cabe a cada estado adotar sua norma. Em Washington, capital norte-americana, há a cobrança de US$ 0,05 para cada sacola plástica ou de papel usada no comércio.
Em Toronto, no Canadá, desde 2009 os comerciantes cobram US$ 0,05 por sacola plástica. O governo local incentiva que o dinheiro arrecadado seja usado na própria comunidade ou em iniciativas ambientais.
* Edição: Fernando Fraga
** Publicado originalmente no site da Agência Brasil.
(Agência Brasil) 

O Gigante que transforma tudo


por Adriana Marcolini, da Carta Capital
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O “Gigante do Papelão”, Sergio Cezar, no Rio de Janeiro. Foto: Adriana Lorete
Mudo tudo o que encontro pela frente, o que eu faço nunca está terminado.” O “Gigante do Papelão” é assim: está sempre criando, montando, construindo. Nunca para. De suas mãos nascem favelas, casarões coloniais, bairros e cidades. Tudo em miniatura, de papelão e material reciclado. As casas têm sofá, cadeira, mesa, TV, geladeira. Em suas mãos um canudo de refrigerante vira um cano e uma lata de óleo torna-se um caminhão. O “Gigante do Papelão” nasceu Sergio Cezar, no Rio de Janeiro, há 54 anos. Seu poder de provocar mudanças em tudo o que vê chega até as favelas cariocas, onde ele tem o dom de transformar os participantes de suas oficinas, ministradas gratuitamente.
Um deles é Robson Alves de Sousa, um ex-detento que se reintegrou à sociedade graças ao trabalho com papelão e hoje é seu assistente. No momento, Robinho está dirigindo oficinas nas favelas da Maré, Dona Marta e Nova Holanda. “Nosso trabalho é feito com o reaproveitamento do lixo”, explica o “Gigante do Papelão”. Este exercício de criação, garante, contribui para que os participantes recuperem a auto-estima e comecem eles próprios a passar o que aprenderam para outros, estabelecendo um efeito multiplicador. “Quando ensinamos a arquitetura do papelão nas favelas, percebemos que há muita gente querendo aprender”, conta. “Passamos uma semana trabalhando em comunidades comandadas pelo fuzil e ao terminar sabemos que deixamos uma semente; as pessoas sempre querem mais.” As oficinas são divulgadas através das associações de moradores e atraem participantes entre 6 e 80 anos. Já houve casos de ex-alunas que depois se dedicaram à confecção de enfeites para festas e bolos de aniversário. Mas só o fato de atrair rapazes que poderiam trabalhar para o tráfico, caso não estivessem em uma oficina, já tem um significado muito importante para ele.
O “Gigante do Papelão” considera imprescindível ampliar o número de moradores das favelas que se dedicam a criar obras artísticas: assegura que esta atividade pode mesmo transformar as pessoas. “A arte bota a chave na sua mão, ela tem uma grande capacidade de mexer no seu interior, mesmo que você não se torne um profissional”, afirma. Conta que vários alunos dependentes químicos conseguiram dar a volta por cima. “Tudo o que fiz foi colocar a chave em suas mãos; eles tiveram a coragem de abrir e hoje alguns trabalham em informática”, relata. Os cursos deram tão certo que, em 2009, Sergio Cezar foi convidado a tomar parte da 10ª. Bienal de Arte de Havana. Ele e Robinho viajaram com uma favela de 1.400 barracos acondicionada em quatro caixas de papelão. A montagem teve a participação da equipe de apoio do evento, como faxineiras, pintores de parede e ajudantes. “O resultado foi tão gratificante que eles decidiram levar o que aprenderam para os asilos”, afirma.
Seu trabalho já é conhecido em outros países, além de Cuba. No ano passado, o filme “O Gigante do Papelão”, dirigido por Bárbara Tavares, recebeu o prêmio de melhor curta-metragem dos festivais de cinema brasileiro de Buenos Aires e Montevidéu. Ainda em 2010, o artista foi convidado a dirigir uma oficina para alunos da Universidade de Columbia, em Nova York, e de design da Universidade da Pensilvânia. Agora está começando a dar palestras em faculdades do Rio. O assunto, diz, é a reciclagem do olhar e a motivação. Para divulgar essas atividades, Sergio Cezar postou na internet o site www.reciclandoolhar.wordpress.com.  No entanto, apesar do sucesso, ele lamenta não ter sido procurado pelos organizadores das UPPs sociais, o programa implantado nas favelas do Rio de Janeiro para coordenar as ações sociais, urbanísticas e ambientais em áreas das Unidades de Polícia Pacificadora.
O início de tudo – Desde cedo, o “Gigante do Papelão” começou a observar as adaptações que seu pai fazia nos móveis e brinquedos velhos que ganhava: seu Alziro era porteiro de um edifício de classe média alta no bairro de Laranjeiras e recebia de presente dos moradores o que eles não queriam mais. “O pedaço de um cabo de vassoura virava o pé de um armário de roupa que estava capenga; o boneco sem uma perna ganhava uma e depois ficava em pé”, lembra. O filho do porteiro não ficava para trás dos meninos ricos da rua e também tinha o seu carrinho de rolimã. Só que o seu, ao invés de ser novinho em folha, era montado com as peças usadas doadas por um mecânico. E assim, desarmando o usado para armar o novo, o garoto foi aprendendo a arte da reciclagem.
Nas férias que passava com os avós e primos na zona rural de Macaé, no interior do estado, o menino aprendeu a amar e respeitar a mãe natureza.
“A relação dos meus parentes com a natureza era muito simples; com eles aprendi a tratá-la como uma coisa só, a entender que fazemos parte dela.” Ele considera que aquelas férias lhe proporcionaram um dos ingredientes para seu trabalho: a reciclagem do olhar e a convivência respeitosa com o meio ambiente. Uma das etapas de sua obra consiste na aquisição de lixo, para depois montar as casas e favelas em miniatura. Quando sai em busca daquilo que os habitantes das metrópoles jogam fora, fica impressionado com o descaso em relação aos materiais e peças descartadas. E garante que uma boa parte poderia ser reaproveitada.
Antes de se tornar o “Gigante do Papelão”, Sergio Cezar foi jogador de futebol durante dez anos. Graças a esta profissão, pôde comprar um bom equipamento fotográfico e abraçar a arte. Por volta de 1980, deixou o mundo da bola para mergulhar na fotografia. Daí em diante não parou mais. Já fez de tudo um pouco: pintura, escultura, desenho e miniaturas em papelão.  Agora começa a escrever contos inspirados nas suas miniaturas, criando personagens para as favelas e cidades que constrói. Tem início mais um capítulo.
* Publicado originalmente na Carta Capital.