quarta-feira, 29 de abril de 2015

Depois da internet, a política nunca mais será a mesma

As manifestações de 15 de março mostram como as redes sociais ajudaram os cidadãos a ganhar maior protagonismo e influência na política

BRUNO FERRARI E THAIS LAZZERI COM ARIANE FREITAS, IGOR UTSUMI, LEOPOLDO MATEUS E LÍVIA CUNTO SALLES
FONTE REVISTA ÉPOCA
29/03/2015 
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MOBILIZAÇÃO Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo. O protesto reuniu cerca de 1 milhão de pessoas, segundo a PM (Foto: Bruno Fernandes / Fotoarena)
AGITADOR DIGITAL O empresário Rogerio Chequer, do Vem pra Rua, em São Paulo. O movimento atraiu 367 mil seguidores no Facebook (Foto: Camila Fontana/ÉPOCA)
A mobilização do último dia 15 de março, que levou 2,3 milhões de brasileiros às ruas em protestos contra a corrupção e contra o governo Dilma Rousseff, começou com o toque de um celular. No início do ano, um dos quatro aparelhos usados pelo administrador de empresas Marcello Reis, de 40 anos, de São Paulo, registrou a chegada de uma mensagem via WhatsApp, o mais popular aplicativo de troca de mensagens gratuitas do Brasil. A mensagem convocava para manifestações contra a falta de água em São Paulo, o reajuste de 50 centavos na tarifa de ônibus da cidade e contra a corrupção. O mesmo torpedo irrompeu na tela do smartphone do empresário Rogerio Chequer, de 46 anos, sócio de uma agência de comunicação em São Paulo. A origem da mensagem é controversa. Segundo Reis, quem disparou a convocação para a mobilização foi o Movimento Passe Livre (MPL). Seria irônico, pois o MPL também foi protagonista das manifestações de junho de 2013 – mas o MPL, ouvido por ÉPOCA, negou a autoria do viral.
Sobre o que aconteceu a partir dali, não há dúvidas e vai virar história. Marcello Reis, um dos organizadores do Revoltados On Line, movimento que tem 739 mil seguidores no Facebook e agita a bandeira do impeachment da presidente Dilma Rousseff, gravou um vídeo com uma convocação para a mobilização no dia 15. Chequer, um dos coordenadores do Vem pra Rua – movimento anticorrupção criado na internet em novembro de 2014, que atraiu 367 mil seguidores com seus apelos “aos indignados com a nossa classe política” –, também aderiu. Usaram tablets, smartphones e computadores para espalhar a chamada às ruas. A mobilização cresceu em nível nacional, com o engajamento de cidadãos descontentes e outros pequenos movimentos de caráter local, como o Cariocas Direitos, liderado pelo engenheiro Denis de Abreu, de 37 anos, ex-líder estudantil e ex-integrante do PMDB. Em pouco tempo, ergueu-se uma onda gigantesca que ultrapassou as fronteiras da bolha virtual e encheu as ruas naquel domingo. “O desrespeito ao povo brasileiro é nosso maior fator de engajamento”, diz Chequer, do Vem pra Rua. “E que melhor ferramenta para alcançar mais gente do que a internet?”
Mais conectados e mais engajados  (Foto: época )
Ele tem razão. Arregimentar milhões de pessoas num prazo tão curto era  impossível nos tempos dos megafones e caminhões de som. Na era das redes sociais, no entanto, um mero clique de compartilhamento de uma mensagem ou de um vídeo pode ser um gatilho para reunir uma multidão em torno de uma causa. Basta que as mensagens tenham o conteúdo e o tom corretos para engajar emocionalmente seus destinatários e sejam distribuídas pelos canais adequados para alcançar o maior número de cidadãos. “As redes sociais têm o poder de construir uma tensão emocional entre pessoas espalhadas por vários bairros e cidades”, diz  o italiano Paolo Gerbaudo, professor de cultura digital e sociedade do King’s College, de Londres, e autor do livro Tweets and the streets (Tuítes e as ruas, na tradução em português). “Elas podem criar um senso contagioso de antecipação ou de ímpeto.” Segundo Gerbaudo, isso se deve a uma característica das redes sociais. Elas permitem conversas abertas ao público, ao mesmo tempo que são canais para criar uma intimidade entre os mais diversos interlocutores.
Vive-se um segundo momento do uso das redes sociais na política. Acabou a era dos “manifestantes de sofá”, que se limitavam a criar grupos de protestos e a assinar petições on-line. Elas servem, agora, como ferramenta para levar gente para a rua. E, com isso, influenciam a agenda dos governantes. Depois das manifestações de 15 de março, a presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote anticorrupção para mostrar que ouvira a voz das ruas. A combinação entre internet e as ruas é explosiva, mas ela não substitui as instituições próprias da democracia. Passeatas não mudam leis, não derrubam governos, não promovem mudanças radicais. Quem faz isso são os representantes eleitos pelo povo. A política nunca mais será a mesma porque, para esses representantes, não é mais possível ignorar a voz das ruas. No Brasil, o primeiro capítulo dessa nova tendência ocorreu em junho de 2013. O segundo foi agora, com a reunião de 2,3 milhões de pessoas em várias cidades brasileiras em 15 de março. É tanta a facilidade para convocar gente via redes sociais que seria ingenuidade dizer que vai parar por aí. Já existe outra manifestação convocada para o dia 12 de abril, pelo Movimento Brasil Livre, um dos responsáveis pela organização do 15 de março.
>> O pacote anticorrupção proposto por Dilma Rousseff

O marco inicial do casamento entre ruas e redes foi a Revolução Verde, que ocorreu no Irã em 2009. Na ocasião, com os meios de comunicação sob vigilância e após denúncias de manipulação das eleições na vitória do presidente Mahmoud Ahmadinejad, os iranianos usaram o Twitter e outras redes sociais para convocar manifestações que abalaram o regime teocrático dos mulás. Os militantes políticos descobriram, assim, um primeiro uso das redes sociais: burlar a censura. Um segundo momento ocorreu nos protestos contra o presidente Hosni Mubarak em janeiro de 2011. Redes sociais livres de monitoramento ajudaram na convocação dos manifestantes, que chegaram a 2 milhões. Elas também foram fundamentais para divulgar o movimento no mundo, especialmente nos países muçulmanos – desencadeando o que ficou conhecido como Primavera Árabe. As manifestações de junho de 2013 no Brasil foram igualmente desencadeadas pelas redes sociais. Entidades como o Movimento  Passe Livre, o MPL, usaram o Facebook para capitalizar o descontentamento da população com a violência policial que marcou uma das primeiras manifestações – na qual jornalistas chegaram a ser feridos com balas de borracha. Por fim, as passeatas de 15 de março consagraram o WhatsApp como ferramenta para arregimentar manifestantes.
 
PRIMEIRO CAPÍTULO Protestos em  São Paulo em junho de 2013. Reivindicação por melhores serviços   (Foto: Mauricio Lima/The New York Times)
As manifestações se beneficiaram do aumento exponencial, no Brasil, do acesso a tecnologias digitais. Os brasileiros donos de smartphones eram pouco mais de 30 milhões durante as jornadas de junho de 2013. Hoje, segundo dados do Ibope, são 58,6 milhões. O aplicativo WhatsApp mais que dobrou sua base de usuários no país e se popularizou como “zap zap”. O último dado oficial, divulgado em meados de 2014, dizia que, dos 468 milhões de usuários do WhatsApp no mundo, 38 milhões estavam no Brasil. Hoje, segundo estimativas não oficiais (o WhatsApp não informa mais os dados), são mais de 50 milhões de brasileiros trocando mensagens, fotos e vídeos pelo aplicativo. Junto com a evolução da qualidade das câmeras dos celulares, isso gerou também um fenômeno comportamental: a onda do selfie. Selfie sozinho, em família ou com o pau de selfie. E, agora, selfie em manifestações. O recurso foi muito usado nas passeatas do último dia 15 – em que muitos fizeram questão de mostrar a si próprios em meio a policiais que escoltavam pacificamente os manifestantes. Isso acaba tendo um efeito multiplicador. Primeiro, as redes sociais convocam os manifestantes. Depois, por meio dos selfies, os manifestantes que estão na rua estimulam a participação de mais e mais manifestantes.
“Os usuários descobriram que podem influenciar politicamente com seu pronunciamento público”, diz Carlos H. Moreira Jr., diretor de desenvolvimento de mercados do Twitter para a América Latina. “Isso é uma mudança de comportamento.” Na linguagem dos acadêmicos, esse processo é descrito como o “empoderamento do cidadão”. Na prática, ele se traduz na preferência por alguns termos ou palavras de ordem. ÉPOCA teve acesso a uma análise exclusiva realizada pelo Twitter em parceria com o Ibope, que acompanhou 609 mil tuítes do dia 1º de março até o início do dia 15. O objetivo era entender a agenda das manifestações e quais personagens estavam mais associados a ela. Segundo a análise, 40% dos tuítes faziam referência ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Nos cinco temas mais citados, apareceram também corrupção (4%), a CPI da Petrobras (2,2%) e golpe militar (menos de 1%). Isso mostra que, se as redes sociais potencializam a emoção dos usuários, foi o sentimento antipetista que encheu as ruas no dia 15.
>> O novo ativista digital

Sem pesquisas oficiais como a feita pelo Twitter e pelo Ibope, os organizadores das manifestações de 15 de março entenderam a mudança de comportamento do público. Mesmo com ideologias e estilos bem diferentes, eles atuam de forma muito parecida nas múltiplas plataformas virtuais. Em primeiro lugar, eles se estruturaram para atender a vontade dos brasileiros de extravasar suas opiniões e sua indignação. Todos os movimentos postaram vídeos, imagens e mensagens dos seguidores – inclusive das reações de repúdio aos discursos da presidente Dilma Rousseff. Assim, o número de curtidas e compartilhamentos aumentou exponencialmente. Eles também se organizaram internamente para chegar ao maior número de pessoas. O Movimento Vem pra Rua tem 30 organizadores e 20 líderes regionais voluntários. Eles elegem o material que terá maior propagação nas redes e os temas que precisam de esclarecimentos pontuais. As manifestações podem ser espontâneas e ter coordenadores pulverizados – mas esses coordenadores usam de estratégia em seu trabalho.
 
SEGUNDO CAPÍTULO Protestos em São Paulo em  15 de março.  O sentimento antipetista uniu os manifestantes (Foto:  Filipe Redondo/ÉPOCA)
Marcello Reis, do Revoltados On Line, diz passar 18 horas por dia conectado. Parte desse tempo é usada para escolher os administradores da página (20 no total), que podem publicar conteúdo sem restrição, e os 150 colaboradores, responsáveis pela interlocução com a imprensa nacional e estrangeira, entre outras atividades. No processo de seleção dos colaboradores, Reis acompanha, por 90 dias, o perfil do usuário, sem avisá-lo. Se aprovado, ele convida o potencial colaborador para uma conversa on-line. O trabalho, diz Reis, garante a audiência. A página do Revoltados no Facebook teve mais de 41 milhões de visualizações desde a criação, em agosto de 2010.
Ao longo da história, as ruas  se consolidaram como um palco privilegiado das manifestações políticas. Isso vale para a Revolução Francesa e para os protestos de maio de 1968 – e, no Brasil, para demonstrações como a campanha das Diretas Já ou o movimento que pediu o impeachment de Fernando Collor em 1991. A diferença é que agora entrou em ação uma ferramenta tecnológica poderosa, com capacidade de dar voz e poder de influência a qualquer pessoa com um smartphone na mão. Com essa tecnologia, as ruas – e os cidadãos nelas – ganharam poder de influenciar a agenda política. Um exemplo da influência dos novos movimentos gerados pelas redes sociais se vê nos Estados Unidos. O movimento OcupemWall Street surgiu em reação às consequências da crise do mercado financeiro desencadeada pela quebra do Lehman Brothers, em 2008. O movimento – cujo slogan, criado por publicitários, era “Somos os 99%” – eclodiu em Nova York em setembro de 2011. E colocou definitivamente o tema da desigualdade na agenda política americana. Nas democracias, como diz o pensador espanhol Manuel Castells, a dinâmica da política será cada vez mais essa. As ruas influenciarão mais e mais a agenda – mas continuará cabendo aos partidos políticos, às instituições, como o Congresso Nacional, e aos governos eleitos adaptarem-se à nova realidade e encaminhar as respostas e as soluções para os gritos que vêm das redes.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Deputados do PSDB vão protocolar pedido de impeachment de Dilma

A bancada do PSDB na Câmara dos Deputados decidiu que já há elementos para apresentar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Em reunião na última sexta-feira (24), os tucanos avaliaram que não há necessidade de aguardar novos fatos ou pareceres jurídicos. Segundo o líder do partido na Casa, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), o pedido será apresentado esta semana, “entre terça e quarta-feira”, com base no argumento de que a presidente teria cometido crime de responsabilidade nas chamadas “pedaladas fiscais” e por suposta omissão no esquema de corrupção envolvendo a Petrobras.
O deputado disse que levará o parecer dos parlamentares ao presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG). “O que vou dizer ao Aécio é que, na visão da bancada, não tem mais o que aguardar. A Câmara é quem decide sobre a abertura do impeachment, então, o protagonismo tem que ser da bancada na Casa. E a decisão já está tomada: o impeachment é cabível e não temos que aguardar mais nenhum parecer”, disse Sampaio. Os tucanos pediram um parecer do jurista Miguel Reale Jr para dar sustentação jurídica ao requerimento de impeachment, mas Sampaio avaliou que já há elementos para tirar a petista do poder. “As motivações dadas tanto no petrolão, com a omissão da presidente, quanto nas pedaladas fiscais, com o comportamento dela, são elementos necessários”, disse o líder do PSDB.
Na semana passada, o senador Aécio Neves (PSDB) subiu o tom das críticas à presidente Dilma e indicou que o partido encabeçaria o movimento pelo impeachment. Mas acabou recuando depois de os também tucanos ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e  ex-governador de São Paulo, hoje senador, José Serra (SP), manifestarem opinião contrária ao pedido de impedimento neste momento. Aécio pediu um prazo maior para elaborar o pedido, que deveria se basear em uma análise técnica sobre o tema.
Sobre a posição contrária do ex-presidente e de outros caciques tucanos, Sampaio ressaltou que a decisão de pedir o impeachment de imediato partiu da bancada da legenda na Câmara e defendeu o movimento dos deputados. “Respeitamos a posição do ex-presidente Fernando Henrique e dos ex-senadores que discordam, mas a Casa que decide é a Câmara. A bancada tem clareza de que o momento enseja o impeachment”, argumentou o parlamentar.
Além do processo de convencimento interno, os tucanos terão que trabalhar também para obter o apoio do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PDMB-RJ), que na semana passada disse não haver elementos para a abertura do processo de impedimento de Dilma. Sampaio aposta na mudança de opinião do peemedebista. “Uma coisa é o Eduardo Cunha afirmar é contrário ao impeachment com base no que ele viu na imprensa. Outra coisa é ele ter que se debruçar sobre uma peça que tem raciocínio lógico e jurídico, com respaldo na doutrina e na jurisprudência”, disse o deputado tucano. Se Cunha autorizar o desenrolar da tramitação do pedido, ele terá que passar também pelo crivo do plenário da Câmara. O processo só é aberto caso tenha apoio de pelo menos dois terços da Casa, ou seja, de 342 dos 513 deputados.
Fonte: Estado de Minas 

Campos: o que muda com o voto distrital?

Os vereadores de municípios com mais de 200 mil eleitores poderão ser escolhidos por voto distrital. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a mudança prevista no projeto PLS 25/2015 nesta quarta-feira (22).  Pela proposta do senador José Serra (PSDB-SP), as cidades deste porte serão divididas em distritos, em número igual ao de vagas na Câmara Municipal. Cada distrito elegerá um vereador por maioria simples (50% dos votos mais um). O candidato mais votado será o eleito.
No caso de Campos, que atualmente possui 25 vereadores,  o município seria dividido em 25 distritos e cada um deles elegeria o seu vereador. O texto prevê que o partido ou coligação pode registrar apenas um candidato por distrito e cada vereador terá um suplente. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) serão responsáveis por definir os distritos, observando a continuidade do território e a igualdade de voto.
Atualmente, adota-se o sistema proporcional para a eleição de vereadores, que leva em conta não só o voto no candidato, mas também no partido ou coligação. Já no sistema distrital, o voto é majoritário, ou seja, é eleito o candidato que recebe mais votos.
Se não houver apresentação de recurso para que a matéria seja examinada pelo plenário do Senado, a proposta segue direto para a Câmara dos Deputados. A expectativa é que a proposta seja aplicada já nas eleições de 2016.
A ideia é usar as eleições municipais como um teste para o novo modelo, que pode ser replicado também nas eleições para deputado federal e estadual, em 2018. “Esses noventa e poucos municípios nos quais seria adotado o novo sistema eleitoral abrigam mais de trinta por cento do eleitorado brasileiro, e, por serem capitais e grandes centros, constituem excelente referência para a experimentação e educação política do povo brasileiro”, argumentou om senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Além disso, a troca no sistema de eleição de vereadores não exige mudança na Constituição, ao contrário do debate sobre o voto distrital para parlamentares estaduais e federais. Serra defendia que uma consequência direta da medida deveria ser a extinção do horário eleitoral para vereadores nas cidades com mais de 200.000 eleitores. Mas o relator retirou essa menção do texto, e foi acompanhado pelos colegas de CCJ.
FONTE BLOG DO BASTOS

Lavar lixo reciclável e usar copo plástico gastam mais água; entenda

Itens descartáveis já são lavados quando chegam em cooperativas.
Produção de copo descartável chega a consumir 500 ml de água.

Do G1, em São Paulo
Em tempos de escassez hídrica, a necessidade de rever hábitos para economizar água se tornou prioridade. O de lavar o lixo antes de destiná-lo à reciclagem é um que precisa ser revisto.
Você que está acostumado a “passar uma aguinha” naquela caixa de leite longa vida ou lata de leite condensado antes do descarte, um recado: apenas pare de fazer isso pelo resto de sua vida.
É o que dizem especialistas ouvidos pelo G1. Lavar itens como potes de iogurte, garrafas PET ou de vidro para retirar restos de alimentos não ajuda no processo de reciclagem e gera mais esgoto – que muitas vezes não é coletado e tratado.

Esses materiais de qualquer forma serão novamente lavados quando chegarem às cooperativas, onde ocorre o processo de separação do papel, plástico, vidro e metal, que, posteriormente, serão destinados às indústrias de reciclagem.
Arte reciclagem (Foto: G1)
“Em qualquer processo de reciclagem, o resíduo será submetido a um processo de higienização. Não há necessidade de uma lavagem aprofundada do material”, explica Carlos Silva Filho, diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

A melhor maneira de preservar o lixo reciclável dentro de casa de maneira higiênica (sem uso de água), até que passe o caminhão para recolher, é guardá-lo em recipientes fechados, que evitam o surgimento de moscas e a emissão de odores, explica Emilio Maciel Eigenheer, especialista em resíduos sólidos.

Copo descartável: vilão ou herói?
Um dos produtos que ganharam destaque após episódios de falta d’água foi o copo descartável.
Restaurantes e bares, principalmente da cidade de São Paulo, decidiram suspender o uso de recipientes de vidro pelos copos feitos de plástico.
Para quem é atingido pela falta de água para lavar louça, a compra pode ser a solução do momento. A longo prazo, pode contribuir para prejudicar ainda mais o abastecimento.
O motivo? A fabricação de apenas um copo descartável chega a consumir 500 ml de água, enquanto a lavagem feita na pia utiliza 400 ml, de acordo com o Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFSP) de Itapetininga (SP).
A lavagem na máquina é ainda mais econômica e gasta apenas 100 ml por copo, isto é, apenas 20% do que é gasto para se produzir um copinho plástico.
“Não se pode culpar a população por essa troca. Mas a grande questão é: será que grandes restaurantes e praças de alimentação realmente não podem usar máquinas mais econômicas?”, recomenda Bruno Fernando Gianelli, professor de materiais do instituto federal.
Produção de copo de plástico gasta mais água do que lavar copo de vidro (Foto: Reprodução/TV Globo)Produção de copo de plástico gasta mais água do que lavar copo de vidro (Foto: Reprodução/TV Globo)

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Clarissa pede a volta dos voos de Campos para o Santos Dumont

Crédito da foto: Cadu Gomes/Comissão de Viação e Transportes
A presidente da Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos Deputados, Clarissa Garotinho (PR-RJ), está trabalhando pela volta dos voos entre os aeroportos Bartolomeu Lisandro, em Campos dos Goytacazes, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A companhia aérea Azul, a única que faz a ligação dos dois municípios, já admite essa possibilidade.
 Nesta quinta-feira (23), em Brasília, Clarissa recebeu a diretoria da Azul para tratar do assunto. O deputado federal Paulo Feijó (PR-RJ), o secretário de Agricultura da prefeitura de Campos, Eduardo Crespo, e o presidente da Câmara Municipal de Campos, vereador Edson Batista (PTB), acompanharam o encontro.
A empresa transferiu a operação dos voos entre Campos e Rio para o aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão) há mais de cinco meses. “O problema é que a maioria viaja de Campos rumo ao centro do Rio, que é próximo ao Santos Dumont. Quem desembarca no Galeão leva até duas horas para chegar ao Centro”, disse a deputada. “Se estamos errados, vamos conversar”, respondeu a diretora de relações institucionais da Azul, Patrizia Xavier. Ficou acertada uma nova reunião para buscar uma solução, desta vez na prefeitura de Campos, dentro de 15 dias.
Segundo Clarissa, a sociedade e o empresariado de Campos querem que a Azul reverta sua decisão. Em novembro passado, uma nota de repúdio à empresa foi publicada por várias entidades locais, com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
fonte  BLOG DO BASTOS
02/04/2015 09:40:13
Efluentes industriais são 7 vezes mais poluentes que o esgoto doméstico

Publicado por http://info.opersan.com.br/
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O descarte correto de efluentes industriais é muito importante!

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Grupo de Economia e Infraestrutura & Soluções Ambientais, os resíduos industriais são 7 vezes mais poluentes que o esgoto doméstico.
Os impactos do descarte ilegal incluem:
  • A poluição dos mananciais
  • Redução da disponibilidade hídrica
  • Aumento do custo de tratamento
  • Danos à flora e a fauna
  • Danos à saúde da população
Entre muitos outros fatores!
Ainda segundo os dados disponibilizados pelo Grupo, o descarte ilegal estimado é de 2,72m³ por segundo, podendo chegar até 3,10 m³ por segundo.
O efeito poluidor de 2,72m³ de resíduos industriais descartados por segundo são equivalentes a 18,1m³ de esgoto doméstico por segundo, equivalendo ao esgoto gerado por uma cidade de 19,1 mil habitantes. Ou seja, o efeito poluente dos resíduos industriais são 7 vezes maiores que os resíduos domésticos. Esse valor equivale a 26 piscinas olímpicas cheias de esgoto por hora!

efeito poluidor
Os efluentes industriais devem ser sempre tratados para evitar que resíduos tóxicos e perigosos poluam e contaminem o meio ambiente, o que pode ocasionar desastres ambientais.
A maioria das empresas que geram efluentes conhecem a lei e buscam se enquadrar para o descarte correto e atender todas as exigências da lei de acordo com a CETESB.
Porém, existe uma minoria de empresas que não seguem essa regra, e ainda não tratam seus dejetos por acharem que o valor investido nesse processo é muito alto. O que na verdade é um engano, já que os custos operacionais para o tratamento de efluentes compensam mais do que levar multas.
Em 2012, por exemplo, o Ministério Público ajuizou em outubro uma ação contra uma concessionária pública de São Paulo, no valor de R$ 11,5 bilhões em função do lançamento de esgoto sem tratamento nos rios e represas da região metropolitana de São Paulo.
No estado de São Paulo, as indústrias devem seguir as diretrizes do Decreto Estadual 8468/76 tanto para lançamento direto no corpo receptor de efluentes, conforme estabelece o artigo 18, quanto para lançamento indireto, estabelecido pelo artigo 19 A. Para lançamento direto no corpo receptor também são adotados os parâmetros da Resolução 430/2011, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

domingo, 26 de abril de 2015

O governo não quer que você tenha painéis solares em casa

O governo não quer que você tenha painéis solares em casa

Fonte chamada de “fantasia” por Dilma Rousseff ficou barata, mas segue sem os incentivos dados ao carvão; novo ministro prometeu mudar esse quadro

CARLOS RITTL E RICARDO BAITELO*
01/04/2015 14h31 - Atualizado em 02/04/2015 16h48
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Trabalhador instala painel solar na Alemanha (Foto: Sean Gallup/Getty Images)
Pense num país quente, onde o sol brilha o ano inteiro e que, um belo dia, dá-se conta de que tem justamente nessa luminosidade uma fonte de energia limpa, inesgotável e cada vez mais barata. Mesmo possuindo grandes reservas de petróleo, esse país resolve apostar pesado na energia solar, que ignorou solenemente durante anos. Já adivinhou que país é esse? Isso mesmo: bem-vindo à Arábia Saudita.
>> Vende-se energia feita em casa

Sim, a Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, símbolo da resistência atávica a qualquer coisa que tenha relação com energias renováveis; sim, a Arábia Saudita, o vilão das conferências do clima da ONU; a petroditadura feudal e retrógrada. Pois essa mesma Arábia Saudita planeja instalar 6 gigawatts de energia solar fotovoltaica nos próximos cinco anos. É o equivalente à potência instalada das duas usinas do rio Madeira. Em 2032, os sauditas planejam ter em seu deserto e em suas casas o equivalente a mais de uma Itaipu em energia solar.

E o Brasil? Temos um território maior e muito mais horas de sol o ano inteiro do que a Arábia Saudita. Nosso potencial de radiação solar equivale a 20 vezes toda a atual capacidade instalada de produção de energia elétrica. No entanto, os planos do governo até agora para essa fonte são modestíssimos: 2 gigawatts instalados até 2023, ou um terço do que os árabes planejam instalar em cinco anos.

É difícil atribuir esse atraso brasileiro a quaisquer outros fatores que não sejam miopia dos planejadores energéticos e preconceito. Este último fator vem de cima para baixo: a própria presidente Dilma Rousseff já se referiu à energia fotovoltaica como “fantasia”, dizendo em 2012 que não era possível iluminar um país somente com sol e vento. A China discorda: nos próximos 15 anos, o gigante terá elevado sua capacidade fotovoltaica para 100 gigawatts, o equivalente a quase dois terços de todo o parque gerador do Brasil.

Neste aspecto, a ex-guerrilheira Dilma tem um pensamento surpreendentemente próximo do dos eletrocratas formados na escola das grandes obras de energia da ditadura. Para essa turma, investir em uma nova tecnologia que custava caro era uma burrice, quando o país tinha tanto potencial hidrelétrico ainda a aproveitar na Amazônia (que grande parte desse potencial esteja em unidades de conservação, terras indígenas e outras áreas sensíveis nunca foi um impeditivo, como não era no tempo dos militares). O resultado disso está todo mês na nossa conta de energia: quando as chuvas faltaram para as hidrelétricas, o governo botou na matriz térmicas a gás, carvão e óleo combustível – mesmo tendo prometido recentemente que o carvão seria banido do Brasil.

O governo brasileiro não foi o único a desprezar a energia solar. Nos EUA, durante a administração de George W. Bush, o lobby fóssil impediu que incentivos fossem dados a energias renováveis para competir com as já estabelecidas e mimadas fontes fósseis. Como resultado, a principal fábrica americana de painéis solares, a First Solar, precisou se mudar para a Alemanha.

A partir de 2008, com a eleição de Barack Obama e um novo foco em fontes renováveis, o cenário começou a clarear para a energia fotovoltaica. A indústria respondeu rapidamente: a capacidade instalada subiu de quase zero em 2006 para 20 gigawatts em 2014 e hoje 36% das novas instalações elétricas nos EUA são dessa fonte; o preço de um painel fotovoltaico caiu 63% somente entre 2010 e 2014, e a indústria solar americana, que antes gerava empregos de qualidade na Alemanha, hoje emprega mais gente nos EUA que a mineração de carvão. Outros países, como a Espanha e a Grécia, também investiram nessa indústria como uma saída para a crise econômica.

No ensolarado Brasil, a primeira medida séria de incentivo à energia fotovoltaica só foi adotada em 2012: uma resolução da Aneel que permite a quem tiver painéis solares em sua casa trocar energia com a rede – e, assim, economizar até 80% da conta de luz por mês, ao produzir a própria eletricidade durante o dia. A resolução, porém, não veio acompanhada de nenhuma outra medida, como uma campanha ou incentivos tributários (dados à indústria automobilística e aos combustíveis fósseis). O resultado é que, quase três anos depois, apenas 409 residências instalaram painéis solares em todo o país. Nos EUA, são 400 mil. A cada três minutos uma nova instalação solar é feita.

Quando enfim a energia solar elétrica foi agraciada com o direito de competir em leilões de energia, em 2014, o governo viu o tamanho da oferta reprimida: foi o leilão mais competitivo da história, com o megawatt vendido a R$ 214. Parece caro? Pois o carvão mineral, que fez seu retorno triunfal à matriz energética brasileira também em 2014, foi leiloado a R$ 206. E isso à custa de um pacote de bondades que incluiu aumento no preço mínimo e isenção de tributos.

Sem o argumento do preço, sobra aos eletrocratas o tigre de papel da intermitência: a energia solar jamais poderá estar na “base” porque não produz à noite. O chamado fator de capacidade da fonte é de cerca de 25%. Pode até ser verdade. Mas esses mesmos planejadores não hesitam em gastar R$ 28 bilhões numa usina hidrelétrica como Belo Monte, que tem fator de capacidade de 42% e que pode chegar ao fim de sua vida útil com metade disso devido ao impacto das mudanças climáticas. Se ganhasse o direito de entrar na matriz em escala americana (ou pelo menos saudita), a energia solar poderia compor com a eólica para poupar os reservatórios das hidrelétricas do Centro-Sul, que formam a nossa “energia firme”. A opção do Palácio do Planalto, porém, parece ser até aqui a de deixar o país sem energia e poluindo mais ao mesmo tempo.

Isso pode estar mudando com a entrada em cena de um ator novo na política energética: o ministro Eduardo Braga (PMDB). Engenheiro eletricista, Braga aparentemente aprendeu alguma matemática na universidade e concluiu que o Brasil não perde nada se aproveitar seu potencial solar. Prometeu tirar PIS e Cofins dos painéis solares, como o governo fez com o carvão, e aprovar uma redução de ICMS. Já marcou dois leilões de energia fotovoltaica para este ano e andou falando em instalar painéis solares nos reservatórios das hidrelétricas. Nos próximos meses, com a estação seca chegando, Braga terá a oportunidade de mostrar se fala sério sobre o assunto. Quem sabe ele convence sua chefe a tomar um pouco de sol para clarear as ideias.

Carlos Rittl, 45, é secretário-executivo do Observatório do Clima
Ricardo Baitelo, 38, é coordenador de Clima e Energia do Greenpeace

sábado, 25 de abril de 2015

Você já ouviu falar sobre a Ilha do Lixo?

Você já ouviu falar sobre a Ilha do Lixo?

Publicado por http://info.opersan.com.br/

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O cenário parece mais um filme-catástofre representando o apocalipse. Mas, na verdade, é ainda mais triste por tratar-se de realidade, o que faz da Ilha do Lixo fonte de preocupação de ambientalistas de todo o mundo. Chamada também de Sétimo Continente, essa “ilha” está localizada entre as costas da Califórnia e o Havaí, e é composta por cerca de quatro milhões de toneladas de material plástico como garrafas, embalagens, sacolas e demais fragmentos. Sua profundidade chega a 10 metros e o espaço ocupado é de 700 mil kilômetros quadrados, o equivalente aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos.
Descoberta por acaso pelo oceanógrafo americano Charles Moore, em 1997, a Ilha do Lixo está no coração do Oceano Pacífico e tem o aspecto de uma grande sopa plástica que abriga dejetos vindos de navios ou plataformas petrolíferas (20% do volume de lixo) e o restante de terra firme (80%). Estima-se, inclusive, que 10% das 100 milhões de toneladas de plástico consumidas no mundo acabam no mar. Apesar das estatísticas alarmantes, a Ilha do Lixo não tem recebido tanta atenção por dois motivos: primeiro, está localizada em um trecho de pouca navegação comercial e de turismo; segundo, porque o lixo, por ser translúcido, não é visível nas fotografias via satélite.

Tragédia quase transparente

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O plástico é o verdadeiro ator da tragédia silenciosa do Oceano Pacífico, pois demora centenas de anos para se degradar: foi descoberto que as sacolas plásticas de supermercado representam 26% do lixo ali acumulado. Vale lembrar que uma simples garrafa plástica jogada na rua pode ser varrida pela chuva, entrar nas galerias pluviais das cidades e chegar até o mar, desembocando no oceano. No caso da Ilha do Lixo, os dejetos viajam até a região conhecida como Giro do Pacífico Norte e as correntes marinhas impedem que se dispersem. Se os consumidores não reduzirem o uso de plástico descartável, a sopa do Pacífico poderá dobrar de tamanho na próxima década. O próprio descobridor da Ilha do Lixo, Charles Moore, era herdeiro de uma família que fez fortuna com o petróleo, mas ficou tão impressionado com a visão daquele verdadeiro “lixão no oceano” que vendeu a sua participação acionária e tornou-se ambientalista.

Problema pode chegar à sua mesa

Apesar de estar longe dos olhos de grande parte da população mundial, a Ilha do Lixo já gera seus reflexos e alcança a mesa de muitas pessoas. Os animais que habitam o local acabam se alimentando dos resíduos e algumas espécies, devido à ingestão dos dejetos, até sofrem mutações. Há também as toxinas que se acumulam ao longo da cadeia alimentícia, que fazem com que os resíduos de plástico cheguem ao ser humano através da alimentação.
Neste ciclo negativo que já traz sérios desdobramentos, a interferência humana afeta os oceanos por meio da poluição nos mares, causando a acidificação das águas, o surgimento de zonas mortas (há 50 anos eram três, hoje são 150), o desaparecimento de mamíferos, a concentração de águas tóxicas e a destruição do assoalho marinho: em suma, ocasiona o fim de todo um ecossistema oceânico.
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Morte nas águas

Por fim, cabe citar mais um dado preocupante: segundo o Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas, a ONU, os entulhos plásticos são responsáveis pela morte de mais de um milhão de pássaros e cem mil mamíferos marinhos por ano. Em muitas das vezes, os animais morrem com resíduos de plástico em seu estômago ou presos no material.
É extremamente importante realizar o descarte correto do lixo reciclável e a compostagem de resíduos orgânicos. É possível fazer parcerias com cooperativas de reciclagem e até produzir seu próprio adubo orgânico. Já existem empresas, como a Tera Ambiental, que possui essa expertise.
E você, já havia ouvido falar sobre a Ilha do Lixo que existe em pleno Oceano Pacífico? Mais uma vez, a informação é o caminho para uma mudança no estilo de vida de todos, apontando para mais consciência no descarte e na destinação dos resíduos e também para a preservação das águas oceânicas e das formas de vida ali existentes. Compartilhe este artigo e ajude a disseminar a ideia!