segunda-feira, 21 de julho de 2014

Cidade mais desigual do Brasil vive completamente isolada

Cidade mais desigual do Brasil vive completamente isolada

Só é possível chegar de avião ou barco em São Gabriel da Cachoeira, município amazonense que detém o título de pior distribuição de renda do país

66 gestos de chimpazés são decifrados por cientistas

66 gestos de chimpazés são decifrados por cientistas
 Julho de 2014 • 


Um grupo de estudiosos está desvendando os significados da linguagem gestual dos chimpazés – a comunicação mais utilizada por eles. A pesquisa é mais uma confirmação científica de que, na vida selvagem, eles são os que desenvolvem o mais próximo dos gestos humanos.
Em cerca de um ano e meio de observações, na Reserva Florestal Budongo, na Uganda, foram 66 gestos decodificados e 19 mensagens diferentes catalogadas pelos autores Catherine Hobaiter e Richard Byrne, da Universidade de Saint Andrews, na Escócia.
"É conhecido há mais de 30 anos que os chimpanzés se comunicam desta forma, mas estranhamente ninguém tentou responder à pergunta óbvia: 'o que esses macacos realmente tentam dizer' ?", afirmou o professor Byrne.
Publicado no site da revista cientifica “Current Biology”, o estudo mostra que assim como a complexidade da linguagem humana, os chimpanzés também possuem um grande sistema de comunicação, com diversos gestos usados para a mesma finalidade. Os significados descobertos originaram um dicionário.
"Assim como com palavras humanas, alguns gestos têm vários sentidos. Chimpanzés podem usar mais de um gesto para o mesmo fim - especialmente nas negociações sociais, onde o resultado final pode ser uma questão de dar e receber”, explica a primatologista Catherine.
Segundo a pesquisadora, houve momentos em que registrava as interações e tinha a impressão de que alguns significados não eram possíveis ser capturados. “Às vezes, ela recordou, um chimpanzé fazia um gesto para o outro, em seguida, pareciam satisfeitos, embora nada mais parecia acontecer. Adoraria saber o que estava acontecendo”, afirmou ao site Wired.
Agora os pesquisadores da Universidade de Saint Andrews vão investigar possíveis variações de significado por trás de certos gestos dos chimpanzés.
Alguns gestos decifrados:
- Um abraço no ar é um pedido de contato
- Quando um chimpanzé bate no outro significa “Pare com isso”
- Bater em um objeto significa "Afaste-se"
- Levantar o braço significa "Eu quero 'ou' me dá isso"
- Quando uma mãe mostra a sola do pé é o mesmo que dizer "Suba nas minhas costas"
- Tocar o braço do outro é um pedido: "Me coce".
Confira o estudo completo "O significado dos gestos dos chimpanzés” aqui.
Redação CicloVivo

Campos com mais de 50 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas

Campos com mais de 50 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas

A Prefeitura de Campos está recuperando as ciclovias e implantando ciclofaixas, interligando uma ciclovia da outra, para atender ao grande número de ciclistas que circula pelas ruas da cidade (Foto: Secom)
A Prefeitura de Campos está recuperando e ampliando as ciclovias e implantando ciclofaixas, interligando uma ciclovia a outra, para atender ao grande número de ciclistas que circula pelas ruas da cidade. Segundo o diretor de Projetos Viários do Instituo Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Paulo Dias, Campos possui mais de 50 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas. Outras estão sendo construídas para garantir melhor mobilidade urbana, facilitando ainda mais a locomoção dos ciclistas com segurança.

Dias informou que o órgão já está interligando as ciclovias das Avenidas Felipe Uébe e Presidente Kennedy, com a pintura de ciclofaixas pelas Ruas Caldas Viana e Raul Escobar, já executada, e pelas Ruas Gastão Viana Sampaio, prolongamento da Raul Escobar, e José Bonaparte Vieira, prolongamento Caldas Viana, no Jóquei, cujo serviço está em andamento.

O diretor adiantou que o IMTT também fará a interligação das ciclovias das Avenidas José Carlos Pereira Pinto e 28 de Março. A ciclofaixa será pintada nas Avenidas Zuza Mota e Tancredo Neves, em Guarus, subirá a Ponte Barcelos Martins e passará pela Rua Barão de Miracema, no Centro. Outra ciclofaixa vai ligar a Praça São Salvador ao Parque de Exposições da Pecuária, passando pela Avenida Alberto Torres, Rua Visconde de Alvarenga e Avenida Presidente Vargas.

- Teremos ainda, a ciclovia da RJ-216 (Campos-Farol de São Tomé), que vai ligar as Avenidas Presidente Kennedy e 28 de Março até o posto do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv); e ciclovia que fará a ligação da 28 de Março até a Avenida Alberto Lamego, pelo trecho novo da Avenida Arthur Bernardes – informou Paulo Dias.
Por: Telmo Filho - Foto: Secom -  30/06/2014 08:35:21

domingo, 20 de julho de 2014

Projeto Tamar registra recorde de ninhos de tartarugas no RN

Projeto Tamar registra recorde de ninhos de tartarugas no RN
 Julho de 2014 • 


O Projeto Tamar/ICMBio registra e monitora cerca de 800 ninhos de tartarugas marinhas todos os anos no litoral sul do Rio Grande do Norte. No entanto, na temporada 2013 para 2014 foram identificados 956 ninhos, maior número desde o início do monitoramento, há 14 anos.
O monitoramento é feito ao longo de 42 km de praias protegidas entre Natal e a divisa com a Paraíba. Os locais onde os registros acontecem são as praias da Barreira do Inferno (municípios de Natal/Parnamirim), Malembá (Senador Georgino Avelino), Pipa e Sibaúma (Tíbau do Sul), Barra do Cunhaú (Canguaretama) e Baía Formosa. Nestas regiões, o período reprodutivo inicia em novembro e com os últimos ninhos eclodindo nos meses de julho e agosto. "Cerca de 86 mil filhotes devem nascer sob a nossa proteção", disse João Carlos Thome, coordenador nacional do Centro Tamar/ICMBio.
Apesar de todas as espécies de tartarugas marinhas já terem sido registradas desovando na região, cerca de 98% dos ninhos são da espécie tartaruga-de-pente, que está criticamente ameaçada de extinção no Brasil e no mundo. "Esse recorde de 956 ninhos demonstra que as praias do litoral sul Potiguar têm uma grande importância para a manutenção das tartarugas-de-pente no Brasil, apresentando a maior densidade de desovas para a espécie no Atlântico Sul", afirmou Thome.
Estudos das tartarugas marinhas
As pesquisas sobre essas espécies são complexas por elas serem migratórias, com ciclo de vida longo e alternância de fases, entre terrestres e marinhas. "Atualmente, temos que levar em conta novos desafios, como mudanças climáticas, doenças, pesca comercial, ocupação do litoral e a poluição dos mares", afirma o coordenador.
A proteção da população de tartarugas-de-pente conta com apoio do Centro de Lançamentos da Barreira do Inferno (CLBI/Aeronáutica) e Santuário Ecológico de Pipa (SEP), que permitem a consolidação das atividades do Projeto Tamar no litoral do Rio Grande do Norte.

Use as redes sociais para fazer o bem

Use as redes sociais para fazer o bem; fuja do extremismo

A revolução das redes sociais abriu caminho para que as pessoas dessem suas opiniões. Mas é preciso equilíbrio na hora de se manifestar

Gil Giardelli, da 
AFP
Teclado de computador
São Paulo - O muro ficou muito alto para você ficar em cima. A revolução das redes sociais abriu o caminho para a opinião. Em nenhuma era da história o homem teve tanta liberdade para se expressar.
Estamos dando um passo à frente no exercício de dizer o que pensamos. O inglês John Howkins, considerado o pai da economia criativa, diz que “nossas necessidades mudaram. Sai a sobrevivência e entram as emoções”. Ao ouvir a voz da multidão digital, descobrimos que a maioria das pessoas está insatisfeita.
Três situações mostram que as pessoas enfrentam o poder quando o encontram nas redes sociais:
• Marjin Dekkers, CEO da farmacêutica Bayer, disse em dezembro que um dos medicamentos do laboratório não havia sido desenvolvido para o mercado indiano, dando a entender que se tratava de uma droga para ricos. Foi criticado em todo o mundo e precisou se explicar aos acionistas da empresa.
• O chef de um restaurante fino de Lisboa, onde a presidente Dilma Rousseff jantou secretamente, publicou fotos com ela no Instagram e no Facebook após a refeição. E criou uma saia justa política para a presidência da República.
• Uma professora da PUC- RJ postou no Facebook a foto de um frequentador do Aeroporto Santos Dumont ironizando a figura do retratado com os dizeres “aeroporto ou rodoviária?”. Após reação pública, a professora acabou afastada pela direção da universidade.
Discordo do extremismo, na rede e nas ruas. O escritor britânico George Orwell estava certo ao dizer que, “se a liberdade significa alguma coisa, será, sobretudo, o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir”.
O problema é que a linha entre liberdade e libertinagem ainda é muito tênue. Aos erros cometidos há reações desproporcionais. Muitas vezes, de uma agressividade que destrói os bons argumentos.
Um profissional precisa ser responsável para dar opiniões na rede. Quando cunhou o conceito de design thinking, o americano Tim Brown profetizou: “Há um papel claro e real para a alta liderança, mas não é o de ter as ideias, e sim o de criar as condições para que elas existam”.
Use as redes para fazer o bem. Faça como o americano Jack Andraka, de 18 anos, que, após seu tio morrer de câncer de pâncreas, pesquisou na web e inventou um jeito barato de detectar os tipos da doença. A rede não é B2B ou B2C. É H2H, de humano para humano. 

PROGRAMA A3P:ADOTE UMA CANECA



FONTE:SITE MMA

VAMOS REDUZIR A GERAÇÃO DE RESIDUOS NA EMPRESA:
ELIMINE O USO DE COPOS PLÁSTICOS!
DOE CANECAS AOS FUNCIONÁRIOS.

Programa de Conservação da Biodiversidade mantido pela LLX engloba RPPN, viveiro e parceria com Jardim Botânico

Lançado em maio de 2012, o Programa de Conservação da Biodiversidade desenvolvido pela LLX é uma iniciativa socioambiental que contribui para a preservação da biodiversidade da região de São João da Barra, no norte fluminense do Rio de Janeiro, onde a empresa constrói o Superporto Açu. Seu principal objetivo é preservar e conservar o bioma de restinga por meio de ações de pesquisa, recomposição de áreas e educação ambiental.
Um dos pilares do programa é a criação da maior reserva de restinga do país, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), e a instalação de um viveiro de mudas nativas, com capacidade para produzir 500 mil mudas por ano. Outro destaque do programa é o convênio assinado com o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro e com a Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) para criação de um centro de estudos e pesquisas para a conservação da biodiversidade. O espaço irá possibilitar o estudo científico da restinga do litoral de São João da Barra, trecho considerado o de menor nível de conhecimento da flora.
A RPPN Caruara possui 3.845 hectares, mas sua área protegida ultrapassa 4 mil hectares quando somada à faixa de praia, que também será preservada.  A extensão do terreno da Caruara é maior do que duas vezes a soma de todas as 47 RPPNs registradas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), e sua criação garante a proteção de todas as formações naturais da região, como lagoas, remanescentes de restinga em ótimo estado de conservação e o trecho mais preservado da praia.
A área da RPPN engloba um dos principais remanescentes de restinga preservados do Norte do Estado, além das Lagoas de Grussaí e Iquipari, esta última extremamente preservada, desde suas nascentes até sua foz, na Praia do Açu. Na RPPN Caruara serão desenvolvidos trabalhos de recomposição vegetal e enriquecimento de espécies, com a previsão de plantio de mais de 10 milhões de mudas.

PARCERIAS

A LLX também realizou parcerias com universidades e instituições de pesquisa, como o Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a UENF para o estudo científico da restinga e desenvolvimento de pesquisas relacionadas aos ecossistemas costeiros. Com isso, a LLX lança o Programa de Manejo e Conservação da Biodiversidade Vegetal do Açu, dividido em duas frentes: o centro de estudos e pesquisas para a conservação da biodiversidade e o núcleo de reprodução e manejo de espécies em uma área de 2 mil metros quadrados, com capacidade de produção anual de meio milhão de mudas nativas para reflorestamento local. 
É por tudo isso que a unidade será um polo gerador de conhecimento e uma referência para produção científica sobre a restinga. A unidade vai proteger, em caráter perpétuo, esse ecossistema, que é o mais ameaçado do Brasil. Além da preservação, um viveiro instalado em São João da Barra produzirá 500 mil mudas por ano de espécies nativas para reflorestamento da restinga.  Atualmente, o Grupo EBX está produzindo todas as mudas das espécies nativas que serão usadas para recompor as restingas da região que abrange o Complexo do Açu, no viveiro institucional. Hoje, o viveiro produz e maneja mais de 53 espécies de restingas e ocupa uma área de 8 mil metros quadrados.
- See more at: http://www.prumologistica.com.br/pt/imprensa/Paginas/conheca-o-programa-de-conservacao-da-biodiversidade.aspx#sthash.PiFGbptn.dpuf

sábado, 19 de julho de 2014

Datafolha: Garotinho e Crivella têm 24%, Pezão (14%) e Lindbergh (12%)

Pesquisa Datafolha sobre a eleição para governador do Rio de Janeiro, divulgada nesta quinta-feira (17), mostra empate entre os candidatos Anthony Garotinho (PR) e Marcelo Crivella (PRB), ambos com 24% das intenções de votos. O atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), candidato à reeleição, tem 14% das intenções de voto e está tecnicamente empatado com e o ex-senador Lindberg Farias (PT), com 12%. O candidato do PSOL, Tarcísio Motta, registrou 2% das intenções de voto, e Dayse Oliveira, do PSTU, 1%. Ney Nunes, do PCB, não foi citado pelos eleitores.
Dos entrevistados, 16% responderam que votarão em branco ou anularão o voto e 7% não souberam responder, mostra a pesquisa do Datafolha, realizada entre os dias 15 e 16 de julho com 1.317 eleitores em 31 cidades do Estado do Rio. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%, o que significa que se fosse feitos 100 levantamentos com a mesma metodologia, 95 resultados estariam dentro da margem de erro prevista. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número RJ-00009/2014. É a primeira pesquisa do instituto após a oficialização das candidaturas pelo TSE.
Veja os números do Datafolha para a pesquisa estimulada:
Anthony Garotinho (PR) – 24%
Marcelo Crivella (PRB) – 24%
Pezão (PMDB) -14%
Lindberg Farias (PT) – 12%
Tarcísio Motta (PSOL) – 2%
Dayse Oliveira (PSTU) -1%
Brancos e nulos – 16%
Não sabem ou não responderam – 7%
Garotinho lidera com folga no interior - No interior do estado Garotinho tem melhor desempenho do que Crivella. O primeiro registra 31% das intenções de voto contra 16% do segundo.
Crivella lidera na capital - Já Marcelo Crivella destaca-se no município do Rio: 26% contra 16% de Garotinho.
Religião - Em relação à religião, tanto Garotinho como Crivella registraram índices acima da média entre os evangélicos pentecostais: 30% e 35% respectivamente. Já entre os evangélicos não pentecostais, Crivella lidera com 33% contra 23% de Garotinho.
Garotinho lidera rejeição (39%) - Anthony Garotinho é também o candidato com maior rejeição entre os eleitores. Quando perguntados sobre o candidato em quem não votariam de forma alguma, 39% dos entrevistados responderam Garotinho. Pezão foi citado por 19% dos entrevistados; Lindberg por 17%; e Crivella por 16%, e estão tecnicamente empatados.
Pesquisa Ibope – Pesquisa Ibope divulgada no dia 17 de junho, antes da homologação das candidaturas, também indicou um empate técnico entre Crivella e Garotinho. O ex-governador apareceu com 18% das intenções de voto, Crivella tinha 16%, e Pezão 13%. O senador Lindberg Farias (PT) tinha 11% e o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), que virou candidato ao Senado, tinha 8%.
Fonte: G1

sexta-feira, 18 de julho de 2014

E se todo mundo virar vegetariano?

E se todo mundo virar vegetariano?

Se o consumo de produtos animais virar tabu, o ambiente agradece. Mas os rebanhos, abandonados após milênios domesticados, seriam extintos. Acompanhe um pai e um filho por uma antiga região pecuária - onde surgem novas questões familiares

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Ilustração Elcerdo

Pedalavam. Nada ao redor dos dois, pai e filho, a não ser suas sombras no asfalto. Era o caminho que sempre faziam para tirar fotos de natureza: uma estrada vazia na fronteira do Brasil com o Uruguai, reta infinita cortando a planície oceânica. Até que o pai, que ia mais à frente, dobrou à direita, desviando para uma trilha de chão batido. O filho se surpreendeu. Mas o seguiu, e parou ao lado dele no alto de uma colina. Não sabia dizer o quê, mas havia algo estranho com seu pai. Calado, o cinquentão enxuto tirou seu capacete e lançou à paisagem um olhar de filósofo. E veio uma voz de filósofo.

- Filho, chegou a hora de termos uma conversa difícil. Eu sempre te dei liberdade, não dei?
O rapaz acenou concordando.

- Sempre fui um defensor da liberdade. Mas não apenas da sua. De todos os seres vivos. 
- Sei, pai. E daí?
- Sabia que toda essa área ao nosso redor já esteve repleta de bois e vacas?
Sem dar chance de resposta, o pai encadeou memórias: as viagens de carro com a família pelo Pampa, vendo aquelas coxilhas cheias de bovinos. Os churrascos com amigos, as feijoadas aos sábados, o peru de Natal. Outro mundo. 

Até que surgiu uma ten-dên-cia, ironizou o filho.
- Uma nova consciência!
, rebateu o pai. Cientistas, intelectuais, políticos. Todos começaram a se dar conta do absurdo que era comer carne. Fui um líder dessa causa. Agora, imagine como me sinto ao saber que meu próprio filho anda comendo queijo.

O rapaz tentou responder, mas o pai prosseguiu com o sermão. Lembrou-se dos protestos para acabar com aviários, matadouros, frigoríficos, pesqueiros.

- Olhando para trás, é óbvio que matar animais foi tão absurdo quanto a escravidão. Ou impedir mulheres de votar. Ou segregar pessoas por raça ou religião. Não entendo como ainda pode existir gente carnívora.
- Pai, você está exagerando. Não virei carnívoro. Não precisa matar uma vaca para extrair o leite e fazer queijo. Além disso, foram só algumas vezes. Posso parar quando quiser.
- Mas começa assim. Daqui a pouco, você se vicia em coisas mais fortes. Um ovo frito. Quando vê, já está no peito de frango. Em pouco tempo, está vendendo sua bicicleta para comprar picanha desses traficantes de carne. Você está dando força para algo que foi muito difícil de combater.

Irritado, o pai voltou com a aula de história. A pecuária tinha sido uma das principais atividades econômicas, com um lobby poderoso. Mas a mudança veio da sociedade. Ano após ano, cada vez mais gente foi deixando de comer carne. Beber leite também se tornou malvisto, e até ovos viraram alimentos proibidos. Produtos de origem animal se tornaram tabu. Casacos de pele, blusões de lã e travesseiros de pena eram peças de museu.

- Vestir uma jaqueta de couro é como se enrolar em um cadáver, concorda?
- Sua geração é muito extremista.
- Extremista? Quando leio que as florestas retomam o espaço dos pastos, que os peixes estão voltando aos mares, quando eu vejo essa paisagem vazia, sem animais criados apenas para morrer, sinto que estou deixando um mundo melhor para a sua geração.
- Podemos voltar agora? Aproveita e me deixa na clínica de reabilitação.
- Chega de ironia, garoto. Quero te mostrar um lugar.


Com um sinal do queixo, ele fez com que o filho montasse na bicicleta e o seguisse pela estradinha Pampa adentro. Depois de uns 15 minutos, pararam ao lado de uma cerca. O pai tocou o ombro do filho e usou um tom conciliador.

- A partir daqui, começa um santuário onde vivem em liberdade alguns dos últimos remanescentes daqueles rebanhos gigantescos.

Após milênios de domesticação, os animais abandonados foram incapazes de sobreviver na natureza. Pragas e predadores acabaram com quase todos - 99,9% dos 1,5 bilhão de bovinos pereceram, numa das maiores extinções em massa da história. O pai tirou da mochila sua câmera fotográfica. Em silêncio, posicionou a máquina e aguardou. Até que chamou o rapaz para olhar no visor. Uma mancha branca, desfocada. Com um ajuste, ela surgiu. Uma das últimas vacas do pampa.

- Não é um animal lindo?
O filho afastou a câmera do rosto e enxugou os olhos.

- Desculpa, pai. De verdade.
- Tudo bem!, respondeu o pai, abrindo outro bolso da mochila. Em sinal de trégua, acendeu um baseado e ofereceu ao filho. Fumaram juntos admirando a paisagem
.

Amazônia cresceu após mudança climática há 2 mil anos

Amazônia cresceu após mudança climática há 2 mil anos, diz estudo

Um quinto da bacia da Amazônia foi savana antes de transformação natural.
Além disso, floresta pode ter sido ocupada por agricultores no passado.

Da Reuters
Aves sobrevoam a Floresta Amazônica (Foto: Luiz Claudio Marigo/Conservação Internacional/Divulgação)Aves sobrevoam a Floresta Amazônica (Foto: Luiz Claudio Marigo/Conservação Internacional/Divulgação)
Faixas da Amazônia podem ter sido pradarias até uma mudança natural para um clima mais úmido há cerca de 2.000 anos ter levado à formação da floresta tropical, de acordo com um estudo que desafia a crença comum de que a maior floresta tropical do mundo é muito mais velha.
A chegada de doenças europeias após Cristóvão Colombo ter cruzado o Atlântico em 1492 também pode ter acelerado o crescimento de florestas com a morte de populações indígenas que utilizavam a região para agricultura, escreveram os cientistas no periódico científico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a "PNAS".
“O ecossistema dominante era mais como a savana do que a floresta tropical que vemos hoje”, disse John Carson, que liderou a pesquisa na Universidade de Reading, na Inglaterra, sobre o sul da Amazônia.
Os cientistas disseram que uma mudança para condições mais úmidas, talvez causadas por alterações naturais na órbita da Terra ao redor do Sol, levaram ao crescimento de mais árvores a partir de 2.000 anos atrás.
Eles encontraram grandes quantidades de pólen de grama em sedimentos antigos de lagos próximos, sugerindo que a região era coberta por uma savana. Eles também encontraram evidências de plantações de milho, o que aponta para a agricultura.Provável savana
Os pesquisadores estudaram aterros feitos pelo homem, descobertos recentemente após desmatamento na Bolívia, que incluíam valas de até 1 quilômetro de comprimento e de até 3 metros de profundidade e 4 metros de largura.
A Amazônia tem sido tradicionalmente vista como uma floresta tropical primitiva e densa, povoada por populações caçadoras-coletoras. Nos últimos anos, no entanto, arqueólogos descobriram indicações de que povos indígenas viveram na selva densa, mas conseguiram abrir espaço de terra para agricultura.
Agricultores viviam na Amazônia
O estudo publicado no periódico "PNAS" sugere uma nova ideia de que a floresta simplesmente não existia em algumas regiões. As “descobertas sugerem que, em vez de ser uma floresta de caçadores-coletores, ou de desmatadores de florestas em grande escala, os povos da Amazônia de 2.500 a 500 anos atrás eram agricultores”, disse a Universidade de Reading em um comunicado.
Carson disse que, talvez, um quinto da bacia da Amazônia, no sul, pode ter sido savana até essas transformações naturais, ao passo que floresta cobriria o território restante.
Em um lago, o Laguna Granja, plantas de floresta tropical somente teriam tomado o lugar da grama como principais fontes de pólen em sedimentos há cerca de 500 anos, sugerindo uma ligação com a chegada dos europeus.
O propósito dos aterros é desconhecido - eles podem ter sido utilizados para defesa, drenagem ou para propósitos religiosos. A compreensão da floresta pode ajudar a resolver enigmas impostos pelas mudanças climáticas.
A floresta Amazônica afeta a mudança climática porque suas árvores absorvem dióxido de carbono, um gás de efeito estufa, à medida que crescem, e o liberam quando apodrecem ou quando são queimadas. O Brasil tem reduzido os níveis de desmatamento nos últimos anos.

Cerâmicas têm área para a Reserva Legal

Cerâmicas têm área para a Reserva Legal

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) cedeu uma área do Parque Estadual do Desengano, unidade de conservação ambiental, entre os municípios de Campos, Santa Maria Madalena, aos ceramistas de Campos, para cumprirem a exigência da Reserva Legal, imposta pelo Código Ambiental.  A indústria cerâmica  reclamava a dificuldade em conseguir áreas regulamentadas e cobertas de vegetação para cumprir com a obrigatoriedade da Reserva Legal.
Com o acordo, ficou definido que os ceramistas pagarão pela quantidade de hectares necessários do parque, como medida compensatória, devido aos impactos causados pela extração de argila nas terras arrendadas a terceiros. A lei exige que a área para a Reserva Legal corresponda a 20% do terreno impactado. Pelo acordo firmado, a área paga pelos ceramistas continuará de posse do Estado.
Segundo o presidente do Sindicato dos Ceramistas de Campos, Amaro da Conceição, o acordo foi conseguido depois de três reuniões com a presidente do Inea, Isaura Frage, e foi importante para o setor. “O resultado da reunião foi importantíssimo para nós. Estávamos na dependência da liberação dessas áreas para podermos fazer a Reserva Legal e, enfim, reiniciar o processo de licenciamento das cerâmicas. O acordo também gera mais investimentos em áreas verdes”, contou o presidente do sindicato, adiantando que a indústria também conseguiu renovar as licenças ambientais.
De acordo com Amaro da Conceição, o setor cerâmico de Campos é  formado por 120 indústrias, a  grande maioria localizada na Baixada Campista, e se tornou o maior polo gerador de empregos da região, com oito mil postos de trabalho diretos.
(A.N.)
FONTE:FOLHA DA MANHA