domingo, 27 de outubro de 2013

11 respostas essenciais sobre aposentadoria pelo INSS

11 respostas essenciais sobre aposentadoria pelo INSS

Entenda como é feita a contribuição ao INSS, o que é o fator previdenciário e como calcular quanto você receberá na aposentadoria

REUTERS
Dinheiro: pessoa segura notas de cinquenta reais
Notas de 50 reais: Contribuição ao INSS é limitada a alguns valores, por isso nem sempre benefício será equivalente ao salário nos tempos de ativa
São Paulo - Os trabalhadores que contribuem para a Previdência Social têm direito à aposentadoria paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após atingir determinada idade ou tempo de contribuição. É importante saber quais são as regras que determinam o valor da sua contribuição e o benefício que será recebido no futuro para que você faça o seu planejamento financeiro como manda o figurino e tenha toda a tranquilidade que você espera na sua aposentadoria.
Em parceria com a contadora Andréa Claudini, especialista em consultoria previdenciária, EXAME.com respondeu algumas das principais dúvidas sobreaposentadoria pelo INSS. São questões que vão desde como é feita a contribuição à Previdência Social, o que é o fator previdenciário até como calcular quanto você receberá na sua aposentadoria. Veja a seguir. 
1 Como é feita a contribuição à Previdência Social? Qual parte cabe à empresa contribuir e qual parte cabe ao trabalhador?
A contribuição do trabalhador à Previdência Social pode ser feita de duas maneiras. Para o trabalhador que tem registro em CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência Social), a obrigatoriedade do recolhimento fica a cargo da empresa, que desconta de seu salário o valor da contribuição e a repassa aos cofres da Previdência.
O percentual de desconto varia de acordo com a remuneração: para salários de até 1.247,70 reais, o percentual é de 8%; para salários de 1.247,71 até 2.079,50 reais, a alíquota é de 9%; e para salários acima de 2.079,51 reais, o percentual é de 11%. Como existe um limite salarial sobre o qual incide o percentual de contribuição - o teto previdenciário, que é de 4.159 reais em 2013 -, a contribuição máxima ao INSS é de 457,49 reais. 
Já os trabalhadores autônomos, devem fazer sua contribuição por meio do pagamento de carnê, com valores equivalentes a 20% de seu salário, sendo que esses valores devem respeitar os limites do salário mínimo e do teto previdenciário. Logo, a contribuição varia entre 135,60 reais (20% do salário mínimo vigente, de 678 reais) e 831,80 reais (20% do teto de 4.459 reais). Caso o contribuinte individual trabalhe por conta própria e receba até um salário mínimo, a alíquota é de 11%, assim como de prestação de serviços à empresa, quando a alíquota será de 11% e será repassada pela empresa contratante ao INSS.
Os carnês ou Guias da Previdência Social (GPSs) são encontrados no site da Previdência e o pagamento das mensalidades ao INSS pode ser feito em qualquer agência bancária ou casas lotéricas.
2 É possível aumentar o valor da minha contribuição?
O trabalhador com carteira de trabalho registrada só terá sua contribuição elevada quando houver reajustes salariais ou promoções que aumentem sua renda mensal. Ele não poderá ultrapassar o percentual máximo de contribuição de 11%, ou a contribuição máxima, de 457,49 reais (11% sobre o teto previdenciário de 4.159 reais).
O contribuinte individual (em carnê) pode elevar sua contribuição, sem a necessidade de prévio aviso ao INSS, desde que não ultrapasse o teto máximo de contribuição de 20% do seu salário, ou de 831,80 reais, caso sua renda supere o teto previdenciário de 4.159 reais.
3 Quando eu posso me aposentar?
Você pode se aposentar por tempo de contribuição, modalidade em que não é exigida uma idade mínima, mas um tempo de contribuição de 30 anos para a mulher e de 35 anos para o homem. Ou por idade, modalidade que exige pelo menos 180 contribuições mensais (quinze anos), e 60 anos de idade para a mulher ou 65 anos para o homem.
Também é possível se aposentar por invalidez, quando a pessoa, por doença ou acidente, for considerada sem condições de trabalhar por um médico da Previdência Social. Ou ainda obter a aposentadoria especial, modalidade na qual o trabalhador deverá comprovar que trabalhou em condições prejudiciais à saúde após um determinado período, que pode ser de 15, 20 ou 25 anos, dependendo do tipo de trabalho.
4 Segundo o Ministério da Previdência Social: "Têm direito a aposentadoria por idade os trabalhadores urbanos a partir dos 65 anos para os homens e a partir dos 60 anos de idade para as mulheres, desde que cumprida carência exigida". Em que consiste esta carência?
Carência é o numero mínimo de contribuições realizadas pelo segurado. Atualmente, a legislação determina uma carência de 180 contribuições mensais para a concessão dos benefícios de aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial. Nos casos de auxilio doença e/ou aposentadoria por invalidez, por exemplo, a carência é de 12 meses.
5 Como calcular quanto eu receberei na minha aposentadoria? 
No site da Previdência Social é possível calcular qual será o seu benefício ao preencher em um simulador informações como a sua idade, o tempo de contribuição e o valor da renda mensal ao longo dos anos.
O valor da aposentadoria é obtido por meio da média aritmética simples de 80% dos maiores salários de contribuição do período compreendido entre julho de 1994 e o mês imediatamente anterior à aposentadoria. Ou seja, se constarem 100 salários de contribuição neste período, serão desconsiderados os 20 menores valores e a média levará em consideração os 80 maiores.
Mas, tanto na aposentadoria por idade, quanto por contribuição, existem fatores de redução. Na aposentadoria por idade, o valor do benefício equivale a um percentual do salário de benefício. Esse percentual é igual à soma de 70% mais 1% para cada ano de contribuição, até o limite de 100%. Isto significa que quem contribuiu durante 30 anos ou mais receberá 100% do salário de benefício como aposentadoria (70% + 30% = 100%). Mas se a pessoa atingir a idade para se aposentar com menos de 30 anos de contribuição, seu salário de benefício será reduzido.
No caso de um homem de 65 anos e apenas 28 de contribuição, por exemplo, sua aposentadoria será igual a 98% (70% + 28%) do seu salário de benefício. Supondo que este seja de 3.000 reais, sua aposentadoria será de 2.940 reais. Se este mesmo homem esperasse mais dois anos, ele se aposentaria com renda mensal de 3.000 reais. O mesmo aconteceria com uma mulher que se aposentasse com 60 anos de idade e 28 de contribuição.
O outro fator de redução é o chamado fator previdenciário, explicado a seguir. 
6 O que é o fator previdenciário?
O fator previdenciário é um índice que leva em conta a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de sobrevida do segurado no momento em que ele se aposenta. Ele é utilizado para reduzir o valor do benefício dos trabalhadores que se aposentam cedo, por tempo de contribuição, em vez de se aposentar por idade. Assim, quanto mais cedo for o pedido de benefício, menor será o valor da aposentadoria.
A fórmula de cálculo do fator previdenciário é a seguinte:
f = Tc x a / ES x [ 1+ (Id + Tc x a) / 100 ]
Onde:
(Tc) Tempo de Contribuição no momento da aposentadoria (em anos)
(Id) Idade momento aposentadoria (em anos)
(Es) Expectativa de Sobrevida no momento da aposentadoria (em anos)
( a) Alíquota de Contribuição – dado fixo na fórmula = 0,31

A partir da fórmula é possível concluir que, nas aposentadorias por tempo de contribuição, o fator previdenciário costuma reduzir o valor do benefício porque nesta modalidade normalmente a pessoa ainda não tem idade para se aposentar e sua expectativa de vida ainda é longa. 
O fator previdenciário é válido apenas no cálculo do valor da aposentadoria por tempo de contribuição. No caso dos aposentados por invalidez não há utilização do fator. E na aposentadoria por idade, a fórmula é utilizada opcionalmente, apenas quando aumentar o valor do benefício.
7 Por que o valor do benefício costuma ser menor do que o salário nos tempos de ativa?
Como o valor do salário de contribuição tem um limite, de 4.159 reais, quem recebe um salário superior a este valor, seja de 10 mil, 15 mil reais ou mais, terá seu percentual de contribuição limitado ao percentual de 11% sobre o teto de 4.159 reais de qualquer forma.
Além disso, a aposentadoria recebida pelo INSS é uma média dos 80 maiores salários do período de contribuição. Sendo uma média, o valor pode não ser exatamente o maior salário que você recebia nos tempos de ativa, já que ele englobará os 80 maiores salários, mas não necessariamente os últimos 30 salários que você recebeu imediatamente antes de se aposentar.
O benefício também pode ser menor porque existem os fatores redutores, conforme explicado nas questões anteriores. 
8 O que acontece quando o contribuinte morre?
Quando um segurado da previdência falece, os dependentes poderão solicitar a pensão por morte. São considerados dependentes: o cônjuge ou companheiro e os filhos menores de 21 anos ou inválidos. Não havendo nenhum destes, podem se habilitar ao beneficio de pensão por morte os pais ou irmãos menores de 21 anos ou inválidos, desde que comprovem dependência financeira em relação ao falecido.
9 Quais são as diferenças entre a aposentadoria por tempo de contribuição e por idade?
As diferenças basicamente são os critérios necessários para obtenção do benefício. Com relação ao cálculo, é possível dizer que a aposentadoria por idade pode ser mais vantajosa, tendo em vista que o fator previdenciário só é utilizado caso seja positivo, ou seja, se o fator previdenciário resultar em um índice inferior a um (que vá reduzir a média salarial) ele não é utilizado.
10 Por que pode valer a pena contribuir para a Previdência Social?
Ao contribuir para a Previdência Social, o trabalhador não só tem direito a se aposentar, mas passa a ter acesso a uma série de outros benefícios que visam a garantir o seu bem-estar e o de sua família em situações que podem trazer dificuldfades financeiras. Alguns desses benefícios, como o salário-maternidade, não são garantidos por planos privados de previdência. E outros, como o auxílio-doença, até podem ser cobertos por alguns planos privados, mas é mais raro.
11 Como solicitar a aposentadoria?
Para obter o benefício (seja pela aposentadoria especial, por idade, por invalidez ou por tempo de contribuição), o contribuinte deve se dirgir a uma agência do INSS e apresentar alguns documentos, que variam de acordo com a modalidade da aposentadoria. A lista dos documentos exigidos pode ser consultada no site da Previdência Social.   
A visita às agências do INSS podem ser agendadas pelo site da Previdência ou pelo telefone 135, de segunda a sábado, das 7h às 22h (exceto domingos e feriados). 

Lançada plataforma digital para adesão ao Sistema Nacional de Cultura

Lançada plataforma digital para adesão ao Sistema Nacional de Cultura

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DivulgaçãoDivulgação
Com o objetivo de automatizar o processo de adesão ao Sistema Nacional de Cultura (SNC) e estruturação dos sistemas culturais nos Estados e Municípios, o Ministério da Cultura disponibilizou uma plataforma digital. O sistema – que entrou em funcionamento na sexta-feira, dia 18 – abrange desde a solicitação do ente federado até a assinatura do Acordo de Cooperação Federativa e sua publicação no Diário Oficial da União.
Segundo o órgão, a iniciativa visa a oferecer mais facilidades aos Municípios no processo e, ainda, diminuir as possibilidades de diligências. O Ministério está encaminhando às Representações Regionais do Ministério da Cultura material contendo orientações básicas para subsidiar os Municípios que solicitarem adesão ao SNC. Depois, deverá ser realizado treinamento em cada região.
O Ministério da Cultura está trabalhando na estrutura da plataforma digital há cerca de um ano e, até dezembro, todo o processo de adesão ao SNC, incluindo o Plano de Trabalho – que é quando o Município deve estabelecer o conjunto de estratégias adotadas para a estruturação do seu sistema de cultura – estará funcionamento eletronicamente. 
SNC
É um instrumento de gestão compartilhada de políticas públicas de cultura que abrange os entes federados e a sociedade civil. Sua implementação vem sendo dada por meio de assinatura do Acordo Cooperação Federativa – ato bilateral formalizado entre Governo Federal, Estados e Municípios - visando ao desenvolvimento do SNC. A meta 1 do Plano Nacional de Cultura prevê  que até 2020 o sistema deve estar institucionalizado e implementado em 100% das Unidades da Federação e em 60% dos Municípios. 
Acesse aqui a plataforma do SNC e confira o passo a passo do cadastro no comando "Integre-se ao SNC".
Agência CNM, com informações do Ministério da Cultura

Interesse por CCS cai e tecnologia passa por momento de incerteza

Interesse por CCS cai e tecnologia passa por momento de incerteza

14/10/2013   -   Autor: Jéssica Lipinski   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil

Falta de apoio e de investimentos fez com que dez projetos de captura e armazenamento de carbono fossem cancelados ou colocados em espera no último ano; apenas 65 iniciativas existem atualmente



A captura e armazenamento de carbono (CCS) é considerada uma das opções de transição para uma economia de baixo carbono ao reduzir a liberação para a atmosfera dos gases do efeito estufa resultantes da queima de combustíveis fósseis. Mas sua aplicação segue envolvida em muita controvérsia - já que ainda existem dúvidas sobre os impactos ambientais de se armazenar gases no subsolo - e seu desenvolvimento é muito incipiente. Os dados do relatório O Estado Global do CCS: 2013 (The Global Status of CCS: 2013) só comprovam isso: dos 75 projetos de CCS que existiam em 2012, dez foram cancelados ou colocados em espera no último ano.

O documento, apresentado na semana passada no encontro anual internacional dos membros do Instituto Global de CCS em Seul, na Coreia do Sul, contudo, afirma que o número de projetos em operação aumentou 50% no último ano, indo de oito para 12. No total, esses projetos evitam a emissão de 25 milhões de toneladas métricas (Mtpa) de GEEs, e espera-se que esse número aumente para 38 Mtpa até 2016.
Ainda assim, Brad Page, CEO do Instituto de CCS Global, colocou que o ímpeto do CCS é pequeno demais se o objetivo é que a tecnologia tenha um papel central no combate às mudanças climáticas.
Dos atuais 65 projetos existentes, apenas 12 estão em funcionamento. O país que mais apresenta projetos são os Estados Unidos, com 20, sete em operação. Em segundo lugar vem a China, com 12, em vários estágios de desenvolvimento. Segundo a análise, quando todos os projetos entrarem em operação, a capacidade de armazenamento de GEEs terá potencial para 122 Mtpa.
Em todo o mundo, os quatro projetos que entraram em operação neste ano foram: um projeto de recuperação de metano em um poço de petróleo no Texas (EUA), um em uma usina de gaseificação no Kansas (EUA), um em uma usina de gás natural no Wyoming (EUA) e um no campo de petróleo Lula da Petrobras, na Baía de Santos, no Brasil.
O projeto brasileiro reinjeta atualmente 220 toneladas/dia de CO2 no reservatório produtor de petróleo e faz parte do Programa Tecnológico de Gerenciamento do CO2 (ProCO2) da Petrobras.
Outros locais que também estão progredindo no armazenamento de carbono são o sudeste da Ásia, o Oriente Médio, a África do Sul e o México.
De acordo com o estudo, os projetos de captura de carbono em usinas de petróleo continuam a dominar todas as formas de armazenamento geológico, e estão levando a mais progresso da tecnologia em países em desenvolvimento, assim como a um desenvolvimento da infraestrutura de armazenamento, transporte e captura.
A pesquisa também diz que demonstrações de armazenamento em pequena escala e projetos piloto, juntamente com testes de campo de métodos de monitoramento, continuam a fornecer informações essenciais para a tecnologia, incluindo dados sobre o comportamento do CO2 no subsolo, o que ajuda no desenvolvimento do CCS.
Mas apesar disso, os obstáculos ainda são grandes para a tecnologia. O relatório indica que cerca de 70% dos proponentes de projeto afirmam que a incerteza política é o maior risco para as iniciativas de CCS, além da falta de incentivos e apoio para financiamento.
Para Page, mais projetos são necessários no setor energético e em indústrias intensas em energia, nas quais a tecnologia é praticamente inexistente. As duas primeiras usinas carboníferas do mundo com CCS, a Boundary Dam, em Saskatchewan (Canadá), e o projeto Kemper County Integrated Gasification Combined Cycle (IGCC), no Mississipi (EUA), devem entrar em operação em 2014.
Infelizmente, a conclusão do documento não é das mais positivas: “O progresso mais lento do que o previsto dos projetos de CCS em construção durante os últimos três anos reflete a dificuldade para proponentes de projeto de lidarem com desafios financeiros e comerciais inerentes na integração do CCS. Isso deve continuar nos próximos anos.”

sábado, 26 de outubro de 2013

Mangue do Carapeba: consulta pública neste sábado no Farol

Mangue do Carapeba: consulta pública neste sábado no Farol

Por Thábata Ferreira

A secretaria Municipal de Meio Ambiente realiza neste sábado (26) de 9h às 12h, uma consulta pública para a criação de uma Unidade de Conservação para a proteção da Área de Refúgio da Vida Silvestre do Mangue do Carapeba, localizada em Farol de São Tomé. A consulta será realizada na Colônia de Férias da Terceira Idade e vai reunir segmentos acadêmicos, Ongs, sociedade civil organizada, além da população em geral. 

- A consulta é um momento de apresentação dos estudos técnicos para viabilizar a criação da unidade, ou seja, é o momento de conhecer o projeto e tirar as dúvidas. Além disso, é uma exigência da lei do sistema nacional das unidades de conservação – informa o secretário Zacarias Albuquerque. 

Durante a consulta, serão apresentados estudos organizados pela equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente, além de estudos de órgãos ambientais e universidades, que comprovam as riquezas naturais do Mangue do Carapeba. 

- O objetivo é preservar o espaço do Mangue do Carapeba, que abriga aves de várias espécies, além de ser um berçário muito rico para a reprodução de espécies, como peixes e camarões também. O mangue é o encontro de água salgada e água doce, espaço para encontro de crustáceos como caranguejos e guaiamuns - informa. 

Passada a etapa de consulta pública, será criada a lei. “Em seguida, a secretaria já planeja a construção do Centro de Visitantes, da sede administrativa e, também, fiscalização da unidade de conservação, cuja proposta é ser realizada pelo Grupamento ambiental. Para isso, foi necessário o apoio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea)”, disse o secretário. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Governo lança plano para conter vazamentos de petróleo
23 de Outubro de 2013 • 

O governo anunciou um plano nacional de contingência para casos de vazamento de óleo em águas sob jurisdição nacional. Segundo o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o plano deverá ser adotado em caso de acidentes de maiores proporções, quando a ação individualizada dos agentes não for suficiente para a solução do problema.
O plano foi anunciado um dia após a realização do leilão na área de Libra, o primeiro na área do pré-sal. A criação do plano de contingência estava prevista na Lei 9.966, de 2000, mas até hoje não tinha sido implementado.
Segundo o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida, nesse período, apenas em uma ocasião, o plano teria sido acionado, se tivesse sido criado: em um acidente ocorrido em 2000 no Paraná, quando vazaram 4 milhões de litros de petróleo. “Deveríamos, sim, ter tido esse plano de contingência desde 2000, mas o fato de ele inexistir não provocou nenhuma consequência", disse o secretário.
Nem mesmo os vazamentos no Campo de Frade, sob responsabilidade da empresa Chevron, em 2011, justificariam o acionamento do plano de contingência, ressaltou o secretário. Segundo ele, o acidente foi considerado de pequeno porte. “O volume vazou e foi para alto-mar e não provocou consequência nenhuma.”
“Não significa que estávamos completamente desassistidos. Não estávamos. Já existiam normas que, de algum modo, previam providências urgentes, como o plano de emergência, que era obrigatório com o licenciamento ambiental”, explicou o ministro Lobão.
Para acionamento do plano, serão considerados aspectos como a quantidade de óleo vazado, os impactos provocados e a sensibilidade da área onde ocorreu o vazamento. “Não é uma coisa objetiva, mas é um conjunto de valores que serão analisados individualmente ou de maneira coletiva”, explicou o secretário.
A solução para incidentes em águas marítimas deverá ser coordenada pela Marinha e para os vazamentos em águas interiores, pelo  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Nos casos que envolvam estruturas submarinas de perfuração e produção de petróleo, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) coordenará os trabalhos.
Todos os custos de acionamento do plano serão responsabilidade do empreendedor, mas as ações preventivas, como o monitoramento, serão custos orçamentários. No caso de manchas em que não se identifica o poluidor, mas que colocam em risco o meio ambiente, a União fará a limpeza até identificar os responsáveis, que deverão arcar com os custos.
Sabrina Craide - Agência Brasil

Morador de arquipélago pede status de refugiado climático

Morador de arquipélago pede status de refugiado climático

Um habitante de Kiribati, arquipélago do Pacífico sul ameaçado pela elevação do nível das águas, pediu refúgio climático à Nova Zelândia


Habitante de Kiribati, arquipélago do Pacífico sul ameaçado pela elevação do nível das águas
Habitante de Kiribati, arquipélago do Pacífico sul ameaçado pela elevação do nível das águas: regiões inteiras deste arquipélago são invadidas regularmente pelas águas
Wellington - Um habitante de Kiribati, arquipélago do Pacífico sul ameaçado pela elevação do nível das águas, pediu refúgio climático à Nova Zelândia, em um fato inédito no mundo, informou seu advogado.
Ioane Teitiota, de 37 anos, apresentou um recurso esta semana diante da rejeição das autoridades neozelandesas de imigração de conceder a ele o status de refugiado, o que implica o seu retorno forçado a Kiribati, explicou nesta quinta-feira seu advogado, Michael Kitt, à AFP.
Segundo o advogado, seu cliente não deve ser mandado de volta a Kiribati, república composta por uma ilha vulcânica e mais de 30 atóis coralinos, a maioria alguns metros acima do nível do mar.
Regiões inteiras deste arquipélago são invadidas regularmente pelas águas e as colheitas ficam empobrecidas devido à infiltração de água salgada nas reservas de água doce.
"O acesso à água doce é um direito fundamental", declarou o advogado à Radio New Zealand.
"O governo de Kiribati é incapaz, e talvez reticente, em garantir [este direito] porque é algo totalmente fora do seu controle", acrescentou o jurista.
O caso de seu cliente poderá estabelecer um precedente não só para os 100.000 habitantes de Kiribati, mas também para todas as populações ameaçadas pelas mudanças climáticas causadas pelos seres humanos, afirmou.
Segundo o advogado, esse risco criaria um novo tipo de refugiado, que ainda não têm direitos reconhecidos pelas convenções internacionais.
"É uma situação em constante evolução. Chegará o momento em que os tribunais terão que se pronunciar sobre a forma de agir", avaliou Kitt.
Segundo a Comissão de Direitos Humanos da ONU, Kiribati faz parte das nações insulares - ao lado de Maldivas, Tuvalu e Tokelau - que poderão ficar "sem terra" devido ao aquecimento global.
As Ilhas Marshall e outros arquipélagos também estão ameaçados.
As autoridades da Nova Zelândia negaram o status de refugiado a Ioane Teitiota, argumentando que ninguém o ameaça quando volta para casa. Mas Michael Kitt rebateu dizendo que a vida de seu cliente e de seus três filhos, de fato, está ameaçada pelo meio ambiente.
"Teitiota é perseguido passivamente pelas circunstâncias nas quais se encontra seu país de nascimento e que o governo de Kiribati não pode, de forma alguma, melhorar", disse o advogado.
O Alto Tribunal de Auckland deve se pronunciar sobre o caso até o fim do mês.
Diante da possibilidade de que as mudanças climáticas possam fazer sumir toda a sua nação, o presidente de Kiribati, Anote Tong, afirmou no final de 2012 que considerava uma remoção de toda a população para Fiji e Timor Leste.
"Devemos aceitar a possibilidade, a realidade, de remover parte da nossa população", declarou Tong em entrevista à AFP.
Segundo as previsões, o nível do mar em Kiribati poderia aumentar um metro até o final do século.
O governo de Kiribati comprou de Fiji dois mil hectares que servirão como terras de cultivo para seu povo caso as infiltrações de água salgada impossibilitem os cultivos no arquipélago.
As autoridades contemplam, ainda, a construção de diques e a plantação de manguezais. A construção de ilhas artificiais pode ser outra opção, mas é muito cara.

Confira cinco ideias para reinventar cidades e pessoas

Confira cinco ideias para reinventar cidades e pessoas


Por Vanessa Barbosa, da revista Exame
“Essa cidade não tem jeito”. Se você mora em São Paulo ou em outro lugar com problemas comuns aos grandes centros urbanos já deve ter ouvido a frase em destaque, sempre proferida em tom de reprovação ou derrotista. Não precisar ser assim. Pensadores e inovadores reunidos no TEDx Jardins City 2.0 Cidades Sustentáveis, na sexta-feira passada, em São Paulo, compartilharam ideias de soluções sustentáveis e ações colaborativas para mudar o futuro das cidades.
Como você enxerga sua cidade?
Como é possível mudar uma cidade, se seus habitantes só enxergam o que há de pior no lugar? Resgatar a autoestima das pessoas é o primeiro passo. E um caminho que cura. Âncora do programa CBN São Paulo, onde divulga iniciativas de melhorias para a cidade, a jornalista Fabíola Cidral aprendeu o valor desse pensamento quando fazia trabalho voluntário no Japão, em meio à destruição causada pelo terremoto e o tsunami de março de 2011.
Em Tóquio conheceu a senhora Tomoko, de 67 anos, dona de um semblante risonho. Curiosa, perguntou o segredo da disposição. “As pessoas não podem ficar tristes com a destruição, elas precisam mostrar na face a alegria de se reerguer”, respondeu a idosa. "É disso que cidades como São Paulo precisam", diz Fabíola, “da alegria das pessoas. É a força de transformar das pessoas que pode gerar mudanças".
Uma obra de arte coletiva em aberto
Como vamos ocupar o espaço público? Como vamos mantê-lo e como vamos usá-lo? Como “vamos” construir? As perguntas de Alexandre Delijaicov são sempre na primeira pessoa do plural. O professor da FAL-USP afirma que as “cidades são como obras de artes coletivas”. Mas uma obra que vive saques sucessivos ao seus espaços públicos.
“Os rios viraram canais de esgoto a céu aberto, emparedados por rodovias urbanas intransponíveis, pior que o muro de Berlim. Estamos abduzidos numa cidade de consumo inclemente, todo mundo hipnotizado”, diz. Sempre é tempo de recomeçar e fazer melhor.
Ele defende a criação do que chama de esquinas culturais, áreas de encontro, convivência e confiança. Não são guetos, mas áreas onde as diferenças convivem. “Nós precisamos transformar a condição humana para reverter o urbanismo “rodoviarista”, diz.
O que minha cidade tem de singular?
Conexão, inovação e cultura. Eis um tripé capaz de gerar transformação. É a fórmula básica das chamadas cidades criativas, que têm a arte e a cultura como propulsoras de transformação urbana e social. “A cidade não é criativa, quem é criativo são os cidadãos”, afirma a economista e doutora em urbanismo Ana Carla Fonseca, mais conhecida como Cainha.
Diretora da Garimpo De Soluções, empresa pioneira em economia criativa e cidades criativas, ela destaca como a criatividade tem transformado problemas em soluções, começando pela inovação, que é a “capacidade de se reinventar”. Como uma antiga cadeia na Holanda que vira um hotel de luxo, ou como uma igreja abandonada no México que vira um teatro de marionete. Outro elemento é a cultura, “como a que vem sendo fortemente resgatada no Peru, com a valorização da gastronomia local e sua vocação”.
A conexão é outro dos pés. “Temos que resgatar bairros perdidos das cidades e religá-los”, sublinha, destacando que uma das coisas mais comuns de Londres é o passeio turístico London Walks (que conta a história da cidade, além de detalhes macabros, como os crimes cometidos por Jack, o Estripador). “Na Igreja de Santa Efigênia, em São Paulo tem marca de bala da Revolução de 1924. E não se conta essa história. As cidades precisam contar suas histórias”.
O carro do futuro será compartilhado
A cena se repete no trânsito de São Paulo, Recife, Paraná, onde quer que seja: o que se vê no carro, que anda-e-para-anda-e-para, é uma pessoa dirigindo e o vazio dos bancos restantes – ao menos, na maior parte do tempo. Este é um dos sinais da síndrome do “carrocentrismo”, como define o professor da Faculdade de Economia e Administração da USP Ricardo Abramovay.
Adepto da bicicleta, ele diz que o carro influencia a forma como cidades são construídas. “Cerca de 25% de área privativa dos apartamentos é tomada pela garagem”, destaca. Hoje, segundo o professor, o carro é um bem cujo uso é contrário àquilo ao qual ele se destina, já que não oferece mais mobilidade.
“Nós tivemos uma evolução técnica impressionante, mas pra quê?”, questiona. Abramovay é entusiasta de uma tendência que, pouco a pouco, vem crescendo no mundo, o compartilhamento de carros. “Precisamos estimular o uso compartilhado do veículo”.
Acupuntura urbana
Você se sente plenamente adaptado à cidade onde vive? Se a reposta for sim, algo pode estar errado com você. Agora se insônias e ansiedade fazem parte do seu dia a dia, é sinal de que algo saudável quer se manifestar. Soa estranho esse pensamento? Não para o psicólogo e acupunturista Maurício Piragino.
“Nossas cidades são loucas. E podem ser muito desumanas”, afirma. “Se você viver 65 anos, você vai ter passado quase 7 anos parado no trânsito de São Paulo. É mais tempo do que tiramos de férias durante a vida toda de trabalhador”.
O remédio para resolver isso, diz Piragino é a participação, através, por exemplo dos conselhos participativos das subprefeituras. “Quando eu espeto uma agulha em alguém, eu crio um equilíbrio. Na vida em sociedade, a participação em comum tem o poder de transformar”, compara.

Jesus não existiu, afirma historiador

Jesus não existiu, afirma historiador


Para o pesquisador americano Joseph Atwill, Cristo é uma fabricação dos romanos para controlar as massas

Terra
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Às vésperas de sua palestra “Covert Messiah” em Londres neste sábado, o pesquisador americano Joseph Atwill foi muito além de suas recentes afirmações de que a figura de Jesus Cristo é uma completa fabricação da aristocracia romana. Em entrevista exclusiva ao Terra, Atwill, 64 anos, disse que o cristianismo foi inventado durante o Império Romano para controlar as massas e, até hoje, só causou danos à sociedade.
"Acho que o cristianismo tem sido uma catástrofe. Se você olhar na história, ele criou a Idade das Trevas, as Cruzadas foram uma desgraça absoluta e a Inquisição também foi uma abominação moral. Se você observar o século 20, as nações cristãs massacraram umas às outras, com mais de 120 milhões de pessoas morrendo em guerras. Acredito que as pessoas não deveriam ter medo de um mundo sem cristianismo fazendo o papel de uma força moral maior, porque observando eventos anteriores, o cristianismo não foi bem sucedido no passado", disse.
Apesar de tocar em um assunto polêmico como religião, Joseph Atwill ainda revelou que não se intimida com as críticas ao seu trabalho. "O que fiz foi colocar dois livros, A Guerra Judaica, de Flávio Josefo, escrito no século I, e o Novo Testamento, lado a lado e tracei paralelos entre eles. Essa análise pode ser feita por qualquer pessoa com senso comum. As evidências falam por si só. Ao comparar os textos, cada indivíduo pode tirar suas próprias conclusões", acrescentou Joseph, que explica essa série de coincidências em seu livro Caesar’s Messiah (O Messias de César, em tradução livre).
Praticante de budismo, Joseph Atwill acrescentou que não acredita nem desacredita em Deus e que seu intuito é fazer com que as pessoas tenham suas experiências baseadas na verdade.
“Não sou ateu. Eu simplesmente estou tentando encontrar a verdade. Estou aberto à questão de Deus e procurando uma resposta. Uma das razões pelas quais quero saber a verdade sobre o Novo Testamento é o fato de que é uma pergunta que tenho curiosidade para saber a resposta, assim como todo mundo. Não tenho boas respostas, não sou um líder espiritual, só tento meu melhor”.
Confira a entrevista com o pesquisador americano na íntegra:

Terra - Quais serão os pontos altos de sua conferência Covert Messiah neste sábado, 19, em Londres?
Joseph Atwill - Um dos tópicos mais importantes será uma apresentação da Confissão Romana, mostrando que os romanos inventaram o cristianismo. Acho que é algo que as pessoas vão considerar de grande interesse, além de outra apresentação sobre uma nova maneira de pensar o cristianismo como uma ferramenta de controle da mente usada para escravizar as pessoas. Acho importante a ideia de que todos os cidadãos tenham consciência disso. Esses serão os dois pontos que provavelmente vão causar mais impacto durante o simpósio.

Terra - Quais novas evidências você vai apresentar ao público para revelar que Jesus Cristo é uma completa invenção do império romano?
Joseph Atwill - Em um ambiente como esse, no qual você tem a oportunidade de passar tempo analisando a relação entre o livro do qual a história de Jesus foi originada, que foi a história de uma guerra ocorrida entre 66 e 73 d.C, e o Novo Testamento, posso mostrar em grande detalhe a relação entre os dois textos. Eu apresento evidência de alta qualidade, mas não é necessariamente a minha opinião. Posso essencialmente mostrar os dois textos antigos e todo mundo que tem senso comum pode simplesmente olhar estes eventos lado a lado e ver claramente que um é dependente do outro. O ministério de Jesus foi criado da história da guerra de um Cesar romano.

Terra - Quais documentos você usou como base para seus estudos? 
Joseph Atwill - O Novo Testamento e A Guerra Judaica, de Flávio Josefo, escrito no século I. A sequência de eventos e locais do ministério de Jesus são praticamente as mesmas da sequência de eventos e locais da campanha militar do imperador romano Tito Flávio, descrito por Josefo em seu manuscrito do século I. 

A partir destas coincidências pude notar que se inicia um padrão. É como se fosse um triângulo de pontos e todos os diferentes paralelos entre Jesus e Tito são pontos deste triângulo. Porém, você não verá o triângulo se não se afastar e observá-lo de fora para notar as conexões entre eles.
Acredito que a religião é inventada pelos tiranos e classes dominantes que a usam como uma ferramenta de controle da mente. É muito claro para mim que os romanos criaram o cristianismo como uma religião de Estado, uma estrutura de autoridade do topo para baixo

Terra - O que você acha que fará as pessoas acreditarem em sua teoria? 
Joseph Atwill - A evidência essencialmente fala por si só. As pessoas simplesmente precisam de tempo para olhar os dois trabalhos lado a lado e em sequência. Isso é algo que ninguém fez até hoje, até mesmo os estudiosos cristãos que estudaram o Evangelho tão de perto. Eles não fizeram algo tão simples e, a partir do momento que fizerem, a evidência falará por si só e as pessoas poderão tirar suas próprias conclusões. Quero deixar claro que não uso meu ponto de vista ou dou qualquer opinião pessoal sobre essas relações. Eu apenas tento explicar como descrevê-las, mas deixo o texto intacto. Usei a versão da Bíblia do rei James e uma tradução muito comum do livro A Guerra Judaica, assim as pessoas podem ler sozinhas e fazer sua cabeça. Eles não precisam de estudiosos, de padres ou de mim. Todos podem simplesmente tirar suas próprias conclusões.

Terra - Como você acha que a Igreja Católica irá reagir às suas novas alegações?
Joseph Atwill - Não acho que eles não vão concordar com elas. Será muito interessante de ver, porque a evidência é tão simples e seria útil se a Igreja colocasse o assunto em pauta com um de seus estudiosos para discutí-lo em público. Me preocupo que informações como essas possam ter um impacto negativo em algumas pessoas. A Igreja pode ter um papel útil neste caso. Se eles discordarem, não há problemas, eles simplesmente podem levar sua explicação e apresentar ao público. Já aqueles que acreditam quando lerem minha análise de que Jesus Cristo foi criado baseado em outras pessoas eles terão sua própria opinião. Sendo assim, teremos duas opiniões diferentes e veremos como as coisas se desenrolarão em longo prazo.

Terra - Por quais razões você acredita que a sociedade cria falsos deuses e fatos na história?
Joseph Atwill - Acredito que a religião é inventada pelos tiranos e classes dominantes que a usam como uma ferramenta de controle da mente. É muito claro para mim que os romanos criaram o cristianismo como uma religião de Estado, uma estrutura de autoridade do topo para baixo. Os escravos não poderiam se rebelar contra o sistema porque eles acreditavam que Deus era representativo pela figura do Pontifex Maximus, o papa estava no topo. Porém, nos tempos antigos, os escravos se rebelavam porque eles sabiam que era Cesar quem estava no poder. Essa é a razão pela qual Cesar sempre tentou se tornar um deus vivo. A cultura do império existiu por centenas de anos e sempre tentou dar a impressão de que Cesar era deus. Isso aconteceu porque eles sabiam que as pessoas não se rebelariam contra deus. No final, eles não conseguiram fazer as pessoas acreditarem que Cesar era deus e esta é a razão pela qual os romanos decidiram inventar o cristianismo.

Terra - Por que você acha que os romanos criariam uma figura como Jesus Cristo? Qual seria a intenção deles para fazer isso?
Joseph Atwill - Por duas razões. Eles criaram uma religião para controlar o povo, dizer às pessoas para obedecer e pagar impostos. O outro motivo é que eles também estavam lutando contra um violento movimento messiânico na Judeia que queria derrubar a ocupação romana. O império romano era uma prisão de nações, uma mistura de religiões, reinos e etnias que eles conquistaram. Eles não poderiam permitir que um único grupo se rebelasse porque isso desencadearia outra série de rebeliões. Os judeus, porque eles se recusaram a venerar Cesar, foram capazes de se rebelar com sucesso e conseguiram estabelecer uma nação de Estado por três anos. Foi esse o motivo pelo qual os romanos trabalharam duro para tentar substituir aquela religião por outra na qual o messias diria: obedeça a Cesar e pague seus impostos.

Terra - Que tipo de dano você acredita que o cristianismo causou à sociedade?
Joseph Atwill - Acho que o cristianismo tem sido uma catástrofe. Se você olhar na história, ele criou a Idade das Trevas, as Cruzadas foi uma desgraça absoluta e a Inquisição também foi uma abominação moral. Se você observar o século 20, as nações cristãs massacraram umas às outras, com mais de 120 milhões de pessoas morrendo em guerras. Acredito que as pessoas não deveriam ter medo de um mundo sem cristianismo fazendo o papel de uma força moral maior, porque observando eventos anteriores, o cristianismo não foi bem sucedido no passado.

Terra - Você pratica alguma religião ou é ateu? 
Joseph Atwill - Não sou ateu. Eu simplesmente estou tentando encontrar a verdade. Estou aberto à questão de Deus e procurando uma resposta. Uma das razões pelas quais quero saber a verdade sobre o Novo Testamento é o fato de que é uma pergunta que tenho curiosidade para saber a resposta, assim como todo mundo. Não tenho boas respostas, não sou um líder espiritual, só tento meu melhor.

Terra - Você pratica alguma religião? 
Joseph Atwill - Pratico o budismo, que não é realmente uma religião, é apenas uma técnica para tentar desenvolver seu próprio espírito.

Terra - Você acredita em Deus?
Joseph Atwill - Não acredito, nem desacredito. Sempre que tento descobrir percebo que não sou esperto o suficiente para responder essa pergunta. Entretanto, quando eu descobrir, prometo que te aviso (risos).

Terra - O que acha do papel da Igreja Católica nos dias de hoje? 
Joseph Atwill - É uma organização tão imensa. Não tenho uma opinião sobre isso. Acredito que algumas coisas são boas, outras ruins. Acima de tudo acho que é melhor se desenvolvermos nossa prática sobre a verdade.

Terra - O proefessor James Crossley, da Universidade de Sheffield, disse que o tipo de pesquisa que você está desenvolvendo não faz parte da comunidade acadêmica. Você concorda com ele?
Joseph Atwill - Não. Não posso concordar com alguém que não leu meu livro. Estou aberto a qualquer crítica ao livro que ele possa ter, mas a opinião dele não é mais importante do que qualquer outra sobre algo que ele não leu.

Terra - Você já foi ameaçado por promover uma pesquisa que basicamente arruinaria todo um sistema religioso vigente?
Joseph Atwill - É engraçado. O livro foi publicado há mais de dez anos e desde então sempre tive contato com milhares de estudiosos e cristãos. E todas as pessoas são curiosas, por mais que não concordem comigo e tenham uma conclusão diferente. Eles acham que as conexões e a maneira como enxergo o Novo Testamento no livro são muito interessantes. Nunca fui ameaçado e não ficaria surpreso se nunca receber uma ameaça porque a única que coisa que fiz foi colocar dois livros lado a lado e notar uma padrão entre eles.

Terra - Você eventualmente gostaria de ir ao Brasil para discutir seu trabalho?
Joseph Atwill - Amaria ir ao Brasil. Já morei no Brasil nos anos 70 e sempre sonhei em voltar lá. Adoraria ter uma oportunidade de mostrar meu trabalho se tivesse um grupo que a informação seria valiosa para eles. Com certeza, se algum dia tiver uma boa oportunidade, irei ao Brasil.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Brasil usa tecnologia da Noruega em projetos de gerenciamento costeiro

Brasil usa tecnologia da Noruega em projetos de gerenciamento costeiro

    Martim Garcia/MMASchive (E), Maranhão e Coimbra: experiência vem do Mar do NorteSchive (E), Maranhão e Coimbra: experiência vem do Mar do Norte
    Dois países já desenvolvem ações conjuntas na Amazônia e na redução da emissão de gases

    LUCAS TOLENTINO

    O litoral do país ganhou um aliado no desenvolvimento de medidas de proteção. Os governos do Brasil e da Noruega trabalharão juntos para desenvolver ações de gerenciamento costeiro em território nacional. As experiências e políticas realizadas por ambos estão sendo discutidas entre esta terça (15) e quarta-feira (16/10), em Brasília, por representantes das duas nações no Workshop sobre Gestão Marinha Integrada.

    A medida representa o fortalecimento da cooperação internacional entre os governos dos dois países. Ambos trabalham juntos há dois anos, com foco no combate ao desmatamento da Floresta Amazônica e em ações de redução das emissões de gás carbônico na atmosfera. O objetivo é estender os esforços para o estabelecimento de políticas em outras áreas de relevância ambiental.

    INTERESSES COMUNS

    A experiência norueguesa no Mar do Norte, situado entre o país e a Dinamarca, servirá para complementar as políticas já em curso criadas pelo governo federal para a costa brasileira. "É o início de um trabalho para percorrer temas de interesses comuns", declarou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ney Maranhão. 

    O planejamento da ocupação territorial, o monitoramento de espécies marinhas e a documentação de origem do pescado estão entre os pontos que serão trabalhados. "Os assuntos do mar têm grande prioridade para os ministérios do Meio Ambiente dos dois países", destacou o assessor internacional do MMA, ministro Fernando Coimbra. "Essa é uma área extremamente dinâmica que vem avançando como deve."

    A intenção da Noruega é estreitar os laços com o Brasil na área ambiental. O diretor-adjunto do Ministério do Meio Ambiente norueguês, Per Schive, afirmou que ambos têm experiências significativas para trocar. "Temos muito que aprender um com o outro", ressaltou. "A cooperação começou, há dois anos, com outro foco e, agora, vamos nos aprofundar nas questões marinhas. O intuito é expandir o trabalho para outros campos."

    Banco Mundial: pobres sofrerão mais com mudança do clima

    Banco Mundial: pobres sofrerão mais com mudança do climaJosé Eduardo Mendonça - 


    Relatório aponta África e Ásia como mais atingidos
    O Banco Mundial, muito criticado por seus investimentos em usinas a carvão – postura que, afirma, anda abandonando – está começando a comprometer bilhões de dólares em prevenção de enchentes, gerenciamento de água e outros projetos, na tentativa de ajudar grandes cidades asiáticas a evitar o impacto esperado da mudança do clima. Este é mais um exemplo de como se tornou curto o horizonte para o alívio dos efeitos do aquecimento global.
    Lugares como Bangkok, Jacarta e Ho Chi Minh são agora considerados “hot spots” e sofrerão muito com a elevação do nível do mar e a violência maior de tempestades tropicais.
    Funcionários do banco disseram esta semana que os efeitos não são mais considerados um risco distante, mas quase uma certeza “em nosso período de planejamento” nos próximos 20 anos.
    Em estudo divulgado hoje, a instituição projetou que grandes partes de Bangkok serão inundadas em 2030. Um sistema de controle de enchentes construído em Ho Chi Minh há apenas uma década não é mais considerado adequado e precisa de uma reforma de U$ 2 bilhões, disse Rachel Kyte, sua vice-presidente para o ambiente e desenvolvimento sustentável. O sistema “foi feito para um cenário que não existe mais,” afirmou ela.
    Cientistas em todo mundo concordam que o aquecimento global deve ficar contido em 2Cº até o final do século para que se evite consequências catastróficas. Há estudos mostrando ser possível se chegar ao dobro disso. Mas o Banco Mundial resolveu se ater à perspectiva mais sóbria em seu estudo.
    O impacto é substancial, e recai com mais peso sobre nações menos desenvolvidas, como as da África Subsaariana, assim como sobre partes da Ásia mais sujeitas a enchentes e tempestades tropicais.
    Ruim para os milhões que vivem abaixo da linha de pobreza, e para aqueles que serão forçados de volta a ela, porque a mudança do clima está solapando o desenvolvimento econômico em países mais pobres, alerta o documento, segundo o Euractiv.
    A escassez de alimentos estará entre as primeiras consequências em duas décadas, além de danos a cidades e a intensificação de processos migratórios, causas potenciais de conflitos.
    Foto: Håkan Tropp/SIWI/Divulgação