Ricardo Cardim: arqueólogo da natureza
O ambientalista Ricardo Cardim não se cansa de rastrear espécies nativas em vias de extinção, como as mostradas nesta página, para reinseri-las na vida de nossas metrópoles
Carolina Diniz
Evelyn Mullerv/Divulgação
A língua-de-tucano, o manacazinho-do-campo e o angico-branco são algumas das espécies que, com o tempo, escassearam na metrópole paulistanaDivulgaçãoEle cresceu num típico apartamento paulistano, entre o concreto e o asfalto. Mas sempre adorou o verde e, ainda na infância, recolhia sementes para plantar pela cidade. "Sou fascinado pelas espécies do Cerrado e da Mata Atlântica e, já naquela época, não entendia por que as árvores de São Paulo não tinham nada a ver com aquilo que eu estudava e admirava", conta Ricardo Cardim.
Em 2007, criou um blog que alimenta até hoje, o , onde posta curiosidades botânicas da história da metrópole e tenta defender nossa biodiversidade.
"Hoje, 80% da vegetação da cidade de São Paulo consistem em espécies estrangeiras", diz Cardim
Essa atitude extrapolou o virtual em 2009, quando fazia mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e resolveu limpar e explorar uma área abandonada no campus. "Descobri um museu vivo ali, uma paisagem remanescente de Cerrado, com arbustos, árvores frutíferas e flores raras. Essa mesma vegetação achei depois em outro terreno no Jaguaré, na região oeste." Foi atrás dos meios oficiais até conseguir a atenção para os locais como reservas de preservação.
Algumas daquelas mudas antigas e quase extintas Ricardo reproduz agora em viveiro para aplicar nos telhados e paredes verdes de sua empresa de paisagismo sustentável, a Sky Garden (veja as fotos no início da reportagem). "Essa foi a forma que encontrei de colocar meu objetivo em prática: resgatar nossa diversidade vegetal original nos centros urbanos." Próximo passo? Neste mês, Ricardo abre as portas de uma loja na capital para vender e propagar o valor dessas preciosidades.
UMA RÁPIDA AULA DE BOTÂNICA...
QUASE EXTINTA
A língua-de-tucano é típica de antigos cerrados de São Paulo. "O padre Anchieta a usou para fazer alpargatas na época da fundação da cidade."
COLORIDO RARO
O manacazinho-do-campo também escasseou na metrópole paulistana. "Mas era farta até um século atrás onde hoje fica o bairro de Higienópolis."
FLORESTA ORIGINAL
Araçá, embaúba, angico-branco, palmito-jussara e aroeira-pimenteira já povoaram a avenida Paulista. Hoje, estão entre as espécies que Ricardo usa nos telhados verdes.
Algumas daquelas mudas antigas e quase extintas Ricardo reproduz agora em viveiro para aplicar nos telhados e paredes verdes de sua empresa de paisagismo sustentável, a Sky Garden (veja as fotos no início da reportagem). "Essa foi a forma que encontrei de colocar meu objetivo em prática: resgatar nossa diversidade vegetal original nos centros urbanos." Próximo passo? Neste mês, Ricardo abre as portas de uma loja na capital para vender e propagar o valor dessas preciosidades.
UMA RÁPIDA AULA DE BOTÂNICA...
QUASE EXTINTA
A língua-de-tucano é típica de antigos cerrados de São Paulo. "O padre Anchieta a usou para fazer alpargatas na época da fundação da cidade."
COLORIDO RARO
O manacazinho-do-campo também escasseou na metrópole paulistana. "Mas era farta até um século atrás onde hoje fica o bairro de Higienópolis."
FLORESTA ORIGINAL
Araçá, embaúba, angico-branco, palmito-jussara e aroeira-pimenteira já povoaram a avenida Paulista. Hoje, estão entre as espécies que Ricardo usa nos telhados verdes.
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