15/03/2013 21:48
Povo de Campos mais uma vez mostra porque é um dos mais conscientes e politizados do Brasil (Fotos de Gerson Gomes) |
Mais de 30 mil pessoas participaram da marcha e do ato público em defesa dos royalties e da Constituição. Foi emocionante! Na mesma praça, no mesmo local onde em 1985 foi assinada em praça pública a lei dos royalties, de autoria do então senador Nelson Carneiro, o povo de Campos cantou o Hino Nacional, o refrão do Hino da Independência ("Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil") e trazia nas mãos a Constituição do Brasil.
Confesso que há muito tempo não me emocionava tanto. Quando a prefeita Rosinha foi lendo o nome dos ministros do Supremo Tribunal Federal, a cada um deles, a multidão levantava a Constituição e dizia: "Faça valer a Constituição". Foi um ato cívico, emocionante, que parou a cidade. É bom frisar para quem não estava lá que não houve qualquer afronta ao Supremo Tribunal Federal, muito pelo contrário, o povo de Campos respeita a Constituição e a mais alta corte do nosso país. O que fizemos foi um apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal por serem eles os guardiões da nossa Constituição.
Havia pessoas de todas idades, níveis sociais, trabalhadores da PETROBRAS, estudantes, donas-de-casa, e acima de tudo, uma massa compacta que ouviu atentamente a todos os discursos políticos. Detalhe: não houve show. As pessoas foram atraídas, não por artistas, mas pela consciência de que estavam defendendo um direito, por isso a Constituição foi invocada durante todo o tempo.
No meu discurso lembrei que só vi aquela praça tão cheia, e num clima de tanta emoção, no comício pelas Diretas Já!, que organizei em Campos. Disse também que não desejávamos o dinheiro do minério de Minas Gerais ou do Pará, nem os impostos dos carros de São Paulo, ou da soja do centro-oeste, só queremos que respeitem aquilo que nos pertence por lei: os royalties do petróleo.
Afirmei que o nosso povo estava demonstrando uma grande consciência política, mais de 30 mil pessoas irem à praça pública defender a Constituição, um evento cívico, hoje é raro no Brasil. O povo se emocionou quando disse que hoje querem tirar os royalties, amanhã podem querer tirar o 13º salário dos trabalhadores, como tiraram direitos dos aposentados. Lembrei que é a Constituição que nos garante a liberdade de falar, e aos brasileiros, o direito à saúde e à educação. Mostrando um exemplar da Constituição de 1998 disse: "Essa Constituição cidadã custou o suor, o sangue, e a vida de muitos brasileiros que lutaram pela democracia". Não podemos permitir que a Constituição seja rasgada em nome de uma falsa distribuição de riquezas.
Faço questão de ressaltar uma coisa que também me emocionou, que ouvi de um senhor que me disse se chamar João, ter 82 anos e ter sido - com muito orgulho, como ele frisou - "um sargento do Exército Brasileiro": "Garotinho, tenho orgulho de duas coisas: de ser do Exército e de ser campista. Em 1948 era um jovem soldado do Exército e participei da campanha 'O petróleo é nosso'. Agradeço a Deus por estar vivo e com saúde para testemunhar na minha idade, o povo da minha cidade, a mocidade, erguer a nossa Constituição com orgulho para defender de novo o nosso petróleo". Fui às lágrimas, confesso.
O povo de Campos está de parabéns pelo exemplo cívico que deu ao Brasil.
FONTE: BLOG DO GAROTINHO
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