Ulli Marques
Com o fechamento do lixão da Codin, os cerca de 200
catadores de lixo que ganham a vida com a coleta estão preocupados. De acordo
com a concessionária responsável pelos serviços de limpeza pública, a Vital
Engenharia Ambiental, 100 catadores serão remanejados para trabalhar na Usina de
Reciclagem que deve ser inaugurada este mês, no entanto, os outros 100 se dizem
sem respaldo do poder público.
De acordo com o catador José Carlos Vitorino, 57 anos, que vive do lixo há 18 anos, a dúvida diz respeito a falta de capacitação dos trabalhadores do lixão. Segundo ele, a informação que eles receberam é de que, caso não estejam na listagem da Vital Engenharia, receberão uma bolsa mínima da Prefeitura Municipal, no valor de um salário mínimo, mas não há informações a respeito de programas para a implantação dos trabalhadores no mercado de trabalho.
— A gente vai viver de que? Do dinheiro que a prefeitura vai dar pra gente? Nós, que trabalhamos anos catando lixo nesse lugar, já que não vamos poder continuar realizando esse trabalho, merecemos ser remanejados para outro serviço. Ninguém está aqui pedindo esmola, nós queremos trabalhar — disse ele.
A equipe da Folha da Manhã procurou a Vital Engenharia que respondeu
informando que, há quatro anos, uma pedagoga e uma assistente social trabalharam
no lixão para identificar quais são as famílias que realmente vivem do lixo.
Após o trabalho de pesquisa, uma triagem foi realizada, dentro dos critérios
estabelecidos, para, no fim, ser feita uma listagem com os nomes desses
trabalhadores que irão trabalhar na Usina de Reciclagem da Codin. Na manhã desta
quarta-feira, aconteceu uma reunião no lixão com representantes da Vital
Engenharia e os catadores para divulgar os nomes dos trabalhadores contemplados,
que serão posteriormente avaliados e capacitados para o novo trabalho.
No ano passado, diversas reuniões foram realizadas na secretaria de Família e Assistência a respeito do Projeto Colmeia, que seria desenvolvido com os catadores de materiais recicláveis do lixão da Codin. O projeto seria uma espécie de cooperativa da secretaria municipal de Trabalho e Renda para atender os outros trabalhadores que não fossem admitidos pela Vital Engenharia para trabalhar na Usina de Reciclagem.
No entanto, com a iminência do fechamento do lixão, o assunto não foi
discutido novamente, o que deixou os catadores sem uma resposta. “Disseram que
nós seríamos incluídos nesse projeto e até agora não obtivemos resposta”, falou
a catadora Marly Penha Bueno, 58 anos.
*fonte: Jornal Folha da Manhã on line
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