sábado, 21 de março de 2020

OMS transmite mensagem aos jovens sobre coronavírus: "Vocês não são invencíveis"

20 MAR2020
19h42
atualizado às 20h18
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O coronavírus pode deixar doentes ou matar jovens, que também devem evitar transmití-lo para pessoas mais velhas e mais vulneráveis, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS 28/02/2020 REUTERS/Denis Balibouse
Foto: Reuters
Com mais de 210 mil casos e 9 mil mortos pelo vírus em todo mundo, a cada dia é registrado um "novo e trágico marco", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
"Embora as pessoas mais velhas sejam as mais atingidas, as mais jovens não são poupadas. Dados de muitos países mostram claramente que pessoas com menos de 50 anos representam uma proporção significativa de pacientes que necessitam de hospitalização", disse Tedros em entrevista coletiva online.
"Hoje tenho uma mensagem para os jovens: vocês não são invencíveis, esse vírus pode colocá-los no hospital por semanas ou até matá-los. Mesmo que você não adoeça, as escolhas que você faz sobre onde vai podem ser a diferença entre a vida e a morte para outra pessoa."
O órgão informou que a cidade chinesa de Wuhan, epicentro da pandemia, não registrou novos casos na quinta-feira pela primeira vez, "dando esperança ao resto do mundo de que mesmo a situação mais grave pode ser contornada", declarou Tedros.
Em meio à escassez de equipamentos de proteção para profissionais de saúde e testes de diagnóstico, fabricantes chineses concordaram em fornecer estes produtos à OMS, disse ele. Os acordos estão sendo finalizados e os embarques coordenados para reabastecer um depósito em Dubai responsável pelo envio de suprimentos para onde mais se precisa, acrescentou.
Serão necessárias "pontes aéreas" para agilizar o transporte de suprimentos aos países, pois muitos voos regulares foram cancelados, de acordo com Mike Ryan, principal especialista em emergências da OMS.
A OMS distribuiu 1,5 milhão de testes de laboratório em todo o mundo, mas a demanda pode chegar a ser 80 vezes maior para o combate à pandemia, disse ele.
Ryan, questionado sobre o Irã - que está comemorando o Ano Novo Persa enquanto luta contra o coronavírus que matou mais de 1.400 pessoas e infectou quase 20 mil no país - disse que essas celebrações precisam ser modificadas.
Reuniões em massa "não apenas amplificam a doença, mas podem disseminar a doença muito longe do centro", afirmou. "Então elas podem ser muito, muito, muito, muito perigosas em termos de gerenciamento de epidemias."
A OMS passou a recomendar "distância física" em vez de distanciamento social para ajudar a impedir a transmissão do vírus, disseram autoridades.
"Estamos mudando para dizer 'distância física' e isso é de propósito, porque queremos que as pessoas continuem conectadas", disse Maria Kerkhove, epidemiologista da OMS.
"Portanto, encontre maneiras de fazer isso, através da Internet e através de diferentes mídias sociais, para permanecer conectado, porque sua saúde mental passando por essa (pandemia) é tão importante quanto sua saúde física", disse ela.

Justiça proíbe cultos religiosos

Em época de quarentena, estabelecimentos que não cumprirem podem ser punidos

A Justiça concedeu liminar que proíbe cultos no estado de São Paulo.
O Ministério Público de São Paulo entrou com ação pedindo liminar para obrigar o governo João Doria (PSDB) e a gestão Bruno Covas (PSDB) a impedirem cultos.
Doria havia apenas dado recomendação para o fechamento. 
A decisão manda que “sejam efetivadas medidas de imediata fiscalização e aplicação das sanções administrativas/sanitárias, inclusive interdição administrativa dos estabelecimentos, se necessário, lavratura de auto de infração, imposição de multa e comunicação dos fatos à autoridade policial competente”.
“Tendo em vista a proximidade do final de semana quando se realizam a maioria dos cultos religiosos, determinar medidas administrativas urgentes para garantir a suspensão imediata dos cultos/serviços religiosos em geral, bem tomar as providências cabíveis no âmbito administrativo, sanitário e penal para que líderes religiosos, dentre os quais Silas Malafaia e Edir Macedo, não convoquem seus fiéis e seguidores para a celebração de cultos”, afirma a peça do Ministério Público.
Edir Macedo, da Igreja Universal, afirmou que o coronavírus é uma tática de Satanás. Silas Malafaia   também havia dito publicamente que não fecharia templos nem diminuiria os cultos.


Por G1

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Ministro Mandetta fala da expectativa de contágio do coronavírus: ‘Dispara em abril'
O ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse nesta sexta-feira (20) que infecções por coronavírus deverão disparar no Brasil entre os meses de abril a junho.
"A gente deve entrar em abril e iniciar a subida rápida [de infecções]. Essa subida rápida vai durar o mês de abril, o mês de maio e o mês de junho, quando ela vai começar a ter uma tendência de desaceleração de subida", afirmou Mandetta.
Os casos de transmissão de Covid-19, infecção causada pelo coronavírus, deverão perder velocidade a partir de julho e, em agosto, é esperado que as ocorrências comecem a cair.
"O mês de julho, ela deve começar um platô. Em agosto, esse platô vai começar a mostrar tendência de queda. Em setembro é uma queda profunda, tal qual foi uma queda de março na China. Esse é o cenário que o mundo ocidental está trabalhando”, disse.
Em São Paulo, estado mais afetado, o surto começará mais cedo. “A gente imagina que ela [a infecção por coronavírus] vai pegar velocidade [em São Paulo] e subir na próxima semana, 10 dias".
Até esta sexta, o Brasil confirmou 11 mortes por coronavírus, sendo nove delas somente no estado de São Paulo. As secretarias estaduais de Saúde também divulgaram 793 casos confirmados de infecção em 23 estados do país.

Colapso

Mandetta afirmou ainda que o sistema de saúde poderá entrar em colapso no próximo mês. "Nós temos aí 30 dias pra que a gente resista razoavelmente bem, com muitos casos, dependendo da dinâmica da sociedade, mas claramente em final de abril nosso sistema entra em colapso."
"O colapso é quando você pode ter o dinheiro, você pode ter o plano de saúde, você pode ter a ordem judicial, mas simplesmente não há o sistema pra você entrar. É o que está vivenciando a Itália", esclareceu o ministro.
O ministro ponderou que tão importante quanto abrir novos leitos e hospitais, é o sistema ter estrutura para atender os pacientes e equipamentos para proteger os profissionais de saúde.
"Nós temos espaço para o sistema [de saúde] crescer. Mas temos que ter luva, equipamento. Isso nos preocupa. Estamos achando alternativas dentro do parque industrial que temos. Se conseguirmos, vamos duplicar, triplicar a fabricação de ventiladores", afirmou. "Adianta abrir leito de CTI [Centro de Tratamento Intensivo] agora em locais que nem tem casos de transmissão?"

Restrições

Sobre as medidas de restrições adotadas por algumas cidades, Mandetta disse que mais difícil do que interditar espaços públicos, é saber quando é seguro reabri-los. "Fechar é fácil, qualquer prefeito está doando ordem. E quando que vamos reabrir? Eu preciso de uma série de informações para abrir com segurança."
Durante a tarde, o ministro voltou a pedir moderação para os governos estaduais e municipais. "O difícil é [decidir]: o que é essencial? É alimento, é cloro para pôr na água. Como fazer a movimentação dos medicamentos? Essas decisões de interromper ou fechar são muito fáceis de serem feitas. Elas precisam serem muito precisas, pensadas. Ainda há tempo das pessoas pensarem nas consequências."

sexta-feira, 20 de março de 2020


EFEITO CORONA:flexibilização no contrato das relaçoes de consumo.

Flexibilização da inadimplência entra em pauta com o coronavírus

Questões logísticas e econômicas podem dificultar pagamentos de contas básicas, dívidas e empréstimos. Bancos e teles estão atentas ao tema
A economia aos poucos vai diminuindo seu ritmo e já existe o temor de que uma forte recessão, acompanhada por mais desemprego, atinja o Brasil, que começava a se recuperar da crise anterior. Com a redução da produtividade e do faturamento, as empresas preveem dificuldade para se manter e honrar seus compromissos.
Já os trabalhadores, incertos com seu emprego e muitas vezes com as contas no limite e até mesmo atrasadas, terão de se desdobrar para atravessar a crise sanitária “em dia”.
Por esse motivo, muitas empresas e entidades já estão tomando medidas para flexibilizar as relações de consumo, que estão sendo afetadas de uma maneira inesperada e sem precedentes.

Anatel

A iniciativa mais incisiva é a tomada pela Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel), que determinou que as operadoras de serviços de internet e telefonia ampliem os prazos de pagamento previstos em contrato para os clientes que se mostrarem inadimplentes.
Além disso, para facilitar a vida dos trabalhadores em home office e estimular a permanência em casa, a agência solicitou a ampliação da velocidade da internet banda larga.

Bancos

Quem também se posicionou foram os bancos. As cinco principais instituições financeiras do país – Banco do Brasil, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander – concederão um prazo extra de 60 dias para o pagamento de parcelas de contratos de crédito em geral, como cartão de crédito, empréstimos pessoais ou crédito imobiliário. A medida atende pessoas físicas e micro e pequenas empresas, desde que sejam bons pagadores.

Água e esgoto

Outra medida interessante foi a tomada pelo serviço municipal de água e esgoto da cidade de São José do Rio Preto (SP), que decidiu suspender o corte no fornecimento de água para consumidores inadimplentes, tendo em vista tanto as dificuldades econômicas que estão por vir como o próprio combate à disseminação do vírus, cujo grande pilar é a higienização das mãos.
“Estamos diante de um desafio de relacionamento, e não jurídico, entre empresas e consumidores. É um momento de vulnerabilidade de todas as partes”, disse ao Consumerista o especialista em direito do consumidor Vitor Morais de Andrade.
Em entrevista exclusiva, ele afirmou que, como a pandemia pegou a todos “de surpresa”, ainda não há uma definição clara de direitos e obrigações, defendendo que todos “se esforcem” para se adaptar a essa realidade.
Fonte:O consumerista