quarta-feira, 13 de julho de 2016

Conselho publicará glossário sobre indicadores socioambientais


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) disponibiliza, na próxima semana, glossário sobre os indicadores e respectivas definições para atender aos ditames da Resolução n. 201/2015. Com a publicação oficial do documento, que também será levada ao conhecimento dos órgãos pelo PJe, os tribunais terão até o dia 5 de agosto para se adequarem e inserirem ou alterarem informações no PLS-Jud, sistema eletrônico elaborado pelo CNJ para abrigar os indicadores dos planos de logística. De posse dessas informações, o CNJ deve realizar o 1º Balanço Socioambiental do Poder Judiciário.
A obrigatoriedade dos planos de logística sustentável, prevista na Resolução CNJ n. 201/2015, visa sistematizar as práticas de sustentabilidade no âmbito de cada órgão do Poder Judiciário. Mais do que redução de despesas e fonte de receita orçamentária própria, o PLS tem como objetivo a eficiência na aplicação de recursos e o uso consciente de materiais.
De acordo com a regulamentação, os planos de logística sustentável deverão conter indicadores que permitam quantificar o consumo dos órgãos do Judiciário com papel, água, energia elétrica, entre outros, assim como as despesas com serviços como limpeza e vigilância, por exemplo.
Os tribunais, por meio de seus servidores já cadastrados, deverão inserir essas informações no sistema eletrônico PLS-Jud. O glossário servirá para ajudar os tribunais nessa tarefa, trazendo a definição de cada indicador e a forma como ele deve ser inserido no sistema.
Capacitação - Terminou nesta terça-feira (21/6) o 1º Curso de Capacitação para Elaboração e Análise de Plano de Logística Sustentável. Foram dois dias de encontro, com palestras e atividades práticas ministradas por servidores especializados na área, de atuaram como instrutores de forma voluntária. Participaram do encontro mais de 30 servidores do Poder Judiciário.
Conforme a instrutora Ketlin Feitosa, assessora-chefe de gestão socioambiental do Superior Tribunal de Justiça (STJ), é necessário que as instituições percebam a importância do PLS como ferramenta de gestão pública eficiente com foco na racionalidade, combate ao desperdício e investimentos em processos de melhoria contínuo. “Tal ferramenta permite o corte qualitativo de gastos”.
Também instrutor no referido curso, Ganem Amiden Neto, assessor-chefe de gestão socioambiental do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é importante respeitar o tempo de cada instituição. “Sob esse aspecto, teremos uma linha de base confiável não apenas para projeções futuras, mas para principalmente ter um valor real de correta gerência dos recursos financeiros, redução de passivo ambiental e efetiva inclusão social”, ressalta.
“Não existe modelo perfeito. Cada tribunal irá elaborar o seu documento de acordo com a própria realidade”, finalizou Adriana Tostes, coordenadora de gestão socioambiental do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que também atuou como instrutora na capacitação.
Disponível em: http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/82690-conselho-publicara-glossario-sobre-indicadores-socioambientais

As algas 'guacamole' que obrigaram a Flórida a declarar estado de emergência


Cianobacteria
Algas se reproduziram devido a despejo de água com 'excesso de nutrientes' em rio


O paraíso com sol e praia que os moradores e turistas da costa leste da Flórida (EUA) normalmente aproveitam no verão foi invadido por uma massa verde viscosa e com um cheiro horrível.
A proliferação de algas tóxicas, que por seu aspecto foram batizadas de "guacamole", está prejudicando a economia local.
O governador Rick Scott declarou estado de emergência para quatro condados que dependem fortemente do turismo.
Estas algas, além disso, têm o potencial de destruir os ecossistemas da região, como explica o pesquisador Henry Briceño, da Universidade Internacional da Flórida.
Algas em St. Lucie
Concentração de algas se dá principalmente onde há pouca circulação de água, perto de resorts e casas de praia
"É um espetáculo dantesco. As águas nos canais e rios têm um tapete verde, um limo cinzento e um cheiro de amônia", descreve Briceño à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.
As algas "guacamole" afetam desde o estuário do rio St. Lucie - onde há hotéis, residências privadas e clubes de iates - à lagoa Indian River, que abarca as localidades de Stuart, Port St. Lucie e Fort Pierce, e a parte das famosas praias de Palm Beach.
Outros quatro condados foram obrigados a fechar praias e viram uma enorme queda na chegada de turistas nos últimos dias.
"Isso destruiu nossa economia local e nosso modo de vida. Nossos cidadãos estão demandando ação rápida", disse a representante local Sarah Heard, do condado de Martin.



E como chegou-se a esta situação?
Cianobacteria
Cienobactéria é tóxica e contato com água deve ser evitado

Algas

A "guacamole" é um tipo promitivo de alga, uma cianobactéria, microoganismo fotossintético de aspecto verde-azulado e viscoso, que se multiplicou nestes quatros condados, principalmente na água doce, mas, em menor medida, na água salgada.
Em qualquer corpo de água do mundo existem algas, mas a reprodução deste microorganismo neste caso foi fora do comum.
Isso se deve ao fato de que uma represa no lago Okeechobee, a oeste de West Palm Beach, estava liberando, até 1º de julho, cerca de 85 metros cúbicos de água por segundo, informou o Corpo de Engenheiros do Exército americano.
"Essas águas têm altos conteúdos de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, e isso faz disparar a floração das algas", explica Henry Briceño.
"As algas estão ali em concentrações muitos pequenas, mas quando chega esse excesso de comida, de boa qualidade, a multiplicação dispara e ocorre muito rapidamente."
Dique Herbert Hoover
O dique Herbert Hoover, do lago Okeechobee, é por onde está sendo liberada a água com fósforo e nitrogênio que deu origem à proliferação de algas
A liberação controlada de água ocorreu porque o lago Okeechobee, o maior corpo de água da região, alcançou antes do início das chuvas, 4,5 metros de altura - e seu limite é 5,4 metros.
"Depois de ver as algas, nos sentimos obrigados a tomar medidas. Mas temos que permanecer vigilantes na gestão do nível do Lago Okeechobee", disse o coronel Jason Kirk, do Corpo de Engenheiros.
Esta semana o fluxo de água foi diminuído de 85 para 33 metros cúbicos por segundo.

Potencial mortal

As "guacamoles" só puderam se reproduzir deste jeito por causa da água da represa e seu conteúdo excepcional de fósforo e nitrogênio - devido aos restos de fertilizantes da indústria agrícola regional, e em menor medida pelos químicos usados para a manutenção da grama nos campos de golf.
"Muitos desses nutrientes não são utilizados pelas plantas e todo esse excesso termina arrastado pelas água da chuva para os rios e terminam no lago", disse Briceño.
Barcos rodeados por algas
Além do aspecto e do cheiro, a água com cianobactérias tem o potencial de destruir a fauna e a flora 
Essas algas também devem causar problemas para a fauna e flora local.
"Ela vão apodrecer e vão tapar toda a fauna e flora que há no fundo destas baías. (...) Se este efeito continuar, chegará um momento em que as destruirão totalmente", explica Briceño.
Foi o que ocorreu na baía de Chesapeake, no noroeste dos EUA, que na década de 1970, quando os baixos níveis de oxigênio na água provocaram a morte de milhares de peixes.

Que fazer?

O condado de St. Lucie lançou uma advertência para que os habitantes e turistas das zonas afetadas evitem qualquer contato com as citobactérias devido a seus efeitos para a saúde humana.
Suas toxinas podem afetar o fígado, o sistema nervoso e a pele. Ingerir a água contaminada pode causar dor abdominal, náuseas, diarreia e vômito.
Também não se pode consumir peixe das áreas afetadas e de seus arredores.
Peixe morto na areia
Grande presença de água pode levar à mortandade de peixes
Mas o lago Okeechobee continuará desaguando no rio St. Lucie enquanto continuar chovendo. Por isso, uma solução seria elevar sua capacidade com o dique que o contém ou levar a água até o Golfo do México.
"Não podemos perder de vista a necessidade de que o governo federal inicie de imediato as reparações do dique Herbert Hoover para que possa ser alcançada uma solução de longo prazo", disse o governador da Flórida, Rick Scott.
O dique tem 80 anos e enfrenta problemas estruturais que geraram inflitrações e uma capacidade limitada.
Briceño recomenda "reduzir a quantidade de água enviada e pensar se é possível armanezar água nos lagos ao norte de forma temporal".
Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/geral-36722356

terça-feira, 12 de julho de 2016

Municípios precisam reduzir perdas de água


Os municípios brasileiros ainda caminham a passos lentos na redução das perdas de água. Dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) mostra que a média nacional de perdas era de 42,2% em 2004, reduzindo para apenas 39,1% em 2013. “As cidades brasileiras são muito vagarosas em soluções para evitar o desperdício de água”, alerta Luiz Roberto Gravina Pladevall, presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente).
Para Pladevall, o governo federal precisa criar instrumentos de estímulos a programas que reduzam significativamente as perdas de água tratada nos sistemas de abastecimento dos municípios: “As companhias de saneamento têm altos custos para o tratamento de água. Depois de todos o processo, você desperdiça quase 40% do que tratou. É dinheiro literalmente jogado pelo ralo.”
Sistemas de abastecimentos antigos são as principais causas de perdas de água nas cidades. “Muitos municípios têm tubulações com mais de 70 anos. Qualquer alteração de pressão pode provocar rompimentos e aumentar o desperdício”, explica Pladevall. Segundo ele, já existem técnica que permitem a troca desses encanamentos sem a necessidade de abrir valas nas vias das cidades. “Os métodos não-destrutivos de substituição de tubulações antigas em áreas densamente urbanizadas são, por exemplo, uma das soluções para os municípios reduzirem o desperdício de água”, afirma o presidente da Apecs.
“Além das tubulações antigas, os operadores precisam melhorar a gestão de operação dos seus sistemas de abastecimento, atualizando os seus cadastros e implantando Distritos de Medição e Controle (DMCs)”, explica Pladevall.
Os dados do SNIS apontam ainda que seis estados brasileiros apresentam perdas acima de 60%. Entre eles estão Maranhão (64,5% de perdas), Amapá (76,5%), Roraima (64,6%) e Amazonas (72,6%).
Apecs
Fundada em 1989, a Apecs congrega atualmente cerca de 40 das mais representativas empresas de serviços e consultoria em Saneamento Básico e Meio Ambiente com atuação dentro e fora do país.
Essas companhias reúnem parte significativa do patrimônio tecnológico nacional do setor de Saneamento Básico e Meio Ambiente, fundamental para o desenvolvimento social e econômico brasileiro, estando presente nos mais importantes empreendimentos do setor.
NOTA DO BLOG: MONITORAMOS OS DADOS EM CAMPOS,COM INFORMAÇOES PARA SNIS E AGEVAP.
BEM ABAIXO DA MÉDIA ANCIONAL, NOSSAS PERDAS SITUA-SE NA FAIXA DE 29 %
Disponível em: http://revistaamazonia.com.br/municipios-precisam-reduzir-perdas-de-agua/

Bairros pobres reciclam mais lixo do que ricos em Fortaleza

Moradores do Conjunto Esperança reciclaram 16 vezes mais lixo do que da Varjota, no projeto Recicla Fortaleza
O programa de reciclagem Recicla Fortaleza já caiu no gosto de muitos fortalezenses. Enxergando na reciclagem de resíduos uma oportunidade de ajudar o meio ambiente e também reforçar o bolso, muitas pessoas adotaram o hábito nos últimos tempos. Em dois meses de funcionamento do projeto, um dado surpreende. Dos bairros com Ecopontos para troca de materiais recicláveis por bônus na conta de energia ou no Bilhete Único, os dois primeiros são da periferia.
GOLDEN GLOBE RED CARPET DRESSES
É o que mostra a terceira reportagem da série Lixo é Dinheiro, que o Tribuna do Ceará está publicando nesta semana, sobre as iniciativas cearenses que incentivam a população a reciclar seu lixo em troca de dinheiro ou créditos.
Ranking de Ecopontos
Ao todo, 13 Ecopontos já estão disponíveis na Grande Fortaleza. De acordo com o relatório da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), o Dendê e o Conjunto Esperança lideram o ranking de bairros que mais utilizam o serviço.
Segundo o coordenador especial de Limpeza Urbana, Albert Gradvohl, o ranking mostra que nem sempre as localidades de alto IDH têm pessoas com consciência ecológica. “É impressionante o número de pessoas que passam por esses bairros diariamente”, destaca.
O Dendê arrecadou 20,6 mil kg, seguido do Conjunto Esperança, com 6,2 mil kg, e do Bairro de Fátima, com 6 mil kg. Segundo o especialista, bairros com IDH mais elevados estão entre os últimos. “Esses três primeiros bairros arrecadam muito mais que os bairros considerados nobres. A Varjota, por exemplo, é o último no ranking, com 1.260 kg arrecadados”, destacou.
Estatísticas 
Segundo Albert, em apenas dois meses o projeto já reciclou mais de 70 toneladas de resíduos sólidos. “Hoje, nós temos resultados bem interessantes em relação a reciclagem. Em abril nós conseguimos reciclar quase 17 toneladas, e no segundo mês de funcionamento do projeto foram 54 toneladas de lixo reciclado. Com isso, nós temos em apenas 60 dias mais de 70 toneladas de reciclagem no projeto”.
A frequência de pessoas nos pontos de reciclagem é outro dado surpreendente em tão pouco tempo de projeto. “Nós inauguramos o projeto com 611 pessoas cadastradas. Em 60 dias, nós possuímos quase 1,7 mil cadastros. Mas, além disso, a frequência é o mais impressiona. Das quase 1.700 pessoas cadastradas, 771 frequentam diariamente os postos de coleta. Ou seja, 45% das pessoas registradas no projeto deixam seus resíduos todos os dias”, ressalta.
Em entrevista ao Tribuna do Ceará, o operador ambiental do Ecoponto do Bairro de Fátima, Abinadaby Roseira, informou que o serviço de coleta seletivo arrecada em média 500 kg de resíduos sólidos por dia. “A comunidade aqui adotou a prática reciclável. Tem dias que somente num período arrecadamos quase 70 kg. Isso é bom para o meio ambiente. Mostra a consciência das pessoas”, relatou o profissional.
Cartão é utilizado para troca de bônus (FOTO: Matheus Ribeiro / Tribuna do Ceará)
Tabelação pode variar de acordo com o preço de mercado de cada produto (FOTO: Divulgação)
Disponível em: http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/cotidiano-2/moradores-de-bairros-pobres-reciclam-mais-lixo-do-que-de-ricos-em-fortaleza/

domingo, 10 de julho de 2016

Fauna doméstica

O Homo sapiens e seus cães e gatos não passam de coadjuvantes na biodiversidade das metrópoles. Conheça melhor algumas espécies que gostam de dividir seu teto (e seu quintal) com você

LAGARTIXA
Fica dentro e fora das casas – e é uma mão na roda, já que come insetos daninhos, como as traças. Passa o dia escondida em frestas, para fugir do calor. Sua habilidade de alpinista vem de pêlos microscópicos em forma de gancho, que funcionam com um supervelcro.
MOSCA
A vida da mosca doméstica é curta, entre 10 e 25 dias, mas prolífica: põe 120 ovos de cada vez e faze isso até 6 vezes a cada geração. Nesse meio- tempo, prefere se reproduzir onde há matéria orgânica em decomposição – como no cocô de cachorro – para as larvas se esbaldarem de comida.
CARRAPATO
Instala-se perto da orelha dos cachorros, onde é mais fácil sugar o sangue dele. Quando precisa trocar sua carapaça para crescer, se desprende do cão e pula para a grama. Já com o revestimento refeito, volta a pegar carona no cachorro e o ciclo continua.
ABELHA
Ela só vai para a cidade quando falta alimento em seu habitat natural. Procura tudo que contenha açúcar, como doces e refrigerantes. Com a língua, recolhe a substância e guarda numa bolsa na garganta. Depois volta à colméia e armazena o alimento, que se transforma em mel.
CUPIM
Entra em casa na forma de siriri – na fase reprodutiva, quando ganham asas. Depois que as perde, vai morar nas frestas dos móveis, costurando galerias na madeira. Dá para detectar a presença deles pelo pó de madeira que aparece no chão – não são restos do móvel, mas fezes de cupim.
PULGA
A vida desta chupadora de sangue começa quando a fêmea deposita seus ovos no cão ou no gato. Aqueles que estiverem fixos no pêlo do bicho têm mais chances de vida. A bichinha, de 3 mm, pode saltar a até 30 cm para trocar de hospedeiro – é como se você pulasse 200 metros.
PERNILONGO
O inseto atormenta a vida de quem mora perto de rios. É que as fêmeas põem seus ovos sempre na água. Além do ambiente líquido, o lixo depositado nos rios serve de alimento para as larvas. Adulto, o inseto ganha asas e faz vôos noturnos para sugar nosso sangue.
FORMIGA
Sempre que sua cozinha estiver infestada de formigas, procure atacar diretamente seu ninho, entre a argamassa e os azulejos da área atingida. É lá que a formiga fantasma, a mais comum nas pias, faz suas galerias. Ela não tem predadores nas cidades.
ÁCARO
O habitante mais ilustre da poeira doméstica tem entre 0,2 e 0,5 mm. Ele fica a postos para comer escamas de pele humana – não parece, mas trocamos de pele o tempo todo, como cobras. Os ácaros mortos dispersam-se no pó e podem causar alergias.
BARATA PAULISTINHA
Há 200 baratas por habitante em cidades como São Paulo. A mais comum é a paulistinha, de até 2 cm, que vive em lugares quentes e úmidos, especialmente atrás da geladeira. Vive 9 meses e põe ovos 5 vezes nesse período. Até 50 de cada vez. E quando morre vira comida das companheiras.

Os donos da noite

Você não gosta da maior parte deles. Eles detestam você. Costumam morar fora das nossas casas e aproveitam as horas mais tranqüilas para tomar conta das ruas, parques e terrenos baldios.  

MORCEGO
O morcego nectívoro bebe o néctar das plantas patas-de-vaca, que existem em jardins da arborização urbana. Outro tipo, o morcego insetívoro, habita o forro das casas e se alimenta de insetos atraídos pela iluminação urbana.
CORUJA
Duas espécies dominam os parques: a coruja-orelhuda e a buraqueira. A primeira vive em edificações urbanas e se alimenta de roedores e lagartos. A fêmea deposita seus ovos no solo, com até dois filhotes por ninhada. A segunda faz buracos para desovar de 7 a 9 ovos por vez.
GAMBÁ
Vive em árvores e forros de casas, saindo para caçar à noite. É um bicho eficiente, que se reproduz rápido (gestação dura 70 dias, com ninhadas de até 8 filhotes) e come de tudo: ovos de ninhos, frutas, vermes, insetos. O problema é que eles transmitem a doença de Chagas.
ARANHA-ARMADEIRA
É um aracnídeo solitário e que não faz teias. Saem à noite para caçar insetos. Seu nome veio da estratégia de armar o bote antes de pegar a presa. Dificilmente ataca as pessoas, mas seu veneno pode necrosar o tecido atingido, provocar a falência dos rins e, em alguns casos, levar à morte.
COBRA
A cobra dormideira é inofensiva. Por isso mesmo pessoas têm comprado a espécie quando filhote. Algumas acabam soltas em terrenos, depois de ficarem grandes e incômodas. Assim a incidência delas tem aumentado. Cascavéis, jararacas e falsas-corais também dão as caras, para comer ratos.
RATO DE FORRO
Mora em lugares altos, como forros de casas. E desce à noite em busca de alimento. Poderia chamar “rato lagartixa”, já que pode subir em galhos de árvores e paredões sem dificuldade. É o grande responsável pelos curtos- circuitos que acontecem em prédios e casas, já que rói fios elétricos.
RATAZANA
Esta comedora de lixo é a espécie de roedor mais favorecida pelo ambiente urbano. Principalmente pelo menos agradável: vive feliz em quaquer lugar sem uma infra-estrutura decente de habitação e saneamento, com esgotos a céu aberto, perto de riachos ou represas.
BARATA VOADORA
Tem até 4 cm e costuma morar fora das casas – em esgotos e caixas de fiação. Vive de 2 a 3 anos e um único casal pode gerar 400 filhos. Ela pode voar grandes distâncias, mas costuma usar as asas só para planar mesmo. E só será vista de dia se seu abrigo estiver superlotado.

Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/fauna-domestica?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=twitter&utm_campaign=redesabril_super

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Uma em cada cinco espécies de plantas estão em risco de extinção

De acordo com o primeiro censo global da flora elaborado pelo centro botânico Kew Gardens de Londres, 21% das plantas de todo o mundo estão em perigo de extinção
O censo catalogou a existência de quase 391 mil espécies de plantas em todo o mundo. Não são só bonitas ou feias, grandes ou pequenas, vulgares ou raras. São importantes para o planeta, são usadas na medicina, no ambiente, na comida para pessoas e animais, roupas, biocombustíveis e até para a produção de venenos.
Professora_Kathy_Willis_diretora_cientifica_dos_jardins_botanicos_reais_de_Kew

Professora_Kathy_Willis_diretora_cientifica_dos_jardins_botanicos_reais_de_Kew
Professora Kathy Willis, diretora científica dos jardins botânicos reais de Kew

Já havíamos elaborado relatórios sobre a situação global das aves, tartarugas marinhas e até mesmo de pais de família. Mas, apesar de sua grande importância, esperávamos ainda um censo sobre as plantas. Ele já está feito”, disse a professora Kathy Willis, diretora científica dos jardins botânicos reais de Kew, no oeste de Londres.
“Já havíamos elaborado relatórios sobre a situação global das aves, tartarugas marinhas e até mesmo de pais de família. Mas, apesar de sua grande importância, esperávamos ainda um censo sobre as plantas. Ele já está feito”, disse a professora Kathy Willis, diretora científica dos jardins botânicos reais de Kew, no oeste de Londres.
“Dada a importância fundamental das plantas para o bem-estar humano, para a alimentação, combustível e regulação do clima, é importante sabermos o que acontece”, acrescentou Willis sobre o primeiro relatório, que terá uma periodicidade anual.
Canavalia_reflexiflora_especie_brasileira_de_leguminosa

Canavalia_reflexiflora_especie_brasileira_de_leguminosa
Canavalia reflexiflora, espécie brasileira de leguminosa, encontrada em um local ameaçado pela expansão da cultura cafeeira. É incomum, por ser polinizada por beija-flores e não por abelhas

Mais de 391.000 espécies de plantas vasculares – que possuem raiz, caule e folhas, e um sistema vascular que permite a circulação de água e elementos nutritivos – foram pesquisadas para o relatório “Estado das plantas no mundo”, um número que poderia crescer nas próximas edições, porque a cada ano 2.000 novas plantas são descobertas, principalmente no Brasil, Austrália e China.
Cerca de um décimo dessas plantas servem para alimentar ou curar.
Estudos anteriores haviam apresentado conclusões muito díspares sobre o número de plantas ameaçadas de extinção, de 10% a 62%. Para os botânicos do Kew Gardens, trata-se de 21% das espécies.
O interesse de publicar anualmente o estudo “é o de observar as tendências”, disse Steve Bachman, coordenador do relatório.
“Se nós não examinarmos essas informações, preenchermos as lacunas do conhecimento e fazermos algo, estaremos em uma situação perigosa”, disse Willis.
Mais fácil sensibilizar sobre a extinção dos elefantes
Sensibilizar o público sobre a ameaça a uma planta é muito mais difícil do que no caso dos elefantes africanos, tigres de Bengala ou florestas tropicais. E, no entanto, “as florestas cobrem apenas uma pequena parte do mundo vegetal”, afirmou a diretora científico do Kew Gardens.
Carlos Magdalena, botanical horticulturist looks towards the flower of Ramosmania Rodriguesi, as he holds a young specimen, right, an endangered plant, at the Royal Botanic Gardens, Kew, in London, Monday, May 9, 2016. Kew Gardens held the launch of the first ever State of the Worlds Plants report. The report is the first of its kind in the plant world. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)

Carlos Magdalena, botanical horticulturist looks towards the flower of Ramosmania Rodriguesi, as he holds a young specimen, right, an endangered plant, at the Royal Botanic Gardens, Kew, in London, Monday, May 9, 2016. Kew Gardens held the launch of the first ever State of the Worlds Plants report. The report is the first of its kind in the plant world. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)
Carlos Magdalena, horticultor botânico, olha para a flor da Ramosmania rodriguesi, uma das planta em extinção, no Royal Botanic Gardens, em Londres. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)

“Acho extraordinário que nos preocupemos com o estado global das aves, mas não das plantas”, disse Willis.
De acordo com o relatório, a principal ameaça para as plantas vem da agricultura, por causa da lavoura excessiva. A construção, doenças e pesticidas são outros fatores prejudiciais.
Em contrapartida, as alterações climáticas têm tido, até agora, um papel marginal.
“No entanto, não devemos esquecer que às vezes leva trinta anos para a próxima geração de plantas produzirem flores e pólen. Portanto, não podemos medir o impacto real das mudanças climáticas até 2030”, disse Willis, que pediu “vigilância”.
O documento tem 80 páginas e uma versão na web que reúne informações de outros estudos para criar um banco de dados.
“Foi um trabalho enorme que envolveu mais de 80 cientistas. A ideia era recolher, condensar e tornar legível o conhecimento disperso para atingir o maior número possível de pessoas”, explicou Steve Bachman.
O relatório a partir de agora será publicado anualmente. O Kew Gardens espera que assim possam ter comparações sobre como preservar as plantas do mundo.
Amazônia (Floresta Amazônica)
No norte e centro-oeste do Brasil, compreende uma grande variedade de formas de vegetação, dos quais – inundados e terra firme. Florestas baixas predominam.
Cobertura: 49,3% do território brasileiro, estendendo-se muito além das fronteiras do Brasil na Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e as Guianas.
Pygmaea_Rebutia_no_bercario_tropical_nos_jardins_de_Kew

Pygmaea_Rebutia_no_bercario_tropical_nos_jardins_de_Kew
Pygmaea Rebutia no berçário tropical nos jardins de Kew

Ameaças: O chamado arco do desmatamento se estende pela Bacia sudeste da Amazônia. Muitos projetos hidrelétricos afetam grandes rios, e danos mais localizados é causada

pela mineração em diferentes locais dentro da Bacia.

Como vastas extensões desse bioma são ainda pouco exploradas é possível que uma proporção razoável de sua biodiversidade permaneça sem registro, enquanto grandes vãos deste bioma sofrem modificações grave.
O estudo, estima que há um total de 390.900 plantas conhecidas pela ciência, descobriu que a agricultura é a maior ameaça de extinção, o que representa 31 por cento do risco total para as plantas. Exploração madeireira e coleta de plantas, seguido de 21,3 por cento, com o trabalho de construção atribuindo para 12,8 por cento do risco.
A ameaça das alterações climáticas e tempo severo foi estimado em tornando-se 3,96 por cento, embora os cientistas achem que pode ser muito cedo para medir os efeitos a longo prazo.

Outras ameaças vieram de espécies invasoras, represa de construção e os incêndios.

“Nunca houve um estudo de plantas do mundo”, disse Kathy Willis, diretora de ciência em Kew, que tem uma das maiores coleções de plantas do mundo em suas estufas e jardins.
“Dado como absolutamente fundamental, as plantas são essenciais para o bem-estar humano, produção de alimentos, de combustível, regulação do clima, por isso, é muito importante que saber o que está acontecendo.
Carlos Magdalena, botanical horticulturist looks towards the flower of Paphiopedilum Rothschildianum, an endangered plant, at the Royal Botanic Gardens, Kew, in London, Monday, May 9, 2016. Kew Gardens held the launch of the first ever State of the Worlds Plants report. The report is the first of its kind in the plant world. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)

Carlos Magdalena, botanical horticulturist looks towards the flower of Paphiopedilum Rothschildianum, an endangered plant, at the Royal Botanic Gardens, Kew, in London, Monday, May 9, 2016. Kew Gardens held the launch of the first ever State of the Worlds Plants report. The report is the first of its kind in the plant world. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)
Paphiopedilum Rothschildianum, outra planta em extinção, no Royal Botanic Gardens, Kew, em Londres. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)

O relatório diz que 1.771 áreas do mundo têm sido identificadas como “áreas de plantas importantes”, mas muito poucos têm sido as medidas de proteção e de conservação do lugar.
Kathy Willis, também disse que 2.034 plantas vasculares – que excluem os musgos e algas – foram descobertos só no ano passado, incluindo uma enorme comedora de insetos sundew Drosera (1,5 metros (5 pés) de altura em uma montanha de Minas Gerais, em 2015, um novo tipo de cebola e uma orquídea gigante.
A maioria das novas descobertas estão na Austrália, Brasil ou China.
A Ferocactus Fordii is displayed in the herbarium, at the Royal Botanic Gardens, Kew, in London, Monday, May 9, 2016. Kew Gardens held the launch of the first ever State of the Worlds Plants report. The report is the first of its kind in the plant world. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)

A Ferocactus Fordii is displayed in the herbarium, at the Royal Botanic Gardens, Kew, in London, Monday, May 9, 2016. Kew Gardens held the launch of the first ever State of the Worlds Plants report. The report is the first of its kind in the plant world. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)
Ferocactus fordii preservado no Herbário de Kew, Royal Botanic Gardens. (AP Photo/Kirsty Wigglesworth)

Parentes selvagens
As 5538 espécies de plantas que servem para consumo humano, são muito poucas ainda. É preciso encontrar mais e apostar também na procura de parentes próximos das culturas tradicionais. “Dependemos de duas ou três espécies que fazem a produção do milho, do centeio e do trigo. Estamos tentando fazer mais investigação com as chamadas parentes de culturas selvagens, espécies que existem nas florestas e que são parentes próximos de culturas tradicionais, como os feijões, a batata ou a banana”. Estes “primos selvagens” dos feijões ou de outra coisa qualquer que vivem nas florestas normalmente não são comestíveis mas podem ter genes importantes para resistir a doenças e responder a outras ameaças das culturas tradicionais. É mais um motivo para preservar a biodiversidade. Mais um motivo para dar importância às plantas.
A_Nymphaea_thermarum_uma_planta_em_extincao

A_Nymphaea_thermarum_uma_planta_em_extincao
A Nymphaea thermarum, uma planta em extinção, cresce no Royal Botanic Gardens, Kew

“As plantas representam um dos componentes mais importantes da biodiversidade, a base da maioria dos ecossistemas existentes. Têm ainda o potencial de resolver grande parte dos problemas que existem hoje e de responder a desafios futuros da humanidade”, considera Richard Deverell, diretor dos Reais Jardins Botânicos de Kew.
No próximo ano, os cientistas vão apresentar novo relatório com os dados atualizados. “O interesse é fazer uma avaliação do estado das plantas ao longo do tempo e criar um barômetro para o perigo de extinção das plantas, como se faz há muito tempo para as aves ou os mamíferos. Há muito mais plantas do que animais ou aves e, por isso, esta é uma tarefa muito mais difícil. Os cientistas esperam ainda conseguir alargar o alcance deste documento que se centra apenas nas plantas vasculares para que passe a incluir também o estado dos briófitos (pequenas plantas sem flor ou semente), das algas e dos fungos no mundo.
Disponível em: http://revistaamazonia.com.br/uma-em-cada-cinco-especies-de-plantas-estao-em-risco-de-extincao/