quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Brasil também teve campos de concentração

Durante a 2ª Guerra, também tivemos nossos campos de concentração - onde japoneses, italianos e principalmente alemães ficaram confinados. Conheça as histórias dessas pessoas
POR Redação Super
Alexandre Duarte
Manhã de 2 de março de 1944. Na Estação Experimental de Produção Animal de Pindamonhangaba, uma fazenda no interior de São Paulo, ouviu-se um som que não era comum no local. Era o choro de uma criança nascendo. Mas não uma criança qualquer. O choro era de Carlos Johanes Braak, o único brasileiro nascido em um campo de concentração - e em seu próprio país. Durante a 2a Guerra Mundial, o Brasil manteve 31 campos de concentração, para onde mandava os cidadãos de países do Eixo - a coligação formada por Itália, Japão e Alemanha. Os pais de Carlos, que eram alemães, estavam entre as centenas de pessoas que viveram esse lado menos cordial da história brasileira. "Era uma fazenda. O estábulo virou um dormitório. Minha mãe ficava numa casa, separada. Foi onde passei os dois primeiros anos da minha vida", lembra Carlos.

O pai de Carlos se chamava August Braak. Sua mãe, Hildegard Lange. Eles partiram de Hamburgo, na Alemanha, em direção à Cidade do Cabo, na África do Sul. Estavam a bordo de um navio chamado Windhuk, no qual August trabalhava como comissário e tesoureiro. 

O Windhuk era uma embarcação turística, mas também coletava mercadorias. Quando a 2a Guerra começou, o navio já estava no continente africano - em Lobito, Angola, recebendo um carregamento de laranjas. O navio não tinha como voltar para a Alemanha em guerra, pois estava sendo perseguido por embarcações inglesas. O capitão decidiu fugir para o Brasil. E a embarcação acabou chegando ao Porto de Santos disfarçada de navio japonês, com o nome de Santos Maru, em 7 de dezembro de 1939.

Assim que o navio chegou aqui, ficou evidente que ele não era japonês coisa nenhuma. Mas os alemães foram bem recebidos. August e Hidelgard, bem como os outros 242 tripulantes, viviam em Santos e redondezas. Alguns moravam no próprio barco, outros, em pensões. Todos recebiam salários do governo alemão, e levavam uma boa vida. Em 19 de abril de 1940, os pais de Carlos se casaram numa festa a bordo do navio. 

Mas, em 1942, tudo mudou. O Brasil rompeu relações diplomáticas com os países do Eixo - cujos cidadãos passaram a ser considerados inimigos. "O governo brasileiro precisava fazer isso [criar os campos de concentração] para se alinhar com as estratégias dos Aliados e dos EUA", explica a pesquisadora Priscila Perazzo, autora do livro Prisioneiros da Guerra (Ed. Humanitas). Alguns estrangeiros foram mandados para presídios comuns - como os de Ilha Grande e Ilha das Flores (RJ). Mas a maioria foi para campos de concentração, organizados pelo Ministério da Justiça. 

Os pais de Carlos foram parar num desses campos - a fazenda em Pindamonhangaba, onde ficaram confinados 136 alemães do navio Windhuk. Eles foram presos porque seu navio tinha chegado ao Brasil durante a guerra, coisa que o governo interpretou como uma ameaça.

Os prisioneiros não podiam manter suas tradições. Nada de ler livros em alemão, por exemplo. Mas o clima era relativamente tranquilo. Alguns prisioneiros podiam visitar o centro da cidade aos sábados, aonde iam acompanhados pelos guardas. "Era comum os presos chegarem carregando os fuzis dos guardas, que sempre voltavam bêbados", diz Carlos.

Trabalhos forçados 

A outra parte da tripulação do navio foi parar no campo de Guaratinguetá - entre eles Horst Judes, também tripulante do Windhuk, que tinha 19 anos. Quando desembarcou em Santos, foi um dos que ficaram vivendo no navio, até ser preso em 1942. No campo de concentração de Guarantinguetá, o tratamento não era tão bom. "Éramos obrigados a trabalhar no campo", conta o alemão, hoje com 87 anos e dono de uma chácara no interior de São Paulo. A rotina no campo de Guarantinguetá era acordar cedo, pegar enxada e picareta e dar duro. Cada prisioneiro levava um número nas costas. "O meu era 17", conta Horst. O café da manhã tinha dois pãezinhos e uma caneca de café. No almoço e no jantar era só arroz com feijão. Às quintas e aos domingos, era dia de macarrão. Mas a comida nem sempre era suficiente, e os prisioneiros dependiam de padrinhos, geralmente alemães livres, que os ajudavam de diversas maneiras. Alemães livres? Sim. A maior parte dos imigrantes não foi presa. Iam para os campos aqueles que chegavam ao Brasil em plena guerra, ou eram suspeitos de espionagem. 

Foi graças a esse apadrinhamento que Horst conseguiu sobreviver depois de ser solto, em 1945. "Saímos do campo sem dinheiro nem emprego. Foram os padrinhos que nos ajudaram. O meu era de São Paulo. Trabalhei como mordomo e até como taxista", conta. Como a maioria desses estrangeiros, ele também constituiu uma família brasileira, e diz gostar do país que adotou de maneira forçada. 

Na época, o governo brasileiro fazia de tudo para mostrar que os prisioneiros de guerra eram bem tratados - o que nem sempre era verdade. O tempo de internamento variava. Houve pessoas que ficaram 3 anos presas, mas outras conseguiam ser libertadas mais cedo. Também é difícil definir exatamente o número de presos que foram mandados para os campos de concentração brasileiros entre 1942 e 1945, pois os registros são vagos. Mas existe uma documentação que revela nomes e, em alguns campos, o número exato de prisioneiros que passaram por lá. Os registros comprovam que a maioria era de alemães, seguidos de japoneses em bem menor número, italianos e um ou outro austríaco.

Juventude Hitlerista 

Poucas pessoas foram tão afetadas com o internamento nos campos quanto Ingrid Helga Koster, cujas memórias registrou no livro Ingrid, uma História de Exílios (Ed. Sagüi). Nascida no Paraná, ela se tornou órfã de pai com apenas 1 ano de idade. Quando tinha 5 anos, sua mãe se casou novamente, com um alemão. Seu padrasto, Karl von Schültze, tinha migrado para o Brasil em 1920, para fugir da crise que castigava a Alemanha depois da 1a Guerra Mundial. Schültze chegou aqui e, junto com outros estrangeiros, começou a trabalhar em uma empresa alemã, a AEG, fazendo instalações elétricas em vários lugares do país. Ele se casou com a mãe de Ingrid no início dos anos 30, em Rio Negro, no Paraná. Pouco depois a família, já com duas outras filhas, se mudou para Joinville, em Santa Catarina, cidade dominada pela cultura alemã. Ingrid se lembra de ouvir no rádio um novo chanceler que assumira o poder na Alemanha, cujo carisma a deixava emocionada. "Eu ficava arrepiada. Ele sabia falar com o povo. Nós não imaginávamos o que estava acontecendo", conta Ingrid. O tal chanceler era Hitler. 

Então começou a guerra, e o pai de Ingrid pressentiu que as coisas ficariam ruins. Ele proibiu, mais de uma vez, que Ingrid se unisse ao movimento Juventude Hitlerista que existia em Joinville. Na Alemanha, esse grupo foi criado para reunir e doutrinar ideologicamente os jovens de 6 a 18 anos. No Brasil, o grupo assumiu um tom mais brando - servia principalmente como ponto de encontro para os imigrantes alemães. Mas o pai de Ingrid não quis nem saber. E também queimou todos os livros em alemão que tinha em casa. Entre eles o famoso Mein Kampf (Minha Luta), de Hitler. 

Até que, em 1942, a polícia bateu à porta. "Eles chegaram procurando pelo meu pai, o levaram e ficamos dias sem notícias. Até que chegou um comunicado dizendo que ele estava preso aqui em Joinville", lembra ela, que depois de algum tempo passou a levar marmitas para seu pai no Hospital Oscar Schneider, adaptado como campo de concentração à época. O governo brasileiro acreditava que Karl fosse um espião nazista. Por isso, o regime de confinamento dele era rígido. Nos dois meses em que ficou em Joinville, nenhum familiar pode visitá-lo. A marmita era entregue aos guardas. Até que certo dia, quando Ingrid foi levar a comida, lhe avisaram que seu pai não estava mais lá: tinha sido transferido para o Presídio da Ilha das Flores, no Rio de Janeiro. "Nosso dinheiro acabou e tivemos que voltar para o Paraná, viver do jeito que dava", diz Ingrid. "Nossa casa era apedrejada, pichavam a suástica nos muros. Nós éramos o inimigo." 

Daí em diante, ela só pôde visitar o padrasto uma vez por ano - no Natal. Quando a guerra acabou, Karl foi libertado por falta de provas. Mas seu chefe na AEG, Albrecht Gustav Engels, acabou condenado a 8 anos de prisão por fazer espionagem nazista. "Meu pai nunca falou sobre os tempos em que ficou preso. Mas acredito que tenha sofrido muito, inclusive tortura, porque antes era uma pessoa alegre e depois se tornou calado, triste", conta Ingrid. Ela chegou a perguntar antes de o padrasto morrer, em 1966, se ele realmente espionara. Karl deu uma resposta vaga, e disse apenas que não foi condenado. Então ele era mesmo um espião nazista? "Até hoje não tenho certeza", admite Ingrid. 

Mesmo tendo passado por sofrimentos e humilhações, os prisioneiros alemães não quiseram deixar o Brasil depois da guerra. Como o padrasto de Ingrid. "Quando eu perguntava se ele não gostaria de voltar, ele dizia que, apesar de tudo, agora era brasileiro."


Os principais campos de detenção
 
1. Tomé-Açú (PA)
A 200 km de Belém. Recebeu alemães e japoneses.
2. Chã de Estêvão (PE)
Abrigou empregados alemães da Cia Paulista de Tecidos (hoje conhecida como Casas Pernambucanas).
3. Ilha das Flores (RJ)
Nessa cadeia, prisioneiros de guerra foram misturados com detentos comuns - uma violação das leis internacionais.
4. Pouso Alegre (MG)
O campo de Pouso Alegre reunia presos militares: os 62 marinheiros do navio Anneleise Essberger.
5. Guaratinguetá e Pindamonhangaba (SP)
Fazendas que pertenciam ao governo e foram adaptadas para receber alemães. 
6. Oscar Schneider (SC)
Hospital transformado em colônia penal.

Empresa brasileira transforma garrafas PET em bicicletas

DEZEMBRO DE 2015
Cada vez mais as cidades abrem espaço para as bicicletas, o que representa - ainda que pequeno - um alívio para o trânsito e para o meio ambiente. Agora uma iniciativa no Brasil tem contribuído ainda mais para transformar o ciclismo em um conceito totalmente sustentável. É que toneladas de garrafas PET e plástico reciclável se transformam em bikes novinhas.
O trabalho é feito pela empresa Muzzicycles que fabrica modelos mais flexíveis, resistentes, leves e que chegam a custar metade do valor das bikes comuns. 
Para fabricar um quadro de bicicleta são usadas cerca de 200 garrafas, que são trituradas, passam por um processo de plastificação e logo são injetadas no molde.
A ideia inspiradora é do uruguaio Juan Muzzi, radicado no Brasil. Para conseguir idealizar o trabalho, ele conta com a ajuda de ONGs que recolhem sucatas e com os próprios clientes que levam material reciclável.
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foto: divulgação
Fonte:CATRACA LIVRE 

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Alameda dos Baobás em Madagascar compõe uma das paisagens mais belas do planeta

A grandiosa árvore é símbolo da diversidade biológica da ilha no oceano Índico e metáfora de sua riqueza natural

HAROLDO CASTRO E GISELLE PAULINO (TEXTO E FOTOS) | DE MORONDAVA, MADAGASCAR 11/2015 
No asteroide do Pequeno Príncipe, os baobás são uma metáfora para os aspectos negativos que podem tomar conta de nosso caráter, quando bem enraizados. Mas no planeta Madagascar os baobás representam todo o contrário. A grandiosa árvore é um símbolo da diversidade biológica do país e metáfora da riqueza natural da quarta maior ilha do mundo, onde mais de 80% das plantas são endêmicas – só vivem lá.
Adansonia grandidieri é a árvore ícone de Madagascar (Foto: © Haroldo Castro/Época )
Existem nove espécies de baobás no mundo, todas do gêneroAdansonia. Uma na Austrália, duas no continente africano – incluindo uma nova espécie identificada em 2012 – e seis em Madagascar.
Na ilha, a espécie Adansonia grandidieri – assim chamada para homenagear o botânico francês Alfred Grandidier – é a mais imponente de todas. Os malgaxes batizaram a árvore de Reniala, a Mãe da Floresta. As mais antigas podem ter mil anos de idade, as mais jovens entre 200 e 300 anos. Seu tronco cilíndrico eleva-se até 30 metros de altura, onde os galhos – sem folhas durante metade do ano – assemelham-se a raízes. Por isso, o baobá é chamado de “árvore de cabeça para baixo”.
A espécie vive em uma região bem particular do sudoeste de Madagascar, nas proximidades de Morondava, em uma faixa próxima ao litoral de 250 km de extensão por 20 km a 30 km de largura. Um exemplo claro de endemismo!
A razão principal para realizar uma viagem de van de 700 km, durante dois dias, da capital Antananarivo até Morondava, é ver centenas de baobás bem de perto. A chamada Alameda dos Baobás é um lugar com uma das maiores aglomerações dessas árvores. A Rodovia Nacional RN 8 atravessa a multidão de Grandidieris e, embora eles não tenham sido plantados por humanos, os enormes baobás parecem acompanhar a estrada de terra. 
Chegamos uma hora antes do pôr do sol e, enquanto escolhemos os melhores enquadramentos fotográficos para o entardecer, vamos nos deleitando com as árvores gigantescas. Resolvemos contar quantos baobás observamos ao nosso redor: de um lado da estrada, avistamos uns 25; do outro, mais de 30.    
Crianças da etnia Sakalava brincam em uma lagoa (Foto: © Haroldo Castro/Época)
Uma menina Sakalava na Alameda dos Baobás (Foto: © Haroldo Castro/Época)
O momento mágico das cores cambiantes no céu começa a acontecer. As poucas nuvens ajudam a colorir o quadro pintado, de forma dramática, pela Mãe Natureza. Não há dúvida: depois de conhecermos tantos cantos pelo mundo, podemos dizer que esse lugar é um dos mais belos da África – até mesmo do planeta.
O sol se esconde e o céu troca seu azul pelo violeta rosado. A temperatura de 25 graus é perfeita, a brisa refresca aqueles que vieram de tão longe para reverenciar esses seres gigantescos.
baobás aglomeram-se às margens da rodovia (Foto: © Haroldo Castro/Época)
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, o baobá Grandidieri está na lista de plantas ameaçadas de extinção. A razão principal para a preocupação dos conservacionistas é a perda do habitat original. Hoje, a faixa estreita de terra que hospeda a espécie rara perdeu quase toda sua vegetação natural e foi transformada em plantações de arroz. Apenas sobraram pequenas reservas isoladas ao norte da Alameda dos Baobás.
Outra preocupação dos conservacionistas é a dificuldade de encontrar baobás pequenos e jovens. Isso poderia significar que a polinização das flores do baobá Grandidieri – por uma mariposa e um lêmure noturno – estaria com dificuldades de ser concretizada. Por demorar décadas para crescer, as acanhadas mudas de baobás também podem estar sendo destruídas, de forma despercebida, pelo gado que povoa as terras Sakalava. Ou, pior, pelo fogo atado no mato pelas populações nativas. Uma iniciativa de plantio de mudas na própria Alameda dos Baobás está em andamento.
Campos de arroz cercam alguns baobás isolados na planície de Morondava (Foto: © Haroldo Castro/Época)
Durante nossa jornada na região de Morondava e rumo ao norte, conseguimos observar três das seis espécies nativas de baobás malgaxes. Além da Adansonia grandidieri, encontrada em maior número, conhecemos também o baobá Fony (Adansonia rubrostipa), cujo tronco tem uma coloração mais avermelhada e é menor de altura, e o baobá Za (Adansonia za), de cor mais escura e com uma forma afunilada no topo.
A 7 km da Alameda por uma estrada de areia, dois baobás Za entrelaçados, chamados de “Baobás Apaixonados”,  tornaram-se atração obrigatória. Não há casal de namorados que não queira ser fotografado ao lado das árvores que se abraçam. Infelizmente, os dois baobás acabaram sendo vítimas das paixões cegas que fizeram questão de gravar suas iniciais no tronco.
“Baobás Apaixonados” talhados em madeira  (Foto: © Haroldo Castro/Época)
A Alameda dos Baobás não está incluída em nenhuma área protegida, nacional ou privada. Os habitantes locais, conscientes da importância das árvores como destino turístico, organizaram-se para estabelecer um estacionamento fora da estrada – e fora das lentes fotográficas – e montar barraquinhas de venda de artesanato e de refrigerantes. Mas tantas outras iniciativas poderiam ser realizadas.
Os baobás solitários, sem o apoio de uma floresta que os cerquem, merecem muito mais. É indispensável que o governo de Madagascar continue cumprindo sua promessa realizada em 2003 de triplicar as áreas protegidas no país e criar uma na região para que a Reniala, a Mãe da Floresta, seja preservada!

Se você compra comida orgânica, isto é o que precisa saber

dezembro de 2015

Por trás da popularidade contida em todos os produtos orgânicos à disposição nos mercados da América Latina, existe um exército de agricultores que lutam para ter o trabalho reconhecido. São quase 10.200 no Brasil e 319.500 em toda a região, números que aumentam a cada ano, embora ainda haja poucas terras dedicadas a esse tipo de cultivo. Só 1,1% delas são dedicadas aos orgânicos, segundo o Instituto de Pesquisa sobre Agricultura Orgânica (FIBL, na sigla em alemão).
O primeiro desafio dos produtores rurais é justamente fazer a transição da agricultura convencional para a orgânica, no melhor estilo “mudar ou morrer”. Muitos deles adoecem gravemente ou veem familiares em tal condição por causa dos agrotóxicos usados nas lavouras comuns. Também sentem a qualidade da água e o rendimento da terra se deteriorar por causa dos pesticidas.
“O solo está morto em muitas áreas de agricultura no Rio de Janeiro, principalmente por causa do uso dos herbicidas, que é generalizado”, confirma o especialista em agroecologia Eiser Felippe, consultor do programa Rio Rural, que reúne o Banco Mundial e o governo estadual, entre outros parceiros.
O problema não é apenas do Rio de Janeiro nem afeta exclusivamente os agricultores. Igualmente, impacta os consumidores. É considerado alarmante no Brasil, que ocupa desde 2008 o primeiro lugar global no uso de agrotóxicos e onde cada pessoa consome, por ano, o equivalente a 5 quilos de veneno. E, também, na América Latina, onde as vendas de pesticidas dobraram em 12 anos, segundo levantamento da revista Science.
Mudar para o sistema orgânico beneficia a saúde e o meio ambiente, mas também exige recursos e apoio técnico considerável: afinal, os produtores precisam aprender novas maneiras de fertilizar a terra, enfrentar as pragas e se adaptar às novas reações do solo
FONTE: http://www.worldbank.org/pt/news/feature/2015/12/18/agricultura-organica-consumo-pesticidas-brasil-latinoamerica

Aproveite o Carnaval sem abrir mão da sustentabilidade

ATITUDE

FOLIÃO CONSCIENTE

Aproveite o Carnaval sem abrir mão da sustentabilidade

Carnaval deve ser sinônimo de festa e alegria e não de destruição e irresponsabilidade. Confira 10 dicas supersimples para curtir esse feriado, sem deixar rastros de insustentabilidade por onde passar


Débora Spitzcovsky e Marina Franco Planeta Sustentável - 

Xavier Donat/Creative Commons

Os brasileiros já estão em clima de Carnaval. Viagens, desfiles de escolas de samba, blocos de rua, trios elétricos, festas à fantasia... o feriado pode ser aproveitado de várias maneiras, mas no fundo todos querem a mesma coisa: divertir-se!

Curtir o Carnaval, no entanto, não precisa ser sinônimo de irresponsabilidade destruição - e, muito menos, de ecochatice. Dá para aproveitar os quatro dias de festa com muita alegria e sem contribuir para a depredação do meio ambiente e da cidade onde você está. Quer ver?

Reunimos 10 dicas supersimples para os foliões que estão dispostos a aproveitar o Carnaval sem deixar de lado a consciência socioambiental.

1- SEJA UMA BOA VISITA Não importa se você vai viajar nesse feriado ou ficará na sua cidade: quando estiver curtindo o Carnaval, na rua, respeite o espaço público! Fazer xixi no asfalto, destruir placas de sinalização, subir em cima de árvores e depredar monumentos não tem nada a ver com diversão, mas sim com falta de cidadania. Aproveite o feriado sem destruir os lugares por onde passar - até porque, muitos deles, como Ouro Preto, em Minas Gerais, e Salvador, na Bahia, são cidades históricas, que abrigam construções centenárias que não merecem ser destruídas em quatro dias de festa.

2- FAÇA DO DITADO UMA MARCHINHA: LUGAR DE LIXO É NO LIXO
sujeira que o Carnaval deixa nas cidades é um dos maiores problemas do pós-feriado: latas de alumínio, garrafas de vidro, copos plásticos e panfletos de divulgação são facilmente encontrados nas ruas, entupindo bueiros e aumentando o risco de enchentes. Até mesmo os mares são feitos de lixeira pelos foliões, o que polui a água e prejudica a biodiversidade marinha. Em 2010, a ONG internacional Global Garbagepostou fotos chocantes do fundo do mar de Salvador, 10 dias depois do Carnaval: mais de 1.500 latinhas e garrafas, além de pedaços de abadás e outros objetos plásticos, foram encontrados por mergulhadores. Jogar o lixo no lixo, durante a folia, daria muito menos dor de cabeça na ressaca do pós-Carnaval!

3- GASTE ENERGIA, APENAS, NAS COMEMORAÇÕES
Se você for viajar, não esqueça de tirar da tomada todos os aparelhos eletroeletrônicos - como televisão, computador e microondas. Segundo o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, tirar esses equipamentos da tomada, quando eles estão fora de uso, pode reduzir a conta de luz em até 25%. Com o dinheiro que você economizar, dá até para trazer umas lembrancinhas de artesanato para os amigos e, de quebra, incentivar a economia local da cidade que você visitar.

4- NÃO TOLERE A EXPLORAÇÃO O problema acontece o ano inteiro, mas no Carnaval – por conta do aumento da circulação de pessoas nas cidades e, também, do clima de “pode tudo” – a incidência de crimes sexuais contra crianças e adolescentes aumenta. Para tentar mudar essa realidade, o governo preparou para 2014 a campanha Proteja Brasil. Divulgada por todo o país, a ação incentiva a população a denunciar qualquer tipo de violência contra menores no Disque 100, que funciona 24h por dia. Portanto, já sabe: se você presenciar alguma cena de exploração neste feriado, não exite em colocar a boca no trombone. Apesar do número de denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes ter caído 15,6% em 2013, a situação ainda é grave: a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) registrou mais de 26 mil casos no ano passado, principalmente no período carnavalesco. Então, fique de olho. Carnaval não combina com sofrimento! 
5- ABUSE DA CRIATIVIDADE PARA SE FANTASIAR Viagens e abadás já custam tanto dinheiro que economizar na hora de se fantasiar é uma ótima ideia. Que tal liberar a criatividade e utilizar materiais usados para confeccionar sua roupa de Carnaval? Além de poupar o bolso, você dá uma trégua para o meio ambiente e, depois da folia, dá para reciclar a fantasia ou, então, trocá-la com amigos. Aproveite e já combine com eles o roteiro do próximo Carnaval!

6 - PROGRAME O FERIADO DOS SEUS ANIMAIS Acredite: tem gente que planeja a viagem de Carnaval com tanto entusiasmo e fica tão ansioso para os dias de folia que acaba esquecendo dos cuidados que deve tomar com os animais de estimação enquanto estiver fora. Ou, pior, os abandona na rua. Se seu bicho não o acompanhar na viagem, lembre de deixá-lo aos cuidados de um vizinho ou parente. O ideal é que alguém passe na sua casa todos os dias, para brincar com ele, passear e limpar a sujeira. Também há a opção de hotéis para animais domésticos, que dispensam a preocupação do viajante.

7 - ECONOMIZE COM O TRANSPORTE Se optar por viajar de carro, lembre de oferecer carona para amigos e parentes que vão ao mesmo destino ou, então, que passem pelo seu caminho. Com mais gente no carro, todos economizam dinheiro e também poupam o meio ambiente, que deixa de receber os gases do efeito estufa liberados pela queima d combustível. A carona ainda alivia o trânsito, que pode ser infernal em feriados prolongados. Quão desagradável não é uma viagem que dura o dobro - ou mais - do que o necessário por causa do excesso de veículos?

8 - PREPARE O SEU CARRO Para pegar a estrada e dirigir de forma confortável, lembre-se de fazer uma vistoria geral no seu veículo. A atitude garante mais segurança para você e, também, para os outros motoristas. Pneus calibrados, água no depósito do limpador pára-brisa, nível certo do óleo e parte elétrica em dia são, apenas, alguns dos itens necessários. Não se esqueça também do kit macaco, triângulo e chave de roda, para o caso do pneu furar.

9 - CAMISINHA NA CABEÇA E SAMBA NO PÉFaça as contas: nove meses depois do Carnaval, o número de bebês chegando ao mundo cresce bastante. Além de evitar a gravidez indesejada, a camisinha previne dacontaminação de doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, como faz todos os anos, o Ministério da Saúde já lançou sua campanha para 2014: a Se tem festa, festaço ou festinha, tem que ter camisinha, que lembra os foliões a respeito da importância de usar preservativo nas relações sexuais. Não dá nem para usar a desculpa de que esqueceu de levar a camisinha para a festa: o governo anunciou que distribuirá, gratuitamente, até março 104 milhões de unidades de preservativos por todo o Brasil.

10 - MANEIRE NO ÁLCOOL Lembre-se que condutores de veículos são proibidos de consumir bebidas alcoólicas. A lei que mudou o Código de Trânsito Brasileiro não é à toa: o álcool altera a capacidade de reação e prolonga a resposta do motorista. Trata-se de um poderoso catalisador de acidentes. De acordo com especialistas, não existe uma quantidade segura para se beber e dirigir. Então, para se divertir sem preocupação, combine com a turma quem será o motorista da vez e não beberá - ou pegue um taxi. Também é importante ter em mente que o álcool desidrata o organismo: para evitar a ressaca, beba água, isotônicos e sucos naturais.

*Essa reportagem foi, originalmente, publicada em 2011 e atualizada em 2014


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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016


Reprodução do Brasil 247
Reprodução do Brasil 247


Houve um tempo em que os políticos acreditavam que a troca de mensagens de texto por celular lhes garantia privacidade, e mais, impunidade. A Lava Jato mostrou que ninguém estava a salvo. Emails já vêm caindo em desuso há algum tempo, afinal qualquer hacker pode invadir. Agora pelo menos 20 políticos que trocaram mensagens com o dono da OAS devem estar à beira de um ataque de nervos, afinal a PF ainda tem mais de 80 mil mensagens do dono da OAS para analisar, ou seja, as mensagens nunca foram apagadas porque o empreiteiro achava que estava a salvo. As negociatas da política vão ter que arrumar um novo meio de comunicação. 
FONTE BLOG DO GAROTINHO

Carbono pode se tornar moeda no mercado financeiro internacional

Green bonds’ têm potencial para movimentar US$ 100 tri


Jan / 2016


LONDRES E RIO - O mundo financeiro se prepara para uma nova era econômica: a do clima. Bancos centrais e instituições incluíram a mudança do clima nas equações que medem os riscos para a estabilidade financeira global. O histórico acordo de combate ao aquecimento global firmado por 195 países no fim de 2015 em Paris abriu as portas para o que pode se tornar um Bretton Woods verde, com permissão para que o carbono se torne moeda de troca num futuro próximo. Esta é uma das interpretações do artigo 117, que fala no “valor social e econômico das ações de mitigação”. Bretton Woods é a cidade americana que recebeu, em 1944, representantes de mais de 40 nações para firmar acordo monetário e financeiro que serviria como parâmetro para a economia após a Segunda Guerra Mundial. O acordo definiu o dólar como moeda de referência internacional com valor atrelado ao ouro.

Enquanto se busca dar um preço para a captura de carbono, o mercado de green bonds, os títulos verdes, avança. São papéis que financiam empresas que investem em tecnologias de baixa emissão e reduzem o consumo de água, energia e matérias-primas. Os papéis verdes têm potencial de movimentar US$ 100 trilhões, de acordo com estimativa da Climate Bonds Initiative, organização sem fins lucrativos inglesa. Ela tomou como base declarações públicas de gestores que movimentam US$ 45 trilhões e deslocariam recursos a projetos sustentáveis. A organização considerou nas projeções a demanda por esses títulos, sempre maior que o montante oferecido no mercado. Em 2015, foram emitidos US$ 41,84 bilhões desses papéis, 14%a mais que em 2014.

— É um mercado crescente. Muitas das emissões de green bonds tiveram mais interesse por parte dos investidores do que originalmente pensado — disse Annelise Vendramini, coordenadora do Programa de Finanças Sustentáveis da Fundação Getulio Vargas (FGV) de São Paulo.

Foi o que aconteceu com a BRF, dona de marcas como Sadia e Perdigão. Ela ofereceu ao mercado europeu € 500 milhões em títulos verdes, com prazo de sete anos e juros de 2,82% ao ano. A procura pelos papéis foi mais de quatro vezes maior. A empresa poderia ter captado € 2,3 bilhões se atendesse a toda a demanda. Foi a única brasileira a emitir green bonds, selo que garante a gestão sustentável.

— Queríamos dar transparência e visibilidade para o mercado do que já está implícito dentro da companhia. Tivemos o benefício da diversificação. A BRF já é conhecida no mercado de dólares — afirmou Elcio Ito, diretor de Finanças.
Segundo o secretário de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Carlos Klink, os green bonds são tema recorrente no ministério.

— A discussão está no Meio Ambiente, na Fazenda, no BNDES, na Febraban (Federação Brasileira dos Bancos). Discutimos também debêntures (títulos de dívida).
O economista francês Jean Charles Hoularde diz que as empresas que reduzirem emissões podem emitir certificados, que poderiam usar para pagar financiamentos ou vendê-los no mercado:

— Fundos de pensão podem comprar esses papéis para investir, assim como o cidadão comum, no lugar de aplicar na poupança.
Uma força-tarefa acaba de ser criada para desenvolver critérios e indicadores sobre riscos financeiros relacionados ao clima. O anúncio foi feito por Mark Carney, presidente do Banco da Inglaterra, o BC britânico, e do Financial Stability Board (FSB). É o primeiro passo para a criação de um sistema universal de dados. O assunto está na agenda dos bancos centrais, do Brasil inclusive. Para isso, é preciso existir regulamentação internacional.

— Seriam muitos trilhões de dólares para financiar projetos. Seria uma nova moeda, como já foi o padrão ouro no passado — afirmou o ex-deputado Alfredo Sirkis, diretor do Centro Brasil no Clima, que participou de debate sobre o tema na COP21.
Isso explica a presença de mais de cinco mil bancos e companhias em Paris. Dados do banco BNY Mellon indicam que, nos últimos três anos, a movimentação de ativos para energia, clima e ações sociais chegou a US$ 2,8 trilhões. O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável, Adnan Amin, passou a conferência em campanha por um marco regulatório global. Ele quer que os recursos que serão depositados no Fundo do Clima sejam usados como garantia aos patrocinadores dos projetos. Segundo a agência, os investimentos em energias renováveis somaram US$ 240 bilhões em 2014, 14% a mais que em 2013:
— Não quer dizer que o dinheiro será usado. Mas vai reduzir os juros e estimular retornos milionários.

Em Brasília, a ideia de criar regras para um mercado de certificados do chamado carbono positivo, ou seja, da redução das emissões enfrentou resistências de técnicos da Fazenda. Uma das premissas para estimular o mercado é que os governos deem garantias para os papéis emitidos. Os técnicos avaliam que isso elevaria a dívida pública.
Segundo Mário Sérgio Vasconcelos, diretor de Relações Institucionais da Febraban, a meta brasileira de reduzir as emissões de carbono em 37% até 2025 vai mudar a dinâmica da economia:

— Serão necessários investimentos privados ou títulos emitidos por empresas para alcançar uma economia de baixo carbono, com menos uso de energias fósseis, eficiência no uso da água. Vai exigir tempo e investimento.

Vasconcelos diz que projetos de economia verde vêm ganhando espaço na carteira dos dez maiores bancos brasileiros. Em 2014, 9,6% dos financiamentos foram para projetos de energias renováveis. Em 2013, a parcela era de 8,8%. Recursos para atividades poluentes ainda dominam: representavam 33,2% em 2014 contra 33,5% em 2013.

— Se todos os países cumprirem suas metas para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, o Brasil será o segundo país com a menor emissão do mundo em 2030 — disse Vasconcelos, que articula com o governo e empresários instrumentos financeiros para fazer frente às metas brasileiras, que incluem o reflorestamento de 12 milhões de hectares de áreas degradadas até 2030.

Para o ex-ministro do Meio Ambiente da França Pascal Canfin, o sistema financeiro se prepara para o que pode ser a maior mudança desde a Segunda Guerra Mundial. Responsável pelo relatório encomendado pelo presidente François Hollande para buscar fontes de financiamento, Canfin diz que empresas e bancos que não correrem, ficarão para trás. No relatório, ele diz que governos e bancos de desenvolvimento — e cita o BNDES — devem guiar o movimento com novos produtos financeiros.

Canfin defende a criação de uma taxa do clima. A ideia, que foi abraçada por dez países e deve se tornar diretiva apresentada pela Comissão Europeia em junho, é taxar operações financeiras em 0,01%. Estima-se arrecadação de € 10 bilhões a € 15 bilhões. A taxa seria cobrada de qualquer empresa com sede ou filial nos países que firmarem acordo.
No Brasil, o governo subsidia crédito. Há cerca de cinco anos, são destinados anualmente R$ 4,5 bilhões ao Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e a projetos integrados de agricultura, pecuária e reflorestamento — uma das metas brasileiras é aumentar em cinco milhões de hectares as áreas integradas. Annelise, da FGV, diz que só 60% são tomados por agricultores, diante da mudança de gestão que o programa impõe:

— O programa é inovador, incluindo toda a cadeia. O setor será afetado pelas mudanças climáticas, é necessário buscar nova fronteira de produtividade ligada ao baixo carbono.
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá, no Paraná, integra lavoura de soja, pecuária e floresta desde 1997.

— Quase ninguém vinha nas palestras. De três anos para cá, são 200, 300 produtores. Quem não fizer assim (manejo integrado), principalmente na nossa região, que tem solo arenoso e degradado, verá a produção cair — diz Luiz Lourenço, presidente da Cocamar.
A produtividade da pecuária é multiplicada por dez, diz ele. No Noroeste do Paraná, onde está a Cocamar, são produzidas três arrobas de carne por hectare, com a integração, o número sobe para 30 arrobas:

— A área de produção rural no sistema é pequena, mas está avançando rápido. Quem está fazendo está ganhando dinheiro.
A implantação do Código Florestal é outra frente. Os produtores têm até maio para apresentar o cadastro rural ambiental. Segundo Vasconcelos, o que se estuda é criar cota de reserva, quem tem excesso legal emite cota para quem tem déficit.
Para Gustavo Diniz Junqueira, presidente da Sociedade Rural Brasileira, o agronegócio está no centro da estratégia brasileira para cumprir os compromissos assumidos em Paris:


— Temos que ter mais produtividade, mais proteção ambiental e isso demanda operar com satélites, drones, ter uma agricultura de precisão. Não se pode mais pensar em pegar o dinheiro no BB (Banco do Brasil), plantar, cuidar, colher, vender e pagar. Serão duas a três safras por ano, integradas com pecuária intensiva, tem que incluir floresta no manejo. A meta é que todo sistema migrasse para esse modelo de financiamento de baixo carbono.
Israel Klabin, presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, avalia que o setor privado está se acostumando ao novo cenário:

— O setor privado tem que estar na frente e reinventar seu modelo. Essa é a vantagem do Cadastro Ambiental Rural. A implementação é totalmente privada com aliança profunda com o governo.

Fonte: O GLOBO. http://oglobo.globo.com/economia/negocios/carbono-pode-se-tornar-moeda-no-mercado-financeiro-internacional-18443601

domingo, 17 de janeiro de 2016

TCU alerta: país pode ficar sem transposição e mesmo sem o próprio São Francisco

Auditoria do tribunal aponta que negligência no cumprimento de recomendações sobre as obras vem provocando assoreamento do rio, diminuindo a vazão do Velho Chico e de seus afluentesObras da transposição, feitas sem o devido cuidado, ameaçam o rio | Foto: Divulgação/PAC width=Obras da transposição, feitas sem o devido cuidado, ameaçam o rio.
Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) acionou um alerta: o programa de transposição das águas pode gerar sérios comprometimentos ambientais ao rio São Francisco. De acordo com o relatório, obtido pelo Fato Online, auditores do TCU constataram uma série de irregularidades e negligencias no PRSF (Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco). Mesmo antes de concluída a obra de transposição, os técnicos já perceberam, por exemplo, que a vazão do Velho Chico, como é chamado, e de seus afluentes, pode estar sendo reduzida por causa da erosão das suas margens. 
O PRSF faz parte do projeto de transposição do rio e tem como meta realizar ações voltadas para a sustentabilidade socioambiental. Em 2011, em outra vistoria, o TCU já havia constatado diversas falhas na execução do programa. E pediu providências. Quatro anos depois, porém, pouca coisa mudou.
É no São Francisco que o governo executa uma de suas principais obras. A transposição das águas do rio, que corta os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, numa extensão de 2,7 mil km, é vista como uma solução para as secas constantes no Nordeste. Para acompanhar o empreendimento, o governo desenvolveu um programa para a recuperação das áreas degradadas, a conservação e uso racional dos seus recursos naturais e hídricos, a sua despoluição, entre outras coisas. E, desde 2001, esse projeto vem sendo acompanhado pelo TCU.

Fonte: http://fatoonline.com.br/conteudo/15003/tcu-alerta-pais-pode-ficar-sem-transposicao-e-mesmo-sem-o-proprio-sao-francisco

sábado, 16 de janeiro de 2016


Reprodução do Globo online
Reprodução do Globo online


O senador Lindbergh Farias fala como se não tivesse nada a ver com as práticas condenáveis do PT, como se fosse um paladino da moralidade. Parece que se esquece que é um dos investigados da Lava Jato, que entre outras coisas aparece nas mensagens do dono da OAS, a quem chama de "grande amigo", como tendo recebido R$ 2,35 milhões em propinas. 

FONTE BLOG DO GAROTINHO

Brasil perde R$ 8 bilhões por ano com desperdício de água tratadaSuzana Camargo - 03/2015 

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No ano em que a questão da segurança hídrica está no centro dos principais debates que acontecem no país, relatório divulgado pelo Instituto Trata Brasil* revela números estarrecedores.  Em 2013, o volume de água tratada desperdiçado no país foi equivalente a 6,5 vezes a capacidade do Sistema Cantareira (1 bilhão de m3 ) ou 17,8 milhões de caixas de água de 1.000 litros perdidas por dia. Toda esta água que foiliteralmente para o ralo causou um prejuízo aos cofres públicos (e ao bolso dos contribuintes) de R$ 8 bilhões.
O estudo “Perdas de Água: Desafios ao Avanço do Saneamento Básico e à Escassez Hídrica”, elaborado em parceria com a GO Associados, leva em conta dois tipos de perdas: as chamadas perdas reais, associadas a vazamentos e as aparentes, aquelas relativas à falta de hidrômetros ou demais erros de medição, ligações clandestinas e roubo de água. O relatório foi desenvolvido com dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS – 2013) do Ministério das Cidades.
As regiões Norte e Nordeste são as que apresentam os índices mais altos de perdas devido a problemas na distribuição da água (50% e 45%, respectivamente).  A média nacional com o desperdício é de 36,9%. As cidades campeãs em perdas são São Luis (MA), Cuiabá (MT) e Jaboatão dos Guararapes (PE). Nesta última, 70% da água tratada não chega até a população.
Em todo mundo ocorrem perdas no processo de distribuição de água. Na Alemanha e Japão, este desperdício é de aproximadamente 8%. Em outros países europeus, a média fica entre 15% e 25%. Em Tóquio, graças a um forte investimento e comprometimento governamental, as perdas com água são de apenas 2%.
Os prejuízos da rede brasileira de água tratada não são novidade. Há anos o fato já é noticiado. Mas com a grave seca que se abate sobre o país a situação fica ainda mais alarmante. Apesar das perdas com faturamento terem se mantido praticamente estáveis nos últimos seis anos, o índice de perdas na distribuição apresentou ligeira queda no mesmo período (confira gráficos mais abaixo). Todavia, ainda está longe de ser aceitável.
Especialistas apontam que as principais cidades do mundo que conseguiram aumentar a eficiência da gestão hídrica investem, entre outras ações, na modernização e substituição frequente de suas redes de distribuição.  No Brasil, capitais como Rio de Janeiro e São Paulo possuem tubulações de água extremamente antigas. Uma projeção realizada pelo estudo da Trata Brasil indica que, se em cinco anos houvesse uma queda de 15% nas perdas do país, ou seja, de 39% para 33%, os ganhos totais acumulados em relação ao ano inicial seriam da ordem de R$ 3,85 bilhões de reais.
O relatório completo  “Perdas de Água: Desafios ao Avanço do Saneamento Básico e à Escassez Hídrica” está disponível online no site do Instituto Trata Brasil.
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Foto: Ibai/Creative Commons