terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A era dos extremos

A era dos extremos

As mudanças climáticas criam um descompasso no planeta. Enquanto em alguns lugares ocorre seca recorde, em outros nunca choveu tanto

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Jennifer Ann Thomas e Raquel Beer
Veja - Especial Água* - /10/2014
Tim J Keegan/Creative Commons

*Este texto faz parte do Especial Água; veja os outros textos que integram este especial no box ao lado.

Há uma constatação incontornável: o planeta passa por drásticas mudanças climáticas que fazem proliferar cenários extremos, de áreas com secas persistentes a outras com tempestades intensas. Desde o início dos registros históricos, em 1880, a temperatura na Terra subiu 0,85 grau e aumentou a uma taxa de 0,05 grau ao ano na última década. Parece pouco, mas é o suficiente para criar um trágico descompasso no clima global.

No Ártico, onde o aquecimento ocorre em ritmo duas vezes maior, o volume de mar congelado diminuiu 80% desde 1979, pondo em risco espécies endêmicas, a exemplo do urso-polar. Condições climáticas improváveis se espalham. No mês passado, enquanto Índia e Paquistão eram alagados por chuvas torrenciais, deixando mais de 400 mortos, a Inglaterra teve o setembro mais seco de sua história, com precipitação equivalente a 20% do total esperado.

No Brasil, com suas dimensões continentais, os extremos são sentidos à exaustão. Em São Paulo, o índice de chuvas até agosto ficou 42% mais baixo que o esperado, na maior seca da história do estado. Já o Sul, o Nordeste e o Norte registram recordes de chuvas. Mas, se as anormalidades são inevitáveis, são também inescapáveis suas consequências, a exemplo da falta de água em regiões secas, como São Paulo, e inundações onde chove demais?

O impacto das mudanças climáticas é evidente. No Brasil, é fácil associar o aquecimento global à massa de ar quente e seco que permaneceu por três meses estacionada sobre as regiões Sudeste e Centro Oeste, dificultando a formação de chuvas. O resultado é o esvaziamento de reservas e o racionamento de água em quase setenta municípios paulistas e mineiros, no que ficou conhecido como o "cinturão da seca". O extremo climático era inevitável, só que previsível.

Climatologistas, por meio de projeções matemáticas, já haviam estimado que a região passaria por um intenso período de estiagem nos anos 2010. Diz Suzana Kahn, presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas: "Sabemos que as alterações no clima global aumentaram a incidência e a intensidade de eventos extremos, o que terá consequências socioeconômicas, como o racionamento de água e o aumento do preço de alimentos, por problemas na agricultura". Se temos ciência, podemos nos preparar.

Mesmo assim, continuou o desperdício na captação de água, e não se investiu para aprimorar a estrutura precária de distribuição. No Brasil, a cada 10 litros de água limpa retirados de represas para consumo, 4 vazam em encanamentos deteriorados e desvios ilegais ou durante o transporte. Em São Paulo e em Minas Gerais, o desperdício é de 3 em 10 — o caso brasileiro mais preocupante é o do Amapá, com mais de 7 litros jogados fora a cada 10 captados.

Apenas em 2012, 1 trilhão de litros de água foram perdidos em ligações clandestinas, os "gatos", que afetam a infraestrutura da Sabesp, a companhia de saneamento de São Paulo. Para efeito de comparação, a taxa de desperdício de água limpa é de 15% na Europa, 3% no Japão e se aproxima de zero em países acostumados à estiagem, a exemplo de Israel.

Vêm de fora os bons exemplos de como lidar com secas agudas, e todos envolvem um planejamento adequado da administração pública. A Califórnia, nos Estados Unidos, adaptou-se para enfrentar secas recorrentes e a atual já dura quatro anos. Por efeito das mudanças climáticas e do uso excessivo de sua água pelo homem, o Rio Colorado, o sétimo mais longo do país, que abastece cidades americanas e mexicanas, e que deságua no golfo californiano, teve seu nível reduzido em 40 metros desde 1920 e deve perder mais 10% de seu volume atual nas próximas quatro décadas. Para lidar com a situação trágica, o estado californiano importa água de outras regiões, recicla o que usa e passou a investir na dessalinização de água do oceano. "Só temos água para nossa população porque começamos a nos planejar há vinte anos", pontuou o americano David Sedlak, professor de engenharia mineral da Universidade da Califórnia em Berkeley.

Países acostumados às secas se preparam. Singapura, por exemplo, importa 40% de sua água da Malásia, vizinho com recursos hídricos abundantes. Quase 40% do abastecimento potável de Israel, que tem 60% de seu território tomado por desertos, é feito por água dessalinizada dentro do país. Em porcentagem deve chegar a 70% até 2050, com mais investimentos em infraestrutura de dessalinização.

Em uma extrapolação, a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), casa de astronautas de várias nacionalidades posicionada a 330 quilômetros de altitude, é exemplo máximo de como se pode adaptar um ambiente para situações radicais. Ela conta com um aparelho capaz de condensar a umidade do ar e transformá-la em água, incluindo o suor de seus residentes. Desde 2010, a ISS possui uma máquina de 250 milhões de dólares, desenvolvida pela Nasa, a agência espacial americana, para reciclar toda sorte de líquido, da água usada para lavar as mãos a moléculas de combustível.

Quase a totalidade dos líquidos que circulam pela ISS é reutilizada. Sem esse sistema, seria necessário gastar 564 mil dólares ao ano para enviar mais suprimentos à equipe de astronautas. Na estação, a água de torneiras e duchas ainda sai com a metade da pressão comum na Terra. Enquanto no planeta desperdiçamos 100 litros de água em um banho de dez minutos, lá são usados somente 4.

O caso da ISS pode parecer distante, mas é exemplo máximo de como o homem precisa se adaptar a ambientes criados por ele mesmo. Segundo o mais recente relatório do Painel Internacional de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU, é de 95% a probabilidade de o homem ter sido o principal responsável por intensificar as mudanças climáticas que afetam o planeta. Fizemos isso ao emitir, principalmente pelaqueima de combustíveis fósseis, mais de 375 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa desde a Revolução Industrial, no século XVIII, aumentando em 40% o que o planeta estava naturalmente acostumado a receber. Isso criou uma redoma de calorao redor da Terra. A situação piora pela falta de cuidado do homem com um de seus recursos mais valiosos.

Por exemplo: um levantamento recente da ONU aponta que 70% do lixo industrial de países subdesenvolvidos é descartado em lagos, rios e oceanos. Utilizamos água limpa sem cuidado, pelo costume de ter acesso em abundância, principalmente no Brasil, que concentra 12% de todos os recursos hídricos do mundo. A situação do planeta só se agravará daqui para a frente. O IPCC estima que a temperatura global deve subir ao menos 1,3 grau até 2100.

Em efeito contínuo, tempestades e inundações seriam mais frequentes em áreas que já sofrem com isso, e regiões áridas ou que começaram recentemente a sofrer com secas anormais, a exemplo de São Paulo, teriam os períodos de estiagem intensificados. Resta-nos aprender a lidar com as consequências de nossas atitudes desmedidas.

O PARADOXO DA ANTÁRTICA
Uma área do planeta parece imune ao fenômeno do aquecimento global: a Antártica. Nos últimos trinta anos, 95% dos modelos climáticos publicados previam uma drástica diminuição do mar congelado e o aumento de temperaturas na região. O que ocorreu foi surpreendente. No mês passado, o mar congelado da Antártica registrou a maior extensão de sua história, batendo o recorde pelo terceiro ano consecutivo. São mais de 20 milhões de quilômetros quadrados de gelo, ou 6,6% acima da média para o continente.

O polo é ponto fora da curva também no quesito temperatura. Lá foi registrada, no ano passado, a temperatura mais baixa já captada pelo homem na Terra, de 94,7 graus negativos. O comportamento do Polo Sul ainda não é completamente compreendido. A teoria mais aceita para explicar a anomalia diz que o responsável por resfriar a região é, ironicamente, o buraco na camada de ozônio. As emissões de gases estufa no último século destruíram 21,2 milhões de quilômetros quadrados da camada acima da Antártica. Esperava-se que o efeito seria a elevação da temperatura e o derretimento das geleiras. Ocorreu o contrário.

O buraco possibilitou que a Antártica refletisse para o espaço o calor irradiado. A falta de ozônio na atmosfera ainda teria aumentado em até 20% os ventos que levam o ar frio do centro do continente para o Mar de Ross, a oeste, onde ocorreu 80% da expansão de área congelada. O El Niño, fenômeno climático que deve se estabelecer até o fim do ano, pode intensificar esses ventos e colaborar ainda mais para o aumento da superfície gelada. Conclui a climatologista Julienne Stroeve, do University College of London: "O Polo Sul está sendo afetado, mas de forma diferente do previsto".

A moçada interferiu em seu entorno


A moçada interferiu em seu entorno

Com o projeto de recuperação de um córrego, estudantes de uma escola do Rio de Janeiro aprenderam mais sobre mata ciliar e conseguiram trazer de volta à vegetação ao local

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Sophia Winkel
Nova Escola - 08/2014
Jose Luis Cernadas Iglesias/Creative Commons

As
 chuvas intensas que caíram sobre a região da Serra Fluminense em 2011 erodiram o solo, destruíram a vegetaçãodas margens dos rios e deixaram centenas de mortos e desabrigados. O professor de Geografia Rafael Pereira Machado, do Centro Interescolar de Agropecuária José Francisco Lippi, na zona rural de Teresópolis, a 94 quilômetros do Rio de Janeiro, transformou o acontecimento em uma possibilidade de aprendizagempara os alunos do 9º ano, desenvolvendo um projeto de intervenção ambiental que ocorre todos os anos desde então.

Assim, a garotada estudou a mata ciliar e aprendeu a importância de preservá-la para minimizar as consequências de desastres enquanto planejava a recuperação do córrego que passa pela escola. Em sala, Machado começou questionando os jovens sobre o que eles conheciam a respeito da mata ciliar. Alguns nunca tinham ouvido falar nesse tipo de vegetação. O educador explicou que ela ficava nas margens de rios, igarapés, lagos e represas e perguntou se eles achavam importante evitar seu desflorestamento.

Uma parte da turma respondeu que não, justificando que a área poderia ser utilizada para o plantio - uma das principais atividades econômicas do local é o cultivo de hortaliças, e muitas famílias das redondezas se dedicam a esse trabalho. Por isso, a preocupação com a disponibilidade de terras agricultáveis faz parte do dia a dia dos adolescentes.

O professor levou à sala um material - planejado e preparado previamente por ele - que trazia informações sobre as matas ciliares, indicando ocorrência, características gerais e principais espécies de fauna e flora ali encontradas. Ele também continha textos sobre o processo de erosão e o cálculo dos índices pluviométricos. Os alunos foram orientados a fazer a leitura como tarefa de casa. Na aula seguinte, todos discutiram os dados descobertos.

Na sequência, por meio de slides com fotos e notícias de 2011, Machado contou sobre o desastre natural da época. Ele comentou que a ocupação irregular das encostas das montanhas provocara o deslizamento de terras e o desabamento de casas. Explicou também que muitas moradias que ocupavam as margens dos rios foram alagadas com a cheia e que a força da água de grandes enxurradas havia derrubado a floresta. Jovens que perderam parentes ou que ficaram desabrigados compartilharam suas experiências.

Sueli Furlan, docente da Universidade de São Paulo (USP), sugere explicar que osleitos dos rios receberam materiais vindos dos chamados movimentos de massa (deslizamentos de encostas que estavam encharcadas pelas chuvas). Com menos espaço e mais chuva (houve um alto índice pluviométrico no período), os rios invadiram uma área maior, que era ocupada pela vegetação e por pessoas. Machado discutiu que, se houvesse maior preocupação em impedir o desflorestamento e a instalação de casas perto dos rios, a mata estaria abundante e poderia protegê-los, além de colaborar para o escoamento de água.

Ao longo do projeto, o professor fez paralelos entre fatos conhecidos por todos e os conceitos de Geografia estudados nas aulas. Ele comentou, por exemplo, que era preciso ter água para a produção de hortaliças, pois essa cultura depende de muita irrigação. Tal recurso provém dos rios, que só poderiam ser utilizados se fossem protegidos pelas matas ciliares.

Em seguida, o professor previu a necessidade de envolver os pais dos alunos, muitos deles agricultores que dependem da perenidade dos rios da cidade. Por isso, Machado sugeriu que a garotada conversasse com os familiares sobre o que estava aprendendo em sala, falando sobre o papel desse tipo de vegetação, a importância de preservá-la e sua relação com a disponibilidade de recursos hídricos.

INTERVENÇÃO CONSCIENTE
Na etapa seguinte, Machado e os estudantes foram ao riacho da escola - o Córrego da Toca, um braço da bacia hidrográfica do Rio Bengala, que abastece a cidade, para observar o impacto das chuvas abundantes. Eles encontraram uma paisagem devastada, que incluía arbustos tombados, muitas áreas com o solo exposto e margens erodidas. Após a identificação dos problemas, todos delimitaram com cordas e varetas as zonas mais críticas, sem mata ou onde ela poderia estar mais densa. O professor aproveitou a visita de campo para fazer alguns registros fotográficos do processo.

A classe notou que parte da vegetação havia sido perdida e, mesmo com as restaurações feitas pelas turmas dos três anos anteriores, ainda não estava em boas condições. Iniciativas como essa são de médio e longo prazos, pois as plantas nativasdemoram anos para crescer. Além disso, uma ação desse tipo não pode ser de responsabilidade exclusiva da comunidade escolar. "A recuperação de áreas destruídas e a prevenção de acidentes são dever do poder público", afirma a geógrafa e formadora de professores Ana Lúcia dos Santos.

Machado convidou os alunos a pensar quais intervenções poderiam ser feitas para recuperar a região do córrego. "Ainda em campo, muitas ideias surgiram para revitalizar a área", relembra. Em conjunto, os estudantes e o professor decidiram plantar mais 50 mudas, entre as que já haviam sido introduzidas nos anos anteriores, para que a mata crescesse mais densa. Os jovens também escolheram aplicar um volume extra de terra para aumentar a camada de solo, prevendo a erosão das margens. Além disso, instalaram telas de proteção entre as plantas e o córrego e acrescentaram pilhas de sacos de areia para evitar novos desabamentos.

Nos casos em que não há um rio próximo à escola, a opção é levar a classe para conhecer um local parecido dentro da própria cidade. Maquetes também podem ser usadas para simular o impacto das chuvas. "Dá para construir a vegetação ciliar e verificar como ela interfere nos cursos de água. É possível simular um desabamento das encostas das montanhas com e sem plantas, por exemplo, e entender como cada uma das situações age sobre o leito dos rios", explica Ana Lúcia.

Vale lembrar que uma recuperação como a realizada pela turma de Machado só será efetiva se seguir aspectos técnicos. O professor recorreu a materiais da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Rio de Janeiro para orientar a classe. Como alternativa, Sueli sugere usar o documento Cadernos da Mata Ciliar bit.ly/mata-ciliar, elaborado pela Associação Ação Nascente Maquiné (Anama). Ambos contêm orientações de como fazer esse tipo de intervenção.

Ao fim do projeto, o córrego tinha recuperado seu curso normal. E a turma reconheceu a necessidade de colaborar com a preservação de seu entorno usando para isso os conhecimentos adquiridos durante o percurso do estudo.

1. LEITURAS SOBRE A MATA CILIAR
Selecione textos que tragam conceitos sobre esse tipo de vegetação e recomende a leitura em casa. Em classe, proponha um debate sobre o material.

2. AULAS PARA APROFUNDAR
Em aulas expositivas aprofunde os conceitos abordados nos textos. Estimule a participação dos alunos.

3. PROJETO DE INTERVENÇÃO
Sugira uma visita a um rio para que todos avaliem as condições da vegetação de suas margens. Estimule a garotada a pensar em medidas para revitalizar a área.

Durma-se com um barulho desses!

Ruídos excessivos, que chegam da rua ou dos vizinhos, têm perturbado cada vez mais a paz de nossos lares. Embora não seja tarefa simples, conquistar o tão almejado silêncio é possível. Nosso dossiê indica os caminhos mais eficientes

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Isis Gabriel
Minha Casa - 08/2014
Ilustrações Stefan Pastorek


poluição sonora é uma vilã e tanto! Não bastasse interferir diretamente no humor dos moradores, é muito difícil de ser combatida. Isso porque o som se espalha na forma de ondas, que viajam não só pelo ar, mas também pela água e por superfícies sólidas, o que inclui muros, paredes, lajes...

Quando o desejo for garantir um imóvel silencioso, portanto, nada se mostra tão eficaz como a preocupação com esse aspecto ainda durante a fase de construção. Caso isso não tenha sido feito, o jeito é remediar: um dos papéis do especialista em acústica é justamente identificar o caminho que o barulho faz para apontar a melhor maneira de reduzi-lo - drywall, piso flutuante e janelas antirruído são alguns recursos possíveis, adequados de acordo com a situação.

Assim, a solução do problema começa sempre com a análise de todos os elementos do ambiente, como tamanho, material e espessura das divisórias, entre outros. Sim, é um tema que envolve muitas questões. Confira a seguir as respostas de profissionais para as principais delas.

A PARTIR DE AGORA, AS EDIFICAÇÕES TERÃO DE SER MAIS SILENCIOSAS
É verdade que os prédios e casas recentes apresentam desempenho acústico inferior ao dos imóveis antigos?

De fato, as construções velhinhas, com suas lajes e paredes espessas, são, em geral, mais eficientes nesse quesito do que as erguidas a partir dos anos 1990, quando, em nome da redução de custos, as estruturas e divisórias passaram a ser mais finas e, portanto, menos isolantes. O resultado é que, em muitos imóveis que datam desse período, é preciso conviver com a conversa dos vizinhos, o ruído dos encanamentos e do elevador, a algazarra que vem da rua... "Mas não dá para afirmar categoricamente que todos sejam ruins. Há os que apresentam sistemas leves e, ao mesmo tempo, capazes de reduzir muito bem o barulho. É questão de projeto e de sua adequação à situação", pondera o físico Marcelo de Mello Aquilino, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).

A boa notícia é que edificações como as que ele descreve, bem planejadas e executadas do ponto de vista da acústica, devem passar da exceção à regra daqui para frente. Isso porque, em julho de 2013, entrou em vigor a norma NBR 15.575, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que estabelece índices mínimos deisolamento para pisos, paredes, coberturas e fachadas de construções residenciais (veja detalhes no quadro ao lado). Na prática, significa que agora as construtoras têm de contemplar a atenuação sonora em seus empreendimentos e, portanto, submetê-los à avaliação de um especialista.

Além dos evidentes benefícios que traz aos ouvidos, a medida não deve afetar o bolso tanto assim - os profissionais da área são otimistas no que se refere ao impacto que a nova norma poderá ter sobre o valor dos imóveis. "Conforme as soluções acústicas forem sendo incorporadas ao processo construtivo, elas se tornarão cada vez mais baratas", prevê o engenheiro Krisdany Vinícius Cavalcante, da ABNT.

SE O RUÍDO VEM DO ALTO, DIPLOMACIA É A MELHOR SAÍDA
Os moradores do apartamento acima do meu são muito barulhentos - escuto passos e móveis sendo arrastados até altas horas. Posso resolver o problema com algum tipo de forro no teto?

Infelizmente, não. Ruídos resultantes de impacto, como o de saltos de sapato sobre o chão, devem ser atenuados no local em que são produzidos. "Nada que você fizer no seu teto adiantará, uma vez que a laje acima não é a fonte do som, mas somente o meio pelo qual ele se propaga", aponta Davi, da ProAcústica. Em outras palavras, qualquer que seja a solução, ela só surtirá efeito se aplicada no apartamento de cima, não no seu.

A melhor tática, portanto, é simplesmente pedir silêncio. Especialista em questões de condomínio, o advogado Daphnis Citti de Lauro recomenda que o contato com o vizinho seja feito pelo intermédio da portaria - assim, evita-se que eventuais reações mal-humoradas sabotem as negociações logo de cara. Se a solicitação não for atendida, fale com o síndico ou apele para a administradora do prédio. "Só em último caso, contrate um advogado. Ações desse tipo são demoradas e desgastantes - a primeira audiência costuma levar seis meses para acontecer, mesmo no Tribunal de Pequenas Causas, e, depois, ainda cabe recurso", alerta Daphnis. Além disso, não saem barato - o honorário mínimo para um profissional nesses casos é de R$ 3 mil, segundo a tabela da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção São Paulo (OAB-SP).

Agora, se você estiver na posição oposta, a de vizinho barulhento, saiba que uma medida simples já ajuda a reduzir o barulho e dar sossego a quem mora logo abaixo: usar piso flutuante, assim chamado porque o revestimento laminado vai sobre uma manta, e não diretamente no contrapiso. O sistema tem fácil colocação, e há opções em conta: o m² instalado de um modelo da linha Prime, da Eucafloor, por exemplo, custa R$ 58 (Carpet Express).

Para funcionar, no entanto, a manta deve não apenas cobrir o piso ou contrapiso mas também avançar alguns centímetros paredes acima, impedindo o contato delas com o laminado. Escondida sob o rodapé, a pequena sobra não fica aparente. Se preferir uma solução mais eficaz porém drástica, Davi aponta como possibilidade a instalação de uma manta acústica especial entre a laje e o contrapiso, providência que exige quebra-quebra.

A PAREDE NÃO BARRA O SOM? DRYWALL PODE RESOLVER
Moro em uma casa geminada, e a sala do vizinho é colada à minha. Há algum modo de reforçar a parede para impedir que o barulho passe de lá para cá?

"Não há uma fórmula-padrão para solucionar esse tipo de problema", diz Marcelo, do IPT. "Há casos em que nem uma divisória de 40 cm de espessura é barreira suficiente, já que o barulho pode passar não somente por ali mas também por forro, vãos e piso. Portanto, como tudo o que envolve problemas acústicos, primeiro é preciso fazer uma análise de todas as variáveis para só então propor uma solução", completa.

No cenário descrito na pergunta, se for constatado que a raiz do problema está mesmo na parede, é possível melhorar seu desempenho acústico revestindo-a de um sistema de drywall - de modo geral, ele é composto de um esqueleto de aço (a largura dos perfis varia, sendo a mais usada a de 70 mm), coberto de duas chapas com miolo de gesso e face de papel-cartão (normalmente, de 12,5 mm), uma de cada lado. No meio desse sanduíche, a fim de incrementar o isolamento termoacústico, há a opção de colocar um recheio de lã mineral de vidro ou rocha.

Para o caso aqui exemplificado, a sugestão é utilizar perfis de aço mais magrinhos, de 48 mm de espessura, e uma única chapa de gesso, de 12,5 mm (a segunda pode ser dispensada, uma vez que a ideia é montar a estrutura diretamente sobre a alvenaria, que passa, então, a executar o papel da outra metade do sanduíche), mais o recheio de lã mineral. Para uma parede de 10 m², um reforço como esse custaria R$ 1 500 (Loja do Revestimento, com materiais e mão de obra) e representa um acréscimo de cerca de 7 cm à espessura da parede existente. "A ideia de que o drywall seja sinônimo de má qualidade acústica é equivocada - tanto que as salas de cinema utilizam com sucesso o sistema. O problema ocorre quando é mal empregado. O projeto precisa ser dimensionado para a situação e executado por profissionais competentes", afirma Carlos Roberto de Luca, da Associação Brasileira de Drywall.

TIRA-TEIMA: ATÉ QUANTOS DECIBÉIS O REVESTIMENTO DE DRYWALL É CAPAZ DE ISOLAR?
Paredes de alvenaria finas costumam isolar menos de 40 dB, índice considerado baixo pela cartilha da ABNT - segundo a NBR 15.575, o mínimo deve ser entre 40 e 44 dB para que uma conversa em voz alta no recinto ao lado seja audível, mas não compreensível. Com o acréscimo de um sistema de drywall como o descrito acima, com uma chapa de gesso acartonado e uma camada de lã mineral, o isolamento pode pular para mais de 50 dB - valor descrito como ideal pela norma, pois garante que a conversa no cômodo contíguo não seja audível. A diferença numérica parece pequena, mas, em decibéis, é enorme, já que o volume dobra a cada 3 dB.

Com um exemplo prático, fica fácil de entender: "Se eu tiver um liquidificador que gera 80 dB e, ao lado dele, outro igualzinho produzindo o mesmo barulho, a medição dos dois juntos será de 83 dB - ou seja, em acústica, 80 mais 80 é igual a 83, e não 160. Isso acontece porque o som é medido em uma escala chamada logarítmica, diferente daquela com que estamos acostumados", explica Marcelo.

Seguindo esse raciocínio, é correto afirmar que uma parede que barra 50 dB tem mais do que o triplo da capacidade de isolamento de uma que barra 40 dB. Do mesmo modo, quando for comprar uma porta e se deparar com uma que isola 20 dB e outra que isola 23 dB, não se engane: a primeira oferecerá metade do conforto acústico da segunda.

CONTRA O SOM DA RUA, SANDUÍCHE DE VIDRO COM RECHEIO DE VENTO
A janela do meu quarto dá para uma avenida com muito movimento de carros e ônibus. Substituí-la por uma do tipo antirruído é a melhor solução?

Apenas se você estiver disposto a mantê-la sempre fechada. "Existe uma regra básica: onde passa ar, passa som. Então, para ser eficaz, uma janela antirruído deve ser estanque, ou seja, completamente vedada", explica Marcelo, do IPT. E isso, claro, tende a elevar a temperatura do ambiente. A instalação de um ar-condicionado resolve o problema do calor, mas, além de trazer aumento no consumo de energia (e na conta de luz), pode significar simplesmente trocar o barulho da rua pelo zumbido do aparelho. "Toda solução acústica tem impacto na térmica e vice-versa. Os prós e contras devem ser considerados, por isso é melhor sempre consultar um especialista", reitera Marcelo.

Avaliada a situação, se a opção for mesmo pela substituição das janelas, resta definir o modelo mais adequado. Em geral, três elementos influenciam na performance da peça: o sistema de abertura, o material da esquadria e o tipo do vidro. "Quanto à abertura, eu colocaria em ordem do melhor para o pior desempenho: maxim-air, de giro, de abrir e de correr. No caso do material das esquadrias, o melhor é o PVC, seguido de madeira, ferro ou aço e, por último, alumínio", aponta Davi, da ProAcústica.

Para o vidro, a recomendação do engenheiro é o laminado, formado de duas ou mais lâminas interligadas; entre elas, normalmente há uma camada de resina (o polivinil butiral, mais conhecido como PVB), que funciona como uma barreira a mais contra o ruído. Dependendo do caso, pode ser indicado o uso de dois vidros com uma camada de ar ou de gás argônio entre eles a fim de incrementar ainda mais o desempenho termoacústico.

Claro que, quanto mais espesso, maior será sua capacidade de atenuação, mas nem sempre vale a pena investir no modelo mais pesado e caro - alguns costumam ser utilizados somente em ambientes específicos, como estúdios de gravação e salas de teste.

No quesito preço, mesmo o de uma peça simples não é lá muito atraente - uma janela antirruído de correr, com vidro duplo e esquadrias de alumínio, medindo 1,20 x 1,20 m, custa R$ 2 500 (Atenua Som, com instalação), enquanto uma convencional, também de correr, feita de alumínio, com duas folhas venezianas, uma de vidro comum, e as mesmas medidas, sai por R$ 989 (da Gravia, preço da Leroy Merlin).

A performance, no entanto, pode compensar. "A convencional com essas características isola de 3 a 10 dB; já a antirruído, de 30 a 40 dB", observa Márcio Alexandre Moreira, da Atenua Som. Outro fator a ser levado em consideração é o artigo do Código Civil que proíbe o condômino de fazer reformas que alterem a fachada do prédio, o que inclui a troca de janelas.

Para esses casos, as empresas especializadas oferecem duas alternativas com preços similares: a confecção de um modelo antirruído de aparência igual à original (e que, portanto, poderia substituí-la) ou a instalação de um modelo de sobrepor, que vai por cima da outra e resulta em uma saliência de cerca de 7 cm na face interna da parede. Finalmente, vale dizer que mudar apenas esse elemento pode não ser o bastante. "Dependendo do cenário, será preciso colocar também uma porta antirruído", lembra Marcelo.

Os modelos de vidro, muito usados em sacadas, são praticamente idênticos às janelas. Já os de madeira ou MDF apresentam camadas de lã mineral, além de batentes duplos, fechaduras especiais e vedação com borracha siliconada. Os preços variam de R$ 3 200 a R$ 6 200 (Silence Acústica, com instalação).

EM CERTOS CASOS, SÓ MESMO COM UM BOCADO DE PACIÊNCIA...
Perto de onde moro, tem um bar cujo som alto - música e pessoas conversando na calçada - segue madrugada adentro. A fim de que a questão seja solucionada de modo rápido e definitivo, a quem devo reclamar: polícia ou prefeitura?

À prefeitura, ou melhor, ao órgão municipal competente, que se encarrega do problema, inclusive convocando o apoio da polícia se necessário. E, sim, o bar também pode ser responsabilizado pela algazarra de clientes na calçada. Cada cidade tem sua própria legislação, mas, em geral, o procedimento é o seguinte: após receber a queixa, uma equipe a averigua realizando a medição de decibéis no local; confirmada a infração, o estabelecimento recebe notificação e tem um prazo para fazer as adequações necessárias; se descumprir a ordem, ele é multado; e, havendo reincidência, pode ser lacrado. O mesmo vale para indústrias, templos religiosos e obras.

Já no caso de ruído vindo de residências, a abordagem varia: em São Paulo, por exemplo, o Programa de Silêncio Urbano (Psiu) não atende esse tipo de denúncia - a recomendação é contatar diretamente a Polícia Militar. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de Belém, por sua vez, lida com barulhos de qualquer origem.

Algumas prefeituras também realizam ações especiais para fiscalizar veículos rodando com aparelho de som em volume excessivamente alto - caso da operação Monitora Belém, na capital paraense, e da Operação Silere, em Salvador. Os limites são estabelecidos por lei em cada município e, normalmente, são divididos por zona e horário.

Em áreas residenciais no Rio de Janeiro, por exemplo, são fixados em 50 dB durante o dia e em 45 dB à noite; já na capital baiana, em 70 dB durante o dia e em 60 dB à noite (para efeito comparativo, 60 dB correspondem a um rádio em volume médio). Consulte o órgão responsável em sua cidade para saber quais os limites da região onde mora. Quanto à rapidez, é melhor não se animar. As autoridades evitam estipular prazo para a resolução do problema e afirmam que o atendimento depende da programação dos fiscais e da prioridade da ocorrência.

GUIA PARA QUEM CONSTRÓI, GARANTIA PARA QUEM MORA
As normas elaboradas anteriormente pela ABNT apenas indicavam limites de ruído em áreas internas e externas a fim de garantir conforto. "Nenhuma fornecia orientações construtivas. A NBR 15.575 preenche essa lacuna", diz Marcelo. "A mudança é radical, pois, agora, casas e prédios novos passam a ter, pela primeira vez, parâmetros a seguir", completa o engenheiro Davi Akkerman, presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica (ProAcústica). Vale lembrar que, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, é considerado prática abusiva colocar no mercado qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pela ABNT. "Se uma construtora descumprir a regra e o morador decidir recorrer à Justiça, a NBR 15.575 poderá balizar uma decisão favorável ao reclamante", observa Marcelo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Produtores de soja renovam compromisso com desmatamento zero na Amazônia

Suzana Camargo - Planeta Sustentável -11/2014
Jonas Oliveira/Fotos Públicas

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Grupo de Trabalho da Moratória da Soja (GTS), do qual fazem parte indústria, sociedade civil e governo, anunciou esta semana, após reunião em Brasília, que irá estender até 31 de maio de 2016 o Acordo de Moratória da Soja.

O compromisso, firmado há sete anos, estipula que todos estes setores não comercializem, adquiram ou financiem soja proveniente de áreas de desmatamento na Amazônia. Concebido inicialmente para ter duração de dois anos, o pacto vem sendo renovado anualmente e reconhecido como uma excelente ferramenta para evitar o desmatamento no bioma amazônico.

O novo acordo, assinado esta semana, incorpora também aspectos do novo Código Florestal, entre eles, a que seja vetada a comercialização da soja vinda de áreas de plantio desflorestadas após julho de 2008. O anúncio acontece num momento oportuno, já que com o aumento do preço da commodity no mercado internacional, alguns produtores do país quebraram o compromisso, operando fora do acordo.

Segundo mapeamento realizado pelo GTS, desde o início da moratória, cerca de 47 mil hectares de soja foram plantados na Amazônia em "desacordo" com o que foi pactuado. Isso representa 0,9% do total desmatado e 1,6% da área cultivada com o grão.

O movimento acredita que a experiência bem sucedida com a moratória da soja na Amazônia pode ser replicada em outros setores da agricultura. Além disso, espera-se que o Cadastro Ambiental Rural (CAR) seja uma ferramenta a mais no monitoramento das atividades das propriedades rurais brasileiras.

Todavia, segundo o WWF-Brasil, apenas 10% dos proprietários rurais já estão no sistema oficial do governo. O Código Florestal firmou prazo de até maio de 2015, com prorrogação máxima até maio de 2016, para que o CAR seja realizado.

Nem São Pedro salva

Nem São Pedro salva

O governo culpa a longa estiagem pelo funcionamento contínuo das termelétricas no país. Estudo de uma consultoria do setor mostra que a história pode ser diferente

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Gladinston Silvestrini
Exame - 2014
portland general/Creative Commons/Flickr

Desde outubro de 2012, as termelétricas brasileiras trabalham a todo vapor. A explicação oficial é que isso tem sido necessário para cobrir o que as hidrelétricas, afetadas pela falta de chuvas, não dão conta de produzir. Um estudo da PSR, consultoria especializada no setor elétrico, revela uma outra realidade. "O volume de chuvas nos últimos dois anos não foi baixo a ponto de diminuir tanto assim a geração das hidrelétricas", diz Mario Veiga, presidente da PSR. "Ocorre que seus reservatórios estão esvaziando mais rapidamente do que era de esperar."

Em outras palavras, a capacidade de geração das represas é hoje menor do que pensamos, algo que a volta da chuva não vai resolver. Os motivos para isso não estão claros - o assoreamento dos reservatórios, o desvio de água para irrigação e as perdas de eficiência nas turbinas são as principais hipóteses.

Outro problema: as termelétricas do país foram projetadas para funcionar de modo intermitente e atender às necessidades pontuais de energia. Quando ligadas por tempo demais, aumentam os custos com manutenção. São mais riscos para o setor elétrico.

Veja no infográfico abaixo como nos últimos anos vem crescendo a participação das usinas termelétricas na geração de energia do país e como isto não está relacionado com o volume de águas que chega nos reservatórios brasileiros.

AS HIDRELÉTRICAS ESTÃO SOB PRESSÃO
São as seguintes as hipóteses que podem explicar por que a capacidade de geração hidráulica está abaixo do esperado:

ASSOREAMENTO DOS RESERVATÓRIOSAs correntes dos rios podem ter depositado lama e sedimentos no fundo dos lagos das hidrelétricas, diminuindo o volume de água disponível para gerar energia

ROUBO DE ÁGUAA água dos rios que deveria ajudar a encher os reservatórios pode estar sendo desviada ilegalmente para irrigação de terras agrícolas

PERDAS DE EFICIÊNCIAAs hidrelétricas mais antigas não costumam passar por testes para verificar a eficiência de seus equipamentos — e, com o tempo, elas podem ter se tornado menos produtivas

CONCLUSÃOMesmo que nos próximos anos as chuvas venham com força, a perda de capacidade das usinas hidrelétricas terá de ser levada em conta. Será preciso contar cada vez mais com a força das termelétricas para suprir a necessidade de energia do país. Com esses e outros problemas acumulados no setor elétrico, como o rombo financeiro das distribuidoras, a única certeza é que a conta de luz vai ficar mais cara.

domingo, 30 de novembro de 2014

Moradores de SP e MG têm novas regras para uso da água

"Moradores de SP e MG têm novas regras para uso da água"
Agência Brasil

Os moradores de Minas Gerais e de São Paulo, abastecidos pelas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, terão de seguir novas regras que envolvem a suspensão nas retiradas de água em períodos de escassez. As restrições vão atingir as atividades na indústria, no campo, no caso das irrigações, além do consumo em moradias e estabelecimentos comerciais.

As novas regras definidas pela Agência Nacional de Águas (ANA), pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (Daee) e pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) serão apresentadas hoje (18) aos usuários paulistas em encontro, no Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Amanhã (19), às 10h, na Avenida Barão de Itapura, no bairro de Botafogo, em Extrema, os usuários mineiros conhecerão as normas.