sábado, 13 de setembro de 2014

Veja como fazer uma prateleira com latas de tinta e madeira velha

Veja como fazer uma prateleira com latas de tinta e madeira velha
01 de Agosto de 2014 • Atualizado às 10h17


O designer suíço Jonas Merian reaproveitou latas velhas e tábuas de madeira para criar uma prateleira barata e criativa. Em sua página no Flickr, ele explica que todos os materiais foram encontrados em locais que revendem itens de segunda mão, principalmente que foram retirados de casas demolidas.
A ideia é tão simples que pode ser facilmente replicada, reaproveitando galões de tinta e madeira velha. No caso do suíço, as latas foram utilizadas em sua forma natural, pois já possuem imagens bastante atrativas. No caso das latas de tinta, o ideal é pintá-las com spray da cor desejada, para deixar a prateleira mais elegante.

Foto: Divulgação
A quantidade de latas e madeira encontrada determinará o tamanho da prateleira. Portanto, não se prenda, necessariamente, ao modelo feito por Merian. O importante é que todas as latas tenham o mesmo tamanho. A madeira pode ser disposta de maneira uniforme ou não, conforme o exemplo.

Foto: Divulgação
O designer explica que em seu projeto, ele fixou todas as latas e as madeiras. O ideal é que sejam usados no mínimo dois parafusos em cada parte da estrutura, para deixa-la segura. Outra sugestão é colocar areia dentro das latas para dar peso e estabilidade. Quanto ao tratamento da madeira, ele diz apenas que lixou as bordas. É possível também envernizá-la ou pintar, de acordo com o restante da decoração do ambiente.

Foto: Divulgação
A prateleira pode ser usada para os mais diversos fins.
Redação CicloVivo

Edward Wilson pede devolução de metade da Terra para os animais

Edward Wilson pede devolução de metade da Terra para os animais

Biólogo da Universidade de Harvard e vencedor de dois prêmios Pulitzer, Dr. Edward O. Wilson sugere plano radical de conservação – Half Earth - para enfrentar ″holocausto biológico″ iminente

-  A  A  +
Sergiu Bacioiu/Creative Commons/Flickr

Um dos biólogos mais importantes do mundo surpreendeu ao propor à revista do Instituto Smithsoniano uma estratégia de conservação audaciosa, no final de agosto. Segundo Dr. Edward Osborne Wilson, influente cientista de 85 anos da Universidade de Harvard, para prevenir a “extinção em massa de espécies”, precisamos destinar metade do planeta exclusivamente para a proteção dos animais.

Duas vezes vencedor do Prêmio Pulitzer e autor de mais de 25 livros, Dr. Wilson acredita que estamos enfrentando um “holocausto biológico”, causado pelos seres humanos.

De acordo com ele, a sexta extinção em massa será tão devastadora quanto a extinção dos dinossauros, a menos que os humanos compartilhem o mundo com as outras 10 milhões de espécies de uma forma mais igualitária. A tese também é defendida pela jornalista Elizabeth Kolbert no livro The Sixth Extinction, trabalho de fôlego que dá uma perspectiva histórica do papel do ser humano no planeta.

Metade para os animais, metade para nós. O plano de conservação de Wilson, apelidado de “Half Earth”, inclui a criação de cadeias de corredores ininterruptos de vida selvagem, alguns deles grandes o bastante para abrigar “parques nacionais de biodiversidade”, idealizados para impedir o desaparecimento de espécies.

Tais medidas ajudariam os animais a reagir aos efeitos das mudanças climáticas por meio da migração e também evitariam isolamento em ilhas sem conexão com outros habitats, afirmou na entrevista
.

Vin Diesel lança desafio: plante uma árvore para Groot

Vin Diesel lança desafio: plante uma árvore para Groot

Marina Maciel - Planeta Sustentável 08/2014
Depois de ser convidado a participar do desafio do balde de gelo por James Gunn, diretor de "Guardiões da Galáxia", o ator Vin Diesel decidiu lançar sua própria campanha. Trata-se do desafio Plante uma Árvore para Groot, em homenagem ao personagem-árvore da Marvel, dublado por ele na adaptação dos quadrinhos para o cinema.

Em vídeo postado no Instagram, Diesel reconhece a importância e aceita o desafio#ALSIceBucketChallenge, que pretende arrecadar fundos para ONG dedicada à pesquisa sobre a esclerose lateral amiotrófica. Mas ele vai além e desafia Gunn a plantar uma árvore.

Engenheiro cria máquina que troca lixo reciclável por dinheiro

Engenheiro cria máquina que troca lixo reciclável por dinheiro
 Agosto de 2014 • 

O engenheiro zambiano Shanker Sahai criou a Greenbean Recycle, uma máquina que devolve dinheiro a quem insere garrafas de plástico, vidro e latinhas de alumínio em seu interior. Cada pessoa que deposita lixo no sistema ganha um perfil online de interação social, por meio do qual confere a quantidade de materiais já reciclados e ainda pode competir com outros usuários.
De acordo com o criador da máquina, a interação com as outras pessoas é um dos fatores que mais incentivam o descarte de resíduos no sistema. “Quando as pessoas conferem seus nomes em um painel de pontuações, ficam mais estimuladas a usar a máquina novamente, continuando a reciclar”, conta Sahai. Por enquanto, existem nove unidades instaladas nas principais universidades dos EUA, dentre elas Harvard, MIT e Brandeis University, mas a meta é levar as máquinas para estádios, aeroportos e outras localidades em que há grande circulação de pessoas.
O engenheiro civil, que se inspirou nas máquinas de venda reversa dos EUA, também explica que espera mudar a opinião das pessoas em relação ao reaproveitamento do lixo. “Reciclar é uma tarefa bem chata, e, às vezes, não sabemos de que forma o nosso esforço faz a diferença. A máquina mostra, em tempo real, que até uma única garrafa ou latinha faz a diferença, incentivando as pessoas a continuarem a reciclar”, declarou o engenheiro ao portal Co.exist.
Além de fazer depósitos instantâneos na conta dos usuários, o dispositivo também dá créditos em um restaurante de comida mexicana e prêmios nas redes sociais. A máquina também  processa os resíduos, eliminando gastos de transporte até as usinas de reciclagem e o armazenamento em contêineres. Até agora, o Greenbean Recycle conseguiu aproveitar mais de 34 toneladas de lixo, gerando uma economia de energia superior a 73 mil kWh. No vídeo abaixo (em inglês), você fica sabendo um pouco mais sobre a máquina

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O lixo no quintal

O lixo no quintal

MARIA CECÍLIA WEY DE BRITO E GUSTAVO NOGUEIRA LEMOS*
/08/2014
Kindle
Share
Latas de lixo (Foto: Andrew Redington/GettyImages)
Um país sem lixões, em que a coleta seletiva é amplamente realizada nas cidades e as organizações de catadores de materiais recicláveis estão inseridas de forma justa e efetiva nos processos de limpeza urbana e reciclagem dos municípios.  Que visão esplendorosa! Assim deveria ser o Brasil desde o dia 2 de agosto de 2014.
Quatro anos após a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) pela Lei no 12.305/10, ainda estamos longe de cumprir as metas que garantiriam aos cidadãos o destino adequado do lixo e a dignidade para quem vive dos rejeitos da sociedade. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apontam que 59,6% das cidades brasileiras não contam com locais ambientalmente adequados para a destinação final de seus resíduos sólidos.
Enquanto isso, o lixo entope os rios, invade o mar, entranha-se nos mangues e florestas, avoluma-se a céu aberto, contaminando os lençóis freáticos, gerando um cenário desolador de ratos, gente e urubus. O lixo está bem no nosso quintal. É só ir até à janela e dar uma espiada.
E isso vale inclusive para quem ocupa uma cadeira na Esplanada dos Ministérios ou na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A capital do país, patrimônio cultural da humanidade, cidade moderna e planejada, é um exemplo dessa triste realidade.
Ainda hoje, de forma irresponsável, destinam-se os resíduos de cerca de 2,5 milhões de habitantes da capital para o maior lixão da América Latina, com 196 hectares (mais ou menos 196 campos de futebol), localizado a menos de 15 quilômetros do Congresso Nacional e ao lado do Parque Nacional de Brasília, uma unidade de conservação que – pela lei também, deveria ter em seu entorno um cinturão protetivo, jamais um depósito de lixo.
O lixão da Estrutural – como é conhecido – é um dos 2.507 lixões que ainda existem no Brasil. Somente 2.202 municípios, de um total de 5.564, cumpriram a meta de resolver esse problema.
Sejamos práticos. Com o fim do prazo para eliminar os lixões, as prefeituras ficam sujeitas ao pagamento de multa por cometerem crimes ambientais. Uma Medida Provisória (MP) está pronta para entrar na pauta de votações para adiar o prazo por mais oito anos. Quem aposta? Afinal, estamos em plena campanha eleitoral e a política cede lugar à busca pelo poder.
Mais prudente seria olhar com seriedade para os municípios de pequeno porte – 90% dos municípios brasileiros – que não dispõem de capacidade técnica instalada e arrecadação dimensionada para cumprir a lei e tentar legislar sobre isso. E mais ainda. Elaborar uma forma inteligente de mudar a mentalidade do atraso com iniciativas transformadoras.
O WWF-Brasil, por meio da participação no Programa Água Brasil, tem realizado ações para apoio e implantação da Politica Nacional de Resíduos Sólidos em cinco municípios brasileiros: Belo Horizonte (MG), Natal (RN), Caxias do Sul (RS), Rio Branco (AC)e Pirenópolis (GO).
A proposta é constituir experiências bem-sucedidas e replicáveis, que ajudem a sustentar a implantação dos dispositivos da PNRS. Ao todo, são 17 cooperativas e associações envolvidas e mais mil catadores de materiais recicláveis contemplados.
Mesmo com os esforços da sociedade civil, a necessidade de adequar-se aos dispositivos previstos na lei ainda é vista por grande parte dos gestores como um fardo, uma atribuição extra e onerosa, e não como uma oportunidade de promover mudanças estruturantes, capaz de gerar trabalho, renda, qualidade de vida e conservação ambiental.
A implantação de aterros sanitários é uma iniciativa dispendiosa, principalmente quando pensamos no arranjo necessário para universalizar o serviço para os 5.570 municípios brasileiros. Para um aterro sanitário ser economicamente viável, precisa receber um volume a partir de 300 toneladas por dia, o que seria o montante gerado por uma população de 300 mil pessoas. Assim, é preciso que as esferas federal, estaduais e municipais se alinhem para promover o acesso às diversas fontes de recursos existentes. Já existem, hoje, consórcios intermunicipais fundamentados pela Lei 11.107/2005, não é preciso inventar nada novo.
É importante desconstruir o modelo atual e investir massivamente na implantação da coleta seletiva, na inclusão socioprodutiva dos catadores de materiais recicláveis, na efetiva implementação dos aterros sanitários e, em especial, na capacitação dos técnicos e gestores envolvidos.
Nesse cenário de atraso na implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, a chegada da indústria de incineração de resíduos, uma tecnologia em decadência no cenário norte-americano e europeu, surge como uma possibilidade prática e sedutora. 
Aproveitando-se da crise energética vivida pelo país, o segmento aproxima-se de forma perigosa de nossos gestores para vender a ilusão de que a queima dos resíduos representa uma saída viável para a geração de energia, quando na verdade, além da baixa eficiência energética, esse modelo é altamente poluidor e não promove benefícios sociais.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o valor dos resíduos recicláveis enterrados nos lixões brasileiros por falta de coleta seletiva chega a R$ 8 bilhões ao ano. Há quem fale em números ainda maiores. É uma ideia absurda queimar toda essa riqueza, que poderia gerar trabalho e renda para centenas de milhares de catadores de materiais recicláveis e que vivem em situação de alta vulnerabilidade social. Adicionalmente, sabemos que nosso planeta é finito que nosso consumo tem crescido sem considerar estes limites. Nossas demandas por recursos naturais dobraram desde a década de 60 e não podemos mais ver o lixo da mesma forma nos dias atuais.
Quatro anos já se foram desde a promulgação da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos e a sociedade brasileira aguarda uma resposta firme para a implantação de uma Política tão acertada e promissora como a PNRS. Aceitar o discurso de que “temos recursos, mas não temos projetos”, é impensável no século XXI. Em especial quando existem soluções conhecidas, testadas e que podem ser disseminadas Brasil afora. É só querer, de verdade!
Esperamos que aquele cenário previsto em lei não seja uma eterna miragem a que estaremos eternamente condenados. E que nasça o dia em que possamos ir até o quintal e ver as árvores crescendo, as nossas fontes limpas e as pessoas felizes em um ambiente saudável.
*Maria Cecília Wey de Brito é secretária-geral do WWF-Brasil. 

Como é o ar que você respira?

Como é o ar que você respira?

MARCIA HIROTA*/08/2014 08h00
Kindle
Share1
Vista de São Paulo a partir da Avenida Paulista (Foto: Marcia Hirota/SOS Mata Atlântica)

Uma das coisas mais legais de termos a sede da Fundação SOS Mata Atlântica na Avenida Paulista, um dos pontos mais altos da cidade de São Paulo, é poder fazer uma pausa no final da tarde e passar uns minutinhos olhando pela janela. A cada dia, é um pôr do sol mais bonito que o outro, principalmente nesse período mais seco, quando o entardecer fica ainda mais avermelhado e surge uma variedade de tons entre o azul e o amarelo. A parte ruim é que essa beleza toda não é algo a ser comemorado, pois está relacionada à grande quantidade de poeira na atmosfera. A equação é simples: quanto mais bonito o entardecer, provavelmente mais impróprio estará o ar da cidade.
Se a interferência dessa poluição estivesse apenas no colorido do céu, menos mal. Mas o que do lado de dentro da janela embeleza os olhos, do lado de fora entope o nariz, irrita a garganta, prejudica a pele e é assunto a ser levado a sério, pois afeta diretamente o bem-estar, a qualidade de vida e principalmente a saúde de quem vive nessas áreas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), só em 2012, a poluição atmosférica foi responsável pela morte de 3,6 milhões de pessoas no mundo.
No Estado de São Paulo, a poluição do ar matou mais de 17 mil pessoas em 2011. Na capital, que tem duas vezes e meia mais poluição que o máximo recomendado pela OMS (10 microgramas por metro cúbico) foram 4.655 óbitos, número três vezes maior que o de mortes no trânsito (1.365) no mesmo período. Crianças, idosos e adultos com doenças cardiorrespiratórias prévias são as principais vítimas. Os dados são do levantamento Avaliação do impacto da poluição atmosférica sob a visão da saúde no Estado de São Paulo, realizado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade em 2013.
Dados como esse evidenciam como o monitoramento é fundamental para manter a qualidade do ar segura para as pessoas.  Desde 1989, é obrigatório no país o acompanhamento dos níveis de qualidade do ar, por meio do Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar (PRONAR), e a comparação com os padrões estabelecidos pela OMS. Passados 25 anos, apenas 1,7% dos municípios brasileiros são cobertos pelo monitoramento, sendo que 79% desse total está na região Sudeste, como aponta o Instituto Saúde e Sustentabilidade. Já o Instituto de Energia e Meio Ambiente aponta que apenas 12 Estados fazem monitoramentos com alguma periodicidade, porém ainda há problemas na maneira como os dados são coletados e apresentados. 
Nós, na SOS Mata Atlântica, já fizemos uma campanha para alertar a população sobre a importância desse monitoramento. Em 1996, lançamos o “Respira São Paulo”, uma campanha na qual distribuímos lençóis brancos acompanhado de uma tabela de cores correspondentes aos níveis de poluição. A ideia era que as pessoas colocassem o lençol nas janelas de suas casas e escritórios para acompanhar sua mudança de coloração e, assim, medir a poluição em diversas regiões da cidade. Obviamente, não demorava muito para os lençóis passarem de branco para diferentes tonalidades de cinca e marrom. Em 2011, a TV Globo lançou em parceria conosco a campanha RespirAR, na qual adotou a mesma metodologia e fez um grande trabalho de informação e educação ambiental em vários bairros de São Paulo.
As razões de tantas partículas em suspensão no céu já são velhas conhecidas, como a emissão de gases pela indústria e, claro, o grande vilão: os automóveis. No caso de São Paulo, para ser mais precisa, os 7,6 milhões de carros, motos, ônibus e caminhões presos e suas fumaças pretas nos congestionamentos. E as soluções também não são novidades: investimento em transporte coletivo, menos carros nas ruas e aumento da cobertura vegetal – que contribui para a redução da poluição – são prioridades.
Pode ser difícil de acreditar, mas São Paulo já foi muito rica em vegetação, com extensas florestas de Mata Atlântica que formavam uma paisagem única. Hoje, resta 18% de cobertura vegetal nativa – em grande parte florestas secundárias – e o que sobrou ainda está mal distribuído. Temos grandes áreas verdes nos extremos norte e sul – os pulmões da cidade; outras áreas públicas, em praças e parques, como é o caso do Ibirapuera ou próximo ao Zoológico. Alguns bairros também são bem arborizados, mas boa parte das regiões, como as áreas centrais – no Brás e na Mooca, por exemplo – a paisagem é de completa aridez.

Nesse sentido, a presença das árvores na cidade e nos bairros faz toda a diferença. Elas aumentam o conforto térmico e o nosso bem-estar, além de deixar o ar mais puro e menos seco. Consequentemente, quem vive nos bairros com poucas ou nenhuma árvore acaba respirando um ar ainda pior. Na sua cidade, ou no seu bairro, como é o ar que você respira?
*Marcia Hirota é diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.