terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Veneno de centopeias e lacraias é remédio mais eficiente do que morfina

Veneno de centopeias e lacraias é remédio mais eficiente do que morfina



Cientistas de várias partes do mundo realizaram estudos e descobriram que o veneno de algumas espécies de centopeias, lacraias e outros miriápodes pode ser utilizado para produzir remédios contra a dor, até mesmo mais eficientes do que a morfina. Nos laboratórios, os pesquisadores vêm extraindo o veneno das mandíbulas destes animais, que, ao entrarem em contato direto com o ser humano, podem causar fortes dores, inchaço e erupções na pele.
Os estudos que analisam o potencial do veneno dos miriápodes foram elaborados por cientistas australianos, chineses e mexicanos. De acordo com o professor Glenn King, da Universidade de Queensland, na Austrália, algumas experiências com o veneno destes animais obtiveram resultados semelhantes à ação da morfina, e, em outras, as propriedades liberadas pelos miriápodes foram consideradas mais eficientes do que o remédio utilizado para tratar dores intensas.
Segundo informou o site português Manchete Atual, o estudo australiano também comprovou que, ao ser processado em laboratório, o veneno da centopeia chinesa de cabeça vermelha consegue inibir em até 150 vezes mais do que os remédios convencionais a liberação da proteína Nav1.7, responsável pela transmissão da dor pelo organismo.
Experiências realizadas na América Latina também comprovam a eficiência das substâncias liberadas por estes animais na produção de remédios contra fortes dores. De acordo com o site mexicano El Universal, um grupo de pesquisadores da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e da Universidade Autônoma do Estado de Morelos já aponta para o uso medicinal do veneno dos miriápodes.
Com o êxito das experiências, a Comissão Nacional para o Conhecimento e Uso da Biodiversidade do México (CONABIO) autorizou a elaboração de um catálogo de espécies de centopeias e outros miriápodes que podem ser usados para fabricar remédios. A partir desta compilação de dados, os cientistas mexicanos vêm estudando arquivos sobre estes animais em museus europeus, e firmando acordos de cooperação com outros centros de pesquisa, como a Universidade de Pádua, na Itália.
Além das recentes pesquisas sobre o potencial do veneno das centopeias, diversas substâncias de animais peçonhentos vêm sendo usadas para fins medicinais. Além da inoculação do veneno de serpentes para amenizar os efeitos das picadas, o veneno do escorpião azul, ao ser processado em laboratórios, pode ser aplicado como tratamento alternativo para pacientes com vários tipos de câncer.
Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Nova espécie de anta é descoberta no Brasil

Nova espécie de anta é descoberta no Brasil

Apelidado de anta-pretinha, o animal descoberto na Amazônia tem patas mais curtas e coloração mais escura, em comparação com as outras espécies

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Divulgação

Ilustração: Garcielle Braga
O periódico científico Jornal of Mammalogy divulgou um artigo na última segunda-feira (16) com uma das maiores descobertas científicas do século 21 no campo da sistemática - ramo da biologia dedicado a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os organismos. Uma nova espécie de anta (Tapirus kabomani) foi encontrada na Floresta Amazônica. Ela é semelhante à anta-brasileira (Tapirus terrestris), mas é menor, possui patas mais curtas e uma coloração mais escura - sendo por isso chamada de anta-pretinha por algumas comunidades amazônicas.

Os estudos começaram há aproximadamente 10 anos, em uma região ao norte de Porto Velho, na divisa entre Rondônia e Amazonas. Mario Cozzuol, paleontólogo e um dos autores do estudo, procurava por evidências da nova espécie na tribo Karitiana. Os nativos afirmavam que o mamífero em questão era diferente da anta-brasileira. Ao examinar os crânios dos animais caçados pelos índios, o pesquisador percebeu que estava diante de um animal diferente. "O conhecimento da comunidade local precisa ser levado em conta e foi o que fizemos em nosso estudo que culminou na descoberta de uma nova espécie para a ciência", afirma Cozzuol.

Porém, para que a descoberta fosse oficializada, era preciso coletar mais amostras de DNA para uma análise mais precisa. Isso só foi possível a partir de 2010, quando aFundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza passou a financiar o projeto.

Segundo Fabrício Santos, coordenador dos estudos genéticos e coautor do artigo, a nova espécie havia sido caçada por Theodore Roosevelt no início do século 20 no norte do Mato Grosso - o espécime capturado pelo ex-presidente dos Estados Unidos se encontra no Museu Americano de História Natural, em Nova York
"Nossa próxima etapa da pesquisa é determinar a distribuição real de ocorrência e ostatus de conservação da nova espécie - que provavelmente está ameaçada -, já que a espécie mais comum na América do Sul, a Tapirus terrestris, já é considerada vulnerável à extinção pelo Livro Vermelho", comenta Flávio Rodriguez, professor de ecologia da UFMG e coautor do artigo.

As antas são dispersoras de sementes e possuem um papel essencial para a manutenção dos ecossistemas onde são encontradas (Amazônia, Pantanal, Cerrado e florestas de montanhas).

Atualmente, a anta-da-montanha (Andes), a anta-centro-americana (América Central) e a anta-malaia (Indonésia) estão ameaçadas de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Como a área de distribuição de Tapirus kabomani parece ser mais restrita do que a de Tapirus terrestres, os cientistas acreditam que a nova espécie deve estar mais ameaçada do que a anta-brasileira (considerada vulnerável). O desmatamento, a fragmentação do habitat, a competição com animais domésticos, a caça ilegal e os atropelamentos em rodovias são as principais ameaças.

Para chamar a atenção para o estado crítico dos mamíferos foi criado o Dia Mundial da Anta, comemorado em 27 de abril, com o objetivo de conservar as quatro antas que existiam no planeta. Agora mais uma espécie se junta a esse grupo.

No Brasil, a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, coordenada pela pesquisadora Patrícia Médici, Ph.D. em manejo de biodiversidade, luta pela conservação da anta-brasileira na região do Pantanal e pretende expandir as ações para a Amazônia e o Cerrado. 

Espuma na orla do Rio é fenômeno natural, diz Instituto Estadual do Ambiente

Espuma na orla do Rio é fenômeno natural, diz Instituto Estadual do Ambiente




A espuma amarelada encontrada na orla das zonas oeste e sul da capital carioca na última segunda-feira (6) é um fenômeno natural comum no verão, segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que atribui a ocorrência à decomposição de algas. Ainda assim, o instituto coletou água para análise e o resultado deve ser divulgado nesta terça-feira (7).

De acordo com o Inea, a floração das algas é comum em época de temperatura e insolação elevadas, em um ambiente de mar calmo e rico em nutrientes. Depois da floração, as algas entram em decomposição, e, com a chegada de uma frente fria no fim de semana, que agitou o mar, a formação de espuma foi favorecida.
O instituto vem monitorando as florações desde o início do verão e registrou apenas a incidência da espécie de alga microalgia tetraselmis s.p., que não produz toxinas e não representa risco para os banhistas nem para o meio ambiente.
Divulgado semanalmente pelo Inea, o último boletim de balneabilidade, de dois de janeiro, apontava qualidade imprópria para banho nas praias de Barra de Guaratiba, Pepê, Pepino, São Conrado, Leblon, Diabo, Urca, Botafogo e Flamengo.


Crédito das imagens: Tomaz Silva/ Agência Brasil
Vinícius Lisboa - Agência Brasil

domingo, 19 de janeiro de 2014

Um quintal para desfrutar

FRESQUINHOS

Um quintal para desfrutar

Bem perto da cozinha, uma respeitável horta atende a família com o maior capricho. Ali, temperos, ervas e até frutas convivem em harmonia à espera da próxima receita


Felipe Gombossy


Todo cozinheiro que se preze sonha em ter alimentos frescos ao alcance das mãos. Assim que conheceu esta casa em Itatiba, no interior de São Paulo, a paisagista Paula Galbi soube que teria espaço de sobra para satisfazer esse desejo do morador de alma gourmet.

Dessa forma, ela reservou uma área de cerca de 40 m² próxima da cozinha para cultivar algumas hortaliças. Plantados diretamente no solo, 12 tipos ocupam os nichos cercados de paralelepípedos e têm espaço livre para crescer. Um sistema de irrigação automatizado molha todo o jardim e mantém o solo úmido na medida certa - em épocas mais quentes, as regas são intensificadas de acordo com a necessidade.

COMO CUIDAR DA HORTA
Coube às crianças da casa a tarefa de fincar as plaquinhas com os nomes das plantas. Assim, elas aprendem a reconhecê-las e se familiarizam com a demanda de cuidados necessários a cada uma
Cebolinha: popular na culinária, gosta de sol pleno, terreno rico em matéria orgânica e de fácil escoamento. Muito rústica e resistente, tem o crescimento dificultado apenas por solos encharcados ou excessivamente ácidos.





Alface: para atingir seu tamanho máximo, pede intervalo de 30 cm entre os pés. Frágil, aprecia clima ameno e sofre com o excesso de calor ou de frio. Evite regá-la demais, pois suas raízes se enfraquecem.





Tomilho: super-resistente, prefere sol pleno e solo bem drenado - regue apenas quando notar que o substrato está seco. Reserve um bom espaço, pois ele cresce bastante em condições favoráveis.





Sálvia: seu aroma forte rende bons chás e afugenta pragas, como as borboletinhas brancas que costumam atacar hortelã e alface. Dá folhas o ano todo e não cresce em solo muito molhado, que apodrece suas raízes.





Kinkan: alcança apenas 3 m de altura, o que faz dela uma frutífera desejada também para ornamentação. As flores perfumadas surgem entre a primavera e o verão. Adube o solo ao redor sem utilizar fertilizantes químicos.





Maracujá: mantenha os frutos afastados do chão - assim, eles escapam das formigas atraídas pelo odor adocicado. Uma saída é erguer um pergolado para que a trepadeira se desenvolva sem sobressaltos.

Árvores capturam 50% das partículas da poluição do ar

ABSORÇÃO DA POLUIÇÃO

Árvores capturam 50% das partículas da poluição do ar, diz estudo

Vanessa Daraya - Info.com - 

Divulgação/Environ. Sci. Technol.


As folhas das árvores podem capturar mais de 50% do material particulado, o principal componente da poluição urbana. Essa foi a conclusão de uma equipe de cientistas que plantou uma sequência de árvores na frente de algumas casas.

Em ambientes urbanos, essas partículas vêm principalmente da exaustão do carro, do desgaste da pastilha de freio e da poeira da estrada. Esse material pode conter metais, como ferro e chumbo. As partículas são pequenas o suficiente para as pessoas as inalarem. Também podem exacerbar doenças do coração, asma, e outras condições de saúde.

Sabendo dos riscos, Barbara A. Maher e seus colegas da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, fizeram uma pesquisa na tentativa de descobrir como as árvores capturam essas partículas para, eventualmente, tirar proveito dessa ferramenta natural para mitigar a poluição.

Os pesquisadores fizeram um experimento em uma rua movimentada da cidade, sem árvores. Rastrearam a quantidade de poeira e de partículas que entravam pelas casas. Coletaram dados sobre os tamanhos e as concentrações de partículas a cada 10 minutos durante cinco dias. Lenços umedecidos também recolheram a poeira de telas de LED ou de plasma no interior das casas.

Depois, a equipe colocou algumas plantas e árvores jovens na frente de algumas casas por 13 dias, formando uma espécie de tela verde em frente às residência. O resultado mostrou que aquelas com árvores tinham concentrações de 52% a 65% mais baixas de partículas metálicas de todos os tamanhos.

Um exame feito com um microscópio eletrônico confirmou que as superfícies das folhas prenderam as partículas metálicas. Como as partículas medidas no interior das casas, essas partículas são, provavelmente, o produto de combustão e desgaste de freio dos veículos que passam

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Indonésia terá arranha-céu que gera energia eólica

Indonésia terá arranha-céu que gera energia eólica
02 de Janeiro de 2014 • Atualizado às 13h15


Um arranha-céu sustentável de 100 andares e 500 metros de altura será construído em Jacarta, capital da Indonésia. O enorme edifício será capaz de gerar a sua própria energia, por meio de uma estrutura que capta os ventos e os direciona para as torres eólicas instaladas no próprio terreno. Além de ser  mbientes internos.
O gigante edifício vai abrigar a sede da Pertamina, empresa de energia pertencente ao governo da Indonésia, que tem revelado preocupação com o meio ambiente. Segundo os arquitetos do escritórioSOM, responsáveis pelo projeto, o prédio indonésio será o primeiro arranha-céu do mundo a conquistar independência da rede elétrica, gerando sua própria energia por meio de um sistema – inspirado na forma de um funil – capaz de alimentar diversas torres eólicas.

A conclusão do arranha-céu está prevista para 2020, gerando emprego para mais de 20 mil operários. Além da geração de energia eólica, a sede da empresa estatal também contará com painéis solares, que vão produzir eletricidade limpa para edifícios menores do terreno, como um auditório e uma mesquita.
Os arquitetos do escritório SOM revelaram ao site Fast Co. que o arranha-céu ainda poderá aproveitar o calor gerado nos vulcões da Indonésia para abastecer com energia geotérmica o arranha-céu. Como as formações vulcânicas são bastante comuns no país, este tipo de energia já é bem utilizado na Indonésia.

Apelidado pelos arquitetos de “campus vibrante”, o arranha-céu sustentável também conta com diversas estratégias para a redução dos gastos com energia elétrica, sobretudo no sistema de ar-condicionado. Assim, a torre possui uma fachada especial que possui mecanismos capazes de projetar sombras nos ambientes internos, aliviando, naturalmente, as temperaturas durante os dias mais quentes do ano.
Redação CicloVivo

Campo Grande ganhará árvore para cada carro vendido

CIDADE VERDE

Campo Grande ganhará árvore para cada carro vendido

Redação* - Planeta Sustentável - 

51035610542@N01/Creative Commons




*Colaborou Jéssica Miwa

O Diário Oficial de Campo Grande anunciou, nesta quarta-feira, 08/01, a aprovação da Lei nº 5.285, que obriga as concessionárias a doar uma muda de árvore para cada carro vendido. Por meio da iniciativa, a cidade pretende compensar as emissões de gás carbônico dos veículos.

Para comprovar a doação de plantas, os estabelecimentos devem entregar um relatório anual para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. Quem descumprir a nova regra estará sujeito a multa de 0,05% do valor do carro comercializado.

O plantio - que deve ocorrer no período de um ano e em áreas predeterminadas - é de responsabilidade do governo, mas também pode ser feito pelas concessionárias, cooperativas e ONGs
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Globo solar também gera energia com a luz da lua

Globo solar também gera energia com a luz da lua



O arquiteto alemão André Broessel desenvolveu e já comercializa os globos solares, equipamentos capazes de produzir até 70% mais energia fotovoltaica do que os painéis convencionais. Chamado de Rawlemon, o coletor é uma esfera de vidro que faz a refração da luz num raio concentrado. Totalmente sensível à luminosidade – até das nuvens –, o dispositivo é capaz de seguir a trajetória do sol ao longo do dia e aproveitar o clarão da lua, gerando energia limpa durante a noite.

O responsável pelo globo solar levou três anos para finalizar o produto, que, ao contrário das placas convencionais, possui um design atraente e ocupa pouco espaço, podendo ser instalado em diversos locais. A intenção é fazer os globos solares entrarem no mercado em larga escala, com preços mais acessíveis do que os painéis comuns. Atualmente, a primeira versão de cada globo solar pode ser adquirida a partir de 150 dólares (algo em torno de 350 reais), pelo site de financiamento coletivoIndieGogo.

O conceito do dispositivo é baseado num princípio básico de física, fazendo a refração da luz num raio. Como uma lente esférica, o globo solar foi chamado pela imprensa internacional de “bola de cristal” e possui um rastreador que acompanha a rota da luz, do amanhecer ao pôr do sol. Durante a noite ou quando o tempo está nublado, o dispositivo busca a orientação da luminosidade mais intensa, gerando energia ininterruptamente.

De acordo com Broessel, a eletricidade é armazenada nas baterias do sistema, e o coletor é capaz de abastecer uma residência ou um estabelecimento comercial. Assim, o criador espera tornar a tecnologia cada vez mais viável. “Nós só podemos tornar isso possível se nossos produtos forem acessíveis a todos, e, para isso, necessitamos do seu apoio na campanha”, explica Broessel no mesmo site em que os globos são vendidos. Quem não levar para casa o produto, também pode apoiar o projeto, com investimentos acima de um dólar. Caso a verba não seja atingida, os doadores serão ressarcidos.
Por Gabriel Felix – Redação CicloVivo

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A Amazônia pode mesmo virar cerrado?

FLORESTA TROPICAL

A Amazônia pode mesmo virar cerrado?

Segundo especialistas, a maior floresta tropical é capaz de resistir com bravura às mudanças climáticas. A questão é até quando

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Bárbara Pereira Libório Exame.com - 
Divulgação

As teorias sobre os feitos das mudanças climáticas e o aquecimento global na Amazônia são muitas. Em 2000, o meteorologista Peter Cox lançou um estudo de grande repercussão, que previa que a Amazônia poderia secar até 2050. A possibilidade foi reforçada anos depois por estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Ong conservacionista WWF.

Em 2007, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) também considerou que uma área entre 10% e 25% da maior floresta tropical do mundo poderia virar cerrado até 2080.

Segundo Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), membro do IPCC e do Experimento de Larga Escala da Biosfera e Atmosfera da Amazônia (LBA), o primeiro estudo de Peter Cox baseou suas previsões em um único modelo climático que, se considerasse a taxa de precipitação da Amazônia atual, chegaria a um índice 30% abaixo do real.

"Se você propaga essa diferença para um aumento de temperatura de 3 a 4 graus nos próximos 50 anos, você não precisa nem ser modelador climático pra prever o resultado: a floresta morre", afirma o cientista.

FLORESTA É MAIS RESISTENTE DO QUE SE ESPERAVA
Em fevereiro deste ano, outro estudo publicado pela Nature, assinado pelo próprio Peter Cox e por cientistas como o espanhol José Marengo, pesquisador do Inpe, trouxe a tona uma teoria conhecida como "Resilience" ("resiliência", no português).

A pesquisa se baseia em 17 modelos climáticos e explica que os danos originados pelo aumento de CO2 na atmosfera - causado pelo desmatamento e queima de combustível de fósseis - serão minimizados pelo poder fertilizante do dióxido de carbono nas plantas.

Artaxo explica que a Amazônia atua hoje como um sumidouro de CO2 e absorve cerca de 0,9 toneladas de carbono por hectare ao ano.

Não quer dizer que a floresta está imune. O grande risco estudado pelos especialistas é que com as mudanças climáticas e a seca, as plantas entrem em estresse hídrico, deixem de fazer fotossíntese e percam biomassa, liberando carbono. Isso, além de causar um enorme dano à camada de ozônio, faria com que a floresta secasse.

O LBA, durante oito anos, realizou experimentos de exclusão de chuva nas regiões de Caxiuanã e Santarém, na floresta amazônica. Imensos painéis de plásticos foram colocados sobre as copas das árvores para coletar a água que cairia no ecossistema.

A descoberta foi que as florestas dessas regiões são resistentes a uma seca sazonal por um ou dois anos, mas começam a morrer depois de quatro anos. "Elas tem uma resistência natural. Conforme tem uma seca, a planta aprofunda suas raízes e tira água de lugares profundos, mas tem um limite pra elas fazerem isso", afirma o físico.

E quando chega ao seu limite, a floresta começa a perder biomassa. Isso também pode ser comprovado nas secas de 2005 e 2010, onde houve redução significativa na absorção de carbono pelas plantas, o que prejudica seu crescimento. Pior, com a morte das árvores, além de se reduzir a absorção de CO2, uma quantidade extra do gás é liberada na atmosfera pela decomposição.

ATÉ QUANDO A FLORESTA AGUENTA?
O que a teoria da resiliência vem mostrar é que, ainda que os efeitos nocivos das mudanças climáticas levem à liberação de bilhões de toneladas de carbono acumulados em terras tropicais, o dióxido de carbono estimularia o crescimento da floresta, levando a um aumento de até 319 bilhões de toneladas de carbono armazenado até o fim do século. Ou seja, as plantas continuariam acumulando CO2.

O pesquisador José Marengo explica que, dessa maneira, mesmo que a floresta fosse afetada, ela não entraria em colapso a ponto de secar. "Há possibilidades dela se transformar em outro tipo de vegetação", explica.

Mas o cientista deixa claro que a fertilização por CO2 tem limites. "A partir de um certo ponto, o CO2 não ajuda mais no crescimento da floresta", explica. Por isso, o que pode acontecer depois que o nível de dióxido de carbono chegar à sua saturação, ainda é imprevisível. O estudo se baseia em modelos climáticos com cenários até 2100.

Além disso, o estudo tem outras ressalvas. Marengo explica que a pesquisa não levou em conta outros gases do efeito estufa - como o metano -, e a capacidade de absorção de nutrientes do solo pelas plantas, um fator primordial para o crescimento da floresta.

O pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) Paulo Brando também aponta algumas incertezas. "Mesmo com o aumento na concentração de CO2 na atmosfera, o crescimento que árvores pode ser restringido por outros nutrientes, principalmente o fósforo, que é escasso nos trópicos", alerta. Segundo ele, estudos mostraram que o nitrogênio teve esse efeito em florestas temperadas, e o composto é abundante em florestas tropicais.

Ele também conta que não há estudos sobre os efeitos de fertilização de CO2 na dinâmica de florestas tropicais, e que todo o conhecimento sobre esse assunto vem de experimentos teóricos ou realizados em laboratórios. "Os resultados da pesquisa devem ser interpretados como hipóteses interessantes e importantes, mas que devem ser testadas com a utilização de diferentes técnicas", ressalta
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Metalúrgicos agradecem empenho de Garotinho, que garantiu 3 mil empregos em Macaé




No final de novembro fui procurado por um grupo de empresários do setor offshore alertando para uma portaria da ANP (Agência Nacional de Petróleo) que desobrigava a PETROBRAS a manter nas licitações de contêineres um percentual de conteúdo nacional. Em reunião com a Presidente da República alertei sobre a mal fadada portaria da ANP e ela acionou o Ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel solucionando o caso após reunião da qual participaram os empresários, o representante do ministro que veio ao Rio para a reunião e a presidente da ANP. Isso garantiu o emprego de pelo menos 3 mil trabalhadores do setor na cidade de Macaé que perderiam seus postos de trabalho já que do contrário os contêineres seriam comprados da China. No próximo dia 17 estarei em Macaé recebendo uma homenagem de trabalhadores e empresários da cidade. Mas quero registrar com alegria a carta que me foi enviada pelo presidente da Federação dos Metalúrgicos.



Cohousings: vilas comunitárias chegam ao Brasil

ESTILO DE VIDA

Cohousings: vilas comunitárias chegam ao Brasil

Criadas na Dinamarca, as cohousings espalham-se pelo mundo e chegam ao Brasil, pregando um morar leve no planeta e que descomplica a rotina das famílias


Giuliana Capello Casa.com 

Divulgação


É quase um condomínio, no qual cada família tem se espaço privativo. A diferença está na possibilidade de reduzir o tamanho das casas ou dos apartamentos em troca de ambientes usados por todos. Um exemplo é a lavanderia comunitária, em que três ou quatro máquinas de lavar resolvem a demanda de dez ou mais grupos.

Nas cohousings - que surgiram na Dinamarca nos anos 70 e hoje são comuns principalmente na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá -, é assim também com a biblioteca, a horta, a oficina, a brinquedoteca, o refeitório, a sala de TV e, em alguns casos, até os carros. "Compartilhar diminui o consumo e o impacto ambiental, além de facilitar o dia a dia dos moradores, que ganham qualidade de vida, com menos necessidade de trabalho e dinheiro", afirma o arquiteto Rodrigo Munhoz, do escritório Guaxo Projetos Sustentáveis, de Piracicaba, SP.

"Desse modo, as pessoas se sentem mais seguras, num clima de vida no interior, embora tenham acesso a tudo o que a cidade grande oferece", completa Munhoz, que está formando um grupo para criar em sua cidade a primeira cohousing brasileira, com habitações sustentáveis, princípios de boa vizinhança e cotidiano menos dispendioso.

SELO VERDE
Abandonado, o projeto Eastern Village Cohousing, da Eco Housing Corporation, em Silver Spring, nos Estados Unidos, renasceu em 2004 com 54 apartamentos. Recebeu o selo do Conselho de Green Building pela boa performance ambiental, que inclui telhado verde, pátio interno com jardins no lugar do antigo estacionamento e soluções de reúso da água da chuva. Ah, as unidades são aquecidas com energia geotérmica.

CENTRO DE EDUCAÇÃO
Na zona rural de Gillingham, na Inglaterra, o The Threshold Centre organiza cursos para disseminar seu modo de vida partilhado, com alternativas que suavizam os danos ao meio ambiente das 14 residências e dos espaços comuns. Há placas fotovoltaicas, sistema de reaproveitamento de água da chuva para abastecer a lavanderia comunitária e hortas orgânicas. Na vila, inclusive bicicletas e carros são divididos.

VERSÃO COMPACTA
Dezenove apartamentos, um salão de encontros e uma área comercial se distribuem em apenas mil m². É assim que os moradores da Quayside Village, em Vancouver, no Canadá, desfrutam das trocas e facilidades de morar numa comunidade sem perder o que a metrópole tem de melhor. E de uma forma sustentável: reutilizando os materiais das construções originais do terreno e reciclando a água da chuva
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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Capivaras: as intrusas de Belo Horizonte

DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO

Capivaras: as intrusas de Belo Horizonte

Roedores instalados na orla da lagoa da Pampulha se alimentam dos recém-inaugurados jardins do paisagista Burle Marx, que adornam as obras de Oscar Niemeyer

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Natália Martino National Geographic Brasil -

JOÃO MARCOS ROSA

Que liberem a caça de capivaras. A sugestão foi de um radialista de Belo Horizonte. Inflamado, ele discutia um dos assuntos mais comentados na capital mineira: a retirada dos roedores do entorno da lagoa da Pampulha. A principal justificativa é a de que elas se alimentam dos recém-restaurados jardins do paisagista Burle Marx, que adornam as obras de Oscar Niemeyer. Ameaçam um investimento de R$ 4 milhões e o título de Patrimônio Histórico da Humanidade, que a cidade pleiteia junto à Unesco.

"As capivaras têm uma taxa de reprodução alta e repovoam rapidamente o local. Por isso o controle da população precisa ser periódico", explica Leonardo Boscoli Lara, especialista em animais silvestres da Universidade Federal de Minas Gerais. "Existe um desequilíbrioque já deveria ter sido acertado há pelo menos uma década."

A prefeitura vai escolher uma empresa para fazer um plano de manejo e retirar de lá até 90% dos animais. Não são apenas as capivaras que foram negligenciadas nos últimos anos. Os jardins e até a lagoa, que sofre com a poluição, não vinham recebendo os cuidados necessários. Agora, para agradar os técnicos da Unesco, todo esse conjunto recebe atenção especial
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