sexta-feira, 5 de julho de 2013

TSE prevê plebiscito em setembro se processo começar sem atrasos


O TSE definiu nesta terça-feira (2) que prazo mínimo necessário para realizar plebiscito sobre reforma política é de 70 dias, a contar do dia 1º de julho

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL E ESTADÃO CONTEÚDO
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Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou nesta terça-feira (2) que o prazo mínimo necessário para realizar o plebiscito sobre a reforma política é de 70 dias. Esse prazo começaria a ser contado a partir desta segunda-feira, 1º de julho, quando o tribunal recebeu consulta da presidente Dilma Rousseff sobre o tema.
Com isso, o plebiscito poderia ser realizado em 8 de setembro, mas esse prazo só seria cumprido se todos os procedimentos começassem de imediato, incluindo a convocação oficial do plebiscito pelo Congresso Nacional.
O prazo de 70 dias foi definido em reunião que durou mais de três horas entre a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, e os presidentes dos 27 tribunais regionais eleitorais do país. Eles se reuniram nesta terça-feira (2) em Brasília.
Segundo nota publicada no site do TSE, na ata da reunião há o alerta de que "atrasos na definição da consulta certamente terão consequência óbvia e inevitável sobre esse calendário, porque não é possível ter o início de providências com dispêndio de esforços humanos e de dinheiros públicos, senão com a específica finalidade que está prévia e legalmente estabelecida."
A posição do TSE é baseada em estudos preliminares feitos por órgãos internos dos tribunais regionais eleitorais, "em regime de urgência, e sujeitas essas análises às adaptações necessárias a partir da superveniência da convocação formal que venha a ser feita." Na ata, o Tribunal afirma ainda que o prazo de 70 dias foi definido "para garantir a informação do eleitorado sobre o que lhe venha a ser questionado".

FONTE:SITE TSE

É possível conciliar tempo, dinheiro e família?


É possível conciliar tempo, dinheiro e família?

É possível conciliar tempo, dinheiro e família?Rápido. Tudo tem acontecido muito rápido e as mudanças impostas pelas invisíveis leis do alto desempenho recaem cada vez mais intensas sob os ombros de muitas famílias. Participar dos momentos familiares, educar os filhos para a cidadania, praticar exercícios, sustentar hábitos saudáveis, destacar-se no trabalho e ainda manter uma vida social satisfatória parecem atividades impossíveis de serem realizadas de forma complementar. Para muitos, são mesmo.
A verdade é que ninguém gostaria que fosse assim, mas, ao mesmo tempo, poucos desligam o piloto automático por alguns instantes e se concentram em avaliar sua situação pessoal e profissional de forma séria, determinante. Prioridade. Esta é a palavra-chave ignorada por muitos e que gera infindáveis discussões a respeito de carreira, dinheiro e prosperidade[bb]. Tais debates, sempre desgastantes, trazem a você meu desabafo.
Afinal de contas, é de se esperar que alguém equilibrado, coerente, afirme que sua prioridade é a qualidade de vida, a família e seus filhos. Não é. Estes são, cada vez mais, apenas pretextos para desafios profissionais cada vez maiores, mais complicados e exigentes. Está claro que trabalhar é mais do que uma opção, é um estilo de vida e uma necessidade. Trabalhar demais, no entanto, é uma escolha.Leia também
O desafio de viver!Confesso que abordar este assunto gera um certo desconforto. Tudo porque temos como modelo de sucesso empreendedores, profissionais e celebridades viciadas em trabalho, com famílias destroçadas, pouquíssimos amigos e muito pouco tempo de lazer. Também porque certas famílias evitam tratar de tais problemas, o que significaria mexer na sua zona de conforto.
Na era da comunicação, que ironia, presenciamos cada vez mais casamentos “remotos”. O marido aqui, a esposa e os filhos lá e um fim de semana para os momentos familiares. Alguns casais amigos meus afirmam, categoricamente, que o relacionamento só funciona com a semana os separando – ou, do contrário, a saudade seria menor e as discussões maiores e mais perigosas. E o número de separações/divórcios, que só tem aumentado? Que modelo de família queremos construir? Queremos construir família?
Trabalhar demais é bom?Na raiz da questão está o cada vez mais pesado fardo do trabalho. Fardo? Pois é, muitos brasileiros têm no trabalho sua fonte de renda para o consumo e realização de desejos. Odinheiro[bb] decorrente do trabalho serve, na maioria dos casos, para comprar, gastar e envolver-se na aparente sensação de liberdade e independência.
O resultado é que trabalha-se cada vez mais, com a certeza de que assim a família terá melhores oportunidades, mais felicidade e condições de prosperar como conjunto. E os pais dedicam-se ao trabalho durante 10, 12, 14 horas com esse nobre objetivo. Está na moda ser viciado em trabalho, ser workaholic. Aliás, parece que não está na moda ser “preguiçoso” segundo a visão do amigo Eduardo Cupaiolo. Certo dia, os viciados descobrem que o filho cresceu, não os respeita como gostariam e que os planos foram dando lugar aos gestos consumistas.
Mas a justificativa está na ponta da língua: “Se não for assim, me mandam embora e contratam outro”“Sem todo esse esforço, nossos concorrentes vão ter mais destaque”,“Minha família compreende esses sacrifícios porque sabe que faço isso para que possamos ter mais qualidade de vida”“Só cresce na empresa quem trabalha muito e se dedica aos jogos corporativos” e por ai vai. Você e eu poderíamos preencher todo este espaço com desculpas deste tipo. Sugiro que faça uma reflexão a partir das perguntas:
  • Você fica mais excitado com o seu trabalho do que ao lado de sua família e com os momentos ao lado de amigos?
  • Leva trabalho para casa? Para a cama? E nos finais de semana?
  • Sua família ou amigos desistem de esperá-lo quando sabem que você está vindo do trabalho?
  • Você fica impaciente e é pouco compreensivo com pessoas que tem outras prioridades além do trabalho? Como é para você ouvir “As 17h não posso me reunir porque preciso sair para fazer meu treino de corrida”?
  • Você fica irritado quando alguém pede para você trabalhar menos ou deixar de trabalhar por alguns instantes?
  • Você trabalha ou lê durante refeições?
Qual o legado deixado?Depois de muito trabalhar e se sacrificar, resta aceitar, já na hora de se aposentar ou durante a terceira idade, que a vida passou rápido e que o “possível” foi feito. O possível, que é bem diferente do importante, do relevante. O resto fica como puro desejo. Desejo de ter economizado e investido para ter mais durante a aposentadoria[bb], de ter trabalhado menos para passar mais tempo com a família ou de ter praticado exercícios para minimizar os problemas de saúde, para ficar em poucos exemplos. Tudo isso já foi possível, mas não era relevante. Prioridade, lembra?
Utopia?Eu passei por tudo isso. Cheguei a achar que passar por privações, experiências amargas de trabalho, ambientes corporativos recheados de tirania e problemas de saúde eram passos obrigatórios para uma vida plena, com dinheiro em caixa e possibilidades de realização pessoal/profissional. Fui na onda e acabei literalmente destruído. Depois percebi que nada disso é necessário para quem quer viver sua vida dentro dos limites do bom senso. De verdade.
Sem nenhuma vergonha, deixo aqui meu testemunho: morei cerca de 6 anos em São Paulo, de onde viajava de quatro a cinco dias por semana. Lá, começava a trabalhar às 8h e voltava depois de 20h para casa. Então tive um colapso no trabalho e problemas sérios de saúde. Meu casamento ruiu e veio a separação. Para alguns, eu tinha tudo (carreira[bb] promissora, reconhecimento, emprego, isso e aquilo). Na verdade, eu não tinha nada.
Então voltei para o sul de Minas, onde hoje programo minha agenda para no máximo dois dias fora de casa, acordo as 8h e trabalho das 9h às 17h, corro 50 km por semana e tenho uma alimentação balanceada. Finalmente estou vivo. Tenho tempo para manias, família, amor, livros, amigos, viagens e o que mais você imaginar.
Como vê, não sou demagogo. Babaquice por babaquice, prefiro a visão piegas de gente comum que encontra na vida simples inúmeras razões para ser feliz. Essa coisa de sucesso a qualquer custo, trabalho escravo e dedicação total ao trabalho pode torná-lo alguém muito influente, até rico e com muito patrimônio, está certo! Mas não inveje minha qualidade de vida e sossego. Prioridade, de novo, lembra? Uai…

WWF-Brasil promove evento sobre mudanças climáticas e negócios

WWF-Brasil promove evento sobre mudanças climáticas e negócios
03 de Julho de 2013 • Atualizado às 08h00


O WWF-Brasil realiza na próxima quarta-feira (3) um encontro para apresentar um painel sobre mudanças climáticas para empresários brasileiros. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas por e-mail.
A programação inclui uma apresentação da jornalista Sonia Bridi sobre o impacto das transformações do clima na vida das pessoas. Em seguida, o coordenador do programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, Carlos Rittl, falará sobre o impacto das mudanças climáticas nas empresas. Para finalizar o evento, a secretária-geral da organização, Marcia Cecília Wey de Brito, comentará sobre as oportunidades e desafios a serem enfrentados diante desse cenário.
"É uma excelente oportunidade para as corporações entenderem seu poder de influência nas questões relativas a mudanças climáticas", afirma Gabriela Gazola, coordenadora de Marketing e Relações Corporativas do WWF-Brasil.
Sobre os palestrantes:
Maria Cecília Wey de Brito é secretária geral- WWF-Brasil. Mestre em Ciência Ambiental e graduada Engenheira Agrônoma pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - Universidade de São Paulo. Já ocupou importantes posições nos Governos Federal e do Estado de São Paulo. Sua última posição foi como Secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente.
Carlos Rittl é coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.
Carlos é graduado em Administração Pública pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, mestre e doutor em Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.  Trabalhou como Assessor em Mudanças Climáticas da Embaixada Britânica em Brasília. Foi consultor da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Governo do Estado do Amazonas, ajudando a estabelecer o Centro Estadual de Mudanças Climáticas. Coordenou a Campanha de Clima do Greenpeace no Brasil e trabalhou como Campaigner da Campanha da Amazônia do Greenpeace.
Sônia Bridi é repórter especial do Fantástico, da Rede Globo. Ao lado do repórter cinematográfico e marido, Paulo Zero, Bridi montou a primeira base da TV Globo no Oriente, na China. Em 2008, Bridi lançou o livro Laowai (Estrangeiro) - histórias de uma repórter brasileira na China. Ela foi repórter especial da TV Globo no Rio de Janeiro e São Paulo, e correspondente internacional da emissora em Nova York, Londres e Paris. Em 2011, percorreu 12 países para gravação da série "Terra, que tempo é esse?", apresentando as causas e efeitos do aquecimento Global. Em junho deste ano, Sônia lançou Diário do Clima, livro um relato os bastidores dessa experiência, mostrando o processo de realização da série, informações detalhadas sobre a situação em vários países - entre os quais Peru, Bolívia, Islândia, Tanzânia e Butão.
O encontro chamado “As Corporações e as Mudanças Climáticas” será realizado na Amcham do Brasil, na Rua da Paz, 1431, Chácara Santo Antônio, São Paulo. O evento acontecerá das 8h às 10h.
As vagas são limitadas e as empresas interessadas em participar devem confirmar presença no e-mail empresas@wwf.org.br até 2 de julho às 16h.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

STJ define em quais situações o dano moral pode ser presumido


Diz a doutrina – e confirma a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – que a responsabilização civil exige a existência do dano. O dever de indenizar existe na medida da extensão do dano, que deve ser certo (possível, real, aferível). Mas até que ponto a jurisprudência afasta esse requisito de certeza e admite a possibilidade de reparação do dano meramente presumido?

O dano moral é aquele que afeta a personalidade e, de alguma forma, ofende a moral e a dignidade da pessoa. Doutrinadores têm defendido que o prejuízo moral que alguém diz ter sofrido é provado in re ipsa (pela força dos próprios fatos). Pela dimensão do fato, é impossível deixar de imaginar em determinados casos que o prejuízo aconteceu – por exemplo, quando se perde um filho.

No entanto, a jurisprudência não tem mais considerado este um caráter absoluto. Em 2008, ao decidir sobre a responsabilidade do estado por suposto dano moral a uma pessoa denunciada por um crime e posteriormente inocentada, a Primeira Turma entendeu que, para que “se viabilize pedido de reparação, é necessário que o dano moral seja comprovado mediante demonstração cabal de que a instauração do procedimento se deu de forma injusta, despropositada, e de má-fé” (REsp 969.097).

Em outro caso, julgado em 2003, a Terceira Turma entendeu que, para que se viabilize pedido de reparação fundado na abertura de inquérito policial, é necessário que o dano moral seja comprovado.

A prova, de acordo com o relator, ministro Castro Filho, surgiria da “demonstração cabal de que a instauração do procedimento, posteriormente arquivado, se deu de forma injusta e despropositada, refletindo na vida pessoal do autor, acarretando-lhe, além dos aborrecimentos naturais, dano concreto, seja em face de suas relações profissionais e sociais, seja em face de suas relações familiares” (REsp 494.867).

Cadastro de inadimplentes
No caso do dano in re ipsa, não é necessária a apresentação de provas que demonstrem a ofensa moral da pessoa. O próprio fato já configura o dano. Uma das hipóteses é o dano provocado pela inserção de nome de forma indevida em cadastro de inadimplentes.

Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), Cadastro de Inadimplência (Cadin) e Serasa, por exemplo, são bancos de dados que armazenam informações sobre dívidas vencidas e não pagas, além de registros como protesto de título, ações judiciais e cheques sem fundos. Os cadastros dificultam a concessão do crédito, já que, por não terem realizado o pagamento de dívidas, as pessoas recebem tratamento mais cuidadoso das instituições financeiras.

Uma pessoa que tem seu nome sujo, ou seja, inserido nesses cadastros, terá restrições financeiras. Os nomes podem ficar inscritos nos cadastros por um período máximo de cinco anos, desde que a pessoa não deixe de pagar outras dívidas no período.

No STJ, é consolidado o entendimento de que “a própria inclusão ou manutenção equivocada configura o dano moral in re ipsa, ou seja, dano vinculado à própria existência do fato ilícito, cujos resultados são presumidos” (Ag 1.379.761).

Esse foi também o entendimento da Terceira Turma, em 2008, ao julgar um recurso especial envolvendo a Companhia Ultragaz S/A e uma microempresa (REsp 1.059.663). No julgamento, ficou decidido que a inscrição indevida em cadastros de inadimplentes caracteriza o dano moral como presumido e, dessa forma, dispensa a comprovação mesmo que a prejudicada seja pessoa jurídica.

Responsabilidade bancária

Quando a inclusão indevida é feita em consequência de serviço deficiente prestado por uma instituição bancária, a responsabilidade pelos danos morais é do próprio banco, que causa desconforto e abalo psíquico ao cliente.

O entendimento foi da Terceira Turma, ao julgar recurso especial envolvendo um correntista do Unibanco. Ele quitou todos os débitos pendentes antes de encerrar sua conta e, mesmo assim, teve seu nome incluído nos cadastros de proteção ao crédito, causando uma série de constrangimentos (REsp 786.239).

A responsabilidade também é atribuída ao banco quando talões de cheques são extraviados e, posteriormente, utilizados por terceiros e devolvidos, culminando na inclusão do nome do correntista em cadastro de inadimplentes (Ag 1.295.732 e REsp 1.087.487). O fato também caracteriza defeito na prestação do serviço, conforme o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

O dano, no entanto, não gera dever de indenizar quando a vítima do erro que já possuir registros anteriores, e legítimos, em cadastro de inadimplentes. Neste caso, diz a Súmula 385 do STJ que a pessoa não pode se sentir ofendida pela nova inscrição, ainda que equivocada.

Atraso de voo

Outro tipo de dano moral presumido é aquele que decorre de atrasos de voos, inclusive nos casos em que o passageiro não pode viajar no horário programado por causa de overbooking. A responsabilidade é do causador, pelo desconforto, aflição e transtornos causados ao passageiro que arcou com o pagamentos daquele serviço, prestado de forma defeituosa.

Em 2009, ao analisar um caso de atraso de voo internacional, a Quarta Turma reafirmou o entendimento de que “o dano moral decorrente de atraso de voo prescinde de prova, sendo que a responsabilidade de seu causador opera-se in re ipsa” (REsp 299.532).

O transportador responde pelo atraso de voo internacional, tanto pelo Código de Defesa do Consumidor como pela Convenção de Varsóvia, que unifica as regras sobre o transporte aéreo internacional e enuncia: “Responde o transportador pelo dano proveniente do atraso, no transporte aéreo de viajantes, bagagens ou mercadorias.”

Dessa forma, “o dano existe e deve ser reparado. O descumprimento dos horários, por horas a fio, significa serviço prestado de modo imperfeito que enseja reparação”, finalizou o relator, o então desembargador convocado Honildo Amaral.

A tese de que a responsabilidade pelo dano presumido é da empresa de aviação foi utilizada, em 2011, pela Terceira Turma, no julgamento de um agravo de instrumento que envolvia a empresa TAM. Nesse caso, houve overbooking e atraso no embarque do passageiro em voo internacional.

O ministro relator, Paulo de Tarso Sanseverino, enfatizou que “o dano moral decorre da demora ou dos transtornos suportados pelo passageiro e da negligência da empresa, pelo que não viola a lei o julgado que defere a indenização para a cobertura de tais danos” (Ag 1.410.645).

Diploma sem reconhecimento 
Alunos que concluíram o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pelotas, e não puderam exercer a profissão por falta de diploma reconhecido pelo Ministério da Educação, tiveram o dano moral presumido reconhecido pelo STJ (REsp 631.204).

Na ocasião, a relatora, ministra Nancy Andrighi, entendeu que, por não ter a instituição de ensino alertado os alunos sobre o risco de não receberem o registro de diploma na conclusão do curso, justificava-se a presunção do dano, levando em conta os danos psicológicos causados. Para a Terceira Turma, a demora na concessão do diploma expõe ao ridículo o “pseudoprofissional”, que conclui o curso mas se vê impedido de exercer qualquer atividade a ele correlata.

O STJ negou, entretanto, a concessão do pedido de indenização por danos materiais. O fato de não estarem todos os autores empregados não poderia ser tido como consequência da demora na entrega do diploma. A relatora, ministra Nancy Andrighi, explicou, em seu voto, que, ao contrário do dano moral, o dano material não pode ser presumido. Como não havia relatos de que eles teriam sofrido perdas reais com o atraso do diploma, a comprovação dos prejuízos materiais não foi feita.

Equívoco administrativo
Em 2003, a Primeira Turma julgou um recurso especial envolvendo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (DAER/RS) e entendeu que danos morais provocados por equívocos em atos administrativos podem ser presumidos.

Na ocasião, por erro de registro do órgão, um homem teve de pagar uma multa indevida. A multa de trânsito indevidamente cobrada foi considerada pela Terceira Turma, no caso, como indenizável por danos morais e o órgão foi condenado ao pagamento de dez vezes esse valor. A decisão significava um precedente para “que os atos administrativos sejam realizados com perfeição, compreendendo a efetiva execução do que é almejado” (REsp 608.918).

Para o relator, ministro José Delgado, “o cidadão não pode ser compelido a suportar as consequências da má organização, abuso e falta de eficiência daqueles que devem, com toda boa vontade, solicitude e cortesia, atender ao público”.

De acordo com a decisão, o dano moral presumido foi comprovado pela cobrança de algo que já havia sido superado, colocando o licenciamento do automóvel sob condição do novo pagamento da multa. “É dever da administração pública primar pelo atendimento ágil e eficiente de modo a não deixar prejudicados os interesses da sociedade”, concluiu.

Credibilidade desviada 
A inclusão indevida e equivocada de nomes de médicos em guia orientador de plano de saúde gerou, no STJ, o dever de indenizar por ser dano presumido. Foi esse o posicionamento da Quarta Turma ao negar recurso especial interposto pela Assistência Médica Internacional (Amil) e Gestão em Saúde, em 2011.

O livro serve de guia para os usuários do plano de saúde e trouxe o nome dos médicos sem que eles fossem ao menos procurados pelo representante das seguradoras para negociações a respeito de credenciamento junto àquelas empresas. Os profissionais só ficaram sabendo que os nomes estavam no documento quando passaram a receber ligações de pacientes interessados no serviço pelo convênio.

Segundo o ministro Luis Felipe Salomão, relator do recurso especial, “a própria utilização indevida da imagem com fins lucrativos caracteriza o dano, sendo dispensável a demonstração do prejuízo material ou moral” (REsp 1.020.936).

No julgamento, o ministro Salomão advertiu que a seguradora não deve desviar credibilidade dos profissionais para o plano de saúde, incluindo indevidamente seus nomes no guia destinado aos pacientes. Esse ato, “constitui dano presumido à imagem, gerador de direito à indenização, salientando-se, aliás, inexistir necessidade de comprovação de qualquer prejuízo”, acrescentou. 
FONTE:STJ
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Coordenadoria de Editoria e Imprensa
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Investimentos com risco Zero, inclusive na bolsa de valores.

Em tempos de crise financeira, fortemente temperada por quedas acentuadas nas bolsas de valores e rendimentos pífios na renda fixa, meu telefone costuma tocar incessantemente e minha caixa postal amanhece cheia. Todos os interlocutores de ambos canais buscam sempre as mesmas respostas indagando as mesmas perguntas: Vai cair mais? Quando começa a recuperação? Devo vender tudo para sair? Devo vender para recomprar mais tarde? Devo comprar mais?
Sempre darei uma única resposta que será: Depende. Depende da prioridade dada e da premissa escolhida para seus investimentos em bolsa.
Via de regra os investidores despejam na bolsa seus investimentos “normais”, ou seja, aquele montante de dinheiro que ao final de um mês, ano ou outro período estava acumulado em Renda Fixa e era chamado de poupança da família, economias, colchão financeiro, etc. , e que passam a ser realocados para a bolsa justamente após um significativo período de alta nas cotações. Assim, a premissa é olhar o passado para prever o futuro. Algo como dirigir um carro olhando pelo retrovisor.
Veja que este comportamento traduz a falta de prioridade e comprometimento com as próprias economias. Para ser mais ácido, demonstra a total incapacidade de planejamento e controle dos investimentos pessoais. Mas isto pode ser mudado facilmente.
Em primeiro lugar a mudança deve ocorrer na escala de prioridade dada ao quanto e o porquê de poupar. Em ato contínuo, estabelece-se a premissa de primeiro poupar para investir ao invés de investir as sobras. Vou explicar.
Cedo ou tarde a maior parte das pessoas se dá conta de que é importante economizar para futuro seja ele amanhã ou daqui a 20 anos, assim que você se der conta disto perceberá que é melhor poupar para pagar à vista do que pagar juros, neste momento sua prioridade de salvar dinheiro passou a ser mais importante que gastar. Ou seja, as aplicações financeiras não serão o destino das sobras orçamentárias, mas sim seu primeiro destino e a bolsa de valores será levada em consideração para os objetivos de maior prazo como sua aposentadoria, por exemplo.
Se você irá investir antes de consumir, é fácil conseguir dinheiro para aplicar na bolsa de valores SEM RISCO ALGUM. Veja que antes você tomaria todas as caipirinhas, iria a todos os restaurantes, compraria todos os CDs, iria na padaria da esquina de carro, somente se importaria com os pontos das multas de trânsito e não com seu valor, assinaria o pacote mais caro da TV a cabo, deixaria as luzes de toda a casa acesa, tomaria banhos demorados, diria sempre ‘sim’ a todas as vontades de seus filhos no shopping, etc.
Veja que todo este comportamento consumista resulta em perdas significativas e permanentes para suas finanças. Luzes acesas gastam dinheiro e significam 100% de perda daquela quantia para seu bolso. Pagar por canais que você nunca assiste significa 100% de perda para seu bolso. Comprar inúmeros brinquedos que ficarão encostados ou serão destruídos significa 100% de perda para seu bolso. Pagar multas significa 100% de perda para seu bolso.
Enfim tudo que você puder economizar do 100% que já está perdido e passar a colocar na sua carteira de ações, significa RISCO ZERO para seu investimento em bolsa. Se sua conta de luz costuma ser de 200,00 e passa para 175,00, destine os 25,00 para investimentos em bolsa. Repare que o final são os mesmos 200,00, no entanto ao invés de entregar (perder) a totalidade para a concessionária, você será sócio dela e passará a receber dividendos da empresa.
E se a empresa quebrar? Neste caso você perde os 25,00 da mesma forma que já teria perdido na sua situação original, ou seja, caso você gastasse e não investisse. Viu como o risco é ZERO?
Faça isso com tudo que for possível. Estabeleça metas de poupança para reinvestimento 1% , 2% até chegar a 10% de sua renda. Mesmo que você não vá para a bolsa, ainda assim, seu risco será Zero e suas finanças progredirão rapidamente.

EMPRESA QUE DESCARTOU LIXO HOSPITALAR DE FORMA IRREGULAR TEM LICENÇA CASSADA

EMPRESA QUE DESCARTOU LIXO HOSPITALAR DE FORMA IRREGULAR TEM LICENÇA CASSADA
01/ 07/ 2013
A empresa Coleta Resíduos Ltda, que descartou cerca de 200 quilos de lixo hospitalar no entorno da Reserva Biológica do Tinguá, teve sua licença ambiental cassada na manhã desta segunda-feira (1º/07) por decisão do Conselho Diretor do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Além de perder a licença, a empresa também poderá ser multada pelo descarte e por infração aos termos do licenciamento ambiental.

A Coleta Resíduos está interditada desde a semana passada pela fiscalização do instituto, que constatou, pelos locais de origem dos materiais descartados, que a empresa era a responsável pela sua destinação. Fiscais do Inea estiveram na sede da empresa, na Rua Santos Melo, no bairro São Francisco Xavier, na tarde desta segunda-feira, para informar sobre a cassação da licença. Como a documentação solicitada não foi apresentada, um dos responsáveis terminou sendo levado para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA).

Um novo local de descarte inadequado de resíduos hospitalares foi flagrado pela fiscalização após denúncias, desta vez na Rua Prefeito Julio Coutinho, no Parque União. O material estava misturado a resíduos de construção civil e foi recolhido pela Comlurb. Embora haja indícios de que o descarte irregular tenha sido feito pela mesma empresa, nesse caso será feita perícia para determinar o responsável. 

O PODER SE MEXE... COM AS VITÓRIAS QUE VIERAM DAS RUAS...

O poder se mexe

FONTE:REVISTA ISTO É

Por Paulo Moreira Leite, Izabelle Torres, Josie Jeronimo e Laura Daudén, para a IstoÉ
Depois de atravessar o País inteiro em passeatas memoráveis, confrontos duros com a polícia e embalar cenas lamentáveis de baderna, o terremoto político iniciado com o Movimento Passe Livre de São Paulo obrigou o poder de Brasília a se mover. Entre medidas de subsídio e investimentos diretos no transporte público, gastos definidos para saúde e educação e outras rubricas do Estado brasileiro, encaminharam-se demandas estimadas R$ 115 bilhões anuais, grandeza que só costuma ocorrer após grandes catástrofes e situações de guerra.
Enquanto deputados, senadores e governadores mantinham absoluto silêncio, em meio às pressões das ruas, a presidenta deu às caras, foi à televisão, e concorde-se ou não com as medidas adotadas ao longo da semana para dar resposta efetivas às manifestações, ela chamou a responsabilidade para si. Tomou atitudes de quem compreende a gravidade da situação e seu lugar dentro dela. Cancelou uma viagem de sete dias ao Japão e, criticada por conversar pouco e mandar muito, passou a semana em diálogos variados. Recebeu prefeitos e governadores na segunda-feira 24, mas também conversou com a garotada que começou as mobilizações em São Paulo. Ainda reuniu-se com Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, encontrou-se com sindicalistas e a oposição e, na sexta-feira 28, estava em audiência com lideranças do movimento gay. Do mesmo modo que o aumento da tarifa de transporte público foi a faísca que deflagrou os protestos no País, Dilma foi quem detonou a reação dos Três Poderes, até então desorientados e atônitos. Só, a partir daí, que Executivo, Legislativo e Judiciário passaram a se mexer. No capítulo das medidas de moralização do Estado, o Senado aprovou uma lei que define a corrupção como crime hediondo, reservando, para autoridades condenadas, penas que agravam sua condenação em um terço. Numa virada impressionante de humores na Câmara de Deputados, os parlamentares derrotaram a PEC 37 – que garantia exclusividade para a polícia realizar investigações criminais, diminuindo o papel do Ministério Público – por 430 votos a 9. Quinze dias antes, a aprovação da PEC 37 era vista como favas contadas pelos estudiosos do Congresso. Numa decisão que facilitará a punição de parlamentares condenados por corrupção, suspendeu-se o voto secreto na cassação de mandatos. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, mostrou estar em sintonia com o clamor popular ao pedir a prisão do deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO), que já estava entrando no último ano de mandato. Acusado de peculato, o parlamentar estava condenado desde 2010. Depois de passar mais de 24h desaparecido, Donadon se entregou à polícia na sexta-feira 28 em Brasília.
Reforma política
A prisão de Donadon foi considerada um marco, além de mais uma vitória dos movimentos das ruas, já que desde a redemocratização nenhum parlamentar havia sido preso. Mas o que dominou os debates ao longo da semana foi a proposta de reformulação do sistema político-eleitoral brasileiro. Na segunda-feira 24, numa nova aparição pela TV em 72 horas, Dilma anunciou medidas para encaminhar uma reforma política, talvez a mais antiga quimera da democracia brasileira desde o fim do regime militar. Reelaborada várias vezes ao longo da semana, a proposta do governo consiste em duas etapas. Submeter um rascunho de possíveis mudanças em nosso sistema político a um plebiscito, cuja data esperada pelo Planalto é 18 de agosto, terceiro domingo daquele mês. Com este rascunho em mãos, o Congresso seria encarregado de formular uma nova lei eleitoral, com regras novas para financiamento de campanha, para eleições parlamentares – voto proporcional, como hoje, ou voto distrital – e outras medidas. Trabalhando em prazos acelerados, o governo espera que os trabalhos estejam concluídos a tempo das novas regras já se encontrarem em vigor no ano eleitoral de 2014, quando os eleitores irão às urnas durante a sucessão de Dilma Rousseff.
Considerando o tamanho monstruoso da crise que envolveu Brasília na semana passada, forçando o Congresso a tomar medidas insólitas – o Senado chegou a votar a lei que estabelece corrupção como crime hediondo durante o jogo Brasil x Uruguai pela Copa das Confederações -- pode-se dizer que a reação do governo foi apropriada. Diante de tremores de alcance imprevisível sobre o regime democrático, o Planalto foi buscar a saída na soberania popular e no voto dos brasileiros. Nem todos os encaminhamentos foram bem sucedidos, mas a presidenta teve capacidade para corrigir a rota quando achou necessário.
Trilhando caminhos jurídicos que foram experimentados, em seu devido tempo, pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, que também cogitaram reformar o sistema político por uma estratégica parecida, a presidenta entrou nos debates com a proposta de realizar um plebiscito para convocar uma Constituinte destinada, exclusivamente, a aprovar reformas definidas por parlamentares eleitos especialmente para este fim. O problema desta ideia não era o que fazer, somente. Mas como.
Adversário conhecido da tese de Constituinte exclusiva, o vice-presidente Michel Temer não foi consultado. Outros integrantes da cúpula do governo, inclusive os ministros que em tese seriam os mais próximos da presidenta, só receberam a notícia quando parecia um fato consumado. Dentro e fora do Planalto, criou-se um ambiente que podia ser de aplauso ou de crítica, mas sempre exibia algum grau de perplexidade. Vinte e quatro horas depois, durante um encontro com entidades que haviam preparado um projeto de lei eleitoral, a Constituinte foi abandonada.
Na manhã de terça feira, num encontro que reuniu onze pessoas no Planalto, entre elas Marcus Vinícius Furtado Coelho, presidente do Conselho Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, e o juiz Marlon Reis, principal liderança do movimento Ficha Limpa, a presidenta declarou-se animada com um dos itens do projeto apresentado pelos dois – que prevê eleição em dois turnos para escolha de deputados, numa primeira rodada por listas partidárias e, numa segunda, por voto nominal. Com isso, o eleitor é atendido em seu costume de votar em indivíduos, tradição bem brasileira e, ao mesmo tempo, os partidos políticos são fortalecidos. “Vocês colocaram o ovo em pé,” elogiou a presidenta. Discutindo como se poderia avançar em direção das mudanças pretendidas, os visitantes demonstraram que seria possível aprovar tudo sem passar por uma Constituinte – nem mesmo por uma PEC, ou proposta de emenda constitucional. Tudo poderia passar por lei comum, disseram. Voltando-se para Michel Temer e José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, a presidenta consultou os dois pelos olhos. Não se falou mais em Constituinte.
Na quinta-feira 27, a bancada do governo no Senado estava tão animada com a ideia que já discutia até a formação de grupos temáticos, mas o ambiente de Brasília não justificava otimismo quanto a ritmos e prazos. As relações entre o governo e o PT continuam delicadas, enquanto o convívio entre o Planalto e o PMDB atingiu a fronteira entre civilização e barbárie. Se quiser levar a proposta de plebiscito em frente, o governo irá precisar do apoio do PMDB, mais do que nunca. Embora ninguém possa prever como o Congresso vai se comportar depois do terremoto de protestos, o PSDB, o DEM e o PPS já se colocaram como adversários do plebiscito. Eles querem debater a reforma política dentro do Congresso, entre senadores e parlamentares, e só então submeter o resultado final à aprovação popular. Num debate a portas fechadas pelo Congresso, será mais difícil aprovar proposições que agradam ao governo e ao PT, como o financiamento público de campanha. As medidas de caráter administrativo o governo Dilma pode resolver em conjunto com os ministros. As mudanças ocorridas em outras áreas são naturalmente mais fáceis de realizar. Foi ali que ocorreram os maiores avanços ao longo da semana.
Educação
Em ruas de todo o Brasil se ouviu o grito “Da Copa eu abro mão. Eu quero mais dinheiro para saúde educação”. O pedido foi atendido. Primeiro pela presidenta Dilma Rousseff, que, em pronunciamento na sexta-feira 21, pediu que o Congresso votasse a proposta destinava 100% dos royalties da exploração do petróleo para a educação. Depois pela própria Câmara dos Deputados, que seguiu as orientações do governo e aprovou a medida, ainda que com alterações: 75% dos recursos irão para as escolas e 25% serão destinados à saúde. Além disso, os deputados também decidiram reservar à educação 50% dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal. O projeto segue agora para o Senado, onde será votado em regime de urgência.
É certo, como lembra Priscila Cruz, da ONG Todos pela Educação (TPE), que a vinda de mais recursos não resolve, sozinha, o problema dos estudantes brasileiros. A grande questão consiste em definir prioridades corretas. “O Brasil é um país que contém diversos países. Temos a Suíça, mas também a África do Sul.” Ela aponta, como um dos grandes desafios, a melhoria do Ensino Médio. “Dobramos o investimento por aluno nessa fase do ciclo escolar, mas não conseguimos reverter a estagnação dos resultados em Matemática, por exemplo, ao contrário dos anos iniciais do Ensino Fundamental, onde conseguimos grandes avanços nos últimos anos”, diz.
Estima-se que apenas 5,2% dos alunos da rede pública terminam o terceiro ano do Ensino Médio com os conhecimentos adequados na disciplina. Situação similar se verifica no 9º ano do Ensino Fundamental: apenas 22% dos alunos da rede pública demonstraram possuir conhecimentos adequados em Português. Segundo o relatório divulgado na terça-feira 25 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os investimentos em educação no Brasil passaram de 3,5% do PIB em 200º para 5,6% em 2010 – a média dos países membros da organização é de 6,3% do PIB. Ainda assim, o gasto com cada aluno do Ensino Médio foi de US$ 2,5 mil, o que equivale a 28,5% do gasto que os países desenvolvidos têm com seus estudantes na mesma série.
Saúde
Sem um sistema de saúde coerente para atender toda população, o País ameaça reunir deficiências dos dois mundos, o da saúde privada e o da saúde pública. Com um pouco mais de dinheiro no bolso, e a convicção de que jamais serão bem atendidos na rede pública, um número cada vez maior de famílias tornou-se cliente de planos privados de saúde capazes de atrair as pessoas pelo baixo preço – e que pelo mesmo motivo não consegue oferecer o atendimento prometido.
Num quadro que não será resolvido do dia para a noite, a saúde recebeu duas boas notícias, nos últimos dias. Ao garantir 25% dos royalties do petróleo a saúde, a Câmara destinou-lhe R$ 70 bilhões nos próximos dez anos.
Num esforço para produzir efeitos rápidos, o governo está convencido de que a saúde da população mais pobre, que reside longe dos centros urbanos, pode melhorar, e muito, se tiver um médico por perto. Para tanto, o Planalto decidiu comprar uma briga para trazer médicos estrangeiros, mas mudou de tática. Irá, primeiro, levantar todos os empregos disponíveis, onde ficam e o salário oferecido. Numa primeira etapa, as vagas serão oferecidas aos médicos brasileiros. Os postos restantes serão ocupados por estrangeiros interessados em mudar-se para o País. 
Transporte Público
Se tarifas fossem o único problema do transporte público, o problema estaria bem encaminhado. Nos últimos dias, doze capitais reduziram o preço do transporte e um número incalculável de municípios menores fez o mesmo. A realidade é que faltam investimentos de fôlego, para criar um sistema eficiente, com um mínimo de conforto para atrair cidadãos que, na primeira oportunidade, preferem sentar-se no volante de seu automóvel. Para Maurício Broinizi, coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, vivemos, nesse âmbito, uma situação limite. “Nada contra o direito de ter um carro, mas o problema é o uso intensivo sem que haja uma alternativa.” 
Quem esperava que a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas em 2016 poderia reverter esse quadro também se frustrou. Conforme o TCU, até agora houve desembolso de apenas 27% dos valores já contratados, que somam R$ 4,8 bilhões. A previsão de investimentos nessa área é de 11,8 bilhões. “Em um determinado momento as autoridades desistiram de fazer os investimentos em mobilidade e só se preocuparam em fazer estádios”, afirma o engenheiro Jaime Waisman, professor da Escola Politécnica da USP. “O que seria o legado desses eventos simplesmente não vai acontecer.”
Diante da insatisfação, a presidenta Dilma Rousseff anunciou a criação de um Conselho Nacional de Transporte Público e instou as cidades a fazerem o mesmo – algumas, como São Paulo e Florianópolis já possuem esse órgão. A proposta veio acompanhada de uma promessa: Dilma prometeu disponibilizar R$ 50 bilhões para obras de mobilidade. O esforço do Executivo foi acompanhado pelo Legislativo. A Câmara aprovou na quarta-feira 26 a redução para zero do PIS/Pasep e do COFINS, impostos que incidem sobre o transporte coletivo e podem ajudar na redução das tarifas. A proposta segue para o Senado. Já nas cidades, a preção por mais transparência surtiu efeito imediato. Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad suspendeu a licitação que renovaria por mais 15 anos os contratos das empresas de transporte público da capital. O valor da licitação é de R$ 46 bilhões. Quase ao mesmo tempo, a Câmara de Vereadores aprovou a instalação de uma CPI para investigar o setor – o mesmo aconteceu na cidade do Rio de Janeiro – o que pode ajudar a mapear o encontro entre verbas de campanhas e interesses políticos.

Corrupção
Além da prisão de Natan Donadon, Legislativo e Judiciário tiraram da gaveta medidas que dormitavam há anos. Proposição que transforma a corrupção em crime hediondo também foi aprovada pelo Senado. A Câmara votou o fim do voto secreto para cassação de mantados.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

CADASTRO DE ÁREAS CONTAMINADAS NO ESTADO

SAI A PRIMEIRA EDIÇÃO DO CADASTRO DE ÁREAS CONTAMINADAS NO ESTADO 
26/ 06/ 2013
Nesta quarta-feira (26/06), o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) tornou disponível a primeira edição do Cadastro de Áreas Contaminadas identificadas no Estado e principais características (http://www.inea.rj.gov.br/inea/areas_contaminadas.asp). Além de uma lista de 160 áreas, divididas entre atividades da indústria, aterro de resíduos, viação e postos de combustíveis, também é possível acessar no portal mapa e gráficos com a distribuição e classificação das regiões contaminadas e reabilitadas ao uso.

As áreas são classificadas de acordo com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 420/2009, que recomenda aos órgãos competentes informar em seus portais tais informações e classificadas como: Área Contaminada sob Investigação (AI), Área Contaminada sob Intervenção (ACI), Áreas em Processo de Monitoramento para reabilitação (AMR) e Área Reabilitada para Uso Declarado (AR). 

Segundo os dados disponibilizados no site, 53% das áreas contaminadas e reabilitadas no Estado do Rio de Janeiro são derivadas de atividades de postos de combustíveis; apenas 3% das áreas são recorrentes de atividades de aterros de resíduos e 3% de atividades ligadas a viação. Dentre as 160 áreas, 67% foram classificadas como AI, em que foi constatada a contaminação com concentração de substâncias no solo ou nas águas subterrâneas acima dos valores de investigação. 

O estudo foi feito pelo Inea, com a participação da Diretoria de Licenciamento Ambiental, da Gerência de Licenciamento de Risco Ambiental Tecnológico; do Serviço de Licenciamento de Atividades de Risco Ambiental Tecnológico e do Núcleo de Avaliação de Áreas Contaminadas. O relatório está disponível para download.

O poder da mesada: investir nos filhos sempre será o melhor investimento

Atualmente, um fato que vem se tornando cada vez mais comum é o endividamento por parte dos jovens, um fenômeno que não para de crescer. Os críticos mais severos podem até dizer que estamos diante de uma juventude que não leva nada a sério e que não pensa no futuro. Será que é assim tão simples e óbvio?
Farei uso de um trecho do livro “Freakonomics” (Ed. Campus) para embasar minha analogia e opinião de que o fenômeno é muito mais educacional do que comportamental, sendo a influencia dos pais um fator de grande relevância – impactando muito mais que a própria vontade do jovem.
O livro mostra situações cotidianas confrontadas pelos autores, onde ideias simples, convenientes e confortadoras, tidas como verdadeiras pela sociedade, são postas em dúvida, assim como pretendo fazer com a questão do endividamento dos jovens.

Um fator, portanto, que não foi levado em consideração neste levantamento foi o advento da legalização do aborto no estado de Nova York, nos anos 70, fazendo com que gravidezes indesejadas fossem interrompidas.
O capítulo que fornece subsídios para minha análise trata da diminuição da criminalidade na cidade de Nova York em decorrência adoção da política de tolerância zero, criada na década de 90, pelo então prefeito Rudolph Giuliani. Após um levantamento, percebeu-se que a maioria dos crimes era cometida por jovens de baixa renda que se encontravam na faixa entre os 18 e 25 anos.
Por mais cruel que possa parecer, segundo o autor do livro, o economista Steven Levitt, estas crianças que não nasceram em decorrência destes abortos seriam, futuramente, as pessoas que teriam o perfil traçado para cometer crimes. Coincidentemente, o prefeito Giuliani adotou a o programa de tolerância zero vinte e três anos após a lei do aborto ser aprovada, o que contribuiu de forma expressiva para o sucesso do seu projeto.
Mas o que isso tem a ver com jovens endividados?

Assim como no caso mostrado, em que uma ação realizada no passado acabou por fazer toda a diferença para o sucesso de um projeto futuro, embora isso não tenha passado pela previsão do autor do projeto, temos algo muito parecido com a nossa situação-problema: jovens descontrolados geralmente são, de alguma forma, crianças frustradas economicamente.

Ao levar os filhos a um supermercado, por exemplo, os pais geralmente respondem com um assertivo “não” para os pedidos descontrolados das crianças, ao invés de proceder de forma inteligente e educacional, explicando à criança o motivo da negação. A criança, desse modo, fica sem compreender o que realmente aconteceu e, nos momentos em que estiver de posse de algum dinheiro, procurará realizar todos os seus desejos, interrompidos outrora por um “não”.
A importância da mesada

A mesada é uma forma muito inteligente e educacional de acostumar crianças ao dinheiro. Receber um retorno financeiro a partir de tarefas e comportamentos estipulados em conjunto com os pais ajuda a criar o ambiente ideal para que o jovem aprenda ter responsabilidades. Deve-se ainda dar à criança a opção de ter parte do pagamento retido como forma de investimento.

Exemplo: ao invés de receber 50 reais, referente a um valor integral hipotético, recebe-se somente 30 reais, ficando os 20 reais que faltaram para gastos nas férias de fim de ano ou para comprar as guloseimas do supermercado, que antes eram impedidas pelo “não”.
Há também a possibilidade da cobrança de uma espécie de taxa, que deverá ser devolvida em benefício da criança, podendo, por exemplo, ser revertido em um passeio ao parque de diversões no final de semana, devendo os pais deixar claro à criança que aquela regalia só foi conseguida graças ao trabalho despendido.
Pequenas alternativas como estas ensinam a criança a dar valor e a lidar de maneira inteligente com dinheiro, afinal introduzem conceitos de trabalho, investimentos e impostos. Educação não se restringe somente ao ensino de boas maneiras, etiquetas à mesa e responsabilidade com os estudos. Educação também deve abordar assuntos financeiros. Só assim teremos jovens e adultos conscientes em relação a finanças.
Assim como aconteceu em Nova York, uma decisão que fora tomada anos atrás pode alterar o curso das coisas. Educação financeira é como um investimento: deve ser diário, com fundamento e visando o longo prazo. Investir nos filhos ainda pode ser considerado a melhor e mais viável forma de investimentos que há disponível.