domingo, 14 de junho de 2015

Caminhada do Coração será neste domingo

O Dia de Conscientização da Cardiopatia, ocorrido sexta-feira (12) será lembrado em Campos neste domingo (14), a partir das 10h com saída da Caminhada do Coração, da Pracinha do Flamboyant. O evento contará com discussões sobre o tema e haverá um espaço para as crianças brincarem.
Transpiração excessiva e cansaço durante as mamadas, respiração acelerada enquanto descansa, pouco apetite associado a baixo ganho de peso, e irritação frequente são alguns dos sintomas de cardiopatia em bebês, que afetam um em cada 100 bebês nascidos vivos e cerca de 80% dos que sobrevivem terão que passar por cirurgias de correção. A informação é da presidente da associação que presta assistência às crianças com Cardiopatia Congênita (AACC) — Pequenos Corações, Márcia Adriana Rebordões.
Segundo ela, é considerada cardiopatia congênita qualquer anormalidade na estrutura, ou função do coração, que surge nas primeiras oito semanas de gestação, quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto no nascimento ou anos mais tarde. Em bebês, os principais sintomas são: pontas dos dedos ou lábios roxos; transpiração excessiva e cansaço durante as mamadas, respiração acelerada enquanto descansa, pouco apetite associado a baixo ganho de peso e irritação frequente, sem consolo. Em crianças maiores, a cardiopatia congênita pode se manifestar por cansaço em atividades físicas e dificuldade em acompanhar o ritmo dos amigos; crescimento lento; quando brinca ou tem uma atividade física mais intensa, os lábios ficam arroxeados e a pele empalidece e o coração apresenta taquicardia (ritmo acelerado).
Para detectar a doença precocemente e iniciar o tratamento adequado o quanto antes, a “Pequenos Corações” recomenda a adoção do teste do coraçãozinho, realizado em hospital e que mede a concentração de oxigênio no sangue e pode determinar se o bebê tem alguma cardiopatia. “A oximetria, isto é a medição da concentração de oxigênio no sangue, é muito simples de ser realizado: o sensor, oxímetro, é colocado primeiramente na mão direita do recém-nascido e em seguida em um dos seus membros inferiores. Se o resultado for menor que 95%, ou diferença superior a 3% entre o membro superior e o inferior, um novo teste deve ser feito. Se o resultado se repetir em novo teste, o bebê deve ser submetido a um ecocardiograma, para confirmar a cardiopatia. Sem esse teste, o bebê pode receber alta sem que as anomalias congênitas do coração sejam encontradas, o que pode agravar sua saúde”, explicou.


J.N.
A.N.
FONTE FOLHA ON LINE

sábado, 13 de junho de 2015

O Pantanal e o equilíbrio ambiental que vem das Áreas Úmidas

As Áreas Úmidas são extremamente importantes para os estoques de água - mas estão sumindo do mapa

FONTE :REVISTA ÉPOCA ONLINE JÚLIO CÉSAR SAMPAIO
12/06/2015 - 
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Áreas Úmidas são ecossistemas de altíssima relevância ecológica fundamentais para a manutenção dos estoques de água do mundo, o equilíbrio climático e provedoras de serviços ambientais indispensáveis para a produção de alimentos e a sociedade em geral. Por sua importância estratégica mereciam um regime de proteção especial e deveriam ter alta prioridade política. Mas ao contrário disso, estudiosos constatam que as Áreas Úmidas estão sumindo do mapa.
São consideradas Áreas Úmidas toda a extensão de pântanos, charcos e turfas, várzeas, rios, pantanais, estuários, manguezais e até os recifes de coral. A maior planície alagável do planeta, partilhada por três países – Brasil, Paraguai e Bolívia – é o Pantanal.
O Pantanal Matogrossense, local onde pesquisadores estudam a ictiofauna do rio Paraguai (Foto: Projeto Bichos do Pantanal)
Cientistas estimam que as Áreas Úmidas ocupem cerca 20% do território nacional, sendo que 64% dessas áreas já despareceram desde 1900. Foram drenadas ou aterradas para os mais diversos fins. Pecuária não sustentável, represamentos, canalizações, monocultivo da cana-de-açúcar e da soja e a contaminação de solos e das águas devido ao uso descontrolado de agrotóxicos estão entre as principais ameaças.
O estudo de monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo na Bacia do Alto Paraguai (BAP), localizado no bioma Pantanal, avaliou que dos 370 km² de área, foram desmatados 2.027 km² em relação a 2010. O diagnóstico foi feito pelas organizações WWF-Brasil, SOS Pantanal e pela Embrapa Pantanal, no período entre 2010 e 2012.
As análises apontam um percentual de 85,7% de cobertura vegetal na planície e de 40% no planalto, apresentando dinâmicas profundamente distintas entre estas duas regiões no que se refere ao uso e ocupação do solo, evolução socioeconômica e cultural. Porém totalmente dependentes.
Os impactos das atividades humanas nas cabeceiras dos rios que formam o Pantanal podem ser sentidas a centenas de quilômetros de sua origem, repercutindo sobre o ambiente e os modos de vida na planície inundável e nos outros países, como o Paraguai e a Bolívia que compartilham parte do Pantanal com o Brasil.
Alterações no ambiente natural pantaneiro podem colocar em risco a vida de espécies, alterar o equilíbrio ambiental e climático e afetar drasticamente populações humanas.
Para proteger o Pantanal é preciso olhar para todo o bioma e agir de modo integrado.  O primeiro desafio é proteger as Áreas Úmidas por meio de iniciativas que incentivem o manejo e o desenvolvimento de alternativas ao modelo econômico dominante na região.
Foi a partir desse apelo que representantes do WWF do Brasil, Bolívia e Paraguai chamaram a atenção de 800 delegados de 180 países para as ameaças que pairam sobre o Pantanal, durante a 12a Conferência das Partes (COP-12) da Convenção de Ramsar sobre Áreas Úmidas, realizada no início de junho em Punta del Este, no Uruguai.
A intenção de reverter o atual quadro de ameaças com uma agenda comum para uma atuação transfronteiriça no Pantanal, resultou na inclusão de um parágrafo na resolução da Conferência. Encabeçado pelo Governo da Bolívia, que convidou autoridades do Brasil e Paraguai presentes no evento, para assumir um compromisso de olhar com mais atenção a conservação e o desenvolvimento sustentável no Pantanal.
O reconhecimento dos países participantes da COP-12 sobre a importância de ações integradas lideradas pelos países que abrigam o Pantanal é um ponto de extrema importância, já que todos os signatários da convenção reconhecem a importância de um tratamento diferenciado a esses ambientes vitais à vida.
Pode parecer pouco, tendo em vista o tamanho do desafio, mas é um primeiro passo para a construção e o fortalecimento de políticas públicas efetivas e que possa marcar o início de esforços conjuntos da sociedade, iniciativa privada e do poder público para a manutenção desse importante ecossistema.
*Júlio César Sampaio é coordenador do Programa Cerrado Pantanal do WWF-Brasil

Concurso premiará soluções de combate ao comércio ilegal de animais silvestres

Redação - National Geographic Brasil - 05/2015
Fábio PaschoalArara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) em cativeiro

National Geographic
, em parceria com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o Instituto Smithsonian e a rede de monitorização do comércio de animais silvestres TRAFFIC, convida organizações e indivíduos para participar de um concurso que irá selecionar projetos com soluções científicas e tecnológicas inovadoras de combate ao comércio ilegal de animais silvestres.

Os finalistas receberão assessoria técnica, apoio para o desenvolvimento de uma rede de relacionamentos para maximizar seus projetos e um acordo de patrocínio que pode variar de 100 mil a 500 mil dólares. O objetivo da iniciativa é amplificar o Plano Presidencial dos EUA de Implementação da Estratégia Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres, lançado em 2014.

tráfico de animais silvestres é a terceira atividade ilícita mais lucrativa do planeta, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas, e movimenta entre 10 e 20 bilhões de dólares por ano em todo o mundo.

O concurso busca identificar e promover maneiras inovadoras para deter o tráfico e a matança de animais silvestres pelo mundo e será dividido em três etapas eliminatórias. Na primeira etapa, os interessados deverão apresentar uma sinopse de proposta descrevendo resumidamente o seu projeto e como ele poderá impactar na redução do tráfico. As sinopses de proposta podem ser entregues até 30 de junho de 2015.

As propostas devem focar pelo menos um dos quatro desafios abaixo:

- Rastreamento de rotas de tráfico de animais silvestres;
- Reforço de provas forenses para embasar processos judiciais;
- Redução da demanda por animais silvestres;
- Identificação de corrupção na cadeia de tráfico.
- Os interessados poderão usar o formulário online para apresentar a sinopse de proposta, com um resumo do projeto. A sinopse de proposta deverá incluir:

- Informação demográfica do candidato ou da organização do candidato;
- Uma descrição da solução proposta;
- Como o projeto aborda um ou mais de um dos quatro desafios;
- Uma descrição de como a solução proposta pode ser maximizada para alcançar um número significativo de usuários

Todas as propostas devem ser em inglês. O prazo final para recebimento da sinopse de proposta se encerra às 23h59 de 30 de junho de 2015.

O comitê julgador avaliará as sinopses de proposta e selecionará as mais promissoras para a segunda etapa. Os vencedores da segunda etapa concorrerão então à terceira e última etapa, quando os finalistas serão selecionados. Para informações complementares sobre esta competição acesse o site.

sexta-feira, 12 de junho de 2015


Reprodução de O Diário, de Campos
Reprodução de O Diário, de Campos
RJ prepara atlas com as melhores localidades para produzir energia solar
 Maio de 2015 • 


Com o objetivo de mapear os locais com disponibilidade do recurso solar no RJ, o estado prepara a produção do Atlas Solarimétrico. O material está sendo elaborado pelo programa Rio Capital da Energia, do governo do estado, em parceria com a empresa do Grupo Electricité de France (EDF) – Norte Fluminense, a Pontifícia Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a empresa Engenharia Gestão e Pesquisa em Energia (EGPE Consult). A publicação completa será lançada no início de 2016.
A coordenadora do projeto, Maria Paula Martins, explicou que a iniciativa pretende estimular desde projetos de usinas fotovoltaicas de grande porte até o consumidor residencial. “Queremos uma geração de energia cada vez mais sustentável no estado do Rio. Essa é uma forma de fornecer para a sociedade dados que vislumbrem como instalar um painel desses e [esclarecer] que tipo de economia e benefícios se tem com esse tipo de energia”, disse.
Maria Paula espera que a ferramenta, que deve ser finalizada e disponibilizada no próximo ano, também atraia potenciais investidores para bancar a parte da instalação dos painéis, que atualmente custam entre R$ 8 mil a R$ 12 mil a unidade.
“Neste momento em que a energia elétrica está bastante elevada, está viabilizando qualquer instalação de painel fotovoltaico. Algumas distribuidoras, inclusive, veem com bons olhos esse tipo de geração solar, pois o acréscimo de energia na rede pode ser mais barato do que ter que comprar energia no mercado para entregar para o consumidor”, argumentou.
As primeiras informações apontam que o norte fluminense, parte da Região dos Lagos e o litoral sul do estado são as áreas com maior potencial para produção de energia solar fotovoltaica. Os dados vêm sendo obtidos de três estações: em Duque de Caxias, Macaé e Resende.
“Sabemos que do extremo norte [do litoral] do estado até Arraial do Cabo é onde há maior possibilidade de ganho, a partir da geração fotovoltaica. Por outro lado, a Região Serrana é a que tem menor potencial”, destacou. “Mas esse potencial é ainda maior do que de todos os lugares que têm geração fotovoltaica na Alemanha, que lidera a expansão da energia solar fotovoltaica no mundo. O que significa que temos potencial no estado inteiro”, acrescentou.
O atlas será atualizado periodicamente, com aquisição contínua dos dados das estações, e disponibilizado no Portal Rio Capital da Energia.
Atualmente, há 33 plantas de energia solar fotovoltaica operando no estado, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A capacidade total instalada soma 555 quilowatts (kW). O maior projeto fotovoltaico do estado é o Maracanã Solar, de 360 kW. Em todo o Brasil, existem 317 usinas fotovoltaicas em operação, somando potência instalada de 15.179 kW.
Por Flávia Villela - Agência Brasil

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A JUNTA INTERVENTORA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CAMPOS CONVIDA VOSSA SENHORIA PARA A INAUGURAÇÃO DO BOSQUE DO HOSPITAL MANOEL CARTUCHO DE CASTRO, SITUADO NA RUA VISCONDE DE ITABORAÍ (RUA DO CONVENTO), 310, QUE SE DARÁ NOS DIAS 13 E 14 DE JUNHO DE 2015, DAS 10 ÀS 16 HORAS.
ATENCIOSAMENTE:
JOÃO CARLOS BORROMEU PIRACIABA...
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Reprodução da Agência Brasil; ao lado, secretário André Corrêa
Reprodução da Agência Brasil; ao lado, secretário André Corrêa


No ano passado já sofremos com o abastecimento de água. Pezão não tomou qualquer providência para melhorar o abastecimento, preferiu - como ele disse - rezar para São Pedro. O resultado está aí. Vamos ter uma crise de abastecimento ainda pior. Isso já se sabia há muito tempo. Enquanto em São Paulo o governador Alckmin agiu, no Rio, Pezão deixou para lá. Omissão total! 

Soffiati aprofunda descrição histórica sobre a geografia da Baixada dos Goytacazes

Neste mais recente ensaio, Soffiati desenvolve o conceito de ecorregião voltado para a realidade das baixadas existentes no ERJ, com análise mais apurada para a geografia da Baixada dos Goytacazes.

Em seu novo texto Soffiati sustenta que as características geográficas da região ajudaram a dar a conformação atual, talvez, pudéssemos interpretar como "natural" para o território fluminense.

A relação que faz entre as serras, rios, lagoas e as áreas de restinga junto ao mar misturando a geografia com a história (ou espaço e o tempo) permite até ao mais leigo uma compreensão mais totalizante e menos segmentada, tanto dos problemas ambientais, quanto de sua relação com a política e a economia que transformam a natureza por representação da espécie humana.

Na prática compreendo que o professor Soffiati está aos poucos e por ensaio estruturando um novo sobre a geografia histórica da região que vai além do ERJ. Voltar no tempo para entender as mudanças no espaço da região em que se vive é um exercício lúdico e intelectual, mas pode também ser compreendido como de formação civilizacional (mais que cidadã) no esforço de interpretar e interferir o espaço no tempo em que vivemos.

Mais um excelente texto que o professor e ambientalista Aristides Arthur Soffiati dá o prazer do blog oferecer aos seus leitores, como parte de seu objetivo maior de conhecer mais profundamente a região. Confiram:


As quatro geografias da Baixada dos Goytacazes

Arthur Soffiati


As baixadas da Ecorregião de São Tomé e do Estado do Rio de Janeiro

Situo a região norte fluminense tanto no Estado do Rio de Janeiro quanto na Ecorregião de São Tomé. O Estado do Rio de Janeiro, uma unidade da federação brasileira que foi se constituindo no período colonial como Capitania, no período imperial como Província e no período republicano como Estado, tem limites estabelecidos historicamente em acidentes naturais e em definições artificiais. Em seu interior, Hildebrando de Araújo Góes (1934), além da zona serrana e de áreas elevadas, identificou quatro grandes baixadas: a Baixada dos Goytacazes, a Baixada de Araruama, a Baixada da Guanabara e a Baixada de Sepetiba. A Baixada da Tijuca não ganhou estatuto de unidade independente.





Figura 1 - As baixadas do Estado do Rio de Janeiro segundo Hildebrando de Araujo Góes (1934)

De todas elas, a Baixada dos Goytacazes é a maior, tanto dentro de Estado do Rio quanto dentro da Ecorregião de São Tomé. Ela foi construída pelo Rio Paraíba do Sul, o maior do Estado do Rio de Janeiro e da Ecorregião de São Tomé, e o mar. É de se esperar, pois, que seja a mais extensa de todas. Ela conta com uma área de 8.300 km2. A segunda característica da Baixada dos Goytacazes é a distância entre a zona serrana e o mar. A Baixada dos Goytacazes é, das quatro, a que mais recebe águas pluviais e a mais drenada. É, de todas, a mais extensa. A terceira característica dessa planície é a declividade mínima dela entre a margem direita do Paraíba do Sul e o mar, o que dificulta o escoamento das águas fluviais e pluviais. Transbordando em períodos de cheia pela margem direita, as águas do Paraíba do Sul derivavam lentamente e, no seu percurso, iam se acumulando em depressões e formando extensas e rasas lagoas, banhados e brejos. Essa baixada propiciava a constituição de um verdadeiro pantanal. A quarta singularidade da Baixada dos Goytacazes é que, a rigor, só existiam quatro defluentes originais e regulares das águas acumuladas no continente para o mar: os Rios Macaé, Iguaçu, Paraíba do Sul e Guaxindiba, que enfrentavam e enfrentam permanentemente a grande energia oceânica, que tende a fechar qualquer desaguadouro. Os rios da Baixada dos Goytacazes lutam contra o mar aberto e violento.

Embora o conceito de ecorregião ainda seja novo e não muito claro, o autor do artigo entende que ele serve para designar uma região com certa unidade natural. Mais ainda, esta ordem natural condiciona a ordem cultural e se funde com ela. Uma ecorregião tem limites mais naturais que as unidades política, normalmente definidas artificial e historicamente. Sintetizando, pode-se entender uma ecorregião como uma realidade ambiental entre ecossistemas e biomas.

A Ecorregião de São Tomé situa-se entre os biomas costeiro e atlântico, batizada com este nome em alusão ao Cabo de São Tomé, onde o litoral brasileiro descreve acentuada curvatura de leste para norte. Ela alude também a primeira unidade político-administrativa criada na região: a Capitania de São Tomé, cujos limites se estendiam dos Rio Macaé (atual Estado do Rio de Janeiro) e Itapemirim (atual Estado do Espírito Santo). Coincidentemente, a costa entre estes dois rios é formada por restingas, planícies aluviais e tabuleiros, com uma realidade geológica distinta da costa abaixo do Rio Macaé e acima do Rio Itapemirim.


































Figura 2 - Ecorregião de São Tomé

A geografia do início do Holoceno

Os geólogos situam o início do Holoceno, época geológica atual, em 11.500 anos passados. Antes, a Terra vivia no Pleistoceno, entre 1.806.000 e 11.500 anos antes do presente. O Pleistoceno é também conhecido como o tempo das grandes glaciações, que dominaram o hemisfério norte, embora todo o planeta vivesse um clima mais frio que atualmente. Com a grande cobertura de gelo no continente, no hemisfério norte, as águas oceânicas foram congeladas e sofreram um redução de nível em torno de 100 metros. Assim, terras submersas tornaram-se emersas, e pontes naturais se formaram, como as que ligaram a Ásia à América e a Ilha Britânica ao continente europeu.

O rebaixamento do nível dos mares ocorreu em toda a Terra e os continentes alcançaram extensões maiores que as atuais. No ponto em que futuramente se situaria a Baixada dos Goytacazes, há duas interpretações para as transformações geológicas que se operaram. Alberto Ribeiro Lamego entendia que, no Pleistoceno, havia um grande golfo de águas rasas que progressivamente seria atulhado por sedimentos carreados da região serrana para o golfo, dando origem às terras baixas do atual norte fluminense.

































Figura 3 - A Baixada dos Goytacazes no Terciário. A linha pontilhada indica a costa atual. Concepção de Alberto Ribeiro Lamego (1945)

































Figura 4 - A Baixada dos Goytacazes baixo Holoceno, segundo Alberto Ribeiro Lamego (1945). Notar a profusão de cursos d'água e de lagoas

A mais nova interpretação, formulada pelos geólogos Martin, Suguiu, Dominguez e Flexor, a partir de radiodatação, parte de um continente que, no sul, avançava mais que atualmente no mar, e era mais recuado na parte leste. Pode-se concluir que essa porção continental era formada pela série barreiras do Rio Macaé ao Rio Itapemirim, contando já com as restingas de Jurubatiba, entre os atuais municípios de Macaé e Quissamã, e a de Marobá, no sul do atual Espírito Santo. O Rio Paraíba do Sul deveria cortar esse grande tabuleiro e alcançar o mar. Os Rios Imbé, Urubu, Preto e Macabu poderiam desembocar diretamente no mar ou serem afluentes do Paraíba do Sul, assim como o Rio Muriaé. A Lagoa de Cima já existia no fim do Pleistoceno. Inúmeras lagoas deveriam se formar nas depressões de tabuleiro, que é um terreno com datação estimada em 60 milhões de anos. Ainda há muitas lagoas de tabuleiro associadas ao Rio Muriaé pela margem esquerda.

Não há estudos sistemáticos sobre essa geografia da região que futuramente daria lugar à Baixada dos Goytacazes. Não há dúvida, porém, de que ela era muito diferente da atual, assim como geografias anteriores devem ter se constituído antes da do início do Holoceno. Nossa intenção, contudo, não é remontar a tempos tão distantes. Em resumo: enquanto Alberto Ribeiro Lamego concebe uma porção de mar aterrada pelo Paraíba do Sul, Martin, Suguiu, Dominguez e Flexor concebem uma porção de tabuleiro invadida pelo mar, formando uma grande semilaguna, depois aterrada pelo Paraíba do Sul.

































Figura 5 - Baixada dos Goytacazes no início do Holoceno, antes da transgressão marinha. concepção do autor a partir de Martin, Suguiu, Dominguez e Flexor (1997). A área em laranja representa o tabuleiro que existia no lugar da planície fluviomarinha.


A geografia do "optimum climaticum"

A partir de 11.500 anos antes do presente, nos primórdios do Holoceno, as temperaturas globais começaram a subir por razões naturais. A Terra começou a se aquecer e as geleiras começaram a derreter. O nível dos oceanos subiu cerca de 100 metros com as águas liberadas pela fusão das geleiras. Segundo muitos cientistas, este fenômeno está se repetindo hoje com o aquecimento global produzido pelo aumento das concentrações de gases do efeito estufa na atmosfera decorrentes de atividades humanas coletivas.

Com a elevação do nível dos oceanos, as águas marinhas invadiram o tabuleiro na sua parte mais baixa, talvez pelo Vale do Paraíba do Sul, até as bordas da Zona Serrana, em Itereré. A Lagoa de Cima foi afogada. A foz dos Rios Paraíba do Sul, Muriaé, Imbé, Urubu, Preto e Macabu passaram a se situar em ponto mais afastado do que anteriormente. Os estuários, ecossistemas formados pelo encontro de água doce com água salgada, deslocaram-se para o interior e, junto a eles, certamente formaram-se manguezais. Hoje, é bastante difícil ao senso comum imaginar manguezais onde hoje se situa a Lagoa de Cima.

Nos pontos altos da costa, o avanço do mar foi detido pelas formações de restinga e tabuleiro, mesmo assim, bastante erodidas e sofrendo recuos, como entre a atual Barra do Furado e a Região dos Lagos e como em São Francisco de Itabapoana, Presidente Kennedy e Marataízes.

































Figura 6 - Área de Baixada dos Goytacazes tomada pela transgressão do mar, segundo Martin, Suguiu, Dominguez e Flexor (1997)

Em geologia, o processo de avanço do mar sobre o continente denomina-se transgressão marinha. O momento mais quente do Holoceno, denominado "optimum climaticum", ocorreu, na região, em 5.100 anos antes do presente. Onde hoje é a Baixada dos Goytacazes, a rigor uma extensa planície fluviomarinha, formou-se um imenso golfo protegido por um cordão de ilhas em sua borda.

A partir de 5.100 anos antes do presente, o mar começou a recuar, fenômeno denominado regressão marinha. Progressivamente, os rios, comandados pelo Rio Paraíba do Sul, colmatavam, com sedimentos transportados das partes altas, o golfo aberto pelo mar na parte mais baixa do tabuleiro do final do Pleistoceno. Nesse processo de recuo do mar e avanço do continente construído pelos rios e pelo próprio mar, formou-se a Baixada dos Goytacazes na sua forma mais nativa e inicial.


A geografia de 1500

Em torno de 2.000 anos antes do presente, a Baixada dos Goytacazes apresentava o contorno costeiro que conhecemos hoje. Foi nela que Pero e Gil de Gois e os Sete Capitães, nos séculos XVI e XVII se instalaram. A geografia encontrada pelos europeus parece ser a mais complexa de todas as quatro que examinamos nesse artigo.

Toda a área ocupada pelo mar em 5.100 anos antes do presente, em 2.000, foi atulhada por sedimentos transportados da zona serrana e dos tabuleiros e do mar, formando a maior planície da Ecorregião de São Tomé e do Estado do Rio de Janeiro. O jato de água do Rio Paraíba do Sul funcionou como espigão hidráulico para reter areia e formar a restinga.

Essa planície fluviomarinha tem como característica a rede intrincada de ecossistemas aquáticos continentais comandada pelo Paraíba do Sul. Os quatro braços em que ele se ramifica ao deixar a zona serrana formam um grande delta em que se destacam o Rio Paraíba do Sul e a Lagoa Feia. O primeiro tanto recebe águas do Rio Muriaé quanto distribui água para o Rio Iguaçu, defluente principal da Lagoa Feia, pelos chamados posteriormente Córrego do Cula e Rio Doce ou Água Preta.

Por sua vez, o subsistema Lagoa Feia recebe águas dos Rios Imbé e Urubu, que defluem na Lagoa de Cima, do Preto, do Ururaí, da Prata e Macabu. Na baixada, há um grande acúmulo de água doce proveniente da zona serrana que encontra dificuldade de chegar ao mar em face da grande energia oceânica. Daí a formação de uma miríade de lagoas constituídas por rios ou interligadas por canais naturais. Apenas as desembocaduras dos Rios Macaé, Iguaçu, Paraíba do Sul e Guaxindiba permaneciam abertas durante todo o ano.

































Figura 7 - Mapa organizado por Alberto Ribeiro Lamego (1954), tomando por base cartográfica mapa de Marcelino Ramos da Silva (1898). Notar a complexidade dos ecossistemas aquáticos continentais.

Os povos nativos que desceram das partes altas para a baixada encontraram nela alimento abundante em termos de pesca e de caça, tanto nas águas interiores quanto nos estuários e no mar. Entretanto, os colonizadores portugueses, integrantes de uma economia de mercado, consideraram muito fértil o solo. Mas, para aproveitá-lo, só drenando a água. O primeiro esforço foi empreendido pelo Capitão José de Barcelos Machado, um dos herdeiros dos Sete Capitães, abrindo a famosa Vala do Furado, na atual Barra do Furado, em 1688. Sua intenção era abrir um novo escoadouro para o mar. Contudo, o Capitão não contava com a energia do mar, que fechava rapidamente a barra da Vala do Furado.

Jesuítas e governantes promoveram o desentupimento dos canais naturais nos séculos XVIII e XIX, mas mantendo a estrutura existente. O que se fazia era acelerar seu funcionamento. Mas, no século XIX, com a dinamização da economia e a necessidade de exportar e importar produtos, governos e particulares abriram quatro canais de navegação e construíram ferrovias. 
 

A geografia atual
No início do século XX, a modernização da indústria açucareira aumentou a produtividade. Porém, não havia matéria prima suficiente para engenhos centrais, usinas e destilarias. Tratava-se de ampliar a província agrícola, em grande parte sob as águas da Baixada dos Goytacazes. Várias comissões de saneamento e drenagem foram criadas, todas elas insuficientes e de vida curta até que, em 1933, o governo de Getúlio Vargas, representado um Estado mais intervencionista na economia, criou a Comissão de Saneamento da Baixada Fluminense para a integração de terras ao processo produtivo e para o combate de endemias rurais. Os trabalhos da Comissão começaram em 1935 e foram tão bem sucedidos para os fins almejados que ela se transformou, em 1940, no Departamento Nacional de Obras e Saneamento (DNOS) com atuação virtual em todo o território brasileiro.

O DNOS mudou radicalmente a geografia encontrada pelos colonos. De uma geometria fractal, passou-se a uma geometria euclidiana. Rios foram canalizados e lagoas drenadas. Oito canais primários foram abertos entre os subsistemas Paraíba do Sul e Lagoa Feia. O total de canais montou a cerca de 1.400 quilômetros, uma extensão maior que a do próprio Rio Paraíba do Sul.

Quando foi extinto, em 1990, o DNOS deixou um vazio preenchido por ações individuais, de classe e municipais. Só no início de 2009, o Instituto Estadual do Ambiente começou a assumir seu lugar, mesmo assim, mais para reforma e manutenção das obras deixadas pelo órgão federal. 

































Figura 8 - Rios, canais e lagoas das margens esquerda e direita do Rio Paraíba do Sul. Concepção dos Geógrafos do Sala Verde, acima mencionados (2014).
FONTE; BLOG DO ROBERTO MORAIS
China vai instalar primeira fábrica de painéis solares do Brasil
 Maio de 2015 • Atualizado às 15h43


Na última terça-feira (19), a empresa Apex e o grupo chinês BYD assinaram um acordo de investimentos para a instalação da primeira fábrica de painéis solares fotovoltaicos no Brasil. Serão investidos R$ 150 milhões.
Com a meta de produzir 400 MW de painéis solares por ano, o acordo foi firmado no Palácio do Planalto com a presença do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang. A ponte de negociações entre os Brasil e China foi feita pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.
“Traremos uma tecnologia de ponta, chamada de double glass, que significará painéis solares fotovoltaicos com maior eficiência e durabilidade em relação aos painéis convencionais. Com isso, a geração limpa e descentralizada será cada vez mais competitiva no Brasil”, afirma o diretor de relações governamentais da BYD Brasil, Adalberto Maluf.
As negociações no mercado brasileiro tiveram início em 2011. “É comum uma empresa levar até três anos para aplicar o recurso. É uma decisão que envolve cifras vultosas. Neste caso específico, muito além do dinheiro, o investimento representa um avanço tecnológico para o Brasil, inaugurando uma nova frente de produção energética”, afirma David Barioni, presidente da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
Além da fábrica, será instalado também um centro de pesquisa e desenvolvimento com foco em estudos e tecnologias para veículos elétricos, baterias, smart grid, energia solar e iluminação.
Os dois grandes empreendimentos serão construídos em Campinas, interior de São Paulo. Lugar onde o mesmo grupo chinês investiu R$ 100 milhões, em 2014, na instalação de uma fábrica de ônibus elétricos.
“Creio que o nosso compromisso com a tecnologia e a inovação em tudo o que fazemos, trará aos brasileiros uma alternativa em energia renovável para enfrentar os desafios futuros, e viver uma vida mais saudável e mais gratificante”, afirma a vice-presidente sênior da BYD, Stella Li. O Grupo BYD pretende investir um  bilhão de reais no Brasil até 2017. 
FONTE CICLOVIVO 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Na Itália, quem for à escola de bicicleta ganha pontos extras

Twitt
Por Portal Aprendiz*
Os alunos da escola pública Liceu Antonio Meucci, localizada em Aprili, cidade italiana próxima de Roma, têm agora um motivo além da sustentabilidade para fazer o trajeto casa-escola pedalando.
Através do projeto Bike Control, que instalou sensores nas bicicletas que controlam distância percorrida e a quantidade de gás carbônico que deixa de ser emitida na atmosfera ao usar a bicicleta no lugar do carro, estudantes do ensino médio ganham pontos extras na avaliação escolar, como se fossem atividades extracurriculares.
Idealizado pelo ex-aluno Lorenzo Catalli, o projeto busca incentivar o uso do meio de transporte alternativo como forma de reduzir as emissões de poluentes. Para receber a bonificação, é necessário que o estudante use a bicicleta pelo menos três vezes por semana para ir ao colégio.
Em vigor há mais de um ano, o Bike Control poupou a emissão de mais de uma tonelada de gás carbônico na atmosfera. O sucesso da iniciativa despertou o interesse das prefeitura, que passou a financiar a produção e instalação dos sensores nas bicicletas e, ainda, pretende estender o projeto a outras instituições públicas e privadas.
Leia a matéria na íntegra aqui.

* Publicado originalmente pela BBC e retirado do site Portal Aprediz.