quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Como ter plantas em casa - e cuidar bem delas


Como ter plantas em casa - e cuidar bem delas

A ciência comprovou o que muita gente já sabia: quem tem plantas por perto é mais feliz. Veja como escolher a melhor para a sua casa - e tratar dela do jeito certo

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Thaís Harari - Edição: Bruno Garattoni Superinteressante - 09/2014
Divulgação

1. ESCOLHA A ESPÉCIE

Para quem tem varanda: Samambaia e pitangueira
Onde colocar - Num ponto em que recebam raios solares apenas pela manhã.
Quando regar - Em dias alternados.

Para quem não tem tempo de cuidar: Cactos e Suculentas
Onde colocar
 - Onde peguem sol direto. Também aceitam luz indireta (se o local for claro).
Quando regar - 1 vez por semana (com sol direto), ou a cada 15 dias (com luz indireta).

Para quem gosta de flores: Rosas e Frésias

Onde colocar - Num lugar bem iluminado. Não precisam de exposição direta ao sol.
Quando regar - Em dias alternados.

Para quem gosta de cozinhar: Manjericão e Hortelã
Onde colocar - Num lugar em que recebam sol direto o dia todo. Podem ser plantados no mesmo vaso.
Quando regar - Em dias alternados.

2. MOLHE DO JEITO CERTO
Tome cuidado para não regar demais. Nunca deixe o solo encharcado, com água boiando sobre a terra, pois isso pode apodrecer as raízes. Molhe também as folhas.

Não se lembra se regou a planta ou não? Enfie seu dedo na terra. Se o solo estiver seco, é hora de colocar água.

Em geral, as plantas devem ser molhadas de manhã. As exceções são os cactos, que preferem água à noite, e plantas que pegam sol direto (é melhor regá-las no fim do dia, pois isso evita que a água evapore).

3. ESCOLHA O VASO IDEAL
Os vasos de barro são melhores que os de plástico, pois são mais úmidos. Se as raízes começarem a se emaranhar, ou sair pelo fundo do vaso, é sinal de que ele ficou pequeno - e é hora de trocá-lo por um maior.

4. FAÇA A MANUTENÇÃO
Ponha adubo - A cada seis meses, é bom trocar a terra do vaso (que estará pobre em nutrientes) e pôr adubo. Retire dois dedos de terra, coloque uma camada fina de adubo e regue.

Faça a limpeza - As plantas sofrem com a poluição. Uma vez a cada seis meses, pelo menos, limpe a sujeira acumulada nas folhas usando água e os dedos.

Tire os excessos - Remova os galhos e as folhas secas. Não corte rente demais (deixe 1 cm do galho morto). Não se preocupe em podar. Só é necessário em casos específicos, como o do bambu.

5. COMBATA AS PRAGAS
Pulgões e cochonilhas são as mais comuns. Às vezes a planta já vem infestada. Mas você também pode trazer a praga na roupa, após uma ida ao parque. Os sintomas são manchas escuras no caule. Em alguns casos, dá para ver os bichinhos espalhados pela planta.

Usando uma luva, tente tirar os insetos com a mão. Não conseguiu catar todos? Faça chá de fumo de tabaco: um punhado de fumo para 1 litro de água. Aplique a cada dois dias, com um borrifador, até matar a praga.

Outra opção é o óleo de neem, um produto natural encontrado em lojas de jardinagem. A vantagem é que já vem pronto para uso.

6. GANHOU UM BUQUÊ? FAÇA-O DURAR MAIS
Antes de colocá-lo num vaso, corte a ponta dos caules na diagonal - isso aumentará a área de absorção de água.
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Fontes: Raul Cânovas, paisagista (www.jardimcor.com); Ricardo Rosário, professor de ciências biológicas do Mackenzie; Keep Your Houseplants Alive: A No Nonsense Guide To Keeping 27 Awesome Indoor Plants Alive & Kickin, Nell Foster; Container Gardening for Beginners: Grow Healthy, Sustainable Plants Indoors, Martha Johnston.
Veiculo:
JORNAL DA CIÊNCIA


Escassez de água pode afetar 55% dos municípios em 2015, diz ANA

Representantes de organizações e do governo apontaram para a necessidade de um plano de segurança hídrica
 
 dezembro de 2014

Apesar de o problema da crise hídrica ser mais evidente em São Paulo, dados da Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que 55% dos municípios brasileiros podem sofrer deficit de abastecimento até 2015. O alerta foi feito nesta quinta-feira (4), em audiência sobre a crise da água no Brasil, na Comissão de Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. Os participantes chamaram atenção para outras bacias do País, como a do São Francisco.

De acordo com a ANA, o Brasil já está trabalhando em um plano nacional de segurança hídrica. O documento está sendo elaborado pela Agência de Águas e pelo Ministério da Integração Nacional a partir de conversas com os estados e deverá ficar pronto entre 2015 e 2016.

A expectativa do superintendente da ANA Joaquim Guedes Corrêa Gondim Filho é que as ações comecem ser implementadas ainda no decorrer do processo, à medida que os problemas forem sendo identificados.

O deputado Sarney Filho (PV-MA), que solicitou o debate, anunciou que vai trabalhar pela criação, na Câmara dos Deputados, de um comitê de crise hídrica. Ele pretende retomar o assunto no início da próxima legislatura, em fevereiro. “É preciso que se tomem medidas urgentes, porque sem água não tem como viver”, afirmou o deputado.

São Paulo
No caso dos problemas de abastecimento de água em São Paulo, situação mais comentada no debate, a percepção dos especialistas é que a crise pode ficar ainda pior se não chover nos próximos meses. E o problema será agravado se o estado não contar com um plano de contingência dos Recursos Hídricos.

“Se o período chuvoso deste ano se configurar como o do ano passado, essa água não será suficiente para o ano que vem. Independentemente de chover mais ou menos, nós estamos em uma situação bastante crítica”, observou a especialista em gestão de Recursos Hídricos e Meio Ambiente do Instituto Socioambiental (ISA), Marussia Whately.

Segundo ela, os sistemas que produzem água para a região metropolitana de São Paulo, como o Cantareira, encontram-se com níveis de armazenamento muito baixos. “O Cantareira está hoje em torno de 8%, isso já considerando duas cotas do volume morto. Ou seja, ele está em um volume negativo, algo em torno de 20% negativo”, complementou a especialista.

A coordenadora do Programa Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Maria Luísa Ribeiro, relatou que, em Itu, as pessoas ficaram de fevereiro até agora com racionamento de 100%, “sem nenhuma água na torneira, vivendo uma realidade de caminhões-pipa com água sabe-se lá de onde”.

Sarney Filho lamentou a ausência de representantes do governo de São Paulo na reunião.

Oferta e demanda
Especialistas apontaram a política de gestão dos Recursos Hídricos como um dis principais problemas no processo. Como observou Marussia Whately, a gestão hoje se baseia na oferta de água, sem o devido cuidado com mananciais. Além disso, é preciso lidar com a falta de chuvas e de transparência no sistema. “Enquanto isso, o Brasil vem aumentando o consumo e isso é uma tendência que deve ser levada em consideração”, observou Marussia.

À demanda crescente os governos respondem de uma forma: com a tentativa de aumentar a oferta. “Tenta-se resolver o problema com o aumento da oferta, sempre procurando novas fontes, mas isso tem limitações. Hoje a questão que se coloca é que, antes de procurar novas fontes, você atue na gestão da demanda, no controle de perdas, nessas ações mais fáceis e mais baratas”, defendeu Joaquim Gondim Filho.

Maria Luísa Ribeiro pediu aos parlamentares que coloquem a água em uma agenda estratégica. Ela defendeu ações integradas entre os estados e mais voz para os comitês de bacias hidrográficas e chamou a atenção para a necessidade de combater oDesmatamento, que tem forte influência nas secas.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

domingo, dezembro 07, 2014

Segundo carregamento de minério foi realizado no Porto do Açu

Cerca de um mês e meio depois que navio Key Light atracou no Porto do Açu para o primeiro carregamento, na última sexta-feira (05/12/2014), o navio NBA Monet Valletta chegou para fazer o segundo carregamento de minério de ferro.

As operações de carregamento são realizadas pela empresa FerroPort, uma joint-venture entre a mineradora Anglo American e a Prumo Logística Global S.A.

Em pouco mais de dois dias o carregamento foi realizado. O NBA Monet Valletta partiu esta manhã do Porto do Açu em direção à Ásia. O navio do primeiro carregamento, o Key Light chegou no dia 22 de outubro e zarpou no dia 26 de outubro de 2014.


Veiculo:
AGÊNCIA ESTADO


País precisa de 70% da série histórica de chuvas para evitar racionamento, diz ONS

Perspectiva para o período chuvoso, que vai até abril de 2015, indica que a situação de reservatórios apresentará melhora substancial, o que afasta a possibilidade de faltar energia
 
Dezembro 2014

Os dados disponíveis atualmente em relação às perspectivas para período chuvoso, que vai até abril de 2015, mostram que a situação dos reservatórios apresentará melhora substancial no período, afastando assim qualquer possibilidade de racionamento de energia no decorrer do próximo ano. Atualmente, as indicações analisadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sugerem afluência equivalente a um número próximo da média de longo termo (MLT) para o período. O número considerado necessário para evitar racionamentos seria de 70%.
De acordo com o diretor geral do ONS, Hermes Chipp, um cenário com chuvas próximas a 70% da média histórica levaria o nível dos reservatórios a um patamar de 35% ao final de abril. Caso esse mesmo patamar de 70% das chuvas fosse mantido no período seco, o nível dos reservatórios chegaria a 10% em novembro, um patamar ainda considerado aceitável para garantir o abastecimento nacional às vésperas do período chuvoso.
O diretor do ONS explicou que esse cenário com nível de reservatório em 35% ao final de abril seria o pior possível para garantir que o fornecimento de 2015 seja realizado sem a necessidade de restrição ao consumo de energia. Como os números indicados pelos institutos de meteorologia mostram volumes de chuvas mais fortes, com patamares próximos a 100% da média, Chipp demonstra otimismo em relação à recuperação do nível dos reservatórios. "A maior parte da energia que entra no sistema ocorre em janeiro e fevereiro. E hoje a previsão é de que o período úmido venha dentro da normalidade. Quem dera venha dentro da normalidade", destacou Chipp.
O ritmo de chuvas dos dois primeiros meses do ano é considerado fundamental para determinar o risco de racionamento do País, por isso o diretor geral do ONS explicou que qualquer decisão mais conclusiva só pode ser tomada após o final de fevereiro. No caso de chuvas fortes, o ONS poderia analisar a possibilidade de desligar as térmicas consideradas mais onerosas a partir de março. "Se o período úmido for extremamente favorável até fevereiro, talvez seja possível retirarmos algumas térmicas a partir de março", afirmou Chipp. Caso o volume de chuvas surpreenda negativamente, poderia haver indicação da necessidade de restrição do consumo.
O ONS considera um cenário de crescimento da carga em aproximadamente 4% em 2015. O número é semelhante à carga esperada para o acumulado deste ano, que deve ficar entre 3,7% e 3,8%.
Monitoramento. Hermes Chipp afirmou ainda que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) passará a fazer acompanhamento constante em relação ao andamento dos projetos estratégicos do setor. A atividade teve início em reunião realizada nesta quarta-feira, a qual abordou a situação da usina Teles Pires.
Localizada no rio Teles Pires, afluente do rio Tapajós, a hidrelétrica deve estar pronta para colocar a primeira turbina em operação em janeiro de 2015. A linha de transmissão responsável por escoar essa energia, porém, deve operar somente a partir do mês de abril. A usina, assim como já ocorreu com outros grandes projetos energéticos, enfrentou uma série de problemas, incluindo a concessão de Licenciamento ambiental e questões fundiárias.
Chipp havia destacado pouco antes que há uma preocupação em relação à busca de alternativas para superar tais entraves. Órgãos federais, como o IBAMA, por exemplo, contribuem para dificultar o cumprimento do cronograma de alguns projetos. "O comitê vai acompanhar as obras, e entrar na solução. Haverá o acionamento, a quem de direito, para solucionar a situação", afirmou Chipp, que participou nesta quinta-feira do Fórum Abastecimento 2015 - Cenários e Projeções, promovido pelo Grupo CanalEnergia, em São Paulo.
O descasamento de cronogramas envolvendo o Teles Pires em um período marcado pela falta de chuvas e dificuldade de operação deHidrelétricas se tornou um desafio a ser superado por órgãos ligados ao governo federal. Por isso, são estudadas também alternativas para mitigar a situação do ponto de vista operacional, revelou Chipp.
"Quando não se consegue colocar o sistema como previamente concebido, trabalhamos com planos B e C. Ou seja, entrar com parte do sistema para escoar o que for possível. Podemos colocar linhas novas, preliminarmente, de forma a conectar a uma subestação existente para poder escoar parte (da capacidade de geração)", disse o diretor do ONS.
A geração e escoamento de energia do Teles Pires é considerada uma das questões centrais para garantir o abastecimento de energia no Brasil em 2015, ano que continuará marcado pela necessidade de acionamento das térmicas.
O complexo do Madeira, com as usinas Santo Antônio e Jirau, também é considerado fundamental, mas neste caso Chipp não demonstra preocupações em relação a cronogramas. "A transmissão do bipolo já está operando a plena carga e colocaremos o segundo bipolo entre março e abril", destacou o executivo.
 

Empresa capixaba de reciclagem aluga 5,8 mil m² e cais de 100 m no Porto do Açu

A Prumo Logística S.A. que controla o Porto do Açu informou como "fato relevante" que hoje assinou um contrato com a Marca Ambiental para aluguel de uma área de 5.896 m², e 100 metros de cais, localizada ao final do canal do Terminal 2. 

A Prumo informou ainda que a área será alugada pelo período de 12 anos, renováveis por igual período, à critério da Marca. O cais de 100 metros será composto por dois berços e terá capacidade para receber navios do tipo PSVs (Platform Supply Vessels) de comprimento de até 90 metros.

A Marca foi criada em 1995 e tem sede no município de Cariacica, ES. É uma empresa especializada em multitecnologias de gerenciamento integrado de resíduos, irá utilizar a área para prestar serviços de coleta, tratamento e disposição de resíduos em geral no Porto do Açu.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014


Reproduções do Globo online e da Folha de S. Paulo online
Reproduções do Globo online e da Folha de S. Paulo online


Só pelas planilhas entregues pelo doleiro Alberto Yousseff já dá para ter noção que o Petrolão é apenas uma parte do grande esquema de corrupção que espalhou pelo Brasil. É por isso que muita gente teme que a investigação do Petrolão seja apenas o começo de uma catástrofe. 

Capital perde o dobro de árvores em um ano

DESMATAMENTO Em 2013, foram retirados 805 vegetais, de janeiro a dezembro, por oferecer algum risco; este ano, foram 1.693
 
O número de árvores derrubadas - cortadas pela raiz - em Salvador mais que dobrou em menos de um ano. Até outubro de 2014, exatas 1.693 espécies foram retiradas das ruas da capital baiana, enquanto que, durante todo o ano de 2013, foram ceifadas 805 árvores.
Os dados são da Superintendência de Conservação e Obras Públicas de Salvador (Sucop). O órgão informa que o aumento se deve ao trabalho das novas empresas terceirizadas para realização de obras na cidade.
O diretor da Sucop, Luciano Sandes, explica que a erradicação dos vegetais é feita após análise de campo desenvolvida por seis engenheiros agrônomos.
Segundo ele, as árvores são cortadas quando quebram passeios públicos; levantam muros ou propriedades privadas; apresentam insegurança à população ao escurecer ruas e avenidas; possuem parasitas que as levam à morte; e correm o risco de cair. "Às vezes, as raízes quebram as tubulações de esgoto e drenagem, causando transtorno ao município", disse.
Luciano estima que cerca de 60% dos vegetais de Salvador estão infectados com o parasita erva-de-passarinho, cientificamente chamado de Struthanthus flexicaulis. "As árvores passaram muito tempo sem ser podadas e essa praga avançou demais em muitas delas, que não conseguem se recuperar".
Professora do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Maria Aparecida de Oliveira garante que o parasita pode ser contido e as árvores podem ser recuperadas, na maioria dos casos.

Manutenção
Para Maria Aparecida, o "grande segredo" para preservar as árvores da cidade é a manutenção. "É claro que existem casos gritantes, em que os vegetais precisam ser erradicados, mas, na maioria, o melhor a se fazer é dar manutenção. Cortar é muito mais fácil, mas nem sempre é o melhor a se fazer".
A professora explica que a vegetação melhora a qualidade do ar e equilibra a temperatura da cidade. "Mas também não podemos deixar de cortar as árvores doentes, com risco de cair. É preciso analisar o melhor a ser feito, que também pode ser uma poda severa".
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) informou, por meio da assessoria de comunicação, que não é contra o corte de árvores em centros urbanos.
De acordo com o IBAMA, quem determina essa ação é a prefeitura de cada cidade. Assim, se a espécie for prejudicial à população ou à estrutura do município, deverá ser erradicada.
Presidente da Associação de Moradores da Barra, Regina Martinelli assegura que os residentes do bairro estão incomodados com a perda de árvores, em virtude da reforma do local. "Entre as doentes e as que atrapalhariam a obra, 24 árvores foram retiradas e não foram replantadas. Temos que aprender a adequar os passeios às árvores".

“Cerca de 60% dos vegetais de Salvador estão infectados com o parasita erva- -de-passarinho” LUCIANO SANDES, diretor da Sucop
 

domingo, 7 de dezembro de 2014

Aquíferos são alternativa para seca


Aquíferos são alternativa para seca, mas ainda falta gestão

Publicado por Portal O Tempo
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 Formações geológicas que retêm água no subsolo, eles são ainda poucos estudados no país
A estiagem que atinge a região Sudeste do país esse ano fez com que estudos fossem desenvolvidos sobre novas formas de abastecimento. Aumentar a exploração dos aquíferos – formações geológicas que retêm água no subsolo – é uma das mais interessantes. Os especialistas, porém, dizem que ainda falta muito conhecimento sobre as reservas brasileiras. “O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) começou a fazer o monitoramento dos níveis de água dos aquíferos há quatro anos”, explica Maria Antonieta Mourão, coordenadora da Rede Integrada de Monitoramento de Água Subterrânea (Rimas) do CPRM.
Em Minas Gerais, atualmente, apenas 50 poços artesianos têm seus níveis monitorados. Os aquíferos são menos suceptíveis à falta de chuva, mas foi percebido que a estiagem já começou a diminuir seus níveis no Estado. “Em alguns poços do Triângulo Mineiro, o nível da água era de 9,3 metros. Em 2014, esse nível já está em 10,7 metros. Ou seja, é necessário buscar a água a um nível cada vez mais baixo do solo”, complementa Antonieta.
O diretor de hidrologia e gestão territorial do CPRM, Thales de Queiroz Sampaio, também diz que é necessário cautela. “No caso de São Paulo, que tem uma grande área de abrangência do aquífero Guarani, é possível ajudar nessa seca atual e em uma parte de Minas Gerais também. Mas temos que ter cuidado para fazer isso com responsabilidade. Todos os aquíferos têm um grau de informação ainda insuficiente para a gestão”, afirma.
Os aquíferos fazem parte do ciclo da água e, por isso, apresentam um volume variável. “O ideal é utilizar 30% da carga renovável”, afirma Maria Antonieta.
Segundo o Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), a maioria dos poços em Minas serve para abastecimento público. É o Igam que faz a outorga aos interessados em utilizar a água dos aquíferos. Em 2014, até outubro, 1.935 outorgas foram liberadas.
Esses números, porém, não representam a necessidade do Estado para o consultor em hidrogeologia Antônio Carlos Bertachini. Ele afirma que falta estrutura para fazer a outorga. “O Igam mantém apenas um geólogo. Isso faz com que a gestão da água no Estado quase não exista. E muita gente acaba optando por abrir poços clandestinos”, diz. Segundo a Agência Nacional de Águas (Ana), 85% dos poços artesianos no Brasil são clandestinos. Porém, como os grandes usuários são empresas, inclusive de abastecimento, cerca de 80% do volume da água está regularizado, segundo levantamento da agência.
Volume
Reserva. O Brasil tem 12% de toda a água potável do mundo e as águas subterrâneas são cerca de 100 vezes mais abundantes do que as superficiais, segundo informações da Abas.
Saiba mais
Importância. O aquífero Guarani é um dos mais conhecidos e utilizados do país. Além do Brasil, ele abrange mais três países do Cone Sul.
Extensão. Ele ocupa 1,2 milhão de km². Desse território, 70% estão no Brasil; 21% na Argentina; 4,5% no Paraguai e 4,5% no Uruguai.
Profundidade. O aquífero Guarani tem uma profundidade máxima estimada de 1. 500 metros.
Qualidade. Segundo o consultor em águas subterrâneas Ivanir Borella Mariano, a qualidade da água do Guarani é excelente até o Paraná. “Depois do Paraná, ele é salinizado, não é água potável”, afirma.
Idade. O Aquífero Guarani é formado por sedimentos arenosos, depositados por processos eólicos durante o período Triássico (cerca de 220 milhões de anos).

6 princípios que a escola e os pais devem ensinar

6 princípios que a escola e os pais devem ensinar

Responsabilidade, autonomia, altruísmo e gratidão são algumas noções fundamentais para garantir que as crianças saibam se colocar no futuro que as espera de maneira a conseguir transformá-lo

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Bel Moherdaui
Claudia - 06/2014
John Morgan/Creative Commons/Flickr

Muito se repete que as pessoas se preocupam demais em deixar um mundo melhor para os filhos e se esquecem de deixar filhos melhores para o mundo. Provavelmente, não é o seu caso. Não deveria ser o de nenhuma mãe ou nenhum pai. Afinal, quem construirá uma sociedade melhor se não aqueles que a compõem? E, em um futuro nem tão distante, serão justamente as nossas crianças esses construtores. Para que cumpram bem a função, cabe a nós ensinar a elas princípios como responsabilidade, capacidade de se colocar no lugar dos outros e autonomia.

A missão exige uma aliança ampla e irrestrita. "Antigamente, cobrava-se que a escola passasse às crianças apenas competências técnicas, enquanto a família ficava com os valores e as questões de afetividade. Só que, cada vez mais, pai e mãe têm que trabalhar muito para dar conta da sobrevivência, e seus filhos acabam ficando grande parte do tempo na escola. Portanto, mais do que nunca, a tarefa precisa ser conjunta", observa o psiquiatra Augusto Cury, que está lançando o livro Pais Inteligentes Formam Sucessores, Não Herdeiros (Editora Saraiva). Como fazer isso? No treino diário.

"Ninguém constrói valores sem praticá-los. Só o discurso e o sermão não são suficientes. Além disso, a postura do adulto de referência tem que estar de acordo com o que se defende", ressalta a educadora mineira Flávia Vivaldi, do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral formado pelas universidades estaduais de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (Unesp). A seguir, detalhamos seis atitudes que todos devem querer ver em seu filho. Aí é só dar o exemplo e incentivá-lo a praticar.

1. SER RESPONSÁVEL
A mãe chega em casa exausta de um dia de trabalho e, em vez de sentar para jantar e conversar com os filhos, começa uma interminável catação dos brinquedos que estão espalhados pela sala. Soa familiar? Embora à primeira vista pareça ser a atitude mais lógica a tomar, estamos falhando como pais quando fazemos esse tipo de coisa, alerta o psiquiatra Içami Tiba, de São Paulo, que acaba de lançar o livro Educação Familiar Presente e Futuro (Integrare). É que perdemos a chance de ensinar às crianças um dos primeiros grandes valores: responsabilidade. "Filhos não nascem folgados, são os pais que os fazem assim. Às vezes porque querem ter a casa em ordem, em outras por pressa, eles não se preocupam em ensinar organização. E nem falo de responsabilizar os filhos por cuidar do que é de todos, mas apenas do que é deles", diz o especialista. "Crianças capazes de pegar o brinquedo da prateleira têm condições de guardá-lo de volta."

Aos poucos, esse ensinamento pode ser expandido para a arrumação da cama, do quarto até que a criança aprenda a cuidar do que está à sua volta. Na escola, em geral, a responsabilidade é cobrada em relação à entrega da lição, mas pode ir além também. "Há situações que estimulam esse princípio de forma mais completa. Por exemplo, delegando aos alunos pequenas responsabilidades na organização de atividades comuns, como a quadrilha da festa junina", indica Flávia. Quando se compromete com esse tipo de tarefa, a garotada costuma cumprir o combinado, pois há um grupo esperando aquilo. "O jovem não quer romper o contrato feito com a turma." Construir valores em situações significativas para a criança ou o adolescente é ainda mais efetivo.

2. PENSAR E AGIR SEM AJUDA EXTERNA
É quase irresistível - e, de longe, pode até ser interpretado como maldade: a criança, sem saber como montar o brinquedo ou errando ao soletrar uma nova palavra, e os pais em volta olhando, mudos. Se você se vê na cena, antes de assumir a culpa, pare e pense no bem que fará ao seu filho se deixar que ele aprenda por conta própria. E até que erre sozinho - especialmente o exercício da lição de casa, que precisa ser corrigido pelo professor para que ele saiba as dificuldades de cada aluno e o que falta ser reforçado em sala. "Os pais, mais do que dar as soluções, devem perguntar: ‘O que você acha?', ‘O que faria?'.

Dar conhecimento pronto e respostas rápidas é uma forma de superproteção intelectual que promove, apenas, a lei do menor esforço. Bons educadores devem ser provocadores do raciocínio por meio da pergunta para que as crianças adquiram consciência crítica e saibam se colocar melhor no mundo", recomenda Cury.

Devolver a dúvida para o filho instiga a um desafio. Ele pode até reclamar de ter que resolver, mas, no fim, vai adorar perceber que consegue fazer aquilo sozinho. E, conforme for vencendo etapa após etapa, se sentirá fortalecido para confiar mais na própria capacidade, adquirindo cada vez mais autonomia. As mães devem colocar na cabeça que elas não precisam ser úteis aos filhos o tempo todo. Ok, é difícil cortar esse cordão, uma vez que não queremos ver nosso pequeno tropeçando ou sofrendo no caminho. Mas só assim ele vai aprender realmente e conseguir se virar em situações difíceis, tanto agora quanto quando forem adultos - em um mundo que não economiza na distribuição de obstáculos.

3. COLOCAR-SE NO LUGAR DO OUTRO

Vivemos em um mundo cada vez mais individualista, em que mal sabemos quem é nosso vizinho, muito menos por quais dificuldades ele passa - assim, é muito mais fácil reclamar por ele ter largado as malas atrapalhando a entrada no hall comum do que oferecer ajuda, cogitando se ele está enfrentando algum problema, como perdeu ou esqueceu a chave de casa. Nós nos restringimos ao nosso universo (que pode se limitar à tela do celular), não vemos mais nada do que acontece ao nosso lado.

Se nós, adultos, somos assim, como cobrar das crianças que aprendam a notar o que está em volta e, mais, colocar-se no lugar do amigo? Como mostrar que ninguém é pior por ter tido uma dificuldade em português ou ter errado o gol no jogo de futebol? E que pode, sim, ficar chateado ao ouvir os colegas rindo de suas falhas? "Os jovens de hoje são muito autocentrados. Eles pensam apenas no que diz respeito a eles e seus amigos ou familiares", aponta Flávia, que é também coordenadora pedagógica da Escola Municipal Wilson Hedy Molinari, de Poços de Caldas (MG), considerada por especialistas em educação um exemplo no ensino de valores.

"Para se colocar no lugar do outro, é preciso se exercitar. A escola deve criar situações para que o aluno pense nisso. Por exemplo, assembleias para discussão de questões do grupo, reuniões para construção de regras de convivência e trabalho comunitário." Ouvindo os colegas, fica mais fácil entender que o outro é diferente e tem necessidades que também precisam ser atendidas. "Ter empatia é perceber as intenções do outro, se ele está feliz ou sofrendo, se aquela sua atitude vai prejudicá-lo ou não. E isso é fundamental na vida", analisa Tiba.

4. FAZER POR MERECER

Não é uma situação rara: no aniversário do filho mais velho, a mãe bem-intencionada compra também uma lembrança para o caçula - o coitadinho ia ficar só vendo o irmão com brinquedos novos? "Um filho que faz aniversário merece, pela data, ganhar presente. O outro tem de aprender que o aniversário não é dele e pronto, vai ficar bem. Mas os pais viciam os dois a receber sempre", alerta Tiba. "Da mesma forma, criou-se o costume de dar um carro para o jovem que faz 18 anos. Que esforço ele fez para ganhar essa recompensa?", pergunta o expert.

Ao premiar sem mérito, corremos o risco de criar uma geração de mimados que não sabe o valor do empenho e vai cobrar, lá na frente, que a promoção recebida pelo colega de trabalho seja estendida a ele também. Ou, então, não vai saber lidar com a frustração de não ter sido agraciado. É a postura do "herdeiro", que vive de mesada, sem suor próprio, e só gasta o legado recebido - muito diferente da atitude do sucessor, que se preocupa em multiplicar e expandir o que ganhou porque entende o valor que aquilo embute.

Flávia, entretanto, atenta para um cuidado que a questão exige no meio escolar: "Reconhecimento pelo esforço é uma coisa, premiar grandes resultados é outra. Existe uma tendência nas escolas de dar destaque ao aluno que se sai bem em determinada matéria. Como mostrar a importância do conhecimento para aquele que nunca conseguiu chegar em primeiro? Isso desestimula", questiona. E diz: "Acaba-se sempre trabalhando o fim, não o meio". Por isso, ela recomenda uma avaliação do processo e ensinar o aluno a ver e comparar como estava no início e aonde chegou. Assim, fica mais clara a evolução - que, aí sim, pode ser premiada.

5. SENTIR E MOSTRAR GRATIDÃO

A questão tem sido debatida à exaustão: os pais, com pouco tempo (e muita culpa), atolam as crianças com presentes e tudo que elas desejam. Os filhos, por seu lado, exigem cada vez mais. "No passado, os pais erravam sendo autoritários. Atualmente, erram sendo permissivos e ausentes. Se antes diziam `não' constantemente, agora, com raras exceções, se deixam explorar por filhos bombardeados por uma indústria que estimula o consumo desenfreado", avalia Cury. Por isso, é urgente ensinar às crianças e aos adolescentes a importância da gratidão. Do ato de olhar no olho do convidado que chega para a festinha de aniversário e, no lugar de já ir perguntando "Trouxe o que de presente?", agradecer pela presença, pelo abraço e, por fim, pelo pacote que ele oferece - seja o que for que tiver dentro, pois demonstra que ele pensou em você.

Não basta apenas um "obrigado" educado - é preciso ter um sentimento sincero. "Hoje, tudo é tão rápido e descartável que os jovens nem vivem a expectativa do desejo, são atendidos imediatamente. Por isso, a gratidão fica no esquecimento", diz Flávia. Para construí-la, é preciso retomar lá de trás as tais palavrinhas mágicas ensinadas aos menores (por favor e obrigado). "Não há caminhos que não a prática e o exemplo - o próprio professor tem que estar atento para agradecer quando um aluno pega sua caneta do chão", explica ela. O estímulo continua na proposta de trabalho em dupla ou em grupo, momento em que o aluno pode perceber a utilidade do auxílio prestado pelo amigo e ficar sinceramente grato a ele.

6. SABER LIDAR COM AS PRÓPRIAS EMOÇÕES
De maneira geral, transmitir um conteúdo técnico, como uma regra de gramática ou uma fórmula de matemática, é até mais simples do que lidar com as fragilidades emocionais e sociais. Tanto as dos adultos como as das crianças. Nada mais natural, portanto, que os pais, com cada vez menos tempo para dedicar à família, negligenciem essa área, formando crianças menos preparadas a administrar seus medos, suas expectativas e frustrações. "Pais que são manuais de regras sobre o certo e o errado estão aptos a lidar com máquinas, não a formar mentes brilhantes. Grande parte deles nunca dialogou com os filhos sobre suas emoções", aponta Cury.

Agora, se é assim em casa, o que dirá no ambiente escolar, acostumado a entupir os alunos de informações e conceitos. Pensando nisso, algumas instituições têm incorporado dinâmicas para facilitar esses cuidados. O Colégio Singular, no ABC paulista, por exemplo, adotou o método de Escola da Inteligência, criado por Cury. Com ele, são propostas atividades que facilitam as percepções emocionais - um exemplo é contar histórias em que os personagens vivem conflitos semelhantes aos das crianças. "O professor cultiva um ambiente em que o aluno sente que está sendo entendido e consegue ver uma saída para as próprias frustrações", conta a diretora, Rosanella Gambogi. Mas para que o processo seja sedimentado é importante que a troca entre a escola e os pais se mantenha constante - por meio de reuniões e até grupos de estudo.

PARA SABER MAIS
- Pais Inteligentes Formam Sucessores, Não Herdeiros- Augusto Cury (Saraiva).
- Educação Familiar Presente e Futuro - Içami Tiba (Integrare
)

sábado, 6 de dezembro de 2014



Reprodução do Extra
Reprodução do Extra


Com o fim das 18 unidades da Farmácia Popular, criadas por mim e Rosinha, a partir de 1º de janeiro a situação dos idosos e pessoas que necessitam de fraldas geriátricas vai ficar muito mais difícil. Levantamento mostrado hoje no Bom Dia Rio, da Globo revela que as pessoas terão que gastar no mínimo R$ 100 a mais por mês na compra de 120 fraldas. Isso se encontrarem a marca mais barata, que segundo o Bom Dia Rio não está disponível na maioria das farmácias. Vocês podem imaginar o peso de um gasto a mais de R$ 100 no orçamento de um aposentado. Que covardia, Pezão! 

Crise da água: como as árvores trazem chuvas e refrescam a cidade

Crise da água: como as árvores trazem chuvas e refrescam a cidade

O botânico Ricardo Cardim, autor do blog Árvores de São Paulo, explica o papel das árvores para regular o clima e as chuvas em tempos de seca e mudanças climáticas

ALEXANDRE MANSUR /11/2014 
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Copa de uma árvore em São Paulo (Foto: Alexandre Mansur)

Existe uma relação entre a árvore na frente de sua casa com as chuvas que deveriam aliviar a crise de água em São Paulo. Pouca gente lembra disso. Na entrevista abaixo, o botânico Ricardo Cardim, autor do blog Árvores de São Paulo explica como a arborização urbana ou mesmo as plantas de jardim podem ajudar a aumentar a umidade da atmosfera, gerar nuvens de chuva, reduzir a irritação da poeira no ar e ainda diminuir o calor.
ÉPOCA: A região da Grande São Paulo passa por um período de seca sem precedentes.Existe alguma relação entre o ciclo de chuva de uma grande cidade e a arborização urbana?
Ricardo Cardim: São as árvores que transferem umidade do solo para a atmosfera. As raízes profundas das árvores chegam às camadas com água saturada no solo ou aos lençóis freáticos. Pela fotossíntese, a planta puxa a água do fundo da terra e joga essa umidade na atmosfera. A umidade do ar ajuda a baixar as partículas poluentes em suspensão. Isso melhora a saúde das pessoas. Além disso, também ajuda a formar nuvens e um clima propício para as chuvas. Se a cidade tem vegetação abundante, com árvores de grande porte, ela fica mais úmida e tem mais água. A gente precisa aumentar a cobertura verde para otimizar a chuva que cai na cidade. Precisamos destampar nossas nascentes. Elas estão concretadas. Muitas estão escondidas dentro de um bueiro, fornecendo água que vai para o sistema de esgoto. É um desperdício. O ideal seria pegar a água das nascentes urbanas e aproveitar para limpeza ou rega de plantas. A cidade de São Paulo tinha mais de 300 rios. Por falta de visão e planejamento, as grandes avenidas foram construídas em cima desses rios, asfaltando as nascentes. Se tivéssemos preservado nossa malha de rios, brejos e nascentes, mesmo com a falta de chuvas, não faltaria água agora.
ÉPOCA: Um levantamento feito pela SOS Mata Atlântica revelou que 79% da áreas de mananciais do sistema Cantareira, o maior da metrópole, foi desmatada. Qual é a relação entre o desmatamento e a seca?
Cardim: A região de nascentes e das represas perdeu a mata ciliar, aquela vegetação que protege a borda do curso d’água. Quando não tem mata ciliar, a água fica no fundo da terra. Não sobe para a superfície e ajuda a aumentar o curso dos rios. Sem mata ciliar, também temos mais erosão. Com isso, os reservatórios perdem capacidade para guardar água. Hoje não há políticas públicas para reestabelecer as matas ciliares. É só pegar uma foto de satélite das represas que abastecem a cidade, como Billings ou Guarapiranga. Dá para ver o solo ocupado de forma irregular, com construções até a beira da água, por cima de onde deveria haver vegetação.

Raízes de uma árvore em São Paulo (Foto: Alexandre Mansur)
ÉPOCA: A falta de água em São Paulo foi agravada pelas temperaturas recorde registradas este ano. Qual é o papel das árvores urbanas para amenizar o calor?
Cardim: A arborização tem a capacidade de reduzir o efeito ilha de calor. É o calor gerado no meio das grandes áreas urbanas pela concentração de prédios, pavimentação ou calçamento de cimento e asfalto. Essas estruturas absorvem o calor. São pedaços de deserto. Áreas com pouca arborização podem ter até 14 graus centígrados a mais do que bairros mais verdes, segundo um estudo de Magda Lombardo, a Unesp.
ÉPOCA: Como podemos classificar o grau de cobertura vegetal da grande São Paulo?
Cardim: A cidade tem muito pouco verde. Tem 2,6 metros quadrados de área verde por habitante. O mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde é 12 metros quadrados por habitante. Além disso, o pouco verde de São Paulo é mal distribuído. Alguns bairros como Jardins e Pacaembu têm mais árvores e outros como bairros da Zona Leste e o Centro são mais desérticos. A maior parte da cidade é deficiente em verde. E não adianta contar a vegetação da Serra do Mar e da Serra da Cantareira.

ÉPOCA: Como a população se relaciona com as árvores da cidade?
Cardim: A população é prejudicada pela falta de manutenção da arborização. Se tem uma árvore na calçada em frente, começa a dar cupim. A prefeitura não trata. Acaba sendo obridada da derrubar a árvore. Ou a planta é mutilada por causa da fiação aérea. Muitas vezes as calçadas sufocam a árvore. Deixam pouco espaço entre o tronco e o cimento. A árvore adoece e cai. Com isso tudo, pela falta de cuidados, a árvore vira inimiga da população. É um risco para a casa ou o carro. As pessoas acham que folha é sujeira. Isso é falta de uma campanha de conscientização. Falta vontade do poder público para ajudar a população a mudar essa percepção.
ÉPOCA: Nesse momento de racionamento de água, é desperdício regar as plantas ou molhar o jardim?
Cardim: Alimentar a vegetação que ajuda a umidecer e refrescar a cidade não é desperdício. É um investimento necessário. A água que vai para as plantas volta na forma de umidade na atmosfera. O ideal seria usar água de reuso para regar as plantas. Ou água guardada da chuva. Mas nem sempre há essa opção. Uma dica é cobrir a terra com folhas secas, palha, bolas de argila ou pedrinhas. Isso protege o solo. Reduz a perda de umidade. Outra opção é aproveitar a água da lavagem de alimentos, desde que não tenha cloro. Quem tem chuveiro a gás pode aproveitar aqueles primeiros momentos, quando a água está esquentando, para encher um balde e usá-lo para molhar as plantas.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014


Paulo Roberto Costa ontem na CPI; abaixo manchete da Folha de S. Paulo
Paulo Roberto Costa ontem na CPI; abaixo manchete da Folha de S. Paulo


A acareação entre os ex-diretores da PETROBRAS Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró foi boicotada pelos deputados do PMDB, obviamente preocupados com o que podia sair dali. Mas Paulo Roberto Costa confirmou que entregou entre 35 e 40 políticos do PMDB, PP e PT. Como não mencionou os nomes o suspense só aumentou em Brasília. Aliás, vários deputados estão contando com um possível atraso na entrega do relatório do MPF ao Supremo, onde constarão os pedidos de investigação de políticos. Esperam que fique para janeiro. Vamos aguardar.