domingo, 22 de junho de 2014

Corte seletivo e fogo fazem Amazônia perder 54 milhões de toneladas de carbono por ano

Corte seletivo e fogo fazem Amazônia perder 54 milhões de toneladas de carbono por ano

Perda equivale a 40% da produzida pelo desmatamento total. Pesquisa cruzou dados de satélites e de pesquisas de campo em 225 áreas

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José Tadeu Arantes Agência Fapesp - 16/06/2014
Jos Barlow

Pesquisa conduzida por cientistas no Brasil e no Reino Unido quantificou o impacto causado na Floresta Amazônica por corte seletivo de árvores, destruição parcial pelo fogo e fragmentação decorrente de pastagens e plantações. Em conjunto, esses fatores podem estar subtraindo da floresta cerca de 54 milhões de toneladas de carbono por ano, lançados à atmosfera na forma de gases de efeito estufa. Esta perda de carbono corresponde a 40% daquela causada pelo desmatamento total. 


estudo, desenvolvido por 10 pesquisadores de 11 instituições do Brasil e do Reino Unido, foi publicado em maio na revista Global Change Biology



"Os impactos da extração madeireira, do fogo e da fragmentação têm sido pouco percebidos, pois todos os esforços estão concentrados em evitar mais desmatamento. Essa postura deu grandes resultados na conservação da Amazônia brasileira, cuja taxa de desmatamento caiu em mais de 70% nos últimos 10 anos. No entanto, nosso estudo mostrou que esse outro tipo de degradação impacta severamente a floresta, com enormes quantidades de carbono antes armazenadas sendo perdidas para a atmosfera", disse a brasileira Erika Berenguer, pesquisadora do Lancaster Environment Centre, da Lancaster University, no Reino Unido, primeira autora do estudo. 



Segundo Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém (PA), e segunda autora do estudo, um dos motivos dessa degradação ser menos percebida é a dificuldade de monitoramento. "As imagens de satélite permitem detectar com muito mais facilidade as áreas totalmente desmatadas", afirmou. 



"Nossa pesquisa combinou imagens de satélite com estudo de campo. Fizemos uma avaliação, pixel a pixel [cada pixel na imagem corresponde a uma área de 900 metros quadrados], sobre o que aconteceu nos últimos 20 anos. Na pesquisa de campo, estudamos 225 parcelas (de 3 mil metros quadrados cada) em duas grandes regiões, com 3 milhões de hectares [30 mil quilômetros quadrados], utilizadas como modelo para estimar o que ocorre no conjunto da Amazônia", explicou Ferreira. 



As imagens de satélite, comparadas de dois em dois anos, possibilitaram que os pesquisadores construíssem um grande painel da degradação da floresta ao longo da linha do tempo, em uma escala de 20 anos. Na pesquisa de campo foram avaliadas as cicatrizes de fogo, de exploração madeireira e outras agressões. A combinação das duas investigações resultou na estimativa de estoque de carbono que se tem hoje. 



Duas regiões foram estudadas in loco: Santarém e Paragominas, na porção leste da Amazônia, ambas submetidas a fortes pressões de degradação. Nessas duas regiões foram investigadas as 225 áreas. 



"Coletamos dados de mais de 70 mil árvores e de mais de 5 mil amostras de solo, madeira morta e outros componentes dos chamados estoques de carbono. Foi o maior estudo já realizado até o momento sobre a perda de carbono de florestas tropicaisdevido à extração de madeira e fogos acidentais", disse Ferreira. 



Segundo ela, a pesquisa contemplou quatro dos cinco compartimentos de carbono cujo estudo é recomendado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU: biomassa acima do solo (plantas vivas), matéria orgânica morta, serapilheira (camada que mistura fragmentos de folhas, galhos e outros materiais orgânicos em decomposição) e solos (até 30 centímetros de profundidade). "Só não medimos o estoque de carbono nas raízes", disse. 



Para efeito de comparação, foram consideradas cinco categorias de florestas: primária (totalmente intacta); com exploração de madeira; queimada; com exploração de madeira e queimada; e secundária (aquela que foi completamente cortada e cresceu novamente). 



As florestas que sofreram perturbação, por corte ou queimada, apresentaram de 18% a 57% menos carbono do que as florestas primárias. Uma área de floresta primária chegou a ter mais de 300 toneladas de carbono por hectare, enquanto as áreas de floresta queimada e explorada para madeira tiveram, no máximo, 200 toneladas por hectare, e, em média, menos de 100 toneladas de carbono por hectare. 



CORTE SELETIVO TRADICIONAL 
O roteiro da degradação foi bem estabelecido pelos pesquisadores. O ponto de partida é, frequentemente, a extração de madeiras de alto valor comercial, como o mogno e o ipê; essas árvores são cortadas de forma seletiva, mas sua retirada impacta dezenas de árvores vizinhas. 



Deflagrada a exploração, formam-se várias aberturas na cobertura vegetal, o que torna a floresta muito mais exposta ao sol e ao vento, e, portanto, muito mais seca e suscetível à propagação de fogos acidentais. O efeito é fortemente acentuado pela fragmentação da floresta em decorrência de pastagens e plantações. 



A combinação dos efeitos pode, então, transformar a floresta em um mato denso, cheio de árvores e cipós de pequeno porte, mas com um estoque de carbono 40% menor do que o da floresta não perturbada. 



"Existem, hoje, vários sistemas de corte seletivo, alguns um pouco menos impactantes do que outros. O sistema predominante, que foi aquele detectado em nosso estudo, associado ao diâmetro das árvores retiradas e à sua idade, pode subtrair da floresta uma enorme quantidade de carbono", disse Plínio Barbosa de Camargo, membro da coordenação da área de Biologia da FAPESP, que também assinou o artigo publicado na Global Change Biology. 



"Por mais que recomendemos no sentido contrário, na hora do manejo efetivo acabam sendo retiradas as árvores com diâmetros muito grandes, em menor quantidade. Em outra pesquisa, medimos a idade das árvores com carbono 14. Uma árvore cujo tronco apresente o diâmetro de um metro com certeza tem mais de 300 ou 400 anos. Não adianta retirar essa árvore e imaginar que ela possa ser substituída em 30, 40 ou 50 anos", comentou Camargo. 



A degradação em curso torna-se ainda mais preocupante no contexto da mudança climática global. "O próximo passo é entender melhor como essas florestas degradadas responderão a outras formas de distúrbios causados pelo homem, como períodos de seca mais severos e estações de chuva com maiores níveis de precipitação devido às mudanças climáticas", afirmou o pesquisador britânico Jos Barlow, da Lancaster University, um dos coordenadores desse estudo e um dos responsáveis pelo Projeto Temático ECOFOR



Além dos pesquisadores já citados, assinaram também o artigo da Global Change Biology Toby Alan Gardner (University of Cambridge e Stockholm Environment Institute), Carlos Eduardo Cerri e Mariana Durigan (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP), Luiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e University of Exeter), Raimundo Cosme de Oliveira Junior (Embrapa Amazônia Oriental) e Ima Célia Guimarães Vieira (Museu Paraense Emílio Goeldi).

Terra pode ter reserva subterrânea de água três vezes maior que os oceanos

GEOLOGIA

Terra pode ter reserva subterrânea de água três vezes maior que os oceanos

Redação - VEJA.com - 16/06/2014

Reto Stöckli/NASA Earth Observatory



Cientistas descobriram que uma vasta reserva de água, suficiente para encher os oceanos da Terra três vezes, pode estar confinada centenas de quilômetros abaixo da costra terrestre. A novidade, publicada na sexta-feira (13) na revista Science, pode transformar o que se sabe atualmente sobre a formação do planeta.

A água estaria presa em um mineral chamado ringwoodita, cerca de 660 quilômetros abaixo da superfície. Devido à estrutura de cristal, esse mineral atrai hidrogênio e retém a água. Steve Jacobsen, pesquisador da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, e coautor do estudo, disse ao jornal britânico The Guardian que se 1% do peso das rochas localizadas na zona de transição (parte do manto terrestre, que fica abaixo da crosta, a superfície) for de água, essa quantidade seria equivalente a quase três vezes a dos oceanos.

A descoberta indica que a água da Terra pode ter vindo de seu interior, levada à superfície pela atividade tectônica, em vez de depositada por cometas que atingiram o planeta durante sua formação, como afirmam as teorias atuais. "Eu acredito que estamos finalmente vendo evidências de um ciclo da água completo na Terra, que pode ajudar a explicar a vasta quantidade de água líquida na superfície do nosso planeta. Os cientistas têm procurado essas águas profundas há décadas", disse o pesquisador.

A pesquisa foi feita com base em dados do USArray, uma rede de sismógrafos americana, que mede as vibrações de terremotos. Para Jacobsen, essa água oculta pode servir como apoio para os oceanos na superfície, o que explicaria por que eles se mantiveram do mesmo tamanho por milhões de anos

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sábado, 21 de junho de 2014

Um exemplo de civilidade: japoneses voltam a recolher seu lixo após partida

Um exemplo de civilidade: japoneses voltam a recolher seu lixo após partida

Sacos foram usados também para fazer festa durante empate sem gols com
a Grécia em Natal. Depois do jogo, serviram na limpeza na Arena das Dunas

Por Natal, RN
 
A Copa do Mundo é realmente uma oportunidade única de aprender com outras culturas. A exemplo do que aconteceu na Arena Pernambuco, na derrota da sua seleção para a Costa do Marfim, os torcedores japoneses voltaram a recolher o lixo produzido durante o empate sem gols com a Grécia, na Arena das Dunas, em Natal. Munidos de sacos de lixo, eles deram nova lição de civilidade e educação após o fim da partida – curiosamente, os mesmos sacos foram enchidos de ar e serviram para ajudar na bonita festa nas arquibancadas. O estádio recebeu 39.485 pessoas.
torcida japoneses recolhendo lixo após jogo (Foto: Chandy Teixeira)Torcedor japonês recolhe o lixo após o jogo na Arena da Dunas, em Natal (Foto: Chandy Teixeira)


O que é uma surpresa para o povo brasileiro, para os japoneses não passa de rotina. O ato de recolher o lixo chamou tanto a atenção quanto o jogo – fraco tecnicamente, diga-se de passagem. Contagiados, os demais torcedores passaram a ajudar na limpeza.

– Isso é fantástico. Um exemplo enorme para nós, brasileiros. Temos mais é que ajudá-los. A Copa do Mundo tem isso de bonito. Trouxe meus dois filhos, e o exemplo está garantido – disse o engenheiro Ney Wagner Dutra.
torcida japoneses recolhendo lixo após jogo (Foto: Chandy Teixeira)À frente, o orgulho da civilidade. Ao fundo, japonês pede a outro torcedor para jogar o lixo no saco (Foto: Chandy Teixeira)


Antes mesmo do fim do jogo, já era possível perceber os japoneses recolhendo o lixo. Inclusive, indo a outros setores para limpar a sujeira deixada por outras pessoas. Resultado: lances e mais lances de arquibancadas sem lixo no setor onde a torcida do Japão ficou concentrada.

– Nós sempre fazemos isso, e é bacana que os brasileiros tenham nos ajudado. Não sabíamos que seria assim tão comentado. Estão tirando fotos nossas – disse um dos japoneses, surpreso com a atenção dada a algo que, para eles, é tão comum.
torcida japoneses recolhendo lixo após jogo (Foto: Chandy Teixeira)Exemplo de educação: sacos com o lixo recolhido são deixados em local devido após o serviço (Foto: Chandy Teixeira)


Dentro de campo, o Japão não mostrou um futebol à altura da civilidade mostrada pelos seus torcedores. Lutou o tempo todo, mas ficou no 0 a 0 com a Grécia e agora decide a sua vida na próxima terça-feira, dia 24, às 17h (de Brasília). Os Samurais Azuis enfrentam a Colômbia na Arena Pantanal, em Cuiabá, e precisam não apenas da vitória sobre a líder e já classificada seleção cafetera. Torce para que a Costa do Marfim não vença a Grécia. A combinação faz com a segunda vaga seja decidida nos critérios de desempate, pois terminaria com quatro pontos ao lado de marfinenses ou gregos.
torcida japoneses recolhendo lixo após jogo (Foto: Chandy Teixeira)Os sacos de lixo serviram para fazer festa nas arquibancadas antes e durante a partida (Foto: Chandy Teixeira)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Jovem de 19 anos cria tecnologia para limpar oceanos e tem aprovação de especialistas

Jovem de 19 anos cria tecnologia para limpar oceanos e tem aprovação de especialistas
 Junho de 2014 • 

Um ano após anunciar a criação de um sistema que promete limpar o lixo dos oceanos, o jovem holandês Boyan Slat apresenta os primeiros resultados alcançados pela tecnologia. O Ocean Cleanup é uma espécie de barreira, que aproveita as correntes oceânicas para bloquear os resíduos encontrados no mar. De acordo com os especialistas que acompanharam os testes, a tecnologia é totalmente viável e eficiente.
Para que as análises fossem feitas, um conceito do Ocean Cleanup foi desenvolvido e colocado para funcionar. No teste que mede a captura e concentração, a barreira foi capaz de coletar plásticos em até três metros de profundidade, distância em que normalmente esses resíduos são encontrados. Além disso, o sistema recolheu pouca quantidade de zooplâncton, o que segundo os cientistas, facilita o reaproveitamento e a reciclagem do plástico.

Imagem: Divulgação
Quando foi divulgado, o projeto recebeu diversas críticas. Isso foi um dos fatores que motivou Slat e sua equipe a contarem com a ajuda de cem especialistas dispostos a analisarem a tecnologia. Os pesquisadores aprovaram e as análises resultaram em um texto com 530 páginas.
Com o embasamento científico, o próximo passo do jovem holandês, de apenas 19 anos, é testar o sistema em grande escala e começar a produção. Para isso, ele está em busca de financiamento coletivo. O alvo é conseguir dois milhões de dólares. A 90 dias do fim da campanha, o projeto já tem 16% da meta atingida.

Foto: Divulgação
A tecnologia pode ser de grande valia na luta contra o lixo dos oceanos. De acordo com a divulgação, ele seria capaz de remover mais de sete milhões de toneladas de plástico dos oceanos em apenas dez anos.

Redação CicloVivo

COMPOSTAGEM:Saiba como resolver o problema do lixo orgânico em sua casa de forma sustentável

Saiba como resolver o problema do lixo orgânico em sua casa de forma sustentável


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Já utilizada há muitos anos no meio rural, pela agricultura familiar, a compostagem com minhocas (vermicompostagem) através do uso de minhocários parece agora atrair o gosto de moradores de grandes centros urbanos. Essa forma de lidar com o material orgânico de forma sustentável recebe diversos nomes, como compostagem doméstica, caseira, residencial, e é indicada como uma possível solução para a problemática dos resíduos sólidos.
Diariamente é gerada uma enorme quantidade de lixo nas grandes cidades. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 52% do volume total de resíduos produzidos no Brasil é de material orgânico. E tudo isso vai parar em aterros sanitários, onde tais resíduos são depositados com os demais tipos de lixo e não recebem nenhum modo de tratamento, o que gera a emissão de gás metano (CH4), cerca de 25 vezes mais nocivo e agressivo para o meio ambiente do que o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2).
A compostagem pode evitar a emissão e lançamento do gás metano na atmosfera, diminuindo sua contribuição para o desequilíbrio do efeito estufa e as mudanças climáticas, além de diminuir o volume de lixo destinado a aterros sanitários e lixões, o que geraria uma economia para o Estado e aumentaria o tempo de vida desses aterros.
A compostagem pode ser vista como uma forma de reciclagem de matéria orgânica. A fração do lixo que é orgânica é tratada naturalmente e se transforma em uma biomassa altamente nutritiva, que pode ser aplicada em jardins e hortas, como adubo. Veja o que é, como fazer e o passo a passo de como funciona esse método sustentável e saudável de reaproveitamento da matéria orgânica.
O que é a vermicompostagem?
Desde os primórdios o homem aprendeu a observar a natureza e tirar proveito de seus recursos. Logo, foram desenvolvidas técnicas para diferenciar solos pobres de solos férteis, e um dos principais elementos que ajudava nessa percepção era a presença de minhocas. O termo vermicompostagem é usado para denominar o processo de transformação biológica de resíduos de origem orgânica, em que as minhocas são responsáveis por acelerar o processo de decomposição da matéria orgânica.
Primeiro, deve-se levar em consideração o número de membros da sua família, assim como o volume de resíduos orgânicos produzido diariamente por todos os membros.
O uso do vermecomposto ou húmus, nome dado ao produto gerado pelas minhocas, tem se mostrado uma forma eficiente, relativamente barata, sustentável e de baixa agressividade para a melhora da qualidade e fertilidade do solo.

As minhocas
Uma parte importante da vermicompostagem é feita por minhocas. Acredita-se que, no mundo todo, existam mais de 8 mil espécies diferentes de minhocas. No Brasil, são conhecidas mais ou menos 260 espécies - em sua maioria nativas. A espécie mais indicada para a produção de húmus é a Eisenia fetida Savigny, mais conhecida como minhoca vermelha-da-califórnia - isso se deve a sua capacidade de se adaptar facilmente às condições de cativeiro, à grande produção de húmus e à alta velocidade de reprodução; mas não acredite na lenda de que, quando cortada, a minhoca se regenera dando origem a duas minhocas - dependendo do lugar do corte, a minhoca pode até morrer.
Ao contrário do que muitos pensam, as minhocas não são animais sujos e nem transmitem doenças, e podem ser utilizadas no seu lar sem gerar problemas. Criar minhocas pode ser como criar um animal de estimação qualquer, sendo que ainda lhe oferecem uma contribuição valiosa no apoio à decomposição de seus resíduos.
Na cidade
Com o aumento da conscientização ambiental, o mercado conseguiu adaptar-se às novas exigências e desejos do consumidor, criando novas tecnologias que cabem no dia a dia corrido das grandes cidades. Hoje, existem no mercado diferentes tipos de composteiras disponíveis, para todos os gostos, bolsos e tamanhos de família.
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Uma boa alternativa que pode ser utilizada na sua casa ou apartamento é composta por uma tampa e três ou mais caixas empilháveis de plástico opaco. A quantidade de caixas e sua dimensão depende diretamente da demanda familiar, sendo as duas que ficam no topo e que são chamadas de digestoras, com furos no fundo - onde acontece toda a "mágica"; há também uma caixa coletora, a base, que serve para armazenar o chorume produzido no processo. É um método prático e simples de se compostar material orgânico (veja aqui um Guia de Compostagem com mais informações sobre métodos de compostagem).
Como funciona
As duas primeiras caixas servem para para deposição dos resíduos orgânicos. Cerca de 200 minhocas ficam divididas entre os dois recipientes. Dependendo da quantidade de alimento disponível e do espaço, as minhocas conseguem autorregular sua população. Na caixa do topo, você deve adicionar os restos de comida, como cascas de legumes, frutas; evite colocar alimentos com muita gordura, laticínios, espinhos de peixe, ossos, excesso de frutas cítricas (que em grande quantidade pode alterar o pH e acidificar o composto - ruim para as minhocas e para as plantas), carnes e frutos do mar (veja aqui o que pode e não pode ir na sua composteira à base de minhocas).
A umidade é um aspecto dos mais importantes, uma vez que o composto demasiado úmido pode propiciar a formação e retenção de gases e ou mesmo dificultar a mobilidade das minhocas. Equilibrar a matéria orgânica molhada (suas sobras de comida) com matéria orgânica seca (serragem de madeira não tratada, folhas, etc) torna o ambiente ideal para que a composteira funcione e suas minhocas entrem em ação. Depositados os resíduos, cubra-os com o material seco.
Recomenda-se como que em um passo a passo que os resíduos sejam depositados sucessivamente em fileiras (preferencialmente picados) e a seguir em camadas, preservando-se sempre no lado oposto uma camada de composto pronto, húmus livre de resíduos que servirá para o que se chama de "cama". A “cama” é como um local de segurança, onde as minhocas se sentem confortáveis, devendo existir em ambas caixas digestoras. Elas migrarão por todas as caixas, subindo e descendo, sempre usando os furos.
Algumas podem, inclusive, ir para a caixa que recolhe o chorume, por isso é importante estar sempre atento para que elas não morram afogadas. Para evitar que isso aconteça, além da supervisão, deposite um pedaço de tijolo em um dos cantos da caixa, assim elas poderão utilizá-lo como escada para subir para a caixa superior.
Depois que essa primeira caixa esteja cheia, será preciso trocá-la de lugar com a imediatamente abaixo, de modo que as minhocas possam trabalhar livremente enquanto a outra caixa recebe novos alimentos. Trate de proteger sua composteira do sol, posicione-a na sombra, pois o aquecimento no processo de compostagem ocorre naturalmente e as minhocas ficam bem assim.
Simultaneamente, ocorre a produção do chorume, que escorre das duas primeiras caixas e fica armazenado na última - ela tem uma pequena torneira para facilitar a sua coleta. Esse chorume não é tóxico e nem prejudica o meio ambiente. Trata-se de um líquido orgânico ou biológico, que é um biofertilizante líquido, rico em nutrientes e sais minerais e que também pode ser usado como adubo e pesticida. Basta dilui-lo em água, em uma proporção de 1/5 até 1/10, e borrifar nas folhas de sua horta caseira ou nas plantas de sua casa.
À medida que os alimentos são absorvidos, as minhocas migram para a caixa superior em busca de mais comida. Assim que o ciclo de produção estiver completo,o composto está pronto para ser utilizado em jardins, vasos e horta. Uma caixa digestora cheia leva de 30 a 60 dias para que todo o alimento seja decomposto.
Após este período é possível utilizar o húmus nas plantas e liberar a caixa para uma próxima rodada de compostagem. Não devemos esquecer de deixar sempre uma "cama" para as minhocas na caixa vazia, mesmo em razão de que a decomposição não é feita exclusivamente pelas minhocas, mas por toda uma microfauna associada a elas e que garantem presença na "cama".
Qual o tamanho ideal para minha família?
Uma das maiores dúvidas que podem surgir na hora de adquirir a sua composteira é: "qual o tamanho ideal para a minha família?”. Primeiro, deve-se levar em consideração o número de membros da sua família, assim como o volume de resíduos orgânicos produzido diariamente por todos os membros. Existem os seguintes modelos:
• Kit P - Indicado para 1 pessoa, com capacidade para 0,5 litro/dia de resíduos orgânicos.
Dimensões: 43cm (com) x 35cm (lar) x 43cm (alt).
composteira-ecod-interna.jpg• Kit P4 - Indicado para 1 pessoa, que almoça em casa, com capacidade para 0,5 litro/dia de resíduos orgânicos.
Dimensões: 43cm (com) x 35cm (lar) x 55cm (alt).
• Kit M - Indicado para 2 pessoas, com capacidade para 1,0 litro/dia de resíduos orgânicos.
Dimensões: 50cm (com) x 35cm (lar) x 65cm (alt).
• Kit G - Indicado para 3 pessoas, com capacidade para 1,3 litros/dia de resíduos orgânicos.
Dimensões: 62cm (com) x 39cm (lar) x 59cm (alt).
• Kit GG - Indicado para 4 a 5 pessoas, com capacidade para 2,0 litros/dia de resíduos orgânicos.
Dimensões: 62cm (com) x 39cm (lar) x 80cm (alt).
• Kit G4 - Indicado para 5 a 6 pessoas, com capacidade para 1,3 litros/dia de resíduos orgânicos.
Dimensões: 59cm (com) x 39cm (lar) x 77cm (alt).
Se os modelos disponíveis não suprirem as necessidades da sua família, você pode fazer o uso de mais de uma composteira usando-as em conjunto ou adicionar caixas digestoras ao processo. Os seus preços variam de acordo com o tamanho das composteiras. Para informar-se sobre preços e condições para aquisição de sua composteira, veja aqui.
Para entender melhor o processo você pode curtir o vídeo a seguir que detalha o passo a passo sobre como funciona e como fazer sua própria de compostagem doméstica:

(Via eCycle)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

7 cuidados para manter uma horta bonita

7 cuidados para manter uma horta bonita
Junho de 2014


O CicloVivo já falou sobre diversas técnicas sobre como cultivar uma horta em casa, mesmo em espaços reduzidos, como pode ser visto nesta matéria. Hoje as dicas são para a manutenção adequada, a fim de que as plantas fiquem sempre bonitas e saudáveis.
- A horta deve receber luz durante a manhã e à tarde, totalizando pelo menos quatro horas diárias;
- Quanto mais escuro for o local, mais perto da janela os vasos com as mudas devem ser colocados;
- Se aparecerem galhos ou folhas velhas, secas ou apodrecidas retire-os. Eles são a porta de entrada para o enfraquecimento da planta;
- Quando for cortar galhinhos ou folhas com uma tesoura, é preciso esterilizá-la antes de passar de uma planta a outra, para evitar contaminações. Para isso, passe a lâmina no fogo por alguns segundos e espere esfriar antes de usá-la novamente;
- Use palitos de churrasco (ou outra coisa semelhante) para apoiar as mudas que estão crescendo, amarrando-as com barbante ou aqueles pequenos arames que costumam fechar embalagens;
- Não deixe a terra encharcada. Umidade demais favorece a propagação de fungos e acarreta em doenças. Se não houver drenagem suficiente (com pedras no fundo do vaso, por exemplo), a raiz pode apodrecer;
- Quer ter ervas sempre verdinhas e bonitas? Use-as bastante! Se não for usá-las, pode-as com bastante frequência, pois isso estimula o crescimento de novas folhas, evitando que murchem e sequem.
As dicas são do Biblioteca Virtual, site do Governo de São Paulo.
Redação CicloVivo

Dia Mundial do Meio Ambiente: Conheça os biomas brasileiros

Dia Mundial do Meio Ambiente: Conheça os biomas brasileiros
05 de Junho de 2014 • Atualizado às 13h50


O Brasil é dividido em nove principais biomas e na data em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente o CicloVivo mostra um pouco dos encantos de cada um deles.
Bioma é um conjunto de ecossistemas que atuam de maneira estável. É caracterizado por flora e fauna similares, pelo tipo de vegetação, sendo que os aspectos são definidos pelas condições físicas. Saiba mais sobre cada um dos biomas brasileiros abaixo:
- Caatinga

Maria Hsu/Flickr
Localizado na região do sertão nordestino, esse bioma possui vegetação de arbustos de porte médio, secos e com galhos retorcidos, possui clima semi-árido e ocupa cerca de 11% do país. Dos ecossistemas originais da caatinga, 80% foram alterados, em especial por causa da ação do homem. É o único bioma exclusivamente brasileiro.
- Cerrado

Deltafrut/Flickr
Segundo maior bioma da América do Sul, ele cobre 22% do território brasileiro e ocupa totalmente o Distrito Federal e boa parte de Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato Grosso do Sul e de Minas Gerais. No Cerrado predominam formações da savana e clima tropical quente subúmido. Com planaltos, extensas chapadas e florestas esse bioma abriga mais de 6,5 mil espécies de plantas já catalogadas.
- Floresta Amazônica

Ciat/Flickr
Ocupando quase metade (49,29%) do território nacional, esse é o maior bioma do Brasil com a maior reserva de biodiversidade do mundo. Cobre quase totalmente a região norte do país e é dominado pelo clima quente e úmido e por florestas com chuvas torrenciais ao longo do ano. Possui uma vegetação com árvores altas, matas de várzeas e matas de igapó. Estima-se que esse bioma abrigue mais da metade de todas as espécies vivas do Brasil.
- Mata Atlântica

Glauco Umbelino/Flickr
Com montanhas, vales, planaltos e planícies, ela ocupa totalmente o Espírito Santo, o Rio de Janeiro e Santa Catarina, 98% do Paraná e áreas de mais onze Unidades da Federação. Seu principal tipo de vegetação é a floresta ombrófila densa, normalmente composta por árvores altas e relacionada a um clima quente e úmido. Atualmente, a Mata Atlântica é reconhecida como o bioma brasileiro mais descaracterizado devido a colonização no Brasil e a ocupação e destruição dos territórios.
- Mata de Araucária

Tiago Padua//Flickr
Também chamada de Mata dos Pinhais, esse bioma ocupa o estado de São Paulo e, principalmente, o sul do país. Com clima característico subtropical e vegetação composta por árvores com folhas em formato de agulha, é predominante a presença de pinheiros.
- Campos

José Reynaldo da Fonseca/cc
Formado por herbáceas, gramíneas e pequenos arbustos esparsos, esse bioma está presente na região norte sob a forma de savanas de gramíneas baixas e na região sul aparece como as pradarias mistas subtropicais. Os campos do Sul são formados principalmente pelos pampas gaúchos, com clima subtropical, vegetação aberta e de pequeno porte. A vegetação campestre forma um tapete herbáceo com menos de um metro, com pouca variedade de espécies.
- Mata de Cocais

Leonardo Barbosa/Flickr
Esse bioma reúne características da Floresta Amazônica, Cerrado e Caatinga. Está presente, sobretudo, nos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí. Possui solos secos e florestas dominadas por palmeiras com folhas grandes e finas. As árvores mais comuns são: carnaúba, babaçu e buriti.
- Pantanal

Ggallice/Flickr
Esse bioma cobre 25% de Mato Grosso do Sul e 7% de Mato Grosso, sendo também quase que exclusivamente brasileiro – uma vez que, apenas uma pequena faixa  dentra outros países (o Paraguai e a Bolívia). Com solo pouco permeável, há constantes inundações. A vegetação predominante é a savana. A cobertura vegetal original de muitas áreas cederam espaço às lavouras e pastagens.
- Zonas Litorâneas

Pixabay/Alexandria
Diversas áreas do país são consideradas pertencentes a este bioma, que se estende por mais de sete mil quilômetros em linha contínua, mutável e sujeita a vários processos geológicos. O litoral brasileiro possui uma paisagem muito diversificada, composta por dunas, ilhas, recifes, costões rochosos, baías, estuários, brejos e falésias.
Redação CicloVivo

Disque Denúncia cria Programa Linha Verde para combater crimes ambientais


Disque Denúncia cria Programa Linha Verde para combater crimes ambientais



Canal permite denunciar crimes contra o meio ambiente através de uma ligação com custo local



por Douglas Corrêa - Agência Brasil
     
Neiva Guedes

Traficantes colocam filhotes de aves, como estas araras-azuis, em caixas superlotadas

Traficantes colocam filhotes de aves, como estas araras-azuis, em caixas superlotadas. Segundo o 1º Relatório Nacional Sobre o Tráfico da Fauna Silvestre, elaborado pela Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais), de cada 10 animais capturados pelo tráfico 9 acabam morrendo
Como parte das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06), o Disque Denúncia criou o Programa Linha Verde - uma parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro, que busca contribuir com o desenvolvimento socioambiental atuando também nas áreas de conscientização ambiental e preservação do meio ambiente.
Nos últimos anos, o Disque Denúncia passou a identificar que há um grande contingente de denúncias recebidas de crimes ambientais, especialmente contra à fauna e flora, bem como ameaças às áreas de Preservação Permanente e às Unidades de Conservação. Os crimes ambientais são motivados por três fatores: certeza da impunidade; falta de informação e ausência de controle social da população.
O programa disponibiliza o número 0300 253-1177 para que a população brasileira possa denunciar os crimes ambientais através de uma ligação com custo local.
De acordo com a coordenadora do Disque Denúncia, Adriana Nunes, "o Linha Verde veio para dar visibilidade aos temas ambientais, sendo um canal de atendimento especializado para recebimento de informações que possam contribuir com as autoridades no combate aos crimes relacionados ao meio ambiente". A coordenadora ressaltou ainda que o 0300 garante anonimato ao denunciante e contribui para a redução dos crimes ambientais."
A secretaria contabiliza que, em cinco anos, o Disque Denúncia recebeu cerca de 36 mil ligações relativas a crimes cometidos contra o meio ambiente. Os municípios do Rio de Janeiro (21.573), Duque de Caxias (2.198) e São Gonçalo (2.099) lideram o ranking de denúncias.
São recebidas aproximadamente 7,2 mil denúncias ambientais por ano e cerca de 20 ligações por dia. Somente no ano de 2013 foram registradas 7.543 denúncias sobre meio ambiente, mais da metade relativo a maus tratos de animais, seguido de desmatamento e comércio de animais silvestres. Os resultados obtidos através das denúncias já superam os registrados em 2012. Foram apreendidos 653 pássaros, além de cobras, tartarugas, jabutis, lagartos e micos. Animais exóticos como serpentes raras e insetos, assim como espécies originárias de outros países também.