quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Negócio da China

Negócio da China

Ph.D. em ecologia aquática garante que as carpas ajudam na despoluição do Lago Paranoá


Lilian Tahan Veja Brasília -

Joédson Alves

Fernando Starling integrou um dos mais ousados projetos de despoluição de lagos urbanos do mundo. Durante duas décadas, o Ph.D. em ecologia aquáticapesquisou espécies de peixes capazes de melhorar a qualidade das águas do Paranoá.

Descobriu ao longo de suas imersões que as tilápias (85% dos pescados do Paranoá) excretam muito fósforo pela urina no ambiente lacustre. Esse componente contribui para a proliferação das algas, agentes poluidores do lago. O levantamento de Starling foi fundamental para convencer as autoridades a liberar a pesca profissional com tarrafas, proibida entre 1966 e 1999.

Depois de entender o sistema das tilápias, o pesquisador se dedicou ao estudo do impacto de carpas prateadas, de origem chinesa, sobre as águas do Paranoá. Starling chegou à conclusão de que elas conseguem filtrar o sistema aquático. Essa espécie se alimenta das algas e não se reproduz facilmente. Portanto, não oferece o risco de virar uma praga.

Uma carpa de 30 quilos é capaz de purificar 90 mil litros de água por dia. Hoje, elas estão depositadas especialmente no braço do Riacho Fundo, a única área ainda poluída
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Itália cria manual de reforma sustentável para construções históricas



Arquitetos italianos criaram um novo protocolo de sustentabilidade para edifícios históricos. Chamado de GBC Historic, o manual será válido no mundo inteiro e vai definir as mudanças de preservação e restauração das obras pertencentes ao patrimônio cultural, levando em conta as adaptações em nome do meio ambiente. De acordo com especialistas, o novo manual deverá encontrar diversos desafios e despertar a consciência ambiental não só entre arquitetos e engenheiros, mas também na sociedade de modo geral.
O ponto de partida para a criação do novo protocolo foi observar a falta de normas atuantes para melhorar as características de sustentabilidade de um edifício histórico, permitindo a economia de energia e evitando danos na natureza, tanto nas reformas, como no uso rotineiro dos edifícios.
Os responsáveis pela regulamentação apontam que algumas das construções históricas já utilizavam a sustentabilidade como ferramenta. É o caso das construções em Veneza, em que, devido à falta de acesso à água potável, foi necessário desenvolver sistemas de aproveitamento das chuvas – como poços e caixas d’água, usadas para armazenar as águas pluviais. Além disso, as construções históricas da cidade aproveitam sistemas de ventilação e iluminação natural, eliminando os gastos com ar condicionado ao passo que a eficiência energética é priorizada.
Em entrevista exclusiva ao CicloVivo, Marco Mari, vice-presidente do GBC Itália, falou sobre a importância do novo protocolo. “Até hoje, não havia uma maneira eficiente para medir a sustentabilidade nas reformas em prédios históricos. É o GBC Historic que traz essa oportunidade”, avalia. “O novo protocolo cria uma carteira de identidade do edifício histórico, levando em conta os referenciais de sustentabilidade para preservar as construções que são testemunhas da civilização”, completa o italiano.
Como este tipo de construção está diretamente ligado ao turismo, a nova regulamentação deverá impactar os visitantes de museus, bibliotecas e outras atrações culturais ao redor do planeta. No entanto, Mari acredita que a incorporação do protocolo trará vários desafios. “O objetivo é levar conscientização ambiental à população. Mas a coisa não é tão simples no mundo todo, pois é preciso mudar paradigmas que se iniciaram na formação dos valores das pessoas. Assim, cada país precisará reavaliar suas raízes e sua cultura”, sugere o vice-presidente do GBC Itália.
Aplicada no mundo inteiro, a nova regulamentação também deverá atuar no Brasil, um dos primeiros países a incorporar iniciativas de preservação e restauração de seu patrimônio histórico, arquitetônico e cultural. “Olinda conta com 3.286 edifícios protegidos, o Rio possui 2.500 e Porto Alegre tem 3.000 edifícios tombados. De fato, existe uma cadeia de restauração no Brasil”, conclui Marco Mari.
Redação CicloVivo

Resíduos são usados para produzir biocombustível no Canadá



Restos de madeira, plásticos, tecidos antigos e resíduos não recicláveis vêm sendo utilizados na produção de biocombustíveis, no Canadá. Os responsáveis pela nova tecnologia são os cientistas da empresa Enerkem, que, além de colaborarem para a menor queima de recursos fósseis, também encontraram uma forma inteligente de aproveitar boa parte dos resíduos produzidos nas grandes cidades.
Nos laboratórios da empresa, a equipe descobriu que a nova tecnologia que utiliza os resíduos é mais viável que a produção de combustível convencional, gastando menos dinheiro e menos energia nos processos de elaboração. De acordo com o site Vida Más Verde, a produção já foi patenteada e não expõe a riscos de contaminação nem o meio ambiente, nem o pessoal envolvido nos processos.
Com o sucesso da transformação dos resíduos, a expectativa é que, nos próximos dois anos, três novas unidades de transformação sejam construídas – duas no Canadá e uma nos EUA, no estado do Mississipi. Segundo os representantes da empresa, cada fábrica tem capacidade para gerar mais de 10 milhões de galões de biocombustíveis todos os anos. Assim, com a produção seguindo a todo vapor, será possível suprir cerca de 10% da demanda de combustíveis nos EUA.
O biocombustível elaborado com resíduos tem a mesma eficiência dos convencionais, sem utilizar petróleo ao longo do processo. Vários materiais encontrados no lixo servem de recurso para a produção do insumo, exceto peças de metal, vidro e pedras. A Enerkem também está em busca de profissionais para atuarem em Québec e na cidade de Alberta.
Redação CicloViv

Reprodução Portal Prefeitura de Campos
Reprodução Portal Prefeitura de Campos

Onze dos 14 ônibus enviados pelo Ministério da Educação à Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes para que sejam utilizados no transporte escolar de alunos da educação básica da rede municipal, já estão em Campos. Os outros três chegarão nos próximos dias. As localidades a serem atendidas são as do interior do município, de difícil acesso. Os ônibus fazem parte do programa Caminho da Escola, criado em 2007, cujo objetivo é renovar a frota de veículos escolares, garantir segurança e a qualidade ao transporte estudantil. A parceria entre a Prefeitura de Campos e o Ministério da Educação foi garantida pela atuação do deputado Garotinho. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Suspensão das obras de Belo Monte dura apenas 2 dias
24 de Dezembro de 2013 • Atualizado às 15h24

Durou apenas dois dias o período de suspensão mais recente das obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, determinado pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região, na terça-feira passada (17). A suspensão foi realizada devido ao não cumprimento da licença ambiental nas frentes de trabalho da Norte Energia, empresa responsável pelas obras da usina, e revogada após a alegação de que as regras estavam sendo cumpridas.
A situação não é novidade desde o início da construção da UHE Belo Monte: no final do último mês de outubro, as obras já haviam sido suspensas. Entretanto, a empresa apresentou recursos para dar continuidade à construção, que foram aceitos pelas autoridades responsáveis, mesmo com os impactos causados sobre a população local e o ecossistema amazônico.
Desta vez, a determinação só foi imposta depois de os fiscais do Ministério Público do Estado do Pará terem denunciado às autoridades responsáveis o não cumprimento das condições de licenciamento ambiental nas frentes de trabalho da Norte Energia. A partir daí, a equipe de fiscalização relatou ao Ministério do Meio Ambiente que as obras não poderiam ter continuidade.
O site VeoVerde informou que, sob os efeitos da proibição, as obras da UHE Belo Monte não poderiam receber recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Norte Energia receberia uma multa de R$ 512 a cada dia em que avançassem os trabalhos de construção da usina.
Com esta determinação, somam-se mais de 20 denúncias apresentadas pelo Ministério Público solicitando a paralisação das obras de Belo Monte por diversas irregularidades, sem falar de outros processos judiciais ainda pendentes. Além de causar revolta em boa parte da população brasileira, a construção da usina desperta incômodo em diversos ativistas fora do país.
Redação CicloVivo

Gelo no Ártico aumentou 50% em relação a 2012

Gelo no Ártico aumentou 50% em relação a 2012



Durante a temporada de outono no hemisfério norte, um satélite da Agência Espacial Europeia (ESA) monitorou o Oceano Ártico e detectou um aumento de 50% no volume de gelo marinho em relação ao ano passado. Chamado de Cryosat, o equipamento verificou que o mar de gelo do Ártico media cerca de 9.000 quilômetros cúbicos nos últimos meses de outono, contra os 6.000 quilômetros cúbicos registrados ano passado.
Embora a observação tenha revelado bons resultados em comparação ao ano anterior, a ESA destacou que os dados não indicam uma inversão da tendência do aquecimento global. Mesmo assim, o cenário é bem mais positivo do que na medição anterior, quando, devido a um degelo recorde, o gelo do Ártico registrou sua menor extensão desde quando tiveram início as observações.
Entre 1980 a 1989, o gelo marinho no Ártico nestes mesmos meses chegava a medir 20.000 quilômetros cúbicos. Naquela época, começavam a ganhar força os primeiros movimentos em nome do desenvolvimento sustentável, em meio à globalização excessiva e ao intenso processo de industrialização, sobretudo nos países em desenvolvimento.
De acordo com a INFO, o satélite CryoSat foi lançado em 2010 pela ESA, com o objetivo de obter informações sobre o gelo marinho no Oceano Ártico – como extensão, espessura e outras propriedades relacionadas a estas formações glaciares. A Agência Espacial Europeia vem desenvolvendo diversas importantes pesquisas na área de meio ambiente: recentemente, os cientistas da ESA descobriram que o terremoto que deu origem ao tsunami causador do acidente nuclear de Fukushima alterou a gravidade da Terra.  
Projeto de Lei que proíbe testes em animais é aprovado em SP



A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) aprovou o Projeto de Lei 777/2013, que restringe o uso de animais em testes laboratoriais para fins cosméticos e de higiene pessoal. Caso a lei entre em vigor, São Paulo será o primeiro estado das Américas a deixar de utilizar os animais para a execução destes testes, um grande avanço, visto o grande engajamento da sociedade contra estas práticas.
O projeto foi apresentado pelo deputado Feliciano Filho (PEN51-SP), e tem 15 dias para ser sancionado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP). De acordo com o documento, fica proibido testar sabonetes, shampoos, cremes e outros produtos de higiene e cosméticos nos animais, estabelecendo medidas punitivas aos profissionais e instituições  que ignorarem a regulamentação.
“O objetivo desta lei é valorizar a saúde humana e animal de forma ética, buscando alternativas eficazes para tratar de problemas reais, substituindo a utilização de animais na experimentação, e testes para cosméticos, por métodos alternativos comprovadamente eficazes e éticos”, afirma o texto do projeto, disponível para download aqui.
George Guimarães, membro da comissão antivivisseccionista da ALESP e presidente da ONG Veddas, diz que a aprovação do projeto traz uma visão otimista para a luta pela defesa dos direitos dos animais, mas é preciso analisar o tempo que estas mudanças levarão até se tornarem efetivas. “A abolição da experimentação animal para todas as finalidades é apenas uma questão de tempo. A única dúvida é a velocidade com que isso acontecerá. A aprovação célere desse PL na ALESP atesta que a tomada de consciência da população sobre o tema já impacta todas as esferas da sociedade", finaliza o ativista.
Redação CicloVivo

terça-feira, 31 de dezembro de 2013


Reprodução O Dia Online
Reprodução O Dia Online

Nem o socorro prestado pelos amigos Lula e Cabral impediu que ex-bilionário e ex-homem mais rico do Brasil, o empresário Eike Batista, afundasse na lama. Eike, que nos tempos de glória chegou a acumular uma fortuna de bilhões de reais, é considerado hoje um dos maiores fracassos empresariais de 2013. 
FONTE:BLOG DO GAROTINHO
Barraca de camping produz energia solar para carregar celulares e outros gadgets



O ex-VJ da MTV britânica Rob Bertucci desenvolveu uma alternativa sustentável para ninguém mais ficar sem bateria no celular, no notebook e nos outros dispositivos móveis durante os acampamentos: é a linha de barracas Bang Bang, equipada com painéis solares que aproveitam os raios de sol para gerar até 5 W de energia, quantidade suficiente para carregar os gadgets e ainda acender luzes de LED.

Quem comprar uma das barracas criadas por Bertucci nunca mais vai ficar incomunicável e nem passar sufoco para encontrar a tenda no meio de áreas de camping ou nos festivais de música, uma vez que as moradias improvisadas da linha Bang Bang não passam despercebidas nem mesmo aos olhos mais desatentos – são seis modelos disponíveis, com estampas psicodélicas e muito chamativas.

A geração de energia limpa depende do painel fotovoltaico que vem junto com a tenda, e que deve ser instalado do lado de fora, recebendo e processando os raios solares. Para distribuir a eletricidade, cada painel conta com uma entrada USB, em que os gadgets são conectados e passam a se alimentar da energia.

Vendidas na loja online por cerca de R$ 719, as barracas comportam até quatro pessoas e são confeccionadas em um tecido especial que impede o superaquecimento interno, e ainda possibilita o máximo aproveitamento da luz do sol, clareando a parte de dentro. Além disso, o ex-VJ garante que as tendas Bang Bang são duráveis e resistentes até mesmo às mais fortes chuvas.
Em maio, o CicloVivo publicou uma matéria sobre a Concept Tent, uma barraca revestida por um tecido fotovoltaico que absorve os raios de sol, dispensando os painéis solares fixos. Ainda um protótipo, a Concept Trent também é capaz de oferecer wi-fi para que seus usuários mantenham-se sempre conectados.
Por Gabriel Felix - Redação CicloVivo

Pinheiros absorvem os gases efeito estufa mais perigosos

Pinheiros absorvem os gases efeito estufa mais perigosos



Um recente estudo publicado por cientistas suecos evidencia que os pinheiros e abetos são espécies vegetais que conseguem filtrar grandes quantidades de gases efeito estufa presentes na atmosfera, inclusive o metano – gás considerado quase 30 vezes mais nocivo que o CO2. Assim, a pesquisa europeia revela a importância destas árvores e contraria dados apresentados anteriormente, que consideravam os pinheiros e abetos como potenciais emissores de metano.
Especialistas das universidades suecas de Lund e Estocolmo observaram a concentração de gases poluentes nas florestas com grande número de coníferas – como os pinheiros e abetos – e constataram que, nestas áreas, há níveis menores de gases efeito estufa, principalmente de metano, em comparação aos locais que não possuem as coníferas. Assim, o estudo passa a considerar estas árvores como agentes fundamentais para o sequestro de gases nocivos na atmosfera.
Ao passo que a ciência revela uma nova capacidade para estas árvores, a época de natal pode esconder um grande efeito negativo para o planeta, uma vez que muitos dos pinheiros naturais comercializados no Brasil e mundo afora são simplesmente cortados para fazerem parte da decoração de ambientes, e, muitas vezes, após o final do ano, são descartados. No entanto, quem optou pela árvore de natal natural não precisa se culpar: uma boa alternativa é plantá-la do lado de fora de casa e seguir todos os cuidados necessários. Assim, a árvore continuará a colaborar com o planeta, e, quem sabe, até ficar mais bonita no próximo natal.
O metano é um dos gases efeito estufa mais nocivos, e sua emissão é registrada tanto pela ação do homem (como na atividade pecuária e nas indústrias), como de forma orgânica, e não apenas na atmosfera: segundo o site Ecología Verde, os lagos congelados da Sibéria armazenam mais de 50 milhões de toneladas deste gás – número dez vezes maior do que sua concentração atual na atmosfera, e que pode ser liberado com um processo de degelo, provocado pelo aquecimento global.
Por Gabriel Felix - Redação CicloVivo

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Saneamento básico do Brasil assusta representante da ONU

Saneamento básico do Brasil assusta representante da ONU
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Após dez dias de visita ao Brasil, a relatora especial das Nações Unidas sobre Água e Saneamento, Catarina de Albuquerque, apresentou nesta quinta (19) as suas conclusões preliminares e as recomendações iniciais ao governo brasileiro sobre as condições sanitárias do país. A relatora disse que ficou chocada com as desigualdades regionais no acesso ao saneamento básico, sendo a Região Norte a mais afetada.
“Vi muitos contrastes. Há regiões com nível de primeiro mundo, como os estados de São Paulo e do Rio, com cidades com taxa de tratamento de esgoto superior a 93%, e vi outras regiões, como Belém, em que essa taxa é 7,7%, e Macapá, 5,5%. São diferenças assustadoras. Também vi diferenças entre ricos e pobres. O que uma pessoa rica pela água e pelo esgoto não é significativo, mas, para uma pessoa pobre, essa conta é muito alta”, disse a relatora.
Catarina se reuniu com representantes do governo e de organizações internacionais, da sociedade civil e com membros de comunidades em Brasília, no Rio de Janeiro, em São Paulo, Fortaleza e Belém. Em suas visitas, a relatora deu atenção especial aos moradores de favelas, de assentamentos informais e de áreas rurais, incluindo aquelas afetadas pela seca.
Segundo a especialista, o Brasil está entre os dez países onde mais faltam banheiros – 7 milhões de brasileiros estão nessa situação. Cinquenta e dois por cento da população não têm coleta de esgoto e somente 38% do esgoto é tratado. “A situação de falta de acesso a esgoto é particularmente grave na Região Norte, onde menos de 10% da população têm coleta de esgoto”, disse Catarina.
Ao visitar comunidades carentes no Rio de Janeiro e em São Paulo, a perita da ONU observou que as populações pobres se sentem invisíveis e esquecidas pelo Poder Público. “Fiquei chocada com a miséria e com a falta de acesso ao saneamento de pessoas que vivem em favelas e em assentamentos informais. Isto é inaceitável de uma perspectiva de direitos humanos. Ninguém pode excluir determinados segmentos da população porque não têm a titularidade da terra”, destacou.
Catarina visitou o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e ouviu reclamações dos moradores sobre a falta de continuidade nos serviços de abastecimento e da qualidade da água. “O Complexo do Alemão é uma preocupação enquanto houver pessoas que não têm acesso a esgoto e água.”
Segundo ela, os problemas criados pela falta de esgoto acentuam-se durante a temporada de chuvas, como a que ela presenciou na Baixada Fluminense, no Rio, na semana passada. “Pude observar a inundação de ruas e canais de dragagem e vi o esgoto inundando as casas das pessoas”, acrescentou.
Para a especialista, o baixo investimento em saneamento resulta em alto custo para a saúde pública, com 400 mil internados por diarreia, a um custo de R$ 140 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente entre as crianças até 5 anos. “As pessoas não associam a diarreia à falta de esgoto e de água potável. Em termos econômicos, investir na água e no esgoto é um ótimo negócio. Para cada R$ 1 investido, os custos evitados [com gastos em saúde] são da ordem de R$ 4”, estimou.
Outro ponto apontado pela relatora da ONU é a questão do alto custo das tarifas de água e esgoto para a população de baixa renda. “É um sufoco para essas pessoas pagar as tarifas. Essa conta não deveria ultrapassar 5% do orçamento familiar. As companhias estaduais decidem ter tarifas muito altas e dividem os lucros entre os acionistas.  Deve haver mais pressão dos municípios e dos estados sobre as companhias para que elas reinvistam os lucros no setor.”
Catarina reconhece os avanços no setor e comemora a recente aprovação do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). “O Plansab é um avanço enorme, mostra que o país tem visão para o setor nos próximos 20 anos, com recursos financeiros muito significativos.” O plano, com investimentos estimados de R$ 508 bilhões entre 2013 e 2033, prevê metas nacionais e regionalizadas de curto, médio e longo prazos, para a universalização dos serviços de saneamento básico.
O relatório final será apresentado em setembro do ano que vem, na próxima sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Por Ana Cristina Campos, repórter da Agência Brasil

FLORA EM PERIGO

Livro Vermelho: plantas do Brasil ameaçadas de extinção

Mais de duas mil espécies da flora brasileira correm o risco de desaparecer para sempre. As plantas estão listadas no “Livro Vermelho da Flora do Brasil”, publicação do Centro Nacional de Conservação da Flora que busca incentivar medidas de proteção às espécies

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Débora Spitzcovsky Planeta Sustentável -

zanastardust/Creative Commons

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Estima-se que o Brasil abrigue mais de 10% de toda a flora do planeta, com quase 44 mil espécies catalogadas e milhares ainda desconhecidas pela ciência, mas o país precisa melhorar a forma como cuida de toda essa riqueza natural.

Levantamento feito pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), vinculado ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, analisou 4.617 espécies de plantas que vivem no país e concluiu que 2.118 - ou seja, mais de 45% - estão ameaçadas de extinção, nas categorias Vulnerável, Em Perigo e Criticamente em Perigo, segundo os critérios da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN)
Os resultados do estudo científico foram publicados no Livro Vermelho da Flora do Brasil, lançado nesta terça-feira (03/12) no Rio de Janeiro. Segundo a publicação, a maioria das espécies avaliadas que estão ameaçadas encontra-se nas regiões sul e sudeste do Brasil, nos biomas Mata Atlântica e Cerrado. O grupo das pteridófitas - como samambaias, avencas e xaxins - é o que possui o maior número de plantas que correm o risco de desaparecer para sempre.

A intenção da iniciativa é oferecer à sociedade e ao poder público informações de qualidade a respeito da atual condição da flora brasileira para que medidas efetivas de conservação sejam adotadas. Entre elas, os cientistas envolvidos no estudo sugerem a criação de unidades de conservação, já que mais de 87% das espécies de plantas listadas como ameaçadas encontram-se em situação vulnerável por conta da perda de hábitat e da degradação.

"O Livro Vermelho terá grande utilidade para municiar tomadores de decisão com informações científicas que possam nortear o estabelecimento de prioridades de ação para a conservação de plantas, ou mesmo para direcionar pesquisas científicas que possam preencher lacunas de conhecimento sobre determinados grupos taxonômicos", acredita Gustavo Martinelli, coordenador do CNCFlora.

Turbinas eólicas em alto mar podem diminuir intensidade de furacões

Turbinas eólicas em alto mar podem diminuir intensidade de furacões



Mark Jacobson, engenheiro ambiental e professor da Universidade de Stanford, realizou uma pesquisa que aponta que as turbinas eólicas instaladas em alto-mar são capazes de proteger as cidades da ação arrebatadora dos furacões que surgem no oceano, uma vez que as torres são resistentes e aproveitam a força dos ventos  para gerar mais energia.
Baseado em seus experimentos, o especialista afirma que, se houvesse um grande parque eólico na costa dos EUA, seria possível reduzir por mais de 70% a intensidade do furacão Katrina em 2005. Assim, Jacobson mira os parques eólicos offshore (localizados na costa) como eficientes barreiras contra os eventos climáticos extremos. “Com a aproximação dos furacões, as cidades teriam ventos mais brandos e tempestades menos severas”, explicou o professor ao jornal norte-americano The Huffington Post.
Para chegar à conclusão, o estudo demandou uma simulação com 70 mil torres eólicas, instaladas a 100 quilômetros da costa sudeste de Nova Orleans, nos EUA. Capazes de gerar uma carga de 300 gigawatts de energia, as turbinas conseguiram reduzir com eficiência a intensidade de uma forte tempestade, permanecendo incólumes à passagem do fenômeno climático.
Segundo Jacobson, os parques eólicos em alto-mar têm altos custos de implantação, mas, além de serem fontes de geração de energia limpa, também previnem os estragos causados pelos fenômenos naturais. Através de simulações, o estudo concluiu que seria possível gerar uma quantidade de 0.45 terawatts de eletricidade limpa ao evitar os efeitos catastróficos da passagem do Katrina. O parque eólico também conseguiria reduzir em 21% a intensidade do furacão Sandy, que atingiu parte da América Central e da costa leste dos EUA em 2012.
Redação CicloVivo