terça-feira, 19 de novembro de 2013

Já se vende mais bicicletas que carros na Europa

Já se vende mais bicicletas que carros na Europa

A Espanha é o mais novo país europeu a entrar no grupo das nações onde a venda de bicicletas supera a de veículos. Na União Europeia, apenas dois não seguem a regra

Getty Images
Pessoas de bicicleta em Berlim
Pessoas andam de bicicleta em Berlim: a Alemanha é o país com o maior  mercado de bicicletas.  Foram 3,96 milhões em 2012
São Paulo - Apaixonados por carros, os espanhóis - cujo país começa a ensaiar os primeiros passos para fora da crise - pela primeira vez na história compraram maisbicicletas que carros. Com isso, o país se junta a praticamente a todos os outros daEuropa (veja tabela ao final), que vêm dando maior força às duas rodas. 
Uma comparação entre os dados da Associação de Veículos com Rodas da Europa sobre o mercado de bicicletas e da venda de automóveis da Associação Europeia de Fabricantes de Carros apontou que, em 2012, apenas na Bélgica e em Luxemburgo os veículos continuam em primeiro. 
Na Itália, por exemplo, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial mais bicicletas foram vendidas do que carros. No Reino Unido, a diferença é de 1,6 milhões a mais de bicicletas.
No Brasil, a situação se repete. De acordo com dados mais recentes da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), em 2011 foram produzidas 4,6 milhões de bicicletas no país e outras 370 mil foram importadas. No mesmo período, foram 3,4 milhões de carros vendidos.

As 16 vias mais perigosas para os ciclistas em São Paulo

Levantamento fornecido pela CET a EXAME.com mostra quais vias da região metropolitana de São Paulo tiveram mais acidentes fatais nos últimos 4 anos

Nos acidentes, sobra para elas
Spencer Platt/Getty Images
São Paulo - Desde 2009, 211 ciclistas perderam a vida vítimas do trânsitopaulistano. Exatos 52 deles apenas no ano passado, quase todos, 51, homens. As informações são da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
Mesmo diante deste cenário, pode-se dizer que São Paulo se conscientiza, aos poucos,  do papel das bicicletas como meio de transporte - e da falta de segurança a que são submetidos os ciclistas urbanos.
De 2009 para cá, mais de 60 km de ciclovias foram construídos. O prefeito Fernando Haddad promete mais 400 km de vias cicláveis até o fim de seu mandato. A ciclofaixa de lazer, que separa uma faixa só para as bicicletas aos domingos em várias vias, também ajudou a popularizar a bike na capital paulista. 
Inicialmente, o aumento das vias para bicicletas fez diminuir os acidentes fatais: entre 2009 e 2011, os números caíram cerca de 20%. Já no passado, houve um aumento de 6%.
Segundo a CET, foram registradas neste ano mais de 210 autuações - uma média de duas multas por dia desde que novas medidas foram adotadas - por desrespeito a quem circula de bicicleta.
Dados da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo também não são alentadores: diariamente, nove ciclistas são internados em hospitais públicos devido a acidentes viários.
Clique nas fotos e veja quais vias registraram mais acidentes fatais nos últimos quatro anos.
 A diferença está em como essas milhões de bicicletas são usadas por aqui. Enquanto em boa parte dos países europeus elas gozam da segurança e da praticidade das ciclovias e ciclofaixas - o que acaba por incentivar seu uso como meio de transporte -, no Brasil, são obrigadas a dividir espaço com carros, motos e ônibus no trânsito. 
Veja na tabela a seguir a comparação entre a venda de bicicletas e carros na Europa:
PaísVendas de bicicletasVendas de carros
Alemanha3,96 milhões3 milhões
Reino Unido3,6 milhões2 milhões
França2,83 milhões1,9 milhão
Itália1,6 milhões1,4 milhão
Holanda1 milhão502 mil
Polônia992 mil271 mil
Espanha780 mil700 mil
Suécia555 mil280 mil
Dinamarca550 mil170 mil
Bélgica450 mil487 mil
Áustria410 mil336 mil
Romênia380 mil72 mil
República Tcheca350 mil173 mil
Portugal350 mil95 mil
Finlândia330 mil107 mil
Grécia320 mil58 mil
Eslováquia300 mil69 mil
Eslovênia250 mil50 mil
Hungria232 mil53 mil
Lituânia115 mil12 mil
Irlanda95 mil79 mil
Estônia65 mil19,4 mil
Bulgária62 mil19,7 mil
Letônia35 mil10,6 mil
Luxemburgo10 mil50 mil

Estudo encontra indícios de fraude em marcas de azeite

Estudo encontra indícios de fraude em marcas de azeite

Pesquisa da Proteste indica que as marcas não podem ser consideradas azeite, ao contrário do que dizem suas embalagens

Wikimedia Commons/Silvio Tanaka
Azeites de Oliva
Azeites de Oliva: pesquisa aponta irregularidades em marcas
São Paulo - Um estudo da Proteste - Associação de Consumidores com 19 marcas de azeite extravirgem vendidas no mercado brasileiro constatou que os rótulos Figueira da Foz, Tradição, Quinta d’Aldeia e Vila Real contém indícios de fraude e não podem ser considerados azeites, ao contrário do que suas embalagens sugerem, e sim uma mistura de óleos refinados.
De acordo com testes químicos feitos pela entidade, os produtos desclassificados receberam adição de outros óleos e gorduras, em proporções fora da legislação vigente.

A entidade afirma que irá notificar o Ministério Público, a Anvisa e o Ministério da Agricultura. "Cabe ao órgãos reguladores avaliar esta questão e retirar do mercado esses azeites que não condizem com as normas. Também pedimos que a fiscalização seja intensificada, para que os produtos sejam adequados às condições reais de informação em seus rótulos", afirma Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste. 
Segundo a pesquisa, apenas 8 dos produtos testados apresentam qualidade de extravirgem: Cardeal, Carrefour, Olivas do Sul, Cocinero, Andorinha, La Violetera, Vila Flor e Qualitá.
Outros sete (Gallo, Borges, Carbonell, Pramesa, Beirão, La Espanhola e Serrata) foram classificados como apenas virgens em teste sensorial feito por especialistas em azeite, ainda que se identifiquem como extravirgens em suas embalagens e anúncios publicitários.
Segundo a Proteste, uma das marcas avaliadas, a Borges, tentou obter censura prévia na justiça antes mesmo da divulgação dos resultados. O juiz Gustavo Coube de Carvalho, da Nona Vara do Fórum Central de São Paulo, negou a liminar. A Borges divulgou comunicado "contestando de forma veemente a metodologia e os resultados divulgados".
Segundo a fabricante, seu produto é avaliado e certificado em laboratório independente, credenciado pelo Comitê Oleico Internacional. "Temos todos os documentos oficiais que comprovam a qualidade do nosso produto – e, infelizmente, a Proteste não informa qual o laboratório responsável pelo seu teste, nem as condições em que a amostra do nosso azeite (e dos outros) foi colhida e transportada para verificação", disse a empresa em documento.
Já de acordo com a Carbonell, todos os lotes de produtos da marca são submetidos, antes do embarque, a um rigoroso controle de qualidade dos laboratórios do governo da Espanha credenciados e exigidos pelo Brasil. A empresa informou em comunicado ter realizado uma contraprova em amostra do mesmo lote analisado e "constatou, com total segurança, que as características do azeite correspondem a um produto extra virgem da mais alta qualidade".
Segundo Maria Inês, os parâmetros da análise foram rigorosos. "O intuito da nossa entidade é justamente avaliar as marcas existentes no mercado, principalmente para que os setores possam ser aperfeiçoados. O que não pode é que o consumidor continue a comprar produtos que afirmem ser o que não são", disse.
Procuradas pela reportagem, a Paladar Comércio e Representação de Produtos Alimentícios, importadora do Figueira da Foz,  a Angel Indústria Exportação e Importação de Produtos Vegetais, importadora do Vila Real, a Sales Indústria e Comércio, importadora do Quinta d'Aldeia, não tiveram representantes localizados. 
Confira o estudo da Proteste na íntegra:

Com 12 mil sensores, cidade de Santander ganha inteligência

Transformada num grande laboratório, a espanhola Santander testa tecnologias que podem transformar a vida nas cidades ao redor do mundo

Year of the Dragon / Wikimedia Commons
Praça em Santander, Espanha
Santander, na Espanha: a cidade testa tecnologias que poderão ser usadas em outros lugares
São Paulo -- A cidade de Santander, na Espanha, vem atraindo especialistas em tecnologiae urbanismo do mundo inteiro. Eles vão até lá para ver uma rede de 12 mil sensores ligados a computadores que estão poupando energia e água, reduzindo congestionamentos e transformando a vida dos cidadãos.
Os sensores ficam escondidos em cavidades no chão ou presos a luminárias, ônibus e lixeiras. Eles medem a poluição do ar, determinam se as vagas de estacionamento estão livres e se há pessoas numa área específica. Informam onde estão os ônibus e se as lixeiras estão cheias ou vazias.
Esses dados são processados num laboratório da Universidade da Cantábria e distribuídos em tempo real a quem precisa dessas informações. O serviço de coleta de lixo, por exemplo, fica sabendo quais lixeiras devem ser esvaziadas. Alertas de poluição atmosférica ou sonora são emitidos quando necessário.
Com base nos dados coletados, a intensidade da iluminação pública é reduzida para poupar energia em locais onde não há pessoas. E a irrigação dos jardins é ajustada em função da umidade do solo.
Já os cidadãos interagem com o sistema por meio de aplicativos móveis e sites na web. Appspermitem, por exemplo, encontrar vagas para estacionar ou saber quando vai chegar o próximo ônibus. Se alguém aciona o smartphone perto de uma loja, pode ver as ofertas dela. 
Os cidadãos também se comunicam com a administração municipal. Se alguém quiser informar sobre um buraco na rua, por exemplo, basta fotografá-lo com o smartphone. A foto segue junto com a localização captada pelo GPS do aparelho. 
O aviso vai tanto para os responsáveis pelo conserto como para os políticos que devem fiscalizá-los. E os próprios cidadãos podem acompanhar a solução. Essa transparência reduziu o tempo para solução dos problemas de algumas semanas para alguns dias.
O projeto começou há três anos com um fundo de 6 milhões de euros vindos principalmente da União Europeia. Com 180 mil habitantes, Santander foi escolhida como laboratório para testar tecnologias que, depois, poderão ser levadas a cidades maiores.
Há outras cidades participando, mas nenhuma delas tem uma rede tão ampla quanto a de Santander. Numa entrevista à revista alemã Der Spiegel, o prefeito Iñigo de la Serna disse que nenhum dos sensores havia sido destruído por vandalismo.
Ele conta que houve certa desconfiança no início. Mas a população acabou aderindo rapidamente. Contribuíram para isso os cuidados com a privacidade no projeto. Os usuários não precisam se registrar para usar os apps e o sistema não identifica as pessoas individualmente. 
A participação popular na administração cresceu, já que os apps também permitem enviar sugestões. Centenas delas já foram recebidas pela prefeitura. E a cidade passou a economizar 25% na conta de energia elétrica e 20% nos custos de coleta de lixo.
De la Serna disse ao site NPR que seu próximo plano é implantar medidores inteligentes de água e energia com comunicação sem fio nas residências e empresas. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Observatório do Clima lança sistema pioneiro para estimar emissões brasileiras

Observatório do Clima lança sistema pioneiro para estimar emissões brasileirasDébora Spitzcovsky 

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O Observatório do Clima lançou nesta quinta-feira, 07/11, em São Paulo, o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Trata-se de ferramenta inédita, desenvolvida para calcular anualmente as emissões brasileiras e identificar sua origem.
“É uma iniciativa pioneira. Não há nenhuma outra ferramenta desse tipo desenvolvida pela sociedade civil, com este grau de detalhe, para estimar as emissões de gases de efeito estufa”, conta Tasso Azevedo, coordenador de desenvolvimento do SEEG e consultor do Blog do Clima, do Planeta Sustentável.
Desenvolvida entre julho e novembro de 2013, a ferramenta apresenta, ano a ano, as estimativas de emissões brasileiras de forma consistente e acessível. “No Brasil, já existem dados oficiais a respeito do assunto, mas demoram tanto para ser publicados que se tornam defasados. Em julho desse ano, por exemplo, o governo apresentou as estimativas referentes às emissões até 2010. Nesse ritmo, fica difícil desenvolver políticas públicas eficazes, que reajam ao problema a tempo”, explica Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Além de dados atualizados, o SEEG pretende produzir informação acessível a todos os públicos. Na plataforma online do sistema, os internautas podem acessar, de forma simples, todo o conteúdo produzido pela equipe do SEEG. Eles ainda têm a oportunidade de fazer os recortes que quiserem. “Por exemplo, é possível enxergar, dentro das emissões provenientes das atividades agropecuárias, qual a contribuição do gado de leite para qualquer período entre 1990 e 2012. O internauta pode escolher a área que quer pesquisar e em que intervalo de tempo”, afirma Tasso Azevedo.
A expectativa é de que o SEEG leve conhecimento técnico aos diferentes grupos da sociedade civil, incentivando-os a contribuir para a criação de políticas que visem a redução das emissões brasileiras e a inserção do tema mudanças climáticas nas políticas de desenvolvimento do país. “Hoje, no Brasil, não vemos nenhuma decisão política vinculada à economia de baixo carbono, porque as mudanças climáticas ainda não são vistas como desafio estratégico para o nosso desenvolvimento. Isso precisa mudar”, diz Carlos Rittl, que completa: “Espero que os dados do SEEG gerem análises ricas para promover essa mudança no Brasil”.
Durante o evento de lançamento do SEEG, que acontece o dia todo, ainda será apresentado o documento Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Brasil 2012, que reúne dados a respeito da liberação de poluentes no país entre 1990 e 2012. 

Foto: Mikael Miettinen/Creative Commons

Como escolher frutas e verduras

Como escolher frutas e verduras

Alguns cuidados são gerais: evite os produtos com pontos pretos (podem indicar podridão) e rachaduras (podem ter sido contaminados por bactérias ou produtos químicos). Confira sinais específicos de cada alimento

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usdagov/Creative Commons

BATATA

Não compre as brotadas, pois o amido já virou açúcar. Também fuja da casca esverdeada, efeito da solanina, um tóxico.

BETERRABA OU CENOURAPrefira as médias ou pequenas. Quando estão muito grandes, a parte interior pode estar endurecida.

CEBOLANão escolha cebolas já brotadas ou com indícios de podridão (o cheiro forte pode denunciar a má qualidade do produto).

ABACATEEvite os de casca clara e brilhante (indicam que foram colhidos antes da hora). Compre sempre os mais foscos.

COUVE OU BRÓCOLISNão compre se as folhas ou flores estiverem esbranquiçadas ou amareladas.

TOMATENão compre tomates com partes murchas: já estão passando do ponto. Também fuja dos verdes: eles não amadurecem.

LARANJAA cor da casca (verde ou laranja) não tem a ver com a maturação interna, mas se estiver muito alaranjada pode ser que esteja velha.

UVAUva não amadurece fora do pé. E, se estiver meio branca, é sinal de que foi colhida antes da hora. Portanto, não estará tão doce.

ABACAXIAnalise as escamas: se os gominhos estiverem chatos e afastados (ou seja, se a casca estiver mais lisa), a chance de estar doce é maior.

MARACUJÁO melhor indicativo é o peso da fruta. Chacoalhe e veja se não está muito leve (sinal de pouco suco). Prefira os menores.

LIMÃO
Fora do pé, cítricos não amadurecem - compre-os maduros. No caso do limão, os de casca lisa e brilhante têm mais suco.

BANANAPrefira sempre as mais gordas. As finas mostram que foram colhidas antes da hora e têm menos sabor e nutrientes.

*Consultoras Alessandra Coelho e Juliana Dragone, nutricionistas, e Gabriel Vicente Bitencourt de Almeida, engenheiro agrônomo da Ceages
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