Crise hídrica: Alarme!
Publicado por Envolverde
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A cidade de São Paulo está diante de uma catástrofe social, econômica e ambiental sem precedentes. O nível do sistema Cantareira está em cerca de 6% e segue baixando por volta de 0,1% ao dia. O que significa que, em aproximadamente 60 dias, o sistema pode secar COMPLETAMENTE!
O presidente da Sabesp declarou que o sistema pode ZERAR em março ou, na melhor das hipóteses, em junho deste ano. E NÃO HÁ UM PLANO B em curto prazo. Isto significa que seis milhões de pessoas ficarão praticamente SEM UMA GOTA DE ÁGUA ou com enorme escassez. Não é que haverá apenas racionamento ou restrição. Poderá haver ZERO de água, NEM UMA GOTA.
Você já se deu conta do que isto significa em termos sociais, econômicos (milhares de estabelecimentos inviabilizados e enorme desemprego) e ambientais? Você já se deu conta de que no primeiro momento a catástrofe atingirá os mais vulneráveis (pobres, crianças e idosos) e depois todos nós?
O que nos espanta é a passividade da sociedade e das autoridades diante da iminência desta monumental catástrofe. Todas as medidas tomadas pelas autoridades e o comportamento da sociedade são absolutamente insuficientes para enfrentar este verdadeiro cataclismo.
Parece que estamos todos anestesiados e impotentes para agir, para reagir, para pressionar, para alertar, para se mobilizar em torno de propostas e, principalmente, em ações e planos de emergência de curto prazo e políticas e comportamentos que levem a uma drástica transformação da nossa relação com o meio ambiente e os recursos hídricos.
Há uma unanimidade de que esta é uma crise de LONGUÍSSIMA DURAÇÃO por termos deixado, permitido, que se chegasse a esta dramática situação. Agora, o que mais parece é que estamos acomodados e tranquilos num Titanic sem nos dar conta do iceberg que está se aproximando.
Nosso intuito, nosso apelo, nosso objetivo com este alarme é conclamar as autoridades, os formadores de opinião, as lideranças e os cidadãos a se conscientizarem urgentemente da gravíssima situação que vive a cidade, da dimensão da catástrofe que se aproxima a passos largos.
Precisamos parar de nos enganar. É fundamental que haja uma grande mobilização de todos para que se tomem ações e medidas à altura da dramática situação que vivemos. Deixar de lado rivalidades e interesses políticos, eleitorais, desavenças ideológicas. Não faltam conhecimentos, não faltam ideias, não faltam propostas (o Conselho da Cidade de São Paulo aprovou um grande conjunto delas). Mas faltam mobilização e liderança para enfrentar este imenso desafio.
Todos precisamos assumir nossa responsabilidade à altura do nosso poder, de nossa competência e de nossa consciência. O tempo está se esgotando a cada dia.
por Oded Grajew*
* Oded Grajew é empresário, coordenador da secretaria executiva da Rede Nossa São Paulo, presidente emérito do Instituto Ethos e idealizador do Fórum Social Mundial.
** Publicado originalmente no site Rede Nossa São Paulo.
Fonte: Envolverde.
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São Paulo – As crises de abastecimento de água aparecem no topo da lista de impactos mais temidos para o planeta nos próximos 10 anos, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Fórum Econômico Mundial.
Todos os anos, um grupo de mais de 900 executivos participam da pesquisa Global Risks, que elenca as principais preocupações em dois grupos: um sobre eventos mais prováveis de abalarem o mundo e outra sobre os ricos de maior impacto.
É a primeira vez que a “crise da água” lidera o ranking de impactos mais temidos pela elite mundial, seguida de “rápida e maciça disseminação de doenças infecciosas” e por "armas de destruição em massa”.
O risco de "conflitos entre Estados nacionais" lidera a lista de maiores ameaças à estabilidade mundial nos próximos 10 anos. Na sequência, aparecem os “eventos meteorológicos extremos” e “falha de governança nacional”.
5 principais riscos globais em termos de probabilidade | 5 principais riscos globais em termos de impacto |
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1 - Conflitos entre Estados nacionais | 1- Crise de abastecimento de água |
2 - Eventos meteorológicos extremos | 2 - Propagação de doenças infecciosas |
3 - Falha de governança nacional | 3 - Armas de destruição em massa |
4- Colapso ou crise estatal | 4- Conflitos entre Estados nacionais |
5 - Desemprego ou subemprego elevado | 5 - Falha de adaptação à mudança climática |
PRESSÃO CRESCENTE
Os recursos hídricos enfrentam pressão sem precedentes para atender à crescente demanda mundial. De acordo com o relatório, o consumo de água em 2030 superará em 40% o fornecimento considerado sustentável.
Atividade extremamente sedenta, a agricultura (que representa 70% do consumo total de água), precisará aumentar a produção de alimentos em 50% nos próximos 15 anos, o que elevará a demanda hídrica.
Não para aí. Para atender necessidades de geração de energia e produção, o consumo de água pelo setor elétrico deverá aumentar em 85% até 2035, projeta a Agência Internacional de Energia.
Outro desafio a ser enfrentado é a distribuição desigual da água. A ONU estima que 8 de cada 10 habitante do mundo vivem na metade mais seca do planeta, que inclui a Ásia, o Oriente Média e parte da África.