sábado, 11 de outubro de 2014

O Gol do plástico na Copa do Mundo

O Gol do plástico na Copa do Mundo
30/06/2014
Ao longo dos anos, com a evolução tecnológica, o plástico se tornou um dos materiais mais utilizados em todo o mundo, considerado um recurso que facilita e dinamiza muitas atividades do dia-a-dia. Dos utensílios domésticos aos veículos de transporte, da logística à agricultura, até a aplicação em estádios e equipamentos esportivos, são inúmeras as soluções plásticas desenvolvidas pela indústria química.
Com as atenções voltadas à Copa do Mundo deste ano, realizada no Brasil, os estádios podem ser vistos como um dos principais campos de aplicação do plástico e seus derivados: cadeiras, pintura, traves do gol, estruturas de suspensão, copos descartáveis, tampas e rótulos de bebidas, tudo isso contém elementos como polietileno, polipropileno ou PVC.
A Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas, é uma das empresas responsáveis por vários destes produtos, como o xileno. O composto faz parte das tintas e solventes aplicados nas traves, nos postes de iluminação e nos suportes dos refletores nos estádios, garantindo maior durabilidade e proteção anticorrosiva às superfícies.
Os assentos das cadeiras também contêm elementos plásticos em sua composição. Nos estádios Arena Fonte Nova (BA), Mané Garrincha (DF) e Itaquerão (SP), o polipropileno produzido pela Braskem serve como a matéria prima para os assentos. No caso do estádio do Morumbi, em São Paulo, os assentos utilizaram polietileno verde, polímero desenvolvido a partir da cana de açúcar, matéria-prima renovável, e produzido em larga escala exclusivamente pela Braskem.
No Maracanã, que sediará a grande final da Copa do Mundo, um dos componentes que reveste a cobertura do estádio é a Unilene, resina hidrocarbônica de petróleo de baixo peso molecular, que auxilia na resistência à ação da luz e do tempo e na performance de características isolantes.
O plástico se tornou ainda uma opção atraente para a confecção de produtos esportivos, como chuteiras, luvas de goleiro e bolas. Devido ao baixo custo de produção, o couro sintético, feito a partir de resinas termoplásticas PVC, é cada vez mais utilizado pela indústria esportiva. Para as roupas dos jogadores, e na rede do gol, os principais compostos são o paraxileno e o cumeno, presentes nas fibras sintéticas de poliéster e nylon.
Além de couro sintético, os solados das chuteiras também utilizam como matéria prima o butadieno, composto presente no revestimento interior das bolas. O plástico é visível até mesmo no gramado dos estádios: o polietileno é um dos compostos usados para a produção da grama sintética aplicada no campo.
O público que assiste aos jogos é outro grande usuário dos referidos itens. Dentro dos estádios, a maioria das cornetas, dos apitos, dos chapéus e de outros acessórios utilizados pela torcida é feita com compostos químicos. Além deles, os produtos comercializados dentro e fora de campo, como saquinhos de salgadinhos, copos descartáveis, tampas e rótulos de bebidas, compõem a variedade de itens que utilizam plástico e derivados em sua composição.

Fonte: ABC do ABC

Racionamento de água chega a 2,8 milhões de pessoas em SP

Racionamento de água chega a 2,8 milhões de pessoas em SP

Redação VEJA.com - 10/2014
jonrawlinson/Creative Commons



racionamento oficial de água de São Paulo já atinge 2,77 milhões de pessoas em 25 municípios do Estado. De acordo com levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, o número de habitantes afetados pelo rodízio é 32% maior do que em agosto, quando 2,1 milhões de pessoas viviam sob essa condição. O racionamento ocorre em cidades onde o abastecimento de água e o tratamento de esgoto são feitos pelos governos municipais.

O maior município com racionamento é Guarulhos, onde 87% da água é comprada da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A prefeitura diz que estuda a captação de novos mananciais e a Sabesp informou que reduziu a vazão para a cidade por exigência da Agência Nacional de Águas (ANA), que solicitou a diminuição da captação do sistema Cantareira.

CRISE HÍDRICA Desde fevereiro, a Sabesp tem adotado um conjunto de ações para diminuir a retirada de água do sistema, que antes da crise era de 31 mil litros por segundo. Além do desconto na conta para quem economizar água, a concessionária remanejou os recursos hídricos de outros sistemas para bairros atendidos pelo Cantareira e reduziu a pressão da água na rede de distribuição à noite - medida que levou a queixas de falta d’água. Mesmo com essas medidas, a empresa teve de captar água do volume morto do sistema que ainda abastece 6,5 milhões de pessoas só na Grande São Paulo.

Pelos cálculos, a primeira cota do volume morto deve durar até a primeira quinzena de novembro. Para garantir o abastecimento da Grande São Paulo até março de 2015 sem decretar racionamento oficial, a Sabesp pretende usar uma segunda cota da reserva, de 106 bilhões de litros.

A Agência Nacional de Águas (ANA), um dos órgãos reguladores, condicionou a autorização de uso da água à apresentação de um plano de contingência pela companhia, que prometeu entregar uma versão final nesta segunda-feira.

(Com Estadão Conteúdo)

CNJ prepara política pública voltada para a sustentabilidade

CNJ prepara política pública voltada para a sustentabilidade
Notícias - Geral
Seg, 15 de Setembro de 2014 09:46

CNJ prepara política pública voltada para a sustentabilidade
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) disponibilizará para consulta pública, a partir desta segunda-feira (8/9), a minuta da resolução que dispõe sobre políticas públicas voltadas à sustentabilidade no Poder Judiciário. O uso racional de recursos naturais e de bens públicos tem como objetivo a eficiência do gasto público e o menor impacto no meio ambiente. O texto estará disponível no portal do CNJ até 7 de outubro. Quem quiser encaminhar sugestões sobre o tema poderá fazê-lo pelo e-mail consultapublica@cnj.jus.br.
A minuta prevê a criação de unidades ou núcleos socioambientais para criação de projetos, desenvolvimento de ações de sustentabilidade, monitoramento de metas anuais de economia de recursos e avaliação de resultados. Para isso, estabelece o chamado Plano de Logística Sustentável do Poder Judiciário (PLS-PJ), prevendo levantamento de dados relativos a gastos com produtos e serviços que deverão ser informados pelos tribunais e repassados periodicamente ao CNJ.
Divulgação anual – O Balanço Socioambiental do Poder Judiciário será alimentado por informações consolidadas em relatórios de acompanhamento do PLS-PJ e as informações serão publicadas anualmente pelo CNJ e nos sites dos respectivos órgãos do Poder Judiciário.
Entre os pontos incluídos na minuta da resolução estão a adoção de coleta seletiva de resíduos, as realizações de campanhas de sensibilização e de consumo consciente de água e energia, a substituição no uso de materiais danosos ao meio ambiente, bem como o uso racional de bens, como papel, em razão da implementação do Processo Judicial Eletrônico (PJe).
As unidades socioambientais cuidarão do planejamento dessas ações voltadas à qualidade do gasto público e ao uso racional de recursos naturais e bens públicos, desde as compras sustentáveis, passando pela sensibilização e capacitação dos servidores, até a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Após 7 de outubro, a minuta voltará a ser debatida pelos conselheiros do CNJ, gestores e servidores do Poder Judiciário.
Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias

Falta interesse de professor por carreira

Falta interesse de professor por carreira, diz estudo

Os cursos de formação de professores têm evasão maior que 30%, acima da média registrada por outras graduações

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Apesar de haver escolas sem professores no Brasil, o número de licenciados entre 1990 e 2010 seria suficiente para atender à demanda atual por docentes. É o que revela a pesquisa inédita do professor José Marcelino de Rezende Pinto, da Universidade de São Paulo (USP). Faltam, portanto, profissionais interessados em seguir carreira dentro da sala de aula.
O estudo aponta para a necessidade de tornar a profissão mais atrativa e de incentivar a permanência estudantil na área. Isso porque o número total de vagas na graduação é três vezes maior que a demanda por professores estimada nas disciplinas da educação básica (mais informações nesta página). Em todas as áreas, só as vagas de graduação nas universidades públicas já seriam suficientes para atender à demanda.
Para realizar a pesquisa, o autor cruzou a demanda atual por profissionais na educação básica com o número de formados nas diferentes disciplinas curriculares entre 1990 e 2010. Assim, apenas em Física é possível afirmar de fato que o número de formandos não é suficiente para suprir a necessidade.
Segundo Marcelino, os titulados preferem ir para outras áreas a seguir a docência. "A grande atratividade de uma carreira é o salário. Mas, além da remuneração, o professor tem um grau de desgaste no exercício profissional muito grande. E isso espanta", afirma o pesquisador, que é da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto.
Os cursos de formação de professores têm evasão maior que 30%, acima da média registrada por outras graduações. "Em vez de financiar novas vagas, muitas vezes em modalidade a distância sem qualidade, precisamos investir para que o aluno entre e conclua."
Dados recentes mostram que há um déficit nas escolas brasileiras de 170 mil professores apenas nas áreas de Matemática, Física e Química. Só na rede estadual de São Paulo, 21% dos cargos necessários estavam vagos no ano passado, como revelou o Estado na ocasião. A maior lacuna era em Matemática e Português, esse último com falta de 7,1 mil docentes - o governo do Estado afirma que os alunos não ficam sem aula, mesmo que acompanhados por professores de outras formações.
Em Língua Portuguesa, a pesquisa revela um dos maiores abismos. O número de concluintes entre 1990 e 2010, de 325 mil, é quase três vezes maior que a demanda calculada, em torno de 131 mil.
Só três disciplinas aparecem com razão negativa entre concluintes e demanda: Ciências, Língua Estrangeira e a já citada Física (veja o infográfico ao lado). Nas duas primeiras, os dados não refletem algumas condições: a área de Língua Estrangeira é atendida por formados em Letras, que tem alto índice de estudantes, e muitos professores de Ciências têm formação em Biologia - que tem a maior proporção de concluintes.
Ganho. O salário de um professor é, em média, 40% menor que o de um profissional de formação superior. Foi essa diferença de renda que fez Simone Ricobom, de 40 anos, deixar a docência em 1998 - após cinco anos na área - para trabalhar na Previdência Social. "Havia o pensamento de que o professor tinha de ser um pouco mãe e eu queria ser profissional. Também percebi que não havia projeção na carreira." Ela voltou a atuar na educação infantil entre 2008 e 2012, dessa vez na rede particular, mas se decepcionou novamente.
O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, diz que o resultado da pesquisa desconstrói um falso consenso sobre um "apagão". "Os dados reforçam que a principal agenda na questão docente é a da valorização", diz. "Valorização é garantia de boa formação inicial e continuada, salário inicial atraente, política de carreira motivadora e boas condições de trabalho."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

MPF pede suspensão das obras de recuperação das lagoas da Barra da Tijuca, RJ

MPF pede suspensão das obras de recuperação das lagoas da Barra da Tijuca, RJ

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Lagoa na Barra da Tijuca, tomada por esgoto. Foto do Projeto Olho Verde, do Biólogo Mario Moscatelli

Projeto foi aprovado sem Estudo de Impacto Ambiental e sem autorização dos órgãos federais competentes
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) expediu na última sexta-feira, 12 de setembro, recomendação à Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro e ao Instituto Estadual de Ambiente (Inea) para que sejam suspensas as obras relacionadas ao chamado “Projeto de Recuperação Ambiental do Sistema Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. O projeto, apresentado pelo Governo do Estado, foi avaliado em R$ 660 milhões, e abrange obras de dragagem das lagoas de Jacarepaguá, Camorim, Tijuca, Marapendi e do Canal de Joatinga, a extensão do quebra-mar do Canal da Joatinga em 180 metros e a criação de ilha artificial na lagoa da Tijuca, a partir do material resultante da dragagem do complexo lagunar.
De acordo com a recomendação dos procuradores da República Sergio Gardenghi Suiama e Ana Cristina Bandeira Lins, as obras não deverão ser executadas sem a prévia elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) e a prévia manifestação dos órgãos federais competentes: Ibama, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e Marinha do Brasil.
O MPF pede ainda que as licenças ambientais já concedidas, relacionadas ao projeto, sejam anuladas. As autoridades estaduais tem um prazo de 30 dias para informar ao MPF a respeito do cumprimento da recomendação.
Irregularidades do projeto de recuperação das lagoas da Barra – Investigações do MPF identificaram diversas irregularidades no Projeto de Recuperação Ambiental do Sistema Lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. A Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA) dispensou a elaboração do EIA-RIMA para as obras, determinando somente a apresentação de um Relatório Ambiental Simplificado (RAS). Em maio de 2013, o Inea expediu licença prévia para o projeto tendo por base apenas o RAS, elaborado pela empresa Masterplan.
Para o MPF, a legislação federal obriga a Secretaria Estadual a realizar EIA-RIMA em razão: a) do volume de dragagem previsto (de 5,7 milhões de metros cúbicos); b) do impacto direto causado na linha da costa, decorrente da obra de extensão do quebra-mar, afetando diretamente a balneabilidade e alteração da hidrodinâmica das praias do Pepê e Joaatinga; c) da criação de um ecossistema artificial de mais de 444 mil metros quadrados – denominado de “ilha-parque”, em detrimento do ecossistema nativo existente entre as lagoas do Camorim e da Tijuca.
Tais fatores, segundo a recomendação, são potencialmente causadores de significativa degradação do meio-ambiente, e afetam diretamente bens da União, sobretudo o mar territorial e os terrenos da marinha situados na costa. Além disso, o projeto engloba em sua área de influência 22 Unidades de Conservação de Proteção Integral, inclusive o Parque Nacional da Tijuca.
O MPF especificou que, por esses motivos, é necessária a prévia manifestação do órgão ambiental federal (o IBAMA) a respeito do projeto, bem como autorizações do ICMBio, da Secretaria de Patrimônio da União e da Marinha para a execução das obras.
Segundo o art. 60 da Lei 9.605/98, é crime, punido com pena de detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente, “construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares pertinentes”. O artigo 6º, parágrafo 1º, da Lei Federal 7.661/98 também prevê a interdição e a demolição das obras, caso elas sejam executadas sem prévia licença ambiental válida.
Fonte: Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro
EcoDebate, 09/2014

Tendências e desafios das emissões brasileiras de Gases de Efeito Estufa

Tendências e desafios das emissões brasileiras de Gases de Efeito Estufa (GEE)Tasso Azevedo - 25/08/2014 às 18:34

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No inicio da década passada, o Brasil chegou a ser o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa, mas, com a queda do desmatamento, essas emissões tiveram redução expressiva, em especial no período de 2005 a 2010. Apesar deste decréscimo, o Brasil ainda está entre os dez países mais emissores, com emissão per capital muito similar à global: 7 toneladas de CO2e por habitante/ano.
Esta é uma das diversas constatações do conjunto de relatórios analíticos, sobre trajetórias e tendências das emissões brasileiras de bases de efeito estufa, lançado na última semana pelo Observatório do Clima (OC) a partir dos dados produzidos peloSistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG).
São seis volumes classificados por setor – energia, indústria, agropecuária, resíduos e mudança de uso da terra – e um relatório síntese. Nos primeiros, são analisadas as trajetórias das emissões brasileiras de 1990 a 2012 e das políticas públicas que influenciam esta trajetória. O relatório síntese também faz a projeção das emissões do Brasil em 2020 e propõe referências para metas de redução do Brasil no médio e longo prazos (2030 e 2050), além de uma série de recomendações para colocar o Brasil na trajetória de uma economia de baixo carbono.
O relatório aponta que, entre 2005 e 2012, houve grande transformação na composição das fontes de emissão dos gases de efeito estufa no Brasil. A participação das emissões por mudança de uso da terra (onde está incluído o desmatamento) caiu pela metade – de 65 para 32% – e a participação do setor de energia dobrou, crescendo de 14 para 30%.
Veja as figuras abaixo que indicam as emissões de GEE no Brasil, por setor e gás, no período de 2005 a 2012. Clique nelas para ver os detalhes:
Gases-por-Setores-e-Gases-em-CO2e-(2005)-menor

Gases-por-Setores-e-Gases-em-CO2e-(2012)menor
Os dados de 2012, quando agrupados por atividade econômica, mostram que o agronegócio responde por 62,5% das emissões brasileiras, o que inclui emissões diretas da atividade agropecuária, boa parte das emissões por desmatamento, emissões de energia consumida no setor e emissões por resíduos industriais do setor.
No setor de transportes, as emissões por transporte individual (carro e moto) são mais do que o triplo das emissões do transporte coletivo (68 x 20 milhões de tCO2e), apesar de este último transportar muito mais gente que o primeiro. A redução do consumo de álcool e o aumento do consumo de gasolina, entre 2009 e 2012, agrava este dado.
Veja a figura abaixo, que mostra a distribuição das emissões de GEE no Brasil em 2012, por atividade econômica. Clique nela para ver os detalhes:
Gases-por-Atividade-Economica-em-CO2e-(2012)-(2)-menor
O relatório síntese indica que a trajetória de quedas pode estar se encerrando e, em 2020, deve chegar a uma trajetória ascendente, apesar de estar ainda dentro da meta estabelecida na Politica Nacional de Mudanças Climáticas. Esta é uma fonte de preocupação, pois o desenho do novo acordo global de clima em construção indica a necessidade de todos os países assumirem compromissos de redução de emissões no período pós 2020.
O Observatório do Clima propõe que o Brasil estabeleça um conjunto de metas de médio e longo prazos para as emissões de GEE, que seja compatível com a trajetória global de emissões durante este século para limitar o aumento de temperatura em 2ºC. Em 2030, as emissões que, em 2012, estavam em 1,5 Gt CO2e deveriam ser reduzidas a um máximo de 1 Gt CO2e e, em 2050, não deveriam ultrapassar 0,5 Gt CO2e.
Trata-se da primeira proposta concreta de metas de redução de emissões para o Brasil no médio e longo prazos. Um bom subsídio para o debate do novo acordo climático global em 2015.

Foto: .joao xavi./Creative Commons/Flickr

Meio Ambiente planta árvores nativas e frutíferas no Parque Guarus

Meio Ambiente planta árvores nativas e frutíferas no Parque Guarus



A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, através do Programa + Verde Campos, realizou nesta quarta-feira (1º), o plantio de 15 mudas de árvores nativas e frutíferas. A ação aconteceu na Avenida Hélio Montezano de Oliveira, localizada no Parque Guarus.

Segundo o secretário Zacarias de Albuquerque, foram plantadas aroeiras, mangueiras, oitis e quaresmeiras.  “As mudas são selecionadas para trazer benefícios à população, com frutos, sombra e flores, e também eliminar o risco que possa ser provocado, causando danos nas calçadas e nas fiações elétricas”, disse.

- As árvores proporcionam sombra e temperatura mais amena, trazendo uma melhor qualidade de vida para a população - destacou Zacarias. Ele informou que há mudas disponíveis no Centro de Educação Ambiental, na Avenida José Carlos Pereira Pinto, 300, em Guarus; e no Horto Municipal.
Por: Da Redação - Foto: divulgação -  01/10/2014 

quinta-feira, 9 de outubro de 2014


Um alerta verde para a cidade

Vandalismo, doenças e acidentes matam quase 30% das árvores plantadas por ano
 
Cidade que se orgulha de ter uma expressiva cobertura vegetal — as áreas verdes abrangem um terço de seu território —, o Rio sofre para manter as árvores de seus espaços públicos em pé. De 2011 a 2013, as ruas e praças da capital receberam 127.877 novas árvores, em sua maioria espécies da Mata Atlântica, em média, 42 mil por ano. Mas vandalismo, doenças fitossanitárias e acidentes viários provocam a perda de cerca 11 mil árvores por ano, cerca de 30% do total plantado. A estimativa é da Fundação Parques e Jardins, responsável por coordenar os plantios. Outra dificuldade é convencer os cidadãos da importância da manutenção das áreas verdes. Na chamada Área de Planejamento 3 (AP-3), que abrange bairros da Zona Norte, do Méier a Deodoro, nada menos do que 70% dos plantios previstos não podem ser concretizados. O motivo principal: moradores se recusam a autorizar novas árvores em suas calçadas.

São muitos os gargalos. A ausência de um plano diretor de arborização impede uma gestão mais eficiente. A Prefeitura do Rio estima que as ruas e praças abriguem 700 mil árvores. Mas o município não sabe qual o tamanho exato do déficit de cobertura vegetal. Há um entendimento comum entre engenheiros florestais de que a expansão da cidade para bairros da Zona Oeste, como Campo Grande e Jacarepaguá, vem implicando na perda significa dessa cobertura. A estimativa mais recente, de 2006, apontava para um déficit de 300 mil árvores. O trabalho, por amostragem, foi feito pelo arquiteto Adilson Roque dos Santos, durante seu doutorado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

NOVOS CRITÉRIOS PARA PLANTIO

Diretor de Arborização da Fundação Parques e Jardins, o engenheiro florestal Flávio Telles reconhece que o Rio ainda precisa avançar para atingir patamares satisfatórios. Ressalta que, desde 2007, as perdas nos plantios caíram 20%. Mudanças em critérios foram determinantes. Há sete anos, as mudas passaram a ser plantadas com 2,5 metros de altura — antes, a média era de 1,80m — e largura de 2 a 3 cm, o dobro do protocolo anterior. Outra mudança foi o critério de 2 metros de largura para as calçadas serem consideradas aptas a receber novos vegetais.
— Infelizmente, há moradores que se negam a receber mudas em frente às suas casas ou prédios. Marechal Hermes, Guadalupe e bairros nos arredores registram altos percentuais de recusa. A memória da população ainda remete a problemas antigos, como falta de manutenção e espécies que causavam transtornos, como ficus e casuarina, pelo enorme porte. Muitos acham que a árvore é uma vilã, que fornece esconderijo a ladrões. Mas os benefícios são gigantescos. Uma única árvore pode causar um conforto térmico de até quatro graus e fazer o serviço de três aparelhos de ar-condicionado — destaca Telles.
Em 2013, o Rio recebeu 57.014 novas mudas em áreas públicas, um recorde nos últimos anos. O número equivale a uma árvore para cada grupo de 110 pessoas ou 2,1 hectares. No mesmo ano, São Paulo plantou mais: foram 155.714 unidades, o mesmo que uma árvore a cada grupo de 72 habitantes ou 0,8 hectare. A capital paulista conta com três viveiros, mantidos pela prefeitura. No Rio, os dois hortos — um na Taquara e outro em Vargem Pequena — só “engordam” as mudas, que são encaminhadas majoritariamente a projetos de reflorestamento.

MEDO DE ABORRECIMENTOS FUTUROS

Quase toda a produção de sementes do Rio acontece na Biovert Florestal e Agrícola, em Silva Jardim. O dono do empreendimento, Marcelo de Carvalho Silva, calcula que o mercado de arborização vai movimentar R$ 16 milhões este ano. O custo de plantio por muda é de R$ 369. Nenhum centavo sai dos cofres públicos. As empresas ou pessoas físicas financiam os plantios. A lei ordinária 613/1984 — que prevê uma árvore a cada 150 metros quadrados de novas construções residenciais —, a lei do “Habite-se” e as medidas compensatórias são as bases legais desse mercado. A Fundação Parques e Jardim apenas fiscaliza e estabelece os parâmetros dos plantios, que devem ser feitos por empresas credenciadas.
— Atendemos às exigências de compensações ambientais e atuamos na produção, no plantio e na manutenção. Não temos prefeituras como clientes. Acredito que o grande entrave hoje no Rio está ligado ao oportunismo ambiental. Suprimir uma árvore virou um verdadeiro pandemônio. As pessoas ficam com medo de plantar e depois terem dificuldades e aborrecimento em caso de precisaram remover algum vegetal , ainda que por motivo de doença — opina Marcelo Carvalho.
Apesar das dificuldades, há moradores ávidos por mais cobertura verde. Este ano, os bairros que mais demandaram plantios pela central 1746 da prefeitura foram Tijuca, Campo Grande, Copacabana e Bangu. Em 2013, as localidades que mais receberam mudas foram Cidade Universitária (com 10.692, em projeto financiado pela GE), Campo Grande (5.477) e Jacarepaguá (3.584). A Fundação Parques e Jardins tem uma lista de 75 espécies recomendadas para espaços urbanos. Já espécies como monguba, casuarina, flamboyant e ficus-benjamina entraram para a lista das proibidas, por serem inapropriadas para calçamentos urbanos.

Floração desregrada de algumas árvores, como quaresmeiras e paus-brasil, preocupa estudiosos. Eles observam que esses vegetais têm florescido até quatro vezes por ano, o que só deveria ocorrer uma vez no período, em condições normais. Há, com isso, um gasto excessivo de energia, podendo causar a morte de algumas espécies.

CAMPANHA :SEJA VOCÊ A MUDANÇA PARA O MEIO AMBIENTE.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Projeto Tamar protege 2 milhões de tartaruguinhas em oito estados


    Divulgação/Projeto Tamar
    A vida continua: filhotes a caminho do mar
    Cuidados ocorrem nas épocas e áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso no litoral.

    LUCIENE DE ASSIS

    As tartarugas marinhas já começam a chegar às praias brasileiras, onde nasceram, para colocar seus ovos. O processo se repete todo ano, de setembro a dezembro e, desta vez, mais de 2 milhões de filhotes serão liberados ao mar, sob a proteção do Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas, o Projeto Tamar. Cerca de 20 milhões de filhotes de tartarugas marinhas serão protegidos e levados ao mar, no Brasil, até o final de 2015, pelos pesquisadores que monitoram cerca de 1.100 quilômetros de praias em 25 localidades do litoral brasileiro.

    Os cuidados com esses animais ocorrem nas épocas e áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso no litoral e nas ilhas oceânicas da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Criado há 35 anos, a instituição trabalha com pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no litoral do Brasil, todas ameaçadas de extinção, um sério problema provocado pelo ser humano, pois as tartarugas existem no planeta há pelo menos 110 milhões de anos.

    O Projeto Tamar é fruto da cooperação entre o Centro Tamar, ligado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e a Fundação Pró-Tamar. Tem o patrocínio oficial da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, e o apoio do Título de Capitalização Bradesco Pé Quente.

    REPRODUÇÃO

    As estrelas acompanhadas pelos pesquisadores do Projeto Tamar são a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), animais migratórios por excelência, que fazem viagens através dos oceanos, mas sempre retornam à praia onde nasceram para desovar, repetindo o ciclo.  A carnívora tartaruga Oliva é a mais precoce do grupo, alcançando a maturidade sexual entre os 11 e os 16 anos de idade. As demais espécies só se tornam adultas e sexualmente maduras entre os 20 e os 30 anos de vida. 

    Desde o início do Projeto, os números confirmam o enorme progresso do Tamar. “Na primeira temporada de reprodução das tartarugas marinhas monitoradas, em 1982, um esforço conjunto entre pescadores e a equipe de pesquisadores colocou no mar, com muita alegria, 2 mil filhotes das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil”, conta o oceanógrafo coordenador do Centro Tamar-ICMBio, João Carlos Thomé. Três décadas e meia depois, na temporada atual (2014-2015), a quantidade de filhotes protegidos poderá chegar a mais de 2 milhões por ano.

    ÁGUAS PERIGOSAS

    Mas os perigos continuam ameaçando a existência desses animais. De acordo com o coordenador nacional do Centro Tamar, além dos predadores naturais, as ações do homem estão entre as principais ameaças à sobrevivência das tartarugas marinhas. Destacam-se a pesca incidental, ao longo de toda a costa, com redes de espera, e, em alto-mar, com anzóis e redes de deriva (ou emalhe, são artes de pesca mantidas na superfície, ou a certa distância abaixo dela, por meio de boias); a destruição do habitat usado para desova em função da ocupação desordenada do litoral; o trânsito de veículos nas praias e a poluição dos oceanos.

    Alem disso, há o impacto negativo da fotopoluição, que consiste na incidência de luz artificial nas praias, resultado da expansão urbana no litoral, fato que prejudica fêmeas e filhotes. As fêmeas deixam de desovar, evitando o litoral, se a praia está iluminada inadequadamente. Os filhotes, por sua vez, ficam desorientados, pois, em vez de seguir para o mar, guiados pela luz do horizonte, caminham para o continente, atraídos pela iluminação artificial e, fatalmente, são atropelados, devorados por predadores, como cães e raposas, ou morrem de desidratação.


    INVESTIMENTO

    O Projeto Tamar investe R$ 10 milhões por ano, entre os recursos aplicados diretamente pelo governo e pela sociedade civil, nas atividades de pesquisa, conservação e inclusão social, envolvendo mais de mil pessoas em oito estados. “É essencial recuperar as populações de tartarugas marinhas a níveis saudáveis para que elas possam cumprir sua função ecológica nos oceanos, com envolvimento e mudança de mentalidade da sociedade”, afirma João Carlos Thomé.

    O sucesso do empreendimento, na opinião de Thomé, deve-se ao fato de o projeto ser um exemplo de parceria entre governo e sociedade de mais de 30 anos, garantindo-se que os resultados perseguidos pelos dois lados sejam alcançados, independentemente das mudanças de governo e da realidade social. Ele acredita que o governo precisa continuar a estabelecer políticas públicas, criar áreas protegidas e oferecer aporte de recursos para manejo e proteção das espécies, sendo que a Fundação Tamar complementa os recursos com pesquisa, conservação, educação ambiental e inclusão social.

    O trabalho do Tamar, hoje, já tem alcance internacional e parcerias firmadas com os governos do Uruguai e Argentina, no Atlântico Sul, além de acordos com países africanos. O Brasil, esclarece Thomé, é signatário da Convenção Interamericana para Conservação das Tartarugas Marinhas, já ratificada também por outros 17 países. “Como essas espécies são transnacionais, existe a necessidade de mantermos esse trabalho conjunto”, completa.

    PROTEÇÃO

    Com apoio de vários parceiros ao longo da costa, pesquisadores e pescadores estudam e cuidam das principais áreas de reprodução e de alimentação das tartarugas na faixa litorânea que vai do Ceará a Florianópolis. O trabalho conjunto, segundo dados do Projeto Tamar, já garantiu a proteção anual de 9.934 ninhos de tartaruga-cabeçuda; 8.779 ninhos de tartaruga-oliva; 4.956 ninhos de tartaruga-verde; 2.842 ninhos de tartaruga-de-pente; e 159 locais de desova de tartaruga-de-couro.

    A avaliação dos resultados de conservação, a partir do número de ninhos nas praias monitoradas na Bahia e em Sergipe, comprova o início da recuperação de três espécies de tartarugas marinhas. Dados indicam que, entre 2004 e 2011, o crescimento anual no número de ninhos de tartaruga-oliva foi de 12,3%, de tartaruga-de-pente chegou a 5,7% e de tartaruga-cabeçuda alcançou 4,6%.

    AVANÇOS

    Desde sua criação, o Tamar vem priorizando pesquisas que resolvam aspectos práticos para a proteção desses animais, e realiza estudos de longo prazo, contando com mais de 25 anos de coleta de dados padronizados e armazenados em um sistema de informação integrado. Thomé conta que o acúmulo de conhecimento permite realizar análises para adoção de estratégias de conservação mais adequadas às diferentes regiões e ameaças.

    Programas de marcação e recaptura de tartarugas em locais de alimentação são desenvolvidos nas áreas mais visitadas por tartarugas das espécies verde, como em Fernando de Noronha, Praia do Forte (Bahia), Ubatuba, Ceará e Vitória, e de-pente (Fernando de Noronha). O trabalho permite recolher dados importantes sobre tempo de permanência desses animais em cada local, verificar as taxas de crescimento e de sobrevivência, e a dieta, dentre outros aspectos das suas vidas.
     



    Meta mundial de biodiversidade está ameaçada

    Objetivos definidos pelas Nações Unidas para 2020 estão longe de serem alcançados, segundo novo relatório
     
    Os esforços internacionais voltados para conservação e uso sustentável da Biodiversidade estão muito abaixo do necessário para cumprir as metas estabelecidas para 2020, segundo um levantamento divulgado hoje pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas. De um total de 56 objetivos previstos nas Metas de Biodiversidade de Aichi, apenas 5 (menos de 10%) estão a caminho de serem cumpridos dentro do prazo. Na maioria dos casos, a tendência é que as metas não sejam alcançadas. O diagnóstico faz parte da quarta edição do Panorama Global da Biodiversidade (GBO4, em inglês), um relatório sobre o "estado de saúde" da vida no planeta, publicado pela CDB. A edição anterior (GBO3) trouxe a má notícia de que a meta estipulada em 2002, de "reduzir significativamente o ritmo global de extinção de espécies até 2010", não fora cumprida. E o GBO4, agora, faz o alerta de que, se as coisas continuarem como estão, as Metas de Aichi também não serão cumpridas. "A boa notícia é que (os países) têm progredido e assumido compromissos concretos para implementação das metas. Entretanto, o GBO4 nos mostra que esse esforço precisa ser redobrado", diz o secretário executivo da CDB, o brasileiro Braulio Dias, na introdução do relatório. O documento foi divulgado hoje para coincidir com a abertura da 12.ª Conferência das Partes (COP12), em Pyongyang, na Coreia do Sul. As Metas de Aichi foram criadas no Japão, em 2010, durante a COP10. São ao todo 20, subdivididas em um total de 56 objetivos, relacionados a temas como a proteção de Espécies Ameaçadas, a recuperação deEcossistemas degradados, a criação de áreas protegidas, o fim doDesmatamento, a redução da Poluição e a educação sobre a importância da Biodiversidade.

    Preocupação maior. Os objetivos que estão mais longe de serem alcançados são os que dizem respeito à conservação de espécies eEcossistemas essenciais. "A perda de hábitats florestais foi significativamente freada em alguns lugares, como no Brasil. No entanto, o Desmatamento continua a crescer em várias regiões tropicais e hábitats de todos os tipos continuam a ser fragmentados e degradados", diz o relatório. As cinco metas bem encaminhadas para 2020 referem-se à proteção de ambientes terrestres (meta de 17%), ao aumento do conhecimento científico sobre aBiodiversidade, à formulação de planos estratégicos nacionais e à implementação do Protocolo de Nagoya, sobre recursos genéticos e repartição de benefícios, que entrará em vigor nesta conferência.

    FONTE O ESTADO DE SÃO PAULO