quinta-feira, 10 de julho de 2014

Quem é o dono do Ártico?

Quem é o dono do Ártico?

O território gelado guarda nada menos do que 400 bilhões de barris de petróleo. E todo mundo quer beliscar um pedaço desse tesouro.





por Texto Pedro Dória

Nas contas da respeitada consultoria da área de energia Wood Mackenzie, há 400 bilhões de barris de petróleo no círculo polar ártico. Não custa comparar, o megacampo de Tupi, anunciado em novembro último pela Petrobras, tem até 8 bilhões de barris. E essa brutal quantidade inexplorada de combustível no Ártico é um problema. Primeiro, porque gera a tentação de explorar; segundo, porque não é tão claro quem manda naquelas águas; terceiro, pelo aquecimento global.
Em julho, a Rússia pediu à ONU que incluísse em seu território 119 395 km2 do Pólo Norte. O Pólo Norte não é como o Sul: não há terra para além de Europa, Ásia e América do Norte. O que há no topo do mundo é água fresca congelada. Dessa forma, a regra que rege a área é a Lei do Mar, um tratado internacional de 1982 assinado por todos os países cujos territórios ultrapassam o círculo polar ártico com exceção dos EUA.
Os EUA vão assiná-lo. Em 2007, o Senado do país aprovou sua inclusão, embora ainda existam trâmites a seguir. Como a aprovação veio a pedido do presidente George W. Bush, a sanção da Casa Branca é garantida.
O que a Lei do Mar determina é que todo país tem o direito de controlar até 200 milhas de distância de sua costa – equivalente a 370 quilômetros. O dilema é determinar onde tem início a costa. Se um país prova que sua crosta submersa vai além das 200 milhas, conta a partir dali. Mas há um prazo para a requisição – e, portanto, há uma corrida em jogo.
A alegação russa é de que a cordilheira de Lomonosov, que se estende por baixo do oceano Ártico ocupando quase metade do círculo polar, tem início na plataforma continental asiática. Ou seja, da Rússia. A alegação é antiga – a diferença, agora, é que o russos têm um extenso relatório composto por uma expedição a bordo de um submarino nuclear.
Mas, antes que Moscou possa anexar um naco do Ártico equivalente ao tamanho de França, Alemanha e Itália somadas, dois órgãos precisam ratificar o processo. O primeiro é a ONU, responsável por moderar quaisquer dúvidas a respeito da Lei do Mar. O segundo é o Conselho Ártico. Nele, além dos russos, sentam-se também Canadá, EUA, Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia – os 8 que têm territórios para além do círculo.
E isso é um problema. Embora não haja provas científicas, a cordilheira de Lomonosov provavelmente faz parte também da plataforma continental americana – e, seguindo o raciocínio russo, os canadenses poderiam requerer para si a mesma metade do pólo. Aliás, eles já fizeram um requerimento não tão ambicioso, mas ainda assim grande. Como o fizeram também Noruega e Dinamarca e como pretende fazer, segundo o Washington Post, os próprios EUA, tão logo ratifiquem o tratado.
Em jogo, afinal, estão 400 bilhões de barris de petróleo e uma quantidade igualmente dantesca de gás natural. Aquela é a região mais difícil de extração que há – apresenta um problema delicado de engenharia e condições inumanas para habitação. Além do círculo polar, faz sol quase o dia todo no verão e o inverno é noite quase contínua. A vegetação mal cresce e são poucos os animais que sobrevivem. A maior cidade além do círculo é Murmansk, na Rússia, com 325 mil habitantes. A 2a maior, Norilsk, tem 135 mil – e por aí vai. Plataformas petroleiras para muito além do continente – que é mesmo onde ficariam – seriam desumanas.
A confirmar-se a previsão da Wood Mackenzie, de que há mais gás do que petróleo, o problema fica ainda mais difícil. Petróleo leva-se de navio. Para gás, é preciso ou uma usina de liquefação flutuante – que custaria um preço extorsivo – ou um gasoduto, que é impossível de construir sem que o impacto sobre o ambiente, a fauna e a flora seja grande.
O irônico, certamente, é que o Conselho Ártico foi criado em 1996 com um discurso um bocado diferente. O propósito era dividir a responsabilidade pelo derretimento da água fresca que, um dia, congelou no pólo. A mesma água que, uma vez derretida em conseqüência do aquecimento global, mudará as correntes, cobrirá Amsterdã e carregará consigo o clima da Terra. Aquecimento esse, como costuma sugerir a própria ONU, causado pelo excesso de queima de combustíveis fósseis. Esses mesmos que sonha-se retirar do Ártico.

Artista cria jardins recortados

TÓQUIO26.06.2014 

 A princípio, é difícil dizer se as milhares de borboletas reunidas pelo artista japonês Eiji Watanabe são de verdade ou não. Só quando se aproxima, é que o público pode ver claramente que são figuras de papel, recortadas. Os jardins recortados do artista já passaram por diferentes galerias e museus japoneses e agora estão em exibição num dos mais lindos museus do país, o Hakone Open Air Museum, um lindo passeio para quem quiser passar um dia fora de Tóquio, mais perto do verde e do Monte Fuji. 


quarta-feira, 9 de julho de 2014

Invasão de lagarto exótico deixa alerta cientistas dos Estados Unidos

Invasão de lagarto exótico deixa alerta cientistas dos Estados Unidos

Lagarto teiú ameaça espécies da Flórida por comer ovos.
Animal pode medir mais de um metro e rouba ovos de tartarugas e jacarés.

Da France Presse
Exemplar de lagarto tegu, que chegou a Flórida, nos EUA (Foto: Bjorn Christian Torrissen/Wikimedia Commons)Exemplar de lagarto teiú, que chegou à Flórida, nos EUA (Foto: Bjorn Christian Torrissen/Wikimedia Commons)
O lagarto teiú (Tupinambis merianae), que chegou à Flórida com o comércio de animais exóticos, ameaça as espécies nativas, como o crocodilo e a tartaruga, dos quais devora os ovos, estudo recente divulgado esta semana, conduzido por Frank Mazzotti, professor de ciências da Universidade da Flórida.
"A preocupação é que os ovos de todas as espécies que têm seus ninhos no solo são comida em potencial para esta espécie invasora", disse Mazzotti, principal autor da pesquisa divulgada no mês passado, que se baseou em colocar câmeras para observar o comportamento do lagarto sul-americano.
Efetivamente, os cientistas puderam captar imagens do teiú, um lagarto negro e branco que pode medir mais de um metro, roubando ovos de crocodilos e tartarugas.

Estas características podem tornar o réptil mais perigoso, inclusive, que a píton-de-Mianmar, outra espécie invasora que dizimou certos mamíferos na região pantanosa dos Everglades
.Um dos maiores perigos do animal não autóctone, que foi visto pela primeira vez vivendo de forma silvestre na Flórida (sudeste dos Estados Unidos) em meados de 2000, é sua capacidade de se adaptar, segundo os especialistas. "Por sua habilidade para se movimentar no terreno e suportar baixas temperaturas, preocupa-nos seu potencial para se estender a outras regiões", disse Mazzotti.
"Os esforços das agências estaduais e federais para proteger e restaurar as populações de fauna nativa na Flórida estão em risco até que possam conter as populações" de espécies invasoras, concluiu o estudo. "Se tivéssemos mais recursos, faríamos um trabalho melhor" de contenção do lagarto sul-americano, disse Mazzotti.
A Comissão de Conservação de Pesca e Vida Silvestre da Flórida incentiva as pessoas que avistem um teiú argentino a reportá-lo imediatamente.

Pavan Sukhdev: de executivo do mercado financeiro a líder pela sustentabilidade

Pavan Sukhdev: de executivo do mercado financeiro a líder pela sustentabilidadeSuzana Camargo - 05/2014

Pavan Sukhdev
O indiano discreto, mas de fala rápida e firme, sempre atrai uma pequena multidão ao seu redor depois de suas palestras. Quem ouve Pavan Sukhdev logo entende o porquê. Uma das vozes mais influentes da atualidade, ele defende a economia verde, a valoração dos recursos naturais e a taxação das externalidades corporativas.
Autor do livro Corporação 2020traduzido para o português pelo selo Planeta Sustentável, fundador da consultoria Green Initiatives for a Smart Tomorrow e conselheiro das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Sukhdev está envolvido em um importante projeto: o TEEB, que avalia a economia dos ecossistemas e da biodiversidade, e atualmente ganhou uma versão para o setor de agricultura e alimentos.
Recentemente Pavan Sukhdev esteve no Brasil participando do evento Agrisustenta 2014 – A Revolução Tropical no Campo, em Piracicaba, no interior de São Paulo. Durante café da manhã, com uma cesta farta de pão de queijo – sim, depois de diversas vindas ao Brasil, o indiano se tornou fã do pãozinho mineiro, ele contou como um hobby se transformou em profissão e como se sente responsável por ajudar a mudar o mundo.
Como foi o contato com o meio ambiente na sua infância?
A natureza nunca esteve muito longe de mim. Quando era criança, morava em Nova Déli(capital da Índia), e meu pai sempre nos levava às montanhas do Himalaia (cadeia montanhosa mais alta do mundo, que atravessa a Índia, entre outros países). Era lindo, impressionante! Fazíamos longas caminhadas e com isso sempre me senti muito próximo da natureza.
Quando o senhor deixou a Índia?Em 1978 iniciei meu curso de graduação em Física na Universidade de Oxford, na Inglaterra. Mas também fiz cursos de finanças e contabilidade na minha volta à Índia.
Por que o senhor escolheu a área de finanças?Porque jovens inteligentes na Índia ou se tornavam advogados ou banqueiros (sorriso).E foi o que acabei fazendo também.
E gostava?Sim, para mim finanças era algo muito desafiador e interessante. Mas era um emprego. Eu vivia entre Mumbai e Londres. Era algo que fazia porque vim de uma boa família e jovens de boas famílias se tornam advogados e banqueiros (risadas). Mas ao mesmo tempo eu não conseguia esquecer o que tinha aprendido em economia sobre externalidades: que nós simplesmente as ignoramos!
Ter crescido na Índia o influenciou na maneira de olhar o mundo?Podemos ver a natureza e a pobreza o tempo todo em países como Índia e Brasil. Isto é parte da nossa realidade. Você não cresce como uma criança da cidade mesmo quando nasce nela. Isso certamente me influenciou.
Houve algum episódio especial em sua vida que o fez mudar sua trajetória profissional?Quando Mahima, minha filha mais velha, nasceu. Ela adorava a natureza e eu sempre a levava em lugares onde ela podia ver os pássaros, fotografá-los. Mas na minha cabeça algo me afligia, já que há um grande problema aí. Não damos valor ao meio ambiente e às externalidades.
Como esta inquietude mexeu com sua vida?Ela se tornou uma paixão para mim. Comecei a ler e escrever sobre economia e meio ambiente, conheci o trabalho de vários autores e me familiarizei com estudos sobregreen economy. Isso tudo acontecia enquanto eu ainda trabalhava em banco. Era um hobby. Aproveitava muito com a minha família, mas ler livros sobre a economia verde era minha maneira de relaxar.
Quando o senhor decidiu transformar o hobby em profissão?Aconteceu aos poucos. O hobby se transformou num grande projeto na Índia chamado Green Accounting for Indian States Project (guia para medir o desenvolvimento sustentável dos estados indianos), que foi bastante importante porque muitas pessoas o usaram como modelo para o que pode ser feito na contabilidade verde. Então este foi o projeto original, o Green Indian States Trust - GIST*. Tentei apresentar números de performance econômica para os estados indianos, mostrando que o PIB não era a maneira certa de medir desempenho. Este projeto começou em 2004 e foi até 2008.
O senhor conseguiu ver este estudo ser colocado em prática?Sim. O estudo já acabou. Ele tinha como objetivo demonstrar que havia um problema com a visibilidade do valor econômico da natureza, mas havia soluções que vão desde a correta valoração dos serviços de ecossistemas até a adoção de políticas empresariais e governamentais. Mas agora é hora da implementação do GIST e há uma coalizão maciça na área empresarial. Já temos 27 países que estão colocando em prática o estudo. Houve um grande interesse da comunidade de agricultura sustentável em adotar nosso modelo. Eles nos pediram para avaliar externalidades no campo e apontar caminhos sustentáveis na agricultura. GIST foi apresentado nas Nações Unidas em 2010.
Por que o senhor decidiu deixar finalmente o Deutsche Bank em 2008?Primeiro pedi uma licença sabática ao banco porque tinha conseguido financiamento para elaborar o relatório final do estudo The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) (Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade, em português).A licença durou um, dois, dois anos e meio, e finalmente em 2011 pedi demissão ao Deutsche Bank. Não havia mais sentido em voltar porque minha vida tinha mudado. Agora eu era TEEB. 

O senhor costuma dizer que o nome do projeto deveria ser outro…É uma história muito engraçada. TEEB é um nome muito estranho para um projeto, pois você precisa ser muito técnico para entender o que significa. E eu estava explicando isso para o ator Harrison Ford  (astro de Indiana Jones e Guerra nas Estrelas e um ambientalista ferrenho), que cuida do comitê de comunicação no conselho da Conservation International (organização não-governamental americana). Aí ele me disse que não havia problema algum com o nome. O projeto tinha o nome certo. Eu é que tinha o nome errado! “Você deveria se chamar Pavan Teeb e tudo seria perfeito”, me disse Ford.
Como as pessoas costumam encarar um banqueiro que se tornou ambientalista?Elas acham estranho, mas também reconfortante. Políticos e executivos não gostam de ONGS. Eles acreditam que há falta de experiência no que estas organizações dizem. Eles se vêem como o mundo real, os big boys. Como eu vim deste mundo real, nunca há constrangimento quando encontro empresários e corporações. Na verdade, minha experiência prévia na área de finanças e de banco me ajudou no trabalho do TEEB. Sou percebido com um nível diferente de credibilidade, talvez por falar sobre a economia verde com uma linguagem diferente. Mas o que falo não é nada novo, alguém já disse isso antes. Todavia, disseram numa linguagem acadêmica ou falaram para pessoas erradas ou não entenderam o que os outros precisam ouvir. Eu digo usando a mesma linguagem deles.
Este é o principal problema com as ONGS? Elas não falam a mesma língua que as corporações?As pessoas não dão o real crédito para as ONGS porque elas não são avaliadas da mesma maneira que as empresas. Avaliamos companhias baseados em desempenho, lucros. O que estas pessoas não entendem é que organizações acrescentam valor ao capital humano, social, ambiental. E não costumamos valorizar este tipo de capital da mesma maneira que o financeiro. Se os banqueiros criam capital financeiro são importantes, mas se criamos capital humano não somos. É um problema psicológico. A humanidade parou de pensar corretamente sobre valor, riqueza e capital. É preciso haver uma mudança de mentalidade.
É difícil fazer os outros ouvirem quando se fala sobre sustentabilidade?
Tem sido difícil, mas está ficando mais fácil. Esta é a boa notícia: as pessoas estão ouvindo. Acho que temos mais ouvidos realmente prestando atenção do que há cinco ou dez anos. No passado, esse tipo de mensagem acabava se dispersando. Hoje existem mais dados e informações sobre o assunto.
O discurso positivo é mais fácil de ser aceito?Sim. Eu trago soluções – nem sempre elas são positivas, posso sugerir, por exemplo, a taxação dos recursos naturais, empresários do setor petrolífero não vão gostar disso. Mas na economia há sempre ganhadores e perdedores. Por que alguns acham que devem sempre ganhar? Especialmente se estão gerando custos para a sociedade. Isso é uma almoço grátis. E não existe almoço grátis para sempre. Na verdade,externalidades corporativas são o maior almoço grátis na história do universo. E ele tem que acabar.
Como se deu a aproximação com as Nações Unidas?As Nações Unidas, e mais especificamente Achim Steiner (diretor executivo do Programa de Meio Ambiente da ONU – UNEP), gostaram do meu projeto TEEB, que comecei com a União Europeia. Eles se aproximaram de mim e me convenceram de que o TEEB só se tornaria realmente internacional, se fosse levado para a ONU. Concordei. Desta maneira o projeto poderá ser disseminado mais amplamente.
É mais complicado trabalhar numa organização como a ONU onde tantos atores estão envolvidos?Eu venho da Índia e lá estamos muito acostumados com burocracia. Quando trabalhei na Comunidade Europeia, todos meus amigos me alertaram sobre a burocracia que iria enfrentar. Então eu disse “sou indiano” (risos). Mas tenho que admitir, quando entrei na União Europeia é que realmente entendi o que é burocracia. E agora, nas Nações Unidas, descobri novamente o que é muita burocracia. É difícil, tudo caminha devagar, mas nossos problemas acabam sendo resolvidos. Não podemos esquecer que são mais de 190 países e qualquer grande decisão precisar envolver a todos.
Onde o senhor mora? Já se considera um cidadão do mundo?Moro em todos os lugares. Viajo constantemente. Me sinto muito confortável na Índia, Reino Unido e Suíça. E no Brasil também! Mas ainda preciso aprender português. Todavia, meu lar – minha família, é junto a meus pais em Nova Déli. Tenho outra casa também em New Haven, nos Estados Unidos, onde fica a Universidade Yale, mas em breve mudarei para Genebra, pois o TEEB está lá, a International Union for Conservation of Nature está lá …
Já conhece Genebra?Estudei lá, falo francês fluentemente e conheço muito bem o lugar. Para mim é muito familiar. Adoro uma marca de chocolate que só encontro lá, numa rede de supermercado local.
Ainda tem tempo de ficar perto da natureza?Tenho que me obrigar a ter tempo. Aprendi a mergulhar, fazer snorkling e tenho aproveitado muito isso. Adoro fazer longas caminhadas nas montanhas. Também aprendi a praticar Surya Namaskara (meditação indiana que saúda o sol), em que me posiciono em frente ao sol, faço diversas posições e treino a respiração. Mas nem sempre é fácil encontrar tempo. Hoje mesmo estou de pé desde às 5 da manhã porque tinha uma conference call com Genebra.
O que o faz prosseguir na luta pela sustentabilidade?O desejo pela mudança. Porque nós precisamos. É urgente. Finalmente as pessoas, empresas e governos estão escutando. É hora de agir. Qualquer ação ou esforço que eu fizer, as chances de mudança serão mais altas. É isso que me motiva.
O senhor tem duas filhas. Como pai, sente uma responsabilidade maior para mudar o mundo?Certamente. Se eu não fizesse o que faço, chegaria ao final da minha vida me sentindo culpado. Se eu não conhecesse o problema, não entendesse de economia, de ecossistemas, tudo bem. Mas eu conheço as respostas, tenho tempo e recursos, então não há desculpa. Preciso fazer o que faço. É como eu vejo.
Qual a sensação de ser considerado uma das vozes mais importantes na área de sustentabilidade?As pessoas me falam isso, mas acho que ainda não me dei conta. Não consigo me ver com um olhar externo. Todo dia acordo e tenho tantas coisas para fazer que nem sobra tempo para isso. Planejo minha agenda com seis meses de antecedência. Sinto-me afortunado por poder juntar todo meu conhecimento de física e finanças e entender melhor mudanças climáticas e economia dos ecossistemas. Tenho muita sorte!

Alho pode reduzir 40% da emissão de gás metano na pecuária

Alho pode reduzir 40% da emissão de gás metano na pecuária
 Junho de 2014 •

Pesquisadores britânicos encontraram uma alternativa para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em consequência da flatulência do gado. A opção é simples e consiste apenas em incluir um composto de alho na alimentação dos animais.
A pecuária é uma das atividades mais poluentes e encontrar alternativas para torna-la mais eficiente é uma preocupação constante. Diante disso, pesquisadores da Universidade de Aberystwyth investiram três anos de pesquisa para encontrar uma opção que reduzisse as emissões de metano nas criações de gado sem que os animais fossem afetados.
O intuito do trabalho era encontrar substâncias que, ao ingeridas, modificassem os micróbios presentes no organismo animal para tornar possível a diminuição da flatulência. Depois de muitos testes, os pesquisadores confirmaram que um composto de alho age como um veneno para essas populações microbianas.
Os resultados dos testes são bastante expressivos e positivos. Os cientistas garantem que é possível reduzir até 40% das emissões pelo simples fato de incluir o composto na alimentação do gado.
Os pesquisadores esperam chegar ao modelo ideal e tornar o composto de alho comerciável dentro dos próximos três anos. Talvez com a quantidade de gado produzido em todo o mundo, a produção de alho seja um negócio altamente rentável em breve. Veja o vídeo com a reportagem completa veiculado na Europa:

terça-feira, 8 de julho de 2014


Reprodução do Globo online
Reprodução do Globo online


Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo com essa notícia. Feliz pelo sucesso dos Restaurantes Populares, criados por mim, e que foram copiados em outros estados. O povo até hoje chama de "Restaurante do Garotinho" para desespero de Cabral - Pezão. Triste porque Cabral - Pezão abandonaram os restaurantes, hoje não contam mais com nutricionistas, e a qualidade está muito abaixo. A maior prova está na foto do Globo, que mostra vários lugares vazios. No meu tempo e no de Rosinha, os Restaurantes Populares viviam lotados, porque a comida era de qualidade. Podem estar certos que vamos resgatar a dignidade da alimentação dos trabalhadores, servir comida de qualidade, e claro, implantar mais restaurantes por todo o estado. 

Crimes ambientais financiam terrorismo

Crimes ambientais financiam terrorismo, aponta ONU
 Junho de 2014 • Atualizado às 16h00


Atividades ilícitas de grupos terroristas e milícias são beneficiadas pelos crimes ambientais. Esta é a principal denúncia do relatório “A crise do crime ambiental”, elaborado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas e pela Interpol.
Segundo o documento, o mercado movimenta mais de US$ 200 bilhões de dólares anualmente. Extração ilegal de madeira, caça, comércio de marfim, chifre de rinoceronte, pesca ilegal, comércio ilegal de carvão e despejo de resíduos tóxicos estão entre as principais práticas criminosas.
O relatório aponta uma relação do comércio ilegal de carvão com o financiamento de terroristas de grupos na África, por exemplo. O tráfico de carvão pode obter lucros de até US$ 56 milhões de dólares aos islamitas shebab somalis, ligados à Al-Qaeda. Somados o leste, centro e oeste africano geram até US$ 9 bilhões de dólares anualmente - quase o triplo do valor alcançado pela venda de drogas ilícitas na região.
Já o grupo Exército de Resistência do Senhor (LRA), de Uganda, tem no comércio de marfim sua principal fonte de renda. A substância é obtida das presas caninas de animais como elefantes, hipopótamos e mamutes.
No caso do comércio florestal ilegal, que gera lucros anuais de até US$ 10 bilhões, estima-se que até 90% da madeira de alguns países são obtidas ilegalmente. Segundo os dados fornecidos na pesquisa, é mais comum dar atenção à madeira em tora, madeira serrada ou já em formato de móveis, quando entram na União Europeia e Estados Unidos. Entretanto, os autores analisam que a maior parte da madeira ilegal entra nessas regiões sob a forma de papel, celulose ou lascas de madeira.
"Além do dano ambiental imediato, o tráfico de recursos naturais priva as economias em desenvolvimento bilhões de dólares em receita para encher os bolsos dos criminosos", afirma Achim Steiner, diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
O documento ressalta que diversos criminosos são atraídos para esse tipo de negócio devido, principalmente, a dois fatores: lucros elevados e possibilidade mínima de serem punidos. Por fim, ainda foram listadas doze recomendações, que incluem leis mais rígidas, sistemas de certificação e campanhas de conscientização para atingir o consumidor final.
O relatório foi apresentado no Quênia na última terça-feira (24), onde acontece a Assembleia Ambiental das Nações Unidas (UNEA), veja aqui na íntegra.

Superplanta faz mais fotossíntese

Superplanta faz mais fotossíntese

Cientistas americanos criam vegetal que produz mais oxigênio e elimina mais CO2 do ar. Técnica pode resolver problema do aquecimento global

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Salvador Nogueira
Superinteressante - 05/2014
Otávio Silveira

fotossíntese é uma das invenções mais fascinantes da natureza. A vida na Terra só existe graças a esse processo, que transforma luz e CO2 em oxigênio e glicose. Mas, agora, a engenhosidade humana pode ter descoberto um jeito de turbiná-lo: com a criação de uma planta que faz 30% mais fotossíntese.

O supervegetal foi desenvolvido no Instituto de Tecnologia de Massachusetts 1, e é uma versão modificada de plantas do gênero Arabidopsis. Ela absorve mais luz e CO2, libera mais oxigênio e produz mais energia que as plantas comuns. Tudo graças à nanotecnologia.

Os cientistas injetaram nanopartículas de dióxido de cério (um metal raro) nos cloroplastos - as estruturas da planta que fazem a fotossíntese. Essas partículas de metal facilitaram o fluxo de elétrons dentro do vegetal, acelerando a fotossíntese. Aparentemente, a injeção não provocou efeitos nocivos às plantas.

A ideia, para o futuro, é criar grandes usinas só com superplantas. Elas sugariam muito CO2 do ar, o que ajudaria a brecar o aquecimento global. E também usariam a energia do Sol para produzir glicose (que depois poderia ser convertida em eletricidade para uso humano). “Essa técnica tem potencial para melhorar muito a coleta de energia solar”, afirma o engenheiro químico Michael Strano, líder do estudo.

O trabalho tem gerado polêmica na comunidade científica, pois não revela todos os detalhes envolvidos no processo (talvez porque o MIT pretenda patenteá-lo). Mas pode ser o início de algo revolucionário.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Prefeitura de Sorocaba está elaborando a Política Municipal de Mudanças Climáticas

Prefeitura de Sorocaba está elaborando a Política Municipal de Mudanças Climáticas

Crédito: Alexandre Lombardi / Secom
06.2014
No final da tarde desta segunda-feira (16), o prefeito Antonio Carlos Pannunzio se reuniu com integrantes do comitê gestor do Projeto Urban LEDS (Promovendo Estratégias de Desenvolvimento Urbano de Baixo Carbono em Países Emergentes) de Sorocaba. O objetivo foi de apresentar o projeto de um Política Municipal de Mudanças Climáticas aos secretários municipais para que sejam feitas sugestões, avaliações e adequações necessárias, além de mostrar os dados do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Sorocaba.

Criado pela ONU-Habitat e a Comissão Europeia e que tem o Iclei - Governos Locais pela Sustentabilidade como principal implementador, o Urban LEDS objetiva programar ações que ajudem a diminuir a produção de gases causadores do efeito estufa em áreas urbanas do Município, com destaque aos emitidos para a produção e consumo de energia, transporte e construções de infraestruturas urbanas, levando em consideração a redução da pobreza e a inclusão social. Sorocaba foi um dos oito municípios brasileiros escolhidos para participar do projeto, ao lado de Fortaleza (CE), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Betim (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ).

Durante o encontro, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) apresentou alguns dados do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Sorocaba e encaminhou a minuta ao comitê gestor. “Parabéns por esse trabalho que vocês estão fazendo. O aumento de temperatura no planeta tem efeitos catastróficos”, elogiou o prefeito Antonio Carlos Pannunzio.

Após a avaliação do projeto da Política Municipal de Mudanças Climáticas de Sorocaba por parte do comitê gestor, o documento será apresentado ao Conselho Municipal de Desenvolvimento do Meio Ambiente (Comdema) para então ser enviado para aprovação na Câmara Municipal de Sorocaba.

A previsão do secretário do Meio Ambiente, Clebson Ribeiro, é que a Política Municipal de Mudanças Climáticas seja entregue em setembro deste ano. “É importante que esse documento esteja ligado ao plano estratégico deste Governo e diga quais os caminhos e ações que devemos seguir para diminuir as emissões de gases do efeito estufa ou as ações mitigatórias que vamos promover, seja na questão da mobilidade urbana ou dos resíduos sólidos, por exemplo”, ressaltou.

O Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa de Sorocaba analisou as fontes de emissão de dióxido de carbono (CO2), óxido nitroso (N2O) e metano (CH4) nas atividades produtivas no Município e a quantidade de gases que foi lançada na atmosfera entre 2002 e 2012.

Dentre os setores analisados no Município, o setor de Energia é o que mais emite (75,67%), sendo combustão móvel (52,9%), combustão estacionária (15,1%) e energia elétrica (7,6%). Outro setor analisado pelo estudo foi o de Resíduos (22%), sendo 19,9% de disposição de resíduos e 2,1% de tratamento de efluentes. Por último, ficou o setor de Agricultura, Floresta e Uso do Solo (2,3%), sendo a maior parte emitida pela fermentação entérica dos rebanhos.

Com isso, o setor de combustão móvel é um dos principais responsáveis pela emissão de GEE. Isto pode ser explicado pelo grande volume de veículos existentes na cidade, que consome grandes quantidades de combustível.

Participaram da reunião o secretário Rubens Hungria de Lara (Planejamento e Gestão), Oduvaldo Arnildo Denadai (Serviços Públicos), Adhemar José Spinelli Júnior (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), além de representantes da Urbes – Trânsito e Transportes e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet).

O inventário está disponível no site da Secretaria do Meio Ambiente: www.meioambientesorocaba.com.br

Os verdadeiros inimigos do clima

Os verdadeiros inimigos do clima, segundo Paul KrugmanVanessa Barbosa / Portal Exame - /06/2014 

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No começo do mês, o governo americano anunciou, enfim, sua primeira grande estratégia nacional de combate às emissões de gases efeito estufa. A investida atraiu críticas vorazes de oposicionistas e negacionistas do clima. A indústria esbravejou, argumentando que as novas regras, que incidem sobre termelétricas a carvão, causariam perdas econômicas. Os ambientalistas julgaram-na tardia, apesar de bem-vinda.
E aí vem a pergunta: por que é tão difícil avançar no combate às mudanças climáticas? O Nobel da economia Paul Krugman pensou muito nisso e concluiu que os verdadeiros inimigos do clima vão muito além de interesses econômicos e influências privadas.
“O que torna a ação racional sobre o clima tão difícil é outra coisa — uma mistura tóxica de ideologia e anti-intelectualismo”, afirma Krugman em seu mais recenteartigo publicado no jornal americano The New York Times.
Antes de chegar aí, no entanto, ele faz colocações importantes sobre o imenso temor à perda de empregos e prejuízos econômicos que podem advir das restrições às emissões.
“Na década de 1980 os conservadores alegaram que qualquer tentativa de limitar a chuva ácida podia ter consequências econômicas devastadoras; na realidade, o sistema de cap-and-trade para o dióxido de enxofre foi muito bem sucedido a um custo mínimo”, diz.
Ele acrescenta que os estados do Nordeste americano, que mantém um mercado de carbono bem ativo desde 2009, viram suas emissões caírem drasticamente, enquanto suas economias cresceram mais rapidamente do que o resto do país.
“O ambientalismo não é o inimigo do crescimento econômico”, defende.
Krugman pondera que proteger o meio ambiente impõe, sim, custos para alguns setores. Mas, esses custos seriam menores do que costuma-se pensar.
Segundo ele, hoje, se toda a indústria da mineração e carvão fosse varrida do mapa nos Estados Unidos, o país perderia um dezesseis avos de 1 por cento do seu total de empregos.
“A verdadeira guerra ao carvão, ou pelo menos aos trabalhadores de carvão, ocorreu uma geração atrás, travada não por ambientalistas, mas pela própria indústria do carvão. E os trabalhadores de carvão perderam”, afirma, referindo-se à queda brusca na quantidade de empregos no setor por conta de avanços nas técnicas de extração.
“Então, por que a oposição política ao clima é tão intensa?”, questiona.
“Pense sobre o aquecimento global a partir do ponto de vista de alguém que cresceu levando Ayn Rand (uma das mais ferozes defensoras do liberalismo econômico) a sério, acreditando que a busca desenfreada do auto-interesse é sempre bom e que o governo é sempre o problema, nunca a solução”, ele escreve.
E continua: “Ao largo disso, alguns cientistas vêm declarando que a busca irrestrita do interesse próprio irá destruir o mundo, e que a intervenção do governo é a única resposta. Não importa o quão amigável ao mercado é a intervenção proposta; este é um desafio direto à visão de mundo libertário”.
Tal desafio, de acordo com Krugman, inspira “negação e pura raiva” daqueles que acreditam que a mudança climática provocada pela ação humana é essencialmente uma conspiração ou um mito.
E o fato de que a ação climática depende de um consenso científico torna as coisas ainda piores, diz ele, porque pende para o “anti-intelectualismo que sempre foi uma força poderosa na vida norte-americana, principalmente no lado direito”.
Assim, conclui Krugman: “O obstáculo real, à medida que tentamos enfrentar o aquecimento global, é a ideologia econômica reforçada pela hostilidade à ciência”. Para o Nobel de economia, o mais difícil é superar o orgulho e a ignorância deliberada.

Mulher compra vestido e acha denúncia de trabalho escravo na etiqueta

Mulher compra vestido e acha denúncia de trabalho escravo na etiqueta

Débora Spitzcovsky - Planeta Sustentável - 06/2014

Reprodução/Twitter



Tudo o que a jovem Rebecca Gallagher, de 25 anos, procurava era um vestido novo para usar durante o verão, mas ela acabou encontrando muito mais do que isso na peça que comprou na famosa loja de varejo Primark, por ₤ 10 (o equivalente a R$ 37).

Ao olhar a etiqueta da roupa para saber mais informações sobre os procedimentos de lavagem, Gallagher encontrou um pedido de socorro escrito a mão: "Somos forçados a trabalhar por horas exaustivas".

A denúncia de trabalho escravo chocou a jovem, que tentou entrar em contato com a Primark para explicações, mas não foi atendida. A empresa só se pronunciou após a consumidora contar a história à imprensa. Um porta-voz disse que o Código de Conduta da Primark garante que todas as suas fábricas e fornecedores devem oferecer condições justas de trabalho aos funcionários e pediu que Gallagher devolvesse o vestido para investigação.

Conhecida por vender peças de roupa a um preço mais barato, a Primark já foi investigada outras vezes por conta de trabalho escravo. Em 2008, a empresa foi denunciada por contratar crianças indianas a partir dos 11 anos de idade para costurar miçangas e lantejoulas em suas roupas. Na ocasião, a varejista criou o site Ethical Primark, em que informa os consumidores sobre suas práticas socioambientais.

Por enquanto, nenhuma organização de direitos humanos se pronunciou sobre o caso de Rebecca Gallagher

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domingo, 6 de julho de 2014

Lixo plástico está presente em 88% da superfície dos oceanos

Lixo plástico está presente em 88% da superfície dos oceanos, afirma estudo
 Julho de 2014 


Que os oceanos estão repletos de lixo plástico já não é novidade. Novos estudos surgem para analisar as consequências desse fato e mostrar que o problema pode ser ainda maior do que muitos imaginam. De acordo com uma pesquisa, publicada na última segunda-feira (30), até 88% da superfície dos oceanos do mundo contém plástico.
Foram analisados os detritos recolhidos em 2010 durante uma expedição para avaliar o impacto das mudanças climáticas nos oceanos mundiais. Os autores do estudo coletaram mais de três mil amostras e descobriu que 88% dos locais continham restos de plásticos de tamanhos diversos. No total, foram estimados cerca de 10 mil a 40 mil toneladas de lixo.
Apesar de o número ser bastante alto, os pesquisadores afirmam que é menor do que haviam previsto. A concentração de resíduos plásticos manteve um ritmo acelerado de 1900 a 1980, quando, apesar do aumento da produção e descarte do material, se estabilizou.
Uma das explicações para esse fato se dá pela fragmentação dos plásticos maiores em micropartículas devido à radiação solar - muitas são ingeridas por animais marinhos. Estudos posteriores devem aprofundar as consequências desse problema global, que afeta a vida marinha e os seres humanos, uma vez que esses animais são usados para consumo humano.
O estudo foi realizado por pesquisadores da instituição espanhola Universidad de Cádiz e publicado na revista científica norte-americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences), confira na íntegra aqui.
Redação CicloVivo

No país da Copa o descaso com a memória do futebol


Reprodução de O Dia online
Reprodução de O Dia online


Agora vai ficar o jogo de empurra. Mas o acervo pertencia ao governo estadual. A Calçada da Fama foi criada no governo Rosinha. É mais uma vergonha para o Brasil. 

FONTE BLOG DO GAROTINHO