sexta-feira, 27 de junho de 2014

Torre Eiffel vai produzir energia limpa e filtrar água da chuva

Torre Eiffel vai produzir energia limpa e filtrar água da chuva

O primeiro andar da Torre Eiffel será completamente restaurado até o final de 2014, num conjunto de obras que inclui a instalação de painéis solares, turbinas eólicas e sistemas de reaproveitamento da água das chuvas. O objetivo é fazer com que a adoção das fontes de energia limpa diminua a pegada ecológica do local, que também terá novas medidas de acessibilidade, melhorando a experiência de turismo das pessoas com necessidades especiais e mobilidade reduzida.
O projeto de restauração teve início em 2012 e demandou uma verba total de 24,9 milhões de euros, utilizados também para a demolição e reconstrução de algumas partes do primeiro andar e dos pavilhões Ferrié, onde se encontram serviços, como restaurantes e lojas. Os painéis e turbinas eólicas na estrutura vão produzir eletricidade limpa para iluminar o ponto turístico, que apenas utiliza lâmpadas de LED.
Segundo o site InHabitat, quatro moinhos de vento instalados na torre serão os responsáveis por gerar energia para um sistema de filtragem da água das chuvas, que será captada por meio de um módulo de escoamento inserido na estrutura. Além de restaurantes e lojas, a área também abrigará um museu ao ar livre, um anfiteatro e salas de reuniões.
Projetadas pelo escritório de arquitetura Moatti-Rivière, as reformas do primeiro andar da Torre Eiffel incluem a instalação de um piso transparente, para que os visitantes possam olhar para baixo e perceberem que estão a 57 metros acima do chão. Além disso, o local vai ganhar varandas, permitindo que os turistas enxerguem Paris por um ângulo diferente – e muito mais sustentável.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

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Viva a Mata: Implementação das Metas de Aichi é lenta no Brasil

28/05/2014   -   Autor: Fernanda B. Müller   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil

Diretrizes nacionais e coordenação entre as esferas federativas e institucionais são essenciais para acelerar o cumprimento das metas nacionais da Convenção sobre Diversidade Biológica


Apesar dos anúncios feitos pelo governo brasileiro ao redor do mundo de que o país está conseguindo frear o desmatamento, a Mata Atlântica - um dos biomas com maior diversidade de espécies vegetais e animais do planeta e que já foi reduzida a apenas cerca de 8% da sua cobertura histórica - continua sendo devastada.
Prova disso é a nova edição do Atlas de Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, lançado pela SOS Mata Atlântica e o INPE nesta terça-feira (27). O bioma perdeu 235 km² de vegetação entre 2012 e 2013, um aumento de 9% em relação ao último período avaliado (2011-2012).
Diante de números como esses, fica claro que o Brasil está enfrentando problemas para cumprir as Metas de Aichi para a Biodiversidade. Essas dificuldades foram debatidas no Viva a Mata, evento realizado em São Paulo, no Parque do Ibirapuera, na última semana.
As Metas Aichi são um conjunto de 20 objetivos destinados à redução da perda da diversidade biológica em âmbito mundial e faz parte do Plano Estratégico 2011-2020 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), um tratado da Organização das Nações Unidas, do qual o Brasil faz parte.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o ponto focal para a implementação da CDB no Brasil, e a iniciativa ‘Diálogos sobre Biodiversidade: construindo a estratégia brasileira para 2020’ é a ferramenta criada pelo governo com o objetivo de construir de forma participativa as metas e o plano nacional para o cumprimento da CDB.
As metas nacionais foram publicadas em setembro de 2013 através da Resolução n° 6 do CONABIO. Dentre as diretrizes da resolução está o principio de se considerar as especificidades de cada bioma nacional e também as abordagens regionais, estimulando a participação ativa dos estados e municípios, bem como o amplo envolvimento dos diversos setores da sociedade neste esforço nacional.
Efetividade
Um anuário avaliando a aplicação das Metas de Aichi para a Mata Atlântica foi publicado com dados coletados desde 2011 pela ONG Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA). Na primeira edição, foram analisados o grau de implementação dos cinco objetivos e 20 metas estabelecidos no Plano Estratégico de Aichi e traçou-se um panorama sobre os avanços, oportunidades e desafios para o cumprimento dessas metas no bioma.
Em 2013, o panorama traçado no ano anterior, focado nos objetivos globais, foi atualizado e o anuário foi feito tendo como base as 20 metas globais de Aichi, com pontos de destaque e desafios em cada meta.
Consolidou-se assim uma importante plataforma de base que permitirá, a partir de 2014, oferecer anualmente um quadro comparativo e evolutivo da situação da Mata Atlântica para cada meta até 2020.
O Anuário 2014 incluirá as metas nacionais, considerando que nem todas expiram em 2020 –os prazos variam, com metas intermediárias vencendo em 2014, 2015 e 2017 –, e as especificidades por bioma.
“Por exemplo, a Meta n° 11, referente às áreas protegidas: o Brasil já tem 17% em termos terrestres, mas isso é em grande parte na Amazônia, incluindo Terras Indígenas. Já nos outros biomas falta muito”, notou Clayton Lino, presidente da RBMA.
Além de as metas serem determinadas por bioma, para cumpri-las a questão deve chegar até os estados e municípios, em um esforço nacional, enfatizou Lino. A articulação também deve envolver os diversos setores governamentais e não governamentais, além da iniciativa privada.
Por isso, a RBMA, junto com a Rede de ONGs da Mata Atlântica, lançou durante o Viva a Mata a Carta da Mata Atlântica 2014. O documento, com 10 ações fundamentais para a reversão das degradações e proteção do bioma, é uma carta aberta aos candidatos a cargos eletivos em 2014.
A RBMA também fechou uma parceria com o CEBDS para trabalhar em conjunto as metas de Aichi, lidando com a contribuição do setor empresarial brasileiro para as metas.
Além disso, Lino ressalta que é importante não só dizer como estamos, mas entender as tendências.
“Voltando ao exemplo da meta n° 11, no caso da Mata Atlântica: não temos remanescentes suficientes para cumprir 17% de áreas protegidas. Teremos que restaurar e conectar. Temos cerca da metade, isso precisa dobrar até 2020, o que significa 1,5 milhão de hectares por ano”, alertou, completando que esse mesmo estudo de tendências está sendo feito para todas as outras metas.
Lino ainda ressaltou que projetos para a criação de áreas protegidas em quase dois milhões de hectares estão no Ministério do Meio Ambiente à espera da aprovação.
“Entre as medidas importantes para atingir essa meta está simplificar o processo de criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, apoiar municípios, promover categorias de áreas protegidas que não requerem desapropriação, o ICMS Ecológico, entre outros”, concluiu.
A necessidade de integração com os municípios, e com os estados, também foi lembrada pelo Secretário Nacional de Biodiversidade e Florestas, Roberto Cavalcanti.
“As metas são do país, não do governo federal, mas ele tem que dizer como vai ser feito. Precisamos de uma estratégia para internalizar as metas”, notou.
Coordenação nacional
Diretamente, o impacto da falta de planejamento ambiental geralmente é sentido nos municípios, e eles, especialmente os de grande porte, têm diversos instrumentos para lidar com elas.
Sophia Picarelli, do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade), afirmou que a organização tem oito agendas urbanas que guiam suas ações, e uma é focada em biodiversidade. São Paulo e Curitiba são as cidades brasileiras que participam de um projeto piloto de três anos de duração chamado Ação Local para Biodiversidade (LAB), do ICLEI.
No nível dos estados, a Associação Brasileira de Entidades Estaduais (ABEMA), está trabalhando na análise da compatibilidade dos projetos em desenvolvimento nos estados com as Metas de Aichi.
A secretaria geral da associação, Diane Rangel, ressaltou que a maioria dos estados tem projetos relacionados a mais de uma das metas, e que a ABEMA está buscando esclarecer como será a customização destes projetos, além da criação de indicadores para que possam ser usados.
Rangel, que é Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (ES), contou que no estado foi criada uma comissão de biodiversidade para a gestão e acompanhamento do plano de ação voltado para o atendimento das Metas de Aichi. O estado também conta com o apoio financeiro do Programa Reflorestar, que inclui instrumentos como os pagamentos por serviços ambientais.
“No âmbito nacional não temos recursos para as questões ambientais. No ES temos dois fundos, um com royalties do petróleo [Programa Reflorestar] e outro com recursos das multas”, explicou.
A crítica sobre a ausência de coordenação entre os diferentes níveis de governos, e mesmo internamente nas secretarias, também foi apontada pelo Geógrafo Alceo Magnanini, um dos criadores do Código Florestal de 1965.
“O Brasil assinou vários compromissos internacionais e raramente eles são cumpridos, pois ficam aos cuidados de um órgão do governo que não tem vontade política para cumprir”, enfatizou.
Em frente
Então, surge a pergunta: Como provocar um projeto de futuro no país, fazendo com que as diferentes agendas [desenvolvimento, energia, meio ambiente etc.] dialoguem?
O secretário Cavalcanti ressaltou que um passo importante é a negociação que o Ministério do Meio Ambiente vem conduzindo junto ao Ministério do Planejamento para incorporar os critérios ambientais no Plano Plurianual (PPA), que dita as prioridades do governo federal, mas que é preciso mais pressão popular, pois a decisão é política.
Além do PPA e dos orçamentos, outra coisa é a “catequese cotidiana”, lembrou Rangel.
“Ainda não conseguimos os resultados, mas hoje a agenda econômica já passa a ver a agenda ambiental de maneira diferente (...) Outra forma é levar estado por estado, e município por município. Ninguém tem nada em comum, mas se tivermos um roteiro em comum vai ajudar muito. Precisamos que a presidente e o governador conheçam as metas e elas sirvam de roteiro. Mas isso deve virar política pública formal”, concluiu.
É importante lembrar também que, desde 2012, diversas entidades estão trabalhando para a instituição do Painel Brasileiro de Biodiversidade (PainelBio), uma plataforma colaborativa multi-stakeholder que visa identificar e executar tarefas necessárias para atingir as Metas de Aichi no Brasil. Em sua última reunião, na terça-feira (27), as organizações trabalharam a validação da proposta de contrato jurídico para implantação final do PainelBio.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

As áreas preservadas do país são um fardo ou uma riqueza?

As áreas preservadas do país são um fardo ou uma riqueza?

ALEXANDRE MANSUR
30/05/2014 19h58 - Atualizado em 30/05/2014 19h58
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Vista do Parque Nacional da Serra da Canastra, que pode perder um quarto de sua área protegida (Foto: Leticia Zimback/Wikimedia)

As inclinações conservacionistas do Congresso brasileiro foram alvo de debate nas últimas semanas. O tema ganhou evidência com a formação de uma frente parlamentar composta por 214 deputados federais. Segundo a ata de criação da frente, os objetivos são “divulgar os problemas causados pela criação de áreas protegidas” e defender populações residentes nessas terras. Em entrevista ao Blog do Planeta, o deputado Weverton Rocha (PDT-MA), relator da frente, afirmou: “Estamos atacando o fato de a política de ampliação (de áreas protegidas) ser equivocada, principalmente onde existem outras populações morando”. Mas disse: “não queremos atacar o meio ambiente ou os índios”.
A sensibilidade diante do tema tem suas razões. Em 2012, o governo federal reduziu os limites de três parques nacionais, três florestas e uma área de proteção ambiental na Amazônia para construção de hidrelétricas. Tramita no Congresso um projeto para cortar um quarto do Parque Nacional da Serra da Canastra, a sexta maior área do cerrado. Na Amazônia, cinco parques podem perder parte de seus limites por projetos que correm na Câmara. Nem o Parque Nacional do Iguaçu escapou. Continua a pressão de políticos locais para abrir uma estrada de 18 quilômetros cortando o parque.
O resultado disso foi medido por um levantamento feito por uma equipe coordenada por Enrico Bernard, da Universidade Federal de Pernambuco. Segundo ele, entre 1981 e 2012, houve 93 alterações para pior na área ou no status de conservação de áreas protegidas no país. Isso atingiu 5,2 milhões de hectares, do total de 220 milhões do país. Segundo os pesquisadores, a frequência de eventos de redução nas áreas vem crescendo desde 2008.
Parte dos ajustes nos limites das áreas podem ser justificados por necessidades de explorar o potencial da região para geração de energia limpa como a hidrelétrica. Mesmo com eles o Brasil ainda tem o maior conjunto de reservas e parques do mundo. O que leva a uma questão: será que esse patrimônio natural é um fardo ou uma oportunidade para gerar lucros e empregos?  “No Brasil, infelizmente ainda estamos longe de tratar nossas unidades de conservação com o devido respeito e obter delas os resultados sociais e econômicos que podem produzir”, diz a bióloga Angela Kuczach, diretora executiva da Rede Pró Unidades de Conservação.
Países desenvolvidos também abençoados com uma bela herança natural mostram como as áreas de conservação podem ser bem aproveitadas. Os Estados Unidos preservam 15% do seu território. Os parques nacionais recebem 280 milhões de visitantes por ano, que gastam cerca de US$ 14,7 bilhões nas imediações dos parques, gerando 240 mil empregos. Na Nova Zelândia, as áreas protegidas correspondem a 25% do território nacional. As atividades turísticas, baseadas nas paisagens exuberantes e nas aventuras ao ar livre, são responsáveis por 10% do PIB.
Para o Brasil aproveitar melhor seu patrimônio, seria preciso realizar algumas mudanças na forma como administramos essas áreas naturais. A primeira delas é usar mais da iniciativa privada. O modelo é parte do segredo do sucesso americano. Só os parques federais tem 575 contratos de concessão que geram US$ 1 bilhão e empregam 25 mil pessoas. No Brasil, o Parque Nacional do Iguaçu tem operadoras que oferecem desde passeios de barco sob as cataratas a trilhas de observação de aves. É uma exceção. Este ano, o governo mineiro está licitando para empresas privadas o direito de explorar o turismo na Rota das Grutas Peter Lund. São três unidades de conservação estaduais que somam 2,4 mil hectares com mais de 50 cavernas e 170 sítios arqueológicos. As empresas criarão serviços de visitação e serão responsáveis pela integridade ambiental e histórica das áreas. O governo espera conseguir um investimento inicial de R$ 25 milhões, nos dois primeiros anos de contrato. A expectativa é que o valor chegue a R$ 320 milhões, em um contrato de 30 anos. Mas o maior ganho será o aumento nos negócios de turismo da região.
Outra estratégia para melhorar as áreas protegidas é permitir que a comunidade do entorno ou pessoas simpáticas àquela região ajudem mais. Nos EUA, cerca de 220 mil voluntários por ano ajudam a manter as áreas de conservação, trabalhando diretamente nelas ou fazendo campanhas para arrecadação de recursos. No Brasil, a lei praticamente inviabiliza essa prática.
Um dos levantamentos mais extensos sobre o potencial não aproveitado das unidades de conservação do Brasil foi feito pelo professor Carlos Eduardo Frickmann Young  da Universidae Federal do Rio de Janeiro para o Ministério do Meio Ambiente. O levantamento, de 2010, avaliou quanto o país ganharia se mudasse a gestão das áreas até 2016, a tempo das Olimpíadas do Rio. Segundo o estudo, a visitação nos 67 parques nacionais existentes no Brasil tem potencial gerar entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão por ano.
Outra forma de ver a questão é avaliar o papel dessas áreas de preservação para gerar as águas que alimentam as hidrelétricas (ironicamente, o principal pretexto para redução nos parques). Segundo Young, 80% da hidreletricidade do país vem de rios que nascem em unidades de conservação. Além disso, 9% da água para consumo humano é diretamente captada em unidades de conservação e 26% vem de rios que nascem em áreas preservadas. Gotas importantes para evitar crises hídricas como a de São Paulo.
Quem planta colhe (Foto: Daniel Pastori/ÉPOCA)


Rochas quentes podem ser grande fonte de energia renovável


José Eduardo Mendonça - 06/2014

rochas-quentes-energia-renovavel
Técnicas as tornariam a segunda mais produtiva
Novas técnicas de engenharia podem fazer com que rochas quentes na crosta de terra se tornem a segunda fonte mais produtiva de energia renovável, apenas atrás da hidrelétrica, com enorme potencial de cortar as emissões de gases de efeito estufa.
Muitos países com vulcões usam há muito tempo rochas quentes e vapor para gerar eletricidade, mas métodos recentes prometem um grande aumento na produção de energia geotérmica.
Quanto mais fundo se perfura a crosta da Terra, mais se encontra rochas mais quentes – e o calor que irradia do núcleo do planeta para cima é constantemente reposto.
O que pesquisadores descobriram é que não é mais necessário buscar água quente de ocorrência natural. Pode-se injetar líquidos frios nas rochas quentes e trazê-los de volta à superfície por outra perfuração para gerar eletricidade. Diferentemente de outras fontes, que podem oscilar, as rochas produzem energia constante 24 horas por dia.
A temperatura aumenta 30ºC a cada quilômetro sob o solo. A uma profundidade entre 3km e 10 km, ela pode passar de 150ºC, dependendo do lugar. Isto é quente o bastante para alimentar uma usina de energia geotérmica.
Isto pode ser muito benéfico para a Península Ibérica. O subsolo da região tem a capacidade de produzir até 700 gigawatts, com sistemas avançados. A possibilidade foi confirmada por um estudo de pesquisadores da Universidade de Valladolid publicado na Renewable Energy, segundo  a Laboratory Equipment.
Foto: shchukin/Creative Commons

terça-feira, 24 de junho de 2014

Câmara aprova mudança em aplicação de multas ambientais

Câmara aprova mudança em aplicação de multas ambientais

TV Câmara
Deputado Moreira Mendes (PSD-RO)
Moreira Mendes apresentou parecer favorável ao projeto.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira (3) projeto que redefine a aplicação do dinheiro arrecadado com multas por infrações ambientais. Como o projeto foi aprovado em caráter conclusivo, será enviado ao Senado, a não ser que haja recurso para votação em Plenário.
O texto aprovado é o substitutivo da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável ao Projeto de Lei 4297/08, do ex-deputado Homero Pereira. O relator na CCJ, deputado Moreira Mendes (PSD-RO), votou pela aprovação e apresentou uma emenda de redação apenas para melhorar a técnica legislativa do texto.
Pela proposta, metade do dinheiro arrecadado pelos órgãos ambientais federais será investida no Fundo Nacional do Meio Ambiente. A outra metade será dividida entre projetos em unidades de conservação (como parques nacionais), ações de educação ambiental, licenciamento ambiental, fiscalização e gestão de recursos hídricos.
Já o dinheiro arrecadado pela Capitania dos Portos irá para o Fundo Naval, e as multas cobradas por órgãos ambientais estaduais e municipais serão aplicados de acordo com leis de cada estado e de cada município.
Atualmente, um decreto destina ao Fundo Nacional do Meio Ambiente 20% do valor arrecadado, podendo o percentual ser alterado, a critério dos próprios órgãos arrecadadores. A parte maior – 80%, em princípio – fica com os órgãos ambientais federais, que podem usá-la a livre critério.

Brasil proíbe pesca da piracatinga na Amazônia até 2020

Marina Maciel - Planeta Sustentável - 18/06/2014
Anselmo d’Affonseca
Em conjunto, os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e Pesca e Aquicultura (MPA) assinaram instrução normativa que proíbe a pesca e comercialização da piracatinga(Calophysus macropterus) na Amazônia pelos próximos cinco anos. A moratória passa a valer a partir de janeiro de 2015.

Muito apreciada na Colômbia, a piracatinga é um peixe desvalorizado no Brasil por se alimentar de animais em decomposição. Para capturá-lo, pescadores utilizamgolfinhos amazônicos - em especial o boto-vermelho(Inia geoffrensis), também conhecido como boto-cor-de-rosa - e jacarés como isca.

A medida é uma vitória da conservação do boto-cor-de-rosa, afirma Sannie Brum, pesquisadora do Instituto Piagaçu (IPI). 

Estimado em 15 toneladas anuais, o volume de pesca da piracatinga provoca a morte de 66 a 144 botos por ano, revela o estudo desenvolvido por Sannie. Na teoria, o limite seguro de mortes é apenas de 16 espécimes.

Além disso, a reprodução lenta é uma característica da espécie que contribui para sua vulnerabilidade. "Após cerca de dez meses de gestação a mãe pode cuidar de seu filhote por até quatro anos, então a inserção de outro boto na natureza é demorada", diz Sannie
.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) vai focar estudo nas cidades

Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) vai focar estudo nas cidades

Publicado em maio , 2014 por 
poluição do ar

Entre os anos de 2014 e 2016, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) vai focar os estudos e análises nas cidades brasileiras. O anúncio foi feito pela presidenta do Comitê Científico do painel, professora Suzana Kahn, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), durante o seminário Conclusões do 5º Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), Extremos Climáticos e seus Desdobramentos na Disponibilidade Hídrica e na Geração Elétrica no Brasil.
De acordo com ela, a análise da emissão de gases de efeito estufa nas cidades foi uma das novidades do relatório do IPCC, apresentado no ano passado, dentro do Grupo 3, que analisa as medidas possíveis de mitigação para evitar os efeitos mais nocivos do aquecimento global.
Ela disse que “a população urbana em 2050 é esperada para ser de 5,6 [bilhões] a 7,1 bilhões de pessoas. Quase 70% da população mundial vão estar nas cidades, que consomem mais da metade da energia mundial. Daí a importância de se olhar as cidades quando se está pensando em mitigação das emissões. As cidades também são as que vão sofrer os maiores impactos das emissões, é onde a população está, é onde os danos vão acontecer, ao mesmo tempo em que as cidades são uma grande fonte de emissão. Portanto, deve ser tratada como um setor para reduzir as emissões”.
Com isso, o PBMC vai se dedicar a analisar a situação das cidades brasileiras. “A gente vai trabalhar com a questão da mudança climática em cidades, tanto no diagnóstico de medidas e tecnologias disponíveis [quanto na] adequação às tipologias das cidades. Cada uma tem suas especificidades; medidas de adaptação das cidades brasileiras vulneráveis; medidas urbanas de mitigação de emissões de gases do efeito estufa. Isso acabou de ser aprovado, e a gente vai agora chamar uma reunião do conselho diretor e do comitê científico para discutir o plano de trabalho. As cidades são uma fonte de emissão e também uma fonte de solução para os problemas climáticos”, informou Suzana.
Ela explicou a estrutura do Grupo 3 do relatório, e disse que apenas medidas tecnológicas não serão capazes de manter o aquecimento global dentro da melhor perspectiva, entre os 900 cenários analisados pelos cientistas, que é de subir 2,5 graus Celsius até o final do século. De acordo com Suzana, é necessária uma “profunda descarbonizada da energia”, o que implica em mudanças no atual padrão de consumo energético mundial, muito baseado em combustíveis fósseis. A boa notícia, segundo ela, é que os investimentos previstos em infraestrutura para o setor, nos próximos anos, já contemplam essa mudança.
O professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Artaxo explicou as conclusões do Grupo 1 do IPCC, que trata das bases científicas. De acordo com ele, o relatório mais recente reconhece com certeza a influência da atividade humana nas mudanças climáticas, no funcionamento dos ecossistemas, na química da atmosfera e na dinâmica oceânica. Também aponta evidências concretas do aquecimento global, como o aumento da concentração de gás carbônico e de vapor de água na atmosfera, bem como a diminuição da concentração de oxigênio e das geleiras e o aumento da acidez dos oceanos.
A professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP Maria Assunção Faus da Silva Dias falou sobre o Grupo 2 do IPCC, que trata dos impactos, adaptação e vulnerabilidade. De acordo com ela, um dos maiores graus de confiança nas mudanças climáticas na América do Sul é a diminuição das geleiras nos Andes e o aumento da vazão na Bacia do Rio da Prata. Outro exemplo é o aumento de eventos extremos, como a falta de chuvas, que afetou o nível dos reservatórios de água em São Paulo e em outros estados da Região Sudeste, principalmente.
Para o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe-UFRJ e secretário executivo do PBMC, o ano vai ser difícil para o Brasil na questão de emissões no setor elétrico, já que choveu pouco e será preciso acionar as usinas termelétricas, que aumentam a emissão de gases de efeito estufa. Ele cita também a falta de competitividade no preço do etanol como alternativa ao combustível fóssil.
“Com base no quinto relatório do IPCC, é óbvio que a preocupação com o enfrentamento à mudança no clima é grande e ao mesmo tempo as políticas para isso são insuficientes, tanto do ponto de vista de mitigação quanto de adaptação. O Brasil tem uma vantagem interessante de ter reduzido muito o desmatamento; isso é positivo. Mas a área de energia se tornou importante, pois está aumentando muito suas emissões”, analisou Pinguelli.
Reportagem de Akemi Nitahara, da Agência Brasil, no EcoDebate, 05/2014

28 sinais de que o planeta está em perigo (e quer ajuda)

SOS TERRA

28 sinais de que o planeta está em perigo (e quer ajuda)

Águas contaminadas, ar poluído, solo degradado, desequilíbrio ecológico, clima em transe...Os alertas são claros: o mundo agoniza — e nós também

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Vanessa Barbosa
EXAME.com - 05/06/2014

charamelody/Creative Commons

Este 5 de junho é Dia Mundial do Meio Ambiente. Para nós, urbanoides, pode parecer algo distante e vago. Há tempos, a humanidade se distanciou da natureza a ponto de se julgar um ser autossuficiente e independente do meio ambiente. Mas o ritmo das transformações pelas quais o mundo vem passando está se acelerando e seria um perigo ignorar isso.

É preciso resgatar o elo perdido e reconhecer que todos enfrentamos os mesmos desafios e estamos conectados e unidos por um objetivo comum de uma vida próspera e sustentável no planeta. "A Terra é a ilha compartilhada por todos nós. Devemos nos unir para protegê-la", disse o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon.

Conheça 28 sinais de que o planeta está passando por maus bocados e de que ahumanidade pode ser tão culpada quanto vítima dessa transição.

1. VIVEMOS NUM SÉCULO FEBRIL Treze dos 14 anos mais quentes já registrados na história ocorreram no século 21. O ano de 2013 foi o sexto mais quente desde que os registros modernos começaram em 1850, segundo os dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Os recordes anuais são de 2010 e de 2005, com temperaturas globais cerca de 0,55° C acima da média. O balanço da OMM confirma a tendência de aquecimento global de longo prazo, com temperaturas médias elevadas.

2. O SOLO BOM PADECEA degradação e a desertificação ameaçam as terras férteis do mundo, com consequências alarmantes: insegurança alimentar, pobreza, escassez hídrica e maior vulnerabilidade às mudanças do clima. Segundo a ONU, 24% das terras produtivas do mundo estão degradadas, enquanto 168 países sofrem com a desertificação.

3. A VIDA MARINHA SUFOCA Atualmente, existem cerca de 500 zonas mortas no mundo, que cobrem mais de 245 mil quilômetros quadrados, quase a superfície inteira do Reino Unido. São zonas litorâneas onde a vida marinha foi praticamente sufocada pela poluição.

4. RESPIRAMOS DE MAL A PIOR A poluição do ar nas grandes cidades tem alcançado níveis nada seguros para a saúde humana. Apenas 12% de todas as pessoas do planeta respiram um ar de boa qualidade, segundo estudo recente da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a concentração média de poluentes em suspensão no ar é de 40 microgramas por metro cúbico (mg/m³), o dobro do nível considerado seguro.

5. MUITOS MORREM PELO QUE NÃO TÊMA cada 20 segundos, uma criança morre de doenças diarreicas, em grande parte evitáveis por meio de saneamento adequado, melhor higiene e acesso à água segura. Todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e ausência de políticas de higiene, segundo a ONU.

6. OUTROS MATAM O QUE TÊM Em meio à poluição atmosférica que assola a China, o país enfrenta outra crise ambiental silenciosa e, muitas vezes, invisível: a contaminação das águas subterrâneas. Quase 60% delas estão poluídas, segundo estudo estatal divulgado pela agência Xinhua. A qualidade da água subterrânea foi classificada como "relativamente pobre" em 43,9% das regiões analisadas e "muito ruim" em outras 15,7%.

7. É PARA BEBER OU GERAR ENERGIA?Os recursos hídricos estão sob pressão para atender a crescente demanda global por energia. No total, a produção de energia é responsável por 15% de retirada de água do Planeta. Mas esse número está aumentando e, em 2035, o crescimento populacional, a urbanização e o aumento do consumo prometem empurrar o consumo de água para geração de energia até 20%. Recursos hídricos em declínio já estão afetando muitas partes do mundo e 20% de todos os aquíferos já são considerados sobreexplorados.

8. BATEMOS RECORDES PERIGOSOSPela primeira vez, a concentração mensal de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera superou o nível de 400 partes por milhão (ppm), no mês de abril, em todo o hemisfério norte, segundo dados da Organização Mundial de Meteorologia (OMM). Este limiar é de importância simbólica e científica e reforça a evidência de que a queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas poluentes são responsáveis pelo contínuo aumento de gases do efeito estufa, vilões do aquecimento global.

9. SOFREMOS DESASTRES HISTÓRICOS Eventos extremos, como secas e cheias, se mostram cada vez mais recorrentes e violentos, quebrando todos os recordes. Há um ano, a Europa central enfrentava a pior cheia de sua história, enquanto o Nordeste brasileiro sofria com a pior seca em mais de meio século.
Neste ano, a cheia do século castigou Sérvia e Bósnia, e por aqui, o Rio Madeira atingiu seu maior nível em décadas.

10. PERDEM OS RICOS Os países ricos e emergentes acumulam nada menos do que US$ 1,5 trilhão em perdas econômicas e danos provocados por desastres naturais na última década, segundo um relatório da OCDE. Sem uma ação imediata, estes custos podem subir ainda mais devido às mudanças climáticas. Para reduzir as perdas no futuro, os países precisam investir em resiliência e aumentar sua capacidade de resistir a choques e estresses.

11. PERDE-SE PRODUÇÃO AGRÍCOLA Um estudo feito pelo Grupo Internacional de Consulta em Pesquisa Agrícola (CGIAR, na sigla em inglês) para as Nações Unidas sugere que o aquecimento global pode comprometer, até 2050, cerca de 20% da produção trigo, arroz e milho - as três commodities agrícolas mais importantes e que estão na base de metade das calorias consumidas por um ser humano.

12. PERDEM OS POBRES E FAMINTOS A escalada dos preços dos alimentos é uma questão de vida e morte para as populações que vivem em países em desenvolvimento e que gastam até 75% de sua renda para conseguir comer. Como se não bastasse, os mais pobres também são os mais afetados pelos extremos do clima, uma vez que seus países estão menos preparados para lidar com essas alterações.

13. ENQUANTO 1/3 DA COMIDA VIRA LIXO Um terço dos alimentos produzidos no mundo não são consumidos, o que se traduz no desperdício de até 2 bilhões de toneladas de comida por ano. Segundo o relatório "Global Food; Waste not, Want not", o desperdício é fruto de condições inadequadas de armazenamento e transporte, adoção de prazos de validade curtos, ou compra excessiva por parte dos consumidores. Outro problema é a preferência dos supermercados por alimentos "perfeitos" em termos de formato, cor e tamanho.

14. TAMBÉM GERAMOS SUCATA PÓS-MODERNA (AOS MONTES)O acesso fácil às tecnologias modernas tem um efeito colateral difícil de se digerir. Anualmente, segundo dados da ONU, o mundo gera em média 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. A maior parte vem de países emergentes, como o Brasil, que ainda não possuem sistema de gestão eficiente para lidar com esse tipo de material. Artefatos eletroeletrônicos contêm materiais que demoram a se decompor - plástico, metal e vidro - e outros altamente prejudiciais à saúde, como mercúrio, chumbo, cádmio, manganês e níquel.

15. E CRIAMOS MORADAS TÓXICASAtualmente, mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo estão expostas à poluição tóxica em níveis superiores aos tolerados pelas organizações internacionais de saúde. Essas populações vivem em regiões contaminadas por metais pesados, pesticidas e até por substâncias radioativas, como o césio. Agbogbloshie (foto), na Gana, é a segunda maior área de processamento de lixo eletrônico na África Ocidental. Através de processos de reciclagem informais, o chumbo é frequentemente liberado no meio ambiente sem controle de segurança ambiental. (Conheça os 10 lugares mais poluídos do mundo e habitados)

16. OS GIGANTES DE GELO COLAPSAM Dois novos estudos, um realizado por pesquisadores da NASA em parceria com a Universidade da Califórnia em Irvine, e outro pela Universidade de Washington, indicam que o derretimento do manto de gelo da Antártida Ocidental atingiu um estado irreversível. Segundo os pesquisadores, esse processo "poderia triplicar sua contribuição ao nível dos oceanos".

17. E ACIONAM UMA BOMBA RELÓGIO O derretimento de gelo no Ártico é uma verdadeira "bomba relógio econômica", segundo os cientistas, que mediram, pela primeira vez, os custos do degelo. A conta é astronômica, algo próximo de US$60 trilhões de dólares, quase o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, de US$ 70 trilhões. O degelo intensifica as mudanças climáticas com a liberação de toneladas de gás metano, um gás efeito estufa 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2). O derretimento dos subsolos árticos congelados, o chamado permafrost, por sua vez contribuiria para o aquecimento adicional do planeta.

18. O DEGELO REDUZ O ALBEDO O degelo tem reduzido o fator de refletividade da região polar, levando a uma maior absorção de energia. Esse poder de reflexão de uma superfície é conhecido como "albedo", uma das forças motrizes para o tempo e o clima. Se a quantidade de energia absorvida muda, isso tem um efeito sobre o balanço de energia da Terra e, finalmente, afeta o nosso tempo e o clima, reforçando os fenômenos das mudanças climáticas.

19. A BIODIVERSIDADE FICA À DERIVA Aproximadamente um terço da biodiversidade dos leitos marítimos polares estão ameaçados de extinção como consequência da mudança climática. A perda progressiva das calotas polares poderia gerar resultados nefastos para o ecossistema das regiões ao permitir uma maior penetração dos raios solares no leito marinho.

20. OS OCEANOS PEDEM AJUDA Os oceanos são os maiores aliados da Terra para a manutenção do seu equilíbrio climático. Eles absorvem grande parte da radiação solar que atinge o Planeta e também funcionam como sumidouros de dióxido de carbono (CO2). Mas esses heróis do clima já se revelam vítimas do aquecimento global. A mudança no PH da água acontece à medida que o CO2 emitido pela atividade humana - originada fundamentalmente pela queima de combustíveis fósseis - é absorvido pelos oceanos. Várias formas de vida marinhas podem ser prejudicadas. Inúmeros estudos mostram que a acidificação interfere principalmente no desenvolvimento das espécies com carapaça ou esqueleto de carbonato cálcico, como corais e moluscos.

21. OS CORAIS PERDEM A FORÇA A maior barreira de corais do planeta vive uma crise ambiental sem precedentes. Relatório recente mostra que a Grande Barreira de Corais Australiana já perdeu mais da metade de sua cobertura (50,7%) nos últimos 27 anos. E, se nada for feito na próxima década, podem restar apenas 5% da formação no ano de 2022. Não para aí. Segundo pesquisa global com mais de 700 espécies de corais, aproximadamente 33 % delas estão ameaçadas de extinção com o crescente aumento de temperatura do planeta.

22. ESPÉCIES PERDEM O RUMO A elevação das temperaturas tem causado o que os cientistas chamam de "estresse térmico" no mundo animal. Durante vinte anos, pesquisadores europeus vêm estudando o movimento de populações de aves e borboletas no continente frente às mudanças cada vez mais constantes no clima. O resultado preocupa: os animais simplesmente não conseguem migrar na velocidade necessária para habitats com condições propícias para a dlimentação e procriação e correm riscoe desaparecer ao se concentrarem em regiões com clima mais hostil. Ou seja, as aves e borboletas europeias estão voando para longe de seus habitats mais adequados, sofrendo com o tal "estresse térmico".

23. AS MUDANÇAS SÃO LENTAS DEMAISO desenvolvimento mundial das tecnologias de energia limpa continua bem abaixo do nível necessário para evitar os piores impactos das mudanças climáticas. Com a predominância do carvão na geração de energia global, especialmente nos países emergentes, como China e Índia, parece cada vez mais improvável que a meta internacional para limitar o aumento da temperatura média em 2 ºC seja atendida, segundo a Agencia Internacional de Energia.

24. O MAR SOBE E OPRIME Quem disse que a elevação do nível do mar é um problema distante? Estudos já relacionam a elevação do Pacífico às mudanças climáticas. As águas subiram cerca de 20 centímetros nos últimos 200 anos. Segundo os pesquisadores, os maiores picos na elevação do nível do mar aconteceram entre 1910 e 1990, o que pode estar vinculado a intensificação das atividades industriais.

25. OS VENTOS SE ENFURECEM Entre 2001 e 2010, houve 511 eventos relacionados com o ciclone tropical, que resultou em um total de quase 170 mil mortos, mais de 250 milhões de pessoas afetadas e prejuízos econômicos estimados de 380 bilhões de dólares. De acordo com o NOAA, centro de furacões dos EUA, 2001-2010 foi a década mais ativa desde 1855 em termos de ciclones tropicais na bacia do Atlântico Norte. Uma média de 15 tempestades por ano foi registrada, bem acima da média de longo prazo de 12 anos.

26. PRAGAS AVANÇAM A segurança alimentar global está ameaçada pelo surgimento e disseminação de pragas e doenças, um fenômeno estimulado pelo aquecimento global, sugere um novo estudo publicado no periódico científico Nature Climate Change. Segundo os pesquisadores das universidades de Exeter e Oxford, as pragas e patógenos estão se movendo a uma média de 3 quilômetros (Km) por ano. Tal fenômeno, dizem os pesquisadores, constitui mais uma ameaça à produção de alimentos. Atualmente, estima-se que entre 10% e 16% das culturas globais são perdidas devido à pragas e surtos de doenças na agricultura.

27. NOS TORNAMOS INSACIÁVEIS Já somos sete bilhões de pessoas no mundo, comendo, usando energia, poluindo e consumindo cada vez mais produtos em um planeta finito. A pressão sobre os recursos naturais só aumenta. Segundo o Global Footprint Network, uma organização de pesquisa que mede a pegada ecológica do homem no planeta, a diferença entre a capacidade de regeneração da natureza e o consumo humano gera um saldo ecológico negativo que vem se acumulando desde a década de 80, também estimulado pelo crescimento populacional.

28. E O MUNDO FICA MAIS VIOLENTO À extensa lista de efeitos relacionados ao aquecimento global, adicione mais um: a raiva. Um estudo publicado na revista Science diz que a medida que as temperaturas globais aumentam, o nosso temperamento também esquenta. A conclusão foi de que a incidência de guerra e distúrbios civis pode aumentar entre 28% e 56% até 2050. De acordo com o estudo, o aquecimento torna regiões vulneráveis do mundo mais suscetíveis a problemas relacionados com o clima, o que estimularia o deslocamento de pessoas para áreas vizinhas, levando a conflitos.