quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Atividade física antes dos 40 ajuda a prevenir hipertensão na menopausa

Atividade física antes dos 40 ajuda a prevenir hipertensão na menopausa

Por Karina Toledo
Agência FAPESP – Especialistas em cardiologia estimam que até 80% das mulheres podem se tornar hipertensas após a menopausa. Para prevenir o problema, a prática de exercícios físicos precisa ser incluída na rotina por volta dos 40 anos de idade, muito antes da última menstruação acontecer.
O alerta foi feito pela pesquisadora da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Angelina Zanesco, que coordena uma pesquisa cujo objetivo é desvendar os mecanismos biológicos responsáveis pelo aumento da pressão arterial feminina nessa faixa etária.
Os primeiros resultados do estudo, que tem apoio da FAPESP, foram apresentados durante a 28ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia experimental (FeSBE), realizada entre os dias 21 e 24 de agosto em Caxambu, Minas Gerais.
“Muitas mulheres começam a se preocupar com a atividade física somente após os 50 anos, quando a barriga começa a crescer. Mas nossos resultados mostram que, para evitar o desenvolvimento da doença, a intervenção precisa ser feita antes que ocorram as mudanças metabólicas e hormonais da menopausa”, afirmou Zanesco.
Para chegar a tal conclusão, a equipe do Laboratório de Fisiologia Cardiovascular e Atividade Física da Unesp em Rio Claro (SP) avaliou em dois grupos de mulheres – pré e pós menopausa – o funcionamento do chamado sistema renina-angiotensina, um conjunto de peptídeos, enzimas e receptores envolvidos no controle da pressão arterial.
“O sistema renina-angiotensina é responsável por elevar a pressão arterial, principalmente por meio da constrição dos vasos sanguíneos, e isso tem uma importância fisiológica. No caso de um acidente com hemorragia ou de uma infecção generalizada, por exemplo, esse sistema impede que a pressão arterial caia demais e o indivíduo desmaie. Mas quando o mecanismo é ativado sem necessidade, acaba levando à hipertensão”, explicou Zanesco.
Os pesquisadores coletaram amostras de sangue de 42 mulheres com mais de 40 anos que ainda não estavam na menopausa e de outras 32 que já estavam havia pelo menos 12 meses sem menstruar.
“Para ter certeza de que a voluntária estava de fato na menopausa, medimos os níveis dos hormônios LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante), que são marcadores da falência ovariana”, explicou Zanesco.
Em seguida, mediram nos dois grupos os níveis plasmáticos da enzima conversora de angiotensina e de diversos peptídeos, como angiotensina 1, angiotensina II e a angiotensina 1-7. Os resultados mostraram que, de maneira geral, o sistema renina-angiotensina estava até 80% mais ativo no grupo de mulheres pós-menopausa quando comparados às mulheres na perimenopausa.
“Quando comparamos apenas as mulheres normotensas, pré e pós menopausa, não vemos grandes diferenças. Mas, quando comparamos as hipertensas, o aumento na atividade do sistema renina-angiotensina chega a 150%. Esses dados mostram que, se a mulher esperar a menopausa para mudar seu estilo de vida, pode ser um pouco tarde e esse sistema já estará ativado para causar uma patologia”, avaliou Zanesco.
Benefícios
Desde meados da década de 1990, diversos estudos têm mostrado os benefícios de exercícios aeróbicos no controle da pressão arterial. O efeito também foi comprovado no experimento feito com 40 mulheres – 29 normotensas e 21 hipertensas – no Laboratório de Fisiologia Cardiovascular e Atividade Física da Unesp.
Após dois meses de treinamento na esteira, que incluía três sessões de 40 minutos por semana, em ritmo moderado, houve redução da gordura abdominal de aproximadamente três centímetros. Além disso, a pressão arterial das normotensas caiu 4 milímetros de mercúrio e a das hipertensas, 7 milímetros de mercúrio.
“Seria o equivalente a descer de uma pressão de 13.2 para 12.5, por exemplo. É uma redução importante para um período tão curto e o suficiente para reduzir em 40% o risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral”, afirmou Zanesco.
No momento, os pesquisadores tentam descobrir por meio de quais mecanismos biológicos a atividade física ajuda a regular a pressão. A primeira suspeita, que não se confirmou, estava relacionada à redução nos níveis de cortisol e de testosterona.
“Sabemos que o cortisol, o hormônio do estresse, é produzido e liberado pelo tecido adiposo visceral. Achávamos que reduzindo a gordura da barriga haveria redução no nível de cortisol, mas não foi o que observamos”, contou Zanesco.
Os níveis plasmáticos de testosterona – que já foi relacionada em estudos anteriores ao aumento da pressão arterial na menopausa – também ficaram inalterados após o período de treinamento físico.
“Agora vamos iniciar uma nova leva de experimentos e medir outros biomarcadores, como óxido nítrico e GMP (guanosina monofosfato) cíclico, que são agentes vasodilatadores”, contou.
Outra hipótese a ser investigada é a de que a atividade física estimula a liberação de enzimas antioxidantes, como superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT), o que promoveria a redução do estresse oxidativo e ajudaria a reduzir a pressão arterial.
Por último, serão avaliados mediadores inflamatórios – como a proteína C reativa, produzida pelo fígado, e interleucinas produzidas pelo tecido adiposo visceral –, que podem ser a gênese do problema.
“Se conseguirmos entender os mecanismos da hipertensão nessa faixa etária poderemos encontrar meios para prevenir mais eficazmente o problema. Além de melhorar a saúde da população, isso reduziria muito os gastos do sistema de saúde”, avaliou Zanesco.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a hipertensão é responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
De acordo com a Diretriz Brasileira sobre Prevenção de Doenças Cardiovasculares em Mulheres Climatéricas e a Influência da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) da SBC e da Associação Brasileira do Climatério (Sobrac), até os 55 anos há um maior percentual de homens com hipertensão.
Dos 55 aos 74 anos, o percentual de mulheres é discretamente maior. Acima dos 75 anos, o predomínio no sexo feminino é significativamente superior. Os especialistas que formularam a diretriz estimam que cerca de 80% das mulheres, eventualmente, desenvolverão hipertensão na fase de menopausa.
De acordo com o levantamento Vigitel 2011 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, a hipertensão arterial atinge 22,7% da população adulta brasileira. A frequência da doença avança com o passar dos anos. Se entre 18 e 24 anos apenas 5,4% da população relatou ter sido diagnosticada hipertensa, aos 55 anos a proporção é 10 vezes maior, atingindo mais da metade da população (50,5%) estudada. A partir dos 65 anos, a mesma condição é observada em 59,7% dos brasileiros. Diferentemente dos dados apontados pela diretriz da SBC e da Sobrac, o Vigitel indica que a maior frequência de diagnóstico em mulheres ocorre em todas as faixas etárias. 

O custo do desperdício de alimentos: US$ 750 bilhões por ano

O custo do desperdício de alimentos: US$ 750 bilhões por ano

BRUNO CALIXTO

Desperdício de alimentos (Foto: Justin Sullivan/Getty Images)
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) publicou nesta quarta-feira (11) um estudo sobre os impactos econômicos e ambientais do desperdício de alimentos em todo o mundo. Os números são impressionantes: são mais de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos desperdiçados todos os anos, que resultam em um prejuízo de US$ 750 bilhões por ano.Além do dano óbvio que o desperdício causa - gera lixo e deixa de alimentar pessoas -, o estudo também identificou os impactos ambientais de se desperdiçar tanta comida. Segundo a FAO, os alimentos produzidos e não consumidos gastam o volume de água de um rio inteiro (no caso, o estudo compara com o rio Volga, na Rússia) e são responsáveis pela emissão de 3,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa.Segundo a FAO, o desperdício de alimento ocorre em duas etapas diferentes. Nos países em desenvolvimento, a maior parte do desperdício acontece no momento da produção e colheita, já que esses países têm menos tecnologia e sofrem com perdas agrícolas. Nos países desenvolvidos, é o contrário. A maior parte do desperdício acontece no consumo, quando consumidores compram em excesso e acabam descartando alimentos.
Segundo o estudo, a América Latina tem elevado desperdício de frutas. O desperdício no setor da carne é menor, mas é o que mais causa impactos no ambiente, já que a carne perdida gastou mais recursos naturais do que outros produtos.
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Rosinha lidera aprovação dos prefeitos das maiores cidades do estado


Prefeita Rosinha Garotinho tem aprovação recorde em Campos
Prefeita Rosinha Garotinho tem aprovação recorde em Campos

Uma nova pesquisa feita para saber como anda a sucessão no nosso estado será divulgada nos próximos dias mostrando minha liderança incontestável. A pesquisa aproveitou também para medir a opinião dos eleitores sobre seus prefeitos. Para minha alegria entre os dez maiores municípios do Estado do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho é a prefeita com maior aprovação. Vamos aos números da aprovação e desaprovação. 

Vale destacar que Rosinha tem quase o dobro da aprovação de Eduardo Paes. Em compensação, Paes tem mais do dobro da reprovação dela.

São pouquíssimos os prefeitos que têm aprovação superior à reprovação. Na maioria das cidades do estado, talvez contaminados pela desaprovação do governador Sérgio Cabral, os prefeitos estejam pagando a conta. Aliás, o instituto também perguntou como a população classifica a administração do governador Sérgio Cabral. 



Com esses números vai ser muito difícil o governador Sérgio Cabral arranjar votos para o seu candidato Pezão. Notem a avaliação "péssima" é a que tem o maior número.
Aliás, Eduardo Paes deve estar desesperado porque se a situação de Cabral é muito ruim no estado, na cidade do Rio é um verdadeiro desastre. Confiram os números. 


É bom ressaltar que esse números foram fechados antes das vaias que Cabral tomou na semana passada em São Gonçalo e num estaleiro, no Caju, e antes do coro de dezenas de milhares xingando-o no Rock in Rio. 
fonte :blog do Garotinho

Índios suruí concluem 1ª venda de créditos de carbono indígenas do país

Aldeia de Rondônia vendeu créditos para a empresa brasileira Natura.

Compra é forma de compensação de emissões de gases de efeito estufa.

Do G1, em São Paulo
Indígenas da aldeia pater-suruí, que vivem em área de floresta amazônica no Norte do país (Foto: Reprodução/TV Globo)Indígenas da paiter-suruí, que vivem em área de floresta amazônica no Norte do país (Foto: Reprodução/TV Globo)
Os índios paiter-suruí, que participam do projeto Carbono Florestal Suruí, em Rondônia, realizaram no início de setembro a primeira venda de créditos de carbono indígenas com certificação internacional já feita no país. Créditos de carbono são certificados conferidos a empresas que reduziram sua emissão de gases de efeito estufa à atmosfera.
A companhia brasileira de cosméticos Natura anunciou a compra de créditos que equivalem à emissão de 120 mil toneladas de carbono, para compensar suas liberações de poluentes por meio do processo industrial. O dinheiro da negociação será investido na preservação da floresta amazônica.
O projeto surgiu como uma alternativa de financiamento e geração de renda para a população indígena. Os moradores da Terra Indígena Sete de Setembro, que abrange 248 mil hectares de florestas em Rondônia e Mato Grosso, trabalham na preservação da Amazônia, evitando que ela seja desmatada, e também no reflorestamento de áreas que tenham sido degradadas. O objetivo é "sequestrar" o carbono, ou seja, evitar que ele seja liberado para a atmosfera.
Até o fim do ano, a Natura tem o objetivo de reduzir suas emissões de gases em 33%. O valor oficial da negociação não foi divulgado, mas o montante será destinado ao Fundo Carbono Suruí.
Alternativa de renda
O projeto indígena, iniciado em 2007, usa duas formas de compensação: o "sequestro" de carbono propriamente dito, por reflorestamento; e o desmatamento evitado e a conservação de estoques de carbono pela redução do desmatamento e da degradação florestal.

O trabalho é liderado pelo cacique Almir Suruí, um dos vencedores do prêmio "Herói da Floresta", concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Primeiro Redd+
O Projeto de Carbono Floresta Suruí é considerado pioneiro no Brasil por ser o primeiro projeto de Redd+ indígena a ser validado em certificações internacionais, reconhecido pelo Padrão de Carbono Verificado (VCS, na sigla em inglês) e pelo Padrão Ouro de Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB, na sigla em inglês).

Os dois padrões são os principais órgãos internacionais que creditam projetos para reduzir as emissões de gases do efeito estufa decorrentes do desmatamento e da degradação florestal, conceito conhecido como Redd (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal).

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Seleção no ensino infantil causa tensão em pais e filhos

Seleção no ensino infantil causa tensão em pais e filhos

  • ‘Vestibulinhos’ de escolas dão lugar a sorteios em disputas mais acirradas que as de provas para graduação


Antes de entrar no Santo Agostinho, Manuela chegou a fazer quatro provas
Foto: Agência O Globo / Paula Giolito

Antes de entrar no Santo Agostinho, Manuela chegou a fazer quatro provas Agência O Globo / Paula Giolito
RIO - Assim que a filha Manuela completou 3 anos, a jornalista Verônica Hime começou a pesquisar com afinco escolas onde a menina pudesse estudar. Consultou as amigas, visitou dez colégios e contratou uma professora para checar, por meio de um simulado, se ela estava apta para o “vestibulinho” que iria encarar. Ajudou no reforço escolar e passou o ano de 2012 estudando com a filha em casa, depois que ela chegava da creche. À primeira prova das sete escolas em que foi inscrita, Manuela chegou depois de uma noite agitada e mal dormida. Não quis tomar café da manhã e se assustou quando viu crianças correndo e chorando pelo pátio. Na saída, não fez qualquer comentário sobre a avaliação.
— Hoje, depois de outras três provas que ela fez, sinto-me culpada por tanta cobrança. Foi muito estressante para toda a família. Sei que isso não é saudável para ninguém, mas não tive outra opção. Não podia pecar por não tentar — conta Verônica, feliz hoje por ter a filha de 6 anos matriculada no Santo Agostinho do Leblon, uma das escolas mais procuradas do Rio.

Como Verônica, outros pais e mães têm que encarar uma verdadeira maratona para conseguir uma vaga numa escola particular na cidade, especialmente na Zona Sul e na Barra da Tijuca, para séries até o 9º ano do ensino fundamental. A largada para 2014 já foi dada com inscrição pela internet, filas gigantes para entrevistas e entrega de documentos, convivências e também sorteio de vagas. Entre os adultos, o clima é de tensão constante, principalmente para os que sonham ter seus filhos matriculados nas escolas de mais destaque no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem.

Disputa maior que em vestibulares
Criado em 1998, o exame é apontado como um divisor de águas nos processos seletivos. O São Bento, um dos mais tradicionais da cidade, é o número um da lista estadual. A escola, que só aceita meninos, tem concorrência acirradíssima, e agora vai sortear os novos alunos do 1º ano do ensino fundamental (antigo C.A.). Há 108 lugares, e cada um deles é disputado por até dez crianças. A relação candidato/vaga é semelhante à do curso de Administração na Uerj (11,45 para um) e superior ao de Arquitetura na UFRJ (7,9 para um).
— O “vestibulinho” estará extinto como processo de seleção, mas permanecerá a disputa por vaga — acredita Maria Elisa Pedrosa, supervisora pedagógica do São Bento. — A oferta de escolas somente de educação infantil é grande, mas oferta que atenda às expectativas dos pais não é tão grande assim. As famílias, cada vez mais, buscam uma escola que forme seus filhos desde os primeiros anos escolares até o seu ingresso na universidade.
Desde que o Conselho Estadual de Educação condenou o chamado “vestibulinho” entre os candidatos até o 1º ano, o fator sorte passou a contar como nunca. Das mais de dez instituições ouvidas pelo GLOBO, entre as mais almejadas na cidade, a maioria fará sorteios entre os candidatos.
— O C.A. coroava a educação infantil com aprendizado de leitura e escrita, mas não tinha cobrança por notas e deveres. O “vestibulinho” reforçava a nova cobrança e provocava distorções graves. Tudo bem se o pai quer que o filho aprenda sobre empreendedorismo e queira networking aos 6 anos, mas não podem ser antecipadas etapas importantes da infância — afirma Luiz Henrique Mansur, presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro.
Na unidade Centro do Cruzeiro, segundo no ranking estadual do Enem, a fila de espera começa no maternal II (média de idade de 3 anos), e as vagas para alunos acima de 7 anos são raríssimas. Para 2014 não há um lugarzinho sequer para o 1º ano do ensino fundamental.
— Se temos 20 vagas e 30 inscritos, chamamos os 20 primeiros nomes sorteados. Em caso de desistência, chamamos o 21º, e, assim, sucessivamente. No dia do sorteio, que é presencial, os pais contemplados já levam para casa a lista de documentos a serem providenciados e agendam a data da matrícula — explica Fernanda Fortes Carisio, coordenadora pedagógica da educação infantil e do 1º ano, sobre o processo que acontece no início de outubro.
Conhecido pelo rigor na seleção, que analisava habilidades e o nível de concentração em atividades como desenho e colagem, o Santo Inácio terá sorteio pela primeira vez. As inscrições foram encerradas na última sexta-feira, e, das 84 vagas para a pré-escola II, metade foi destinada a filhos de ex-alunos e funcionários. Para o 1º ano não sobrou nenhuma.
— O Santo Inácio sempre teve grande procura, anos antes dos resultados do Enem. Nunca fizemos o que chamam de “vestibulinho”, e garanto que nossa proposta jamais ocasionou prejuízo emocional para os candidatos. O que sempre observamos é uma concorrência enorme entre os pais — diz a diretora acadêmico-pedagógica, Ana Maria Loureiro.
A competição entre os adultos é, sem dúvida, considerável, e pode comprometer o desempenho das crianças. A chef Mariana Rodrigues preferiu seguir na contramão da maior parte das famílias. Ela não preparou o filho Bernardo, então com 4 anos, para a seleção do Santo Inácio, e, no dia da avaliação, disse que ele estava indo para a escola brincar e fazer novos amigos.
— Não pressionei meu filho em momento algum, porque sabia que as chances seriam pequenas, já que nem eu nem o pai dele estudamos lá. Agora, não há lugares para a série dele, e vamos ter que tentar em outros colégios — conta Mariana, que comemora o fato de a escolinha onde ele estuda ter alunos até o 5º ano do ensino fundamental. — Temos mais três anos de tentativa.
Poucas opções de horário integral
Postergar a saída dos filhos das creches, aliás, é outro provável motivo para tamanha disputa, principalmente entre crianças tão pequenas.
— Por questões práticas, os pais têm procurado escolinhas onde os filhos possam ficar o dia todo. Como a maioria dos colégios não oferece turnos integrais, a transferência é adiada ao máximo — afirma Valéria Filippo, coordenadora de atendimento aos novos estudantes da Escola Parque, na Gávea, onde as séries mais procuradas são as de crianças entre 5 e 6 anos.
Apesar de as provas serem proibidas por lei, há abertura para avaliações individuais. No entanto, elas devem ser limitadas a análises gerais, como o grau de leitura ou em qual turma o candidato poderá se adaptar melhor. Se existir algum teste, ele não pode ter caráter classificatório. Além disso, as regras de matrículas devem ser claras e não podem restringir ninguém.
As escolas bilíngues enfrentam o mesmo dilema, principalmente desde que o Rio passou a receber uma grande quantidade de estrangeiros que vêm morar na cidade por períodos determinados. Entre as famílias que procuram a Escola Americana, a maioria trabalha no setor de petróleo e não fala português.
— Existe um lado humanitário no processo de decisão. Se uma família vem de fora, é possível que a escola dê prioridade a esse aluno, caso não haja vaga para todos. Um estudante que já está numa escola brasileira teria a flexibilidade de aguardar um semestre ou um ano — explica Caren Addis Botelho, diretora de admissões do colégio, com unidades na Gávea, na Barra e na cidade de Macaé.
Buscando mais chances, muitos pais inscrevem seus filhos em várias escolas e têm que se desdobrar para participar de todas as etapas das seleções. As taxas de inscrição variam de R$ 100 a R$ 150, e a maioria dos colégios, independentemente do resultado, não reembolsa o valor depois. Por causa das reclassificações e desistências, o processo normalmente é estendido até dezembro — e a ansiedade das famílias, também.
Este, aliás, é um ponto extremamente negativo para as crianças e que merece atenção, segundo o pedagogo e mestre em Educação da PUC Winston Sacramento. A preocupação com uma boa formação é válida e pertinente, mas é preciso respeitar as demandas reais da infância, alerta:
— Talvez o apoio das famílias para o sucesso de crianças dessa idade tenha mais a ver com a escolha de um ambiente escolar focado numa socialização que valorize o respeito às diferenças, o aprendizado colaborativo e a formação de laços afetivos entre as crianças. O mercado privado da educação quer convencer os pais de que a aquisição de conhecimentos, competências e habilidades nessa idade são determinantes para as escolhas que serão feitas dez ou 15 anos depois. Do ponto de vista comercial parece ser um ótimo negócio, mas faltam evidências de que isso realmente dê resultados na maioria dos casos.

Cidade hi-tech tem coleta de lixo automática e reciclagem de água


Cidade hi-tech tem coleta de lixo automática e reciclagem de água


Uma cidade sul-coreana tornou-se fonte de inspiração para centros urbanos de todo o globo que buscam soluções tecnológicas para se tornarem mais "inteligentes". Songdo fica nas proximidades de Seul, uma cidade já bastante high-tech que oferece internet de alta velocidade no metrô e onde é possível assistir a vídeos online ou enviar mensagens de e-mails enquanto se caminha por movimentadas ruas do centro.
Ao contrário da capital sul-coreana, porém, Songdo é uma cidade experimental e já foi erguida incorporando em seu DNA as mais avançadas tecnologias de construção e urbanismo. Mas até que ponto uma cidade como essa pode ser considerada um sucesso?

Cidade hi-tech foi planejada para ter soluções de sustentabilidade e tecnologia nos mínimos detalhes, da qualidade de vida ao reaproveitamento do lixo para geração de energia Foto: Divulgação
Cidade hi-tech foi planejada para ter soluções de sustentabilidade e tecnologia nos mínimos detalhes, da qualidade de vida ao reaproveitamento do lixo para geração de energia
Foto: Divulgação

A construção de um centro urbano a partir do nada oferece uma série de desafios e oportunidades. No caso de Songdo, um dos desafios era incorporar tecnologias que fossem realmente inovadoras, uma vez que os sul-coreanos já estão acostumados com alguns recursos considerados novidades em outros lugares.
Em Seul, por exemplo, além das redes de wi-fi acessíveis em espaços públicos, há painéis eletrônicos nas saídas de estações ferroviárias que informam aos passageiros o tempo de espera para os ônibus de conexão. Empresas como a Samsung também estão desenvolvendo sistemas que ligam dispositivos domésticos aos celulares dos moradores da cidade.
O que mais uma cidade como Songdo pode oferecer? Na área tecnológica, uma cidade novinha em folha permite o teste de hardwares futuristas, como sensores que monitoram a temperatura, o consumo de energia e o fluxo de tráfego pela cidade. Esses sensores também podem - em teoria - avisar os usuários de transporte público quando seu ônibus está para chegar. E mesmo alertar autoridades locais quando há qualquer problema na cidade.
Questão ambiental
Muitas inovações estão sendo projetadas em função de preocupações ambientais. Entre elas, estações para recarregar a energia de carros elétricos e sistemas de reciclagem de água, que impedem que água potável seja usada em banheiros de escritório.
O sistema de coleta de lixo de Songdo também impressiona. Não há caminhões de lixo passando pela cidade nem grandes lixeiras na frente dos edifícios. Em vez disso, os resíduos domésticos são sugados diretamente das cozinhas de edifícios residenciais por uma vasta rede subterrânea de túneis ligadas a centros de processamento de lixo, onde cada resíduo é automaticamente classificado, desodorizado e tratado.
A ideia é usar parte desse lixo doméstico para produzir energia renovável, embora tal sistema ainda não esteja em operação - como muitas das inovações técnicas planejadas para Songdo. Isso ocorre porque, hoje, menos da metade da cidade está ocupada.
Nos escritórios comerciais, a taxa de ocupação é menor que 20% e nas ruas, cafés e shoppings do centro há amplos espaços relativamente vazios - o que constitui o segundo grande desafio a ser vencido pelos idealizadores e administradores de Songdo.
Apesar de a cidade ser próxima ao aeroporto internacional da Coreia do Sul, as ligações de transporte com Seul são rudimentares. E, por enquanto, os incentivos para empresas que se deslocam para a nova cidade inteligente nem sempre superam os custos.
Mas Songdo já está atraindo famílias e jovens casais de Seul, embora não necessariamente por causa de suas soluções tecnológicas futuristas - nem pela pujânça de sua área comercial.
Áreas verdes
A cidade foi planejada em torno de um parque central, e sua disposição permite que os moradores das áreas residenciais possam caminhar por essa área verde para trabalhar no centro comercial.

 Foto: DivulgaçãoFoto: Divulgação

Kwon, por exemplo, conta que se mudou para a Songdo há três anos e todos os dias seu deslocamento diário para a empresa em que trabalha como tradutora consiste em uma caminhada de 15 minutos pelo parque.
"Depois do almoço também ando um pouco no parque com meus colegas - isso se tornou algo importante na minha vida", conta Kwon. "Quando morava em Seul, tinha de dirigir para encontrar meus amigos ou para levar meu filho para ver os amigos dele. Em Songdo, meu filho vai de bicicleta para a casa de seus amigos e eu posso caminhar para encontrar os meus. A cidade também me aproximou dos meus vizinhos."
Por enquanto, os apartamentos residenciais estão vendendo bem e ainda há muitos edifícios desse tipo em construção, mas Songdo parece ser menos atraente para o mercado corporativo. Um ou outro negócio está començando a abrir as portas espontaneamente em suas grandes avenidas vazias.
Anarquia criativa
Mas a cidade ainda precisa ganhar cores e zumbidos urbanos - aquela anarquia criativa, típica de aglomerações populacionais não-planejadas. Como costuma dizer Jonathan Thorpe, presidente da empresa americana Gale International, que construiu Songdo, "são os moradores que fazem uma cidade".
"Estamos tentando adicionar diversidade e vitalidade (a Songdo), algo que o desenvolvimento orgânico (de uma cidade) garante", explica Thrope. "É um desafio tentar replicar isso em um ambiente planejado. Ao mesmo tempo, com tal planejamento podemos desenvolver a infraestrutura da cidade de modo a garantir que ela funcione - não só agora, mas também daqui a 50 anos."

Câmara instala nesta quinta comissões sobre PECs que ampliam poder de vereadores

Câmara instala nesta quinta comissões sobre PECs que ampliam poder de vereadores

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, anunciou que serão instaladas nesta quinta-feira (12) as comissões especiais responsáveis pela análise das propostas de emenda à Constituição 468/10469/10 e 514/10, atendendo a reivindicação feita pela Frente Parlamentar em Defesa das Câmaras Municipais.
Nesta quarta-feira (11), durante reunião com vereadores de diversos municípios, Alves disse que os vereadores são a categoria mais discriminada de todos os cargos políticos. “Quando o cidadão tem algum problema, a primeira porta que ele bate é a do vereador, e ai dele se não abrir”, declarou.
Câmaras municipais
A PEC 468/10 estende às câmaras municipais o direito de propor emendas constitucionais.
Segundo a proposta, a PEC deverá ser assinada pela maioria simples (mais da metade dos vereadores presentes na sessão) de, no mínimo, 20% das câmaras de todos os municípios do País. Isso representa 1.113 câmaras, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008. Além disso, no mínimo cinco estados deverão estar representados.
Atualmente, a Constituição pode ser alterada por iniciativa do presidente da República; de no mínimo 1/3 dos deputados federais ou dos senadores; e de mais da metade das assembleias legislativas, com o apoio da maioria simples de cada uma delas.
Ações no STF
Já a PEC 469/10 estende às câmaras municipais o direito de propor Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a PEC, a proposição deverá ser aprovada por maioria relativa de pelo menos 15% das câmaras municipais do País – o que representa 835 câmaras, segundo dados do IBGE de 2008. Além disso, cinco estados deverão estar representados.
Por fim, a PEC 514/10 estabelece um novo escalonamento para as despesas das câmaras municipais.

Programa Bolsa Verde beneficia 42 mil famílias

Programa Bolsa Verde beneficia 42 mil famílias


Instituído há quase dois anos, o Programa de Apoio à Conservação Ambiental, conhecido como Bolsa Verde, que faz parte do Plano Brasil sem Miséria, beneficia cerca de 42 mil famílias em unidades de conservação e assentamentos, principalmente na Região Norte. A meta do governo é ter, até o fim do ano, 70 mil famílias cadastradas no programa. O objetivo é aliar a preservação ambiental à melhoria das condições de vida e à elevação da renda no meio rural.
Os beneficiários recebem trimestralmente R$ 300 para a conservação dos ecossistemas por meio do uso sustentável dos recursos naturais. Para ser beneficiária do Bolsa Verde, a família precisa ter renda per capita mensal até R$ 70, estar inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e no Bolsa Família. Até o momento, já foram gastos R$ 70 milhões com o programa.
Também é preciso morar em unidades de conservação de uso sustentável – as reservas extrativistas -, em assentamentos de reforma agrária ambientalmente diferenciados, em territórios ocupados por ribeirinhos, quilombolas e outras comunidades tradicionais. Ao assinar o termo de adesão ao programa, com os objetivos e as regras de funcionamento, a família se compromete com a conservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais.
Segundo o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Paulo Guilherme Cabral, o compromisso dessas famílias é não desmatar. No caso da Amazônia, é preciso manter 80% da área de reserva legal. “Esses territórios já têm uma exigência ambiental maior, por isso as famílias tendem a ter uma limitação de renda. Se pudessem desmatar e colocar pastagem ou outra atividade econômica, poderiam auferir maior renda de imediato. O programa dá uma ajuda econômica para que não precisem desmatar”, disse o secretário.
Os governos federal, estaduais e as prefeituras iniciaram em julho e devem concluir até o início de outubro uma busca ativa para identificar novas famílias que possam ser beneficiadas. “É a etapa mais complexa, já que essas comunidades estão em regiões de difícil acesso,” explicou Cabral.
Em uma segunda fase do programa, até 2014 serão capacitados 300 educadores para que possam transmitir conhecimento a 10 mil beneficiários do Bolsa Verde, em um curso de 180 horas de manejo sustentável dos recursos naturais. “Agora, entramos nessa nova etapa de como as famílias podem incrementar sua atividade produtiva, beneficiar a produção e melhorar a comercialização dos seus produtos”, disse o secretário.
Segundo ele, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária está contratando assistência técnica diferenciada para que as famílias sejam apoiadas tecnicamente no uso sustentável dos recursos. “É uma assistência técnica orientada para a realidade deles”, ressaltou.
O gestor da Reserva Extrativista (Resex) Tapajós Arapiuns, no oeste do Pará, Mauricio Santamaria, disse que 1.400 das 4.851 famílias da reserva recebem atualmente o Bolsa Verde. “Estamos indo a campo para identificar novos beneficiários que vivem em lugares muito remotos”, acrescentou.
De acordo com Santamaria, a taxa de desmatamento é muito menor por causa do programa, visto que as famílias protegem as áreas da invasão do agronegócio. “As ações de capacitação e assistência técnica para acessar mercados diferenciados dos produtos extrativistas ajudam a manter a floresta em pé,” disse o gestor, ressaltando que os óleos de copaíba e andiroba, a borracha, o artesanato e o mel são os produtos de destaque da Resex.
Segundo o MMA, o programa prevê dois sistemas de monitoramento para verificar se as comunidades beneficiadas estão cumprindo o acordo de conservação ambiental das áreas em que vivem. O monitoramento da cobertura vegetal já é feito por imagens de satélites e o monitoramento por amostragem será realizado in loco por meio de visitas periódicas aos beneficiários a partir de 2014.
“Tivemos apenas duas áreas em que verificamos desmatamento e estamos indo a campo averiguar o motivo. O que houve foi muito pontual. As próprias famílias passam a ser fiscais de ações predatórias porque estão se beneficiando do programa,” disse o secretário Paulo Cabral.
Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Botiá para embalagem biodegradável

GRANDE IDEIA

Botiá para embalagem biodegradável

Trata-se de um material à base de fibra de coco, que pode ser usado para embalagens de alimentos


Manuela Yamada

A primeira edição do Movimento HotSpot chegou ao fim em julho, após um ano e meio de festivais por todo o Brasil, oficinas, shows e horas e horas de conversas e reuniões com curadores das 11 áreas abordadas. O projeto, que teve a SUPER como parceira, buscou promover e revelar jovens talentos com grandes ideias em arquitetura, design, fotografia e música, entre outros. Agora, os vencedores podem usar o dinheiro que ganharam para investir em seus projetos.


Quem ganhou o prêmio principal, de R$ 200 mil, foi a designer Manuela Yamada, que, com o apoio do programa, desenvolveu um antigo projeto de faculdade, o Botiá. Trata-se de um material biodegradável, à base de fibra de coco, que pode ser usado para embalagens de alimentos. Agora, com o dinheiro, ela quer ir além. "A ideia não é parar nas embalagens, mas fazer outros projetos com o material", diz. Leia a entrevista:



De onde veio a ideia de usar fibra de coco para desenvolver um material novo?
A ideia surgiu quando eu e a Natalia Bruno éramos alunas da PUC [Rio], quando criamos o tema para um projeto de "feira livre de alimentos". Após visitas sistemáticas a diversas feiras, uma das coisas que mais nos chamou atenção foi a quantidade de lixo gerado no final de todas elas. O coco verde nos chamou particularmente atenção devido ao volume gerado. Começamos a pesquisar e vimos que a Embrapa, em parceria com uma empresa privada, havia desenvolvido uma máquina capaz de extrair a fibra do coco verde - e esea fibra estava sendo utilizada para alguns projetos.



Em quase todos os projetos encontrados, a fibra era usada com uma resina à base de mamona, que na época (era 2009) era muito cara e difícil de achar se comparada com outros tipos de resina. Além disso, queríamos algo 100% natural e orgânico. Optamos então por buscar desenvolver um compósito à base de fibra de coco que fosse 100% natural, biodegradável e biocompatível. Além disso, queríamos que seu processo de produção fosse muito simples e barato. Assim chegamos ao compósito Botiá.



Como você entrou no Movimento Hotspot?
Eu fiquei sabendo dessa oportunidade em uma conversa em sala de aula com um amigo de faculdade que me falou que eles teriam um investimento de até 200 mil para o projeto vencedor. Na hora eu vi uma grande oportunidade de investimento no projeto e fui atrás. Desde 2009 estive trabalhando no projeto. No início foi o desenvolvimento do material em si e em 2011,2012, foi o desenvolvimento das embalagens. Durante o processo do movimento o trabalho continuou.



O processo de seleção foi muito bacana e completo, todas as bancas de apresentação do Projeto Botiá eram um estímulo para estruturar cada vez mais o projeto. A fase de Tanque de Ideia foi especialmente interessante, foi uma oportunidade incrível de conviver com as mais diversas pessoas, de todos os cantos do País e todas muito brilhantes em seus trabalhos. Além disso, participar da metodologia Mesa & Cadeira foi muito enriquecedor para mim, não só como pessoa mas como profissional.



O Botiá foi desenvolvido para ser embalagem de alimentos. Mas quais as outras aplicações possíveis?
Ele foi desenvolvido para ser um material, no começo não tinha uma aplicação específica. Foi depois do desenvolvimento que surgiu a ideia de fazer uma embalagem, por ser um objeto de grande uso e descarte rápido - o que por si só requer uma grande atenção de quem a projeta. Atualmente estamos envolvidas em um projeto com outras duas empresas para fazer um projeto ligado à área de reflorestamento, utilizando o material. Chegamos a fazer assentos de cadeira, entre outras coisas. Ele pode ser usado basicamente para qualquer coisa.



Como você pretende usar o dinheiro do prêmio? Qual é o próximo passo?
O dinheiro do prêmio será usado inteiramente para viabilizar uma produção do material e das embalagens Botiá. Já tivemos interesses de diversas pessoas, projetos e empresas que não pudemos atender devido ao alto custo de produção atual, pois o processo é inteiramente artesanal e não temos infra-estrutura para produzir. Com o investimento, pretendemos comprar maquinário, investir em moldes, aprimorar o processo de produção e arrumar um lugar para de fato instalar o nosso trabalho.



A ideia não é parar nas embalagens, mas desenvolver diversos projetos para clientes usando o material. E desenvolver projetos próprios também. Devido a nossa enorme paixão por pesquisa, queremos que a "minifábrica" sirva também de laboratório de experimentação. O próximo passo é contar com a assessoria do Sebrae e da Luminosidade [empresa de Paulo Borges, idealizador do Movimento HotSpot] para estruturar um bom plano de negócios que faça esse investimento e o nosso trabalho gerarem cada vez mais trabalhos para que, num futuro próximo, possamos caminhar com as próprias pernas.