segunda-feira, 29 de julho de 2013

Banco Mundial elogia Brasil por energia renovável

NÃO É SÓ HIDRELÉTRICA

Banco Mundial elogia Brasil por energia renovável

Novo relatório aponta que 120 países já possuem algum tipo de meta para alcançar o objetivo, proposto pela ONU, de oferecer energia sustentável para todos. Brasil é destaque no documento por aumenter geração de eletricidade a partir de fontes alternativas, como biomassa e lixo

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inoxkrow/Creative Commons

O Brasil foi apresentado como referência no novo relatório do Banco Mundial, lançado nesta terça-feira (28). A publicação avaliou o que os países estão fazendo para alcançar o objetivo de prover energia sustentável para todos proposto pela ONU.

Ao lado de China e Estados Unidos, o Brasil aparece no Top Três das nações que mais crescem no consumo de energia renovável - que ainda responde por, apenas, 18% da matriz energética mundial. Nosso país é elogiado no documento por aumentar a geração por meio de fontes alternativas, como a biomassa de cana-de-açúcar
e o lixo.

O relatório aponta, ainda, que 120 nações - sendo 50% delas emergentes - têm algum objetivo ou meta nacional relacionada à energia renovável. Além disso, 88 países já adotaram incentivos para estimular esse tipo de produção.

O objetivo da ONU é elevar o percentual de energia renovável na matriz mundial para 36% até 2030, mas segundo a publicação do Banco Mundial as chances da meta não ser alcançada são grandes. Para atingi-la seriam necessários investimentos anuais de US$ 250 bilhões a US$ 400 bilhões, dependendo do ritmo de expansão da demanda global por energia.
 

Tráfico de animais: um voo sem volta

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Suzana Camargo - FONTE SITE PLANETA SUSTENTÁVEL


O tráfico ilegal de animais silvestres mata milhares de espécies da fauna brasileira todos os anos no país. Transportados de forma precária e sem os mínimos cuidados necessários, quando apreendidos por órgãos fiscalizadores, aves, répteis e mamíferos já se encontram com a saúde muito debilitada e acabam morrendo depois da apreensão.
A pesquisadora Juliana Machado Ferreira, doutora em biologia genética e diretora executiva da Freeland Brasil, é uma das maiores envolvidas no combate contra o tráfico de animais silvestres no Brasil. Apaixonada pela causa, entre outros tantos projetos, quer lançar um Guia de Procedimentos e Cuidados de Pós-Apreensão para Aves Silvestres Traficadas, em colaboração com a organização SOS Fauna. O objetivo é que o material seja distribuído gratuitamente para os órgãos fiscalizadores, responsáveis pelas apreensões, e que dessa forma se consiga diminuir o número brutal de mortes de animais, principalmente aves silvestres, no país.
Na entrevista abaixo, Juliana fala mais sobre o tráfico, os grandes problemas enfrentados após a apreensão dos animais e como essa situação pode ser mudada.
Como é o mercado do tráfico de animais silvestres no Brasil?

Atualmente a maior força por trás do tráfico de animais no país é a demanda por animais silvestres de estimação. São principalmente passarinhos de gaiola, papagaios, araras, alguns répteis e mamíferos. O que acontece é que esses animais são retirados da natureza no Brasil todo e transportados para chegar nos mercados consumidores.

De que regiões são traficados os animais e onde há uma maior demanda?

Na realidade, os animais saem e são vendidos em todos os lugares. Tem ave do Sul sendo comercializada na Bahia e vice-versa. Mas o fluxo maior certamente é do Nordeste e do Centro-Oeste para o Sudeste. Os maiores mercados consumidores de animais silvestres são São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Acontece muito das pessoas quererem ouvir o som da terra natal. Um dos pássaros mais traficados, por exemplo, é o Galo da Campina, que é da Caatinga e não existe no Sudeste. Outra ave da Caatinga muito traficada também é o Azulão, que também pode ser vista no Cerrado e na Mata Atlântica.

Quando são realizadas a maioria das apreensões?

Geralmente à noite ou nos finais de semanas. São nesses dias que acontecem as feiras livres, principalmente nas periferias das cidades, onde são comercializados produtos de origem desconhecida e passarinhos. Os passarinheiros, que comercializam os animais traficados, se encontram nessas feiras sempre muito cedo, lá pelas 6 horas da manhã. Infelizmente, quando as apreensões são feitas nos finais de semana e de madrugada, nem todos os CETAS (Centros de Triagens de Animais Silvestres do IBAMA) ou locais de recebimentos de animais traficados trabalham em regime de plantão. Aí o que acontece é que muitos animais acabam ficando além do tempo desejado em delegacias ou mesmo os CETAS já estão muito cheios. É uma situação que é muito aquém da ideal.

O que acontece com os animais quando eles são apreendidos?

Quando são apreendidos pelos órgãos fiscalizadores competentes, estes animais já estão muito debilitados e normalmente há um lapso de tempo entre a apreensão e eles serem enviados para os locais apropriados, como os CETAS, ou até a chegada de um técnico ou veterinário. E o que a gente percebe hoje é que a maior taxa de óbito dos animais é no pós-apreensão. Eles já chegam debilitadíssimos e frequentemente são deixados em carros quentes, debaixo do sol, passando frio ou então no vento, não recebem água limpa ou é retirada a sujeira, e acabam morrendo.

Como isso poderia ser evitado?

Alguns procedimentos relativamente simples e básicos poderiam diminuir vertiginosamente a taxa de óbito no pós-apreensão – período este que deveria ir das horas iniciais até no máximo às 24 horas seguintes à apreensão, quando os animais precisariam ser encaminhados para locais que os recebam. Aves deveriam ser transportadas em gaiolas com maiores espaços, protegidas do vento, por exemplo. E no momento da apreensão já deveria haver um técnico responsável presente no local.

O problema do tráfico não está resolvido então após a apreensão dos animais?

Não, de jeito nenhum. A sociedade fica com a sensação de que agora os animais estão salvos, mas depois de apreendidos é difícil encontrar local para enviá-los, além deles darem muitas despesas. O processo de soltura também é muito complicado, ainda não existe um consenso entre pesquisadores sobre quais animais podem e devem ser soltos novamente ou não. Acabamos tendo depósitos de animais, e pior ainda, eles continuam sem cumprir suas funções ecológicas no ambiente, como por exemplo a dispersão de sementes, predação de insetos ou a reprodução, que em última análise é o que mantém a espécie.

Por que as aves não podem ser simplesmente soltas na natureza nos locais de apreensão?

A soltura tem que ser feita de forma tecnicamente responsável. Você abrir gaiola e soltar em qualquer lugar é uma coisa que não pode acontecer. Para que solturas responsáveis sejam realizadas, é necessário que os animais estejam saudáveis, tanto para não inserirem doenças nas populações naturais, quanto para conseguirem se manter vivos frente aos desafios ambientais – e não serem soltos apenas para morrer dois dias depois. É preciso ainda que apresentem comportamento de busca e reconhecimento da alimentação natural presente no local, vocalização próxima da selvagem, assim como reconhecimento de predadores, entre outros. Também é importante levar em conta e acompanhar interações e possíveis impactos nas populações naturais. Por fim, os animais devem ser soltos sempre dentro da área de ocorrência da espécie, no mesmo bioma de onde foram retirados, idealmente, na mesma região de onde foram coletados por conta de possíveis diferenciações comportamentais e genéticas.

É possível levar os animais de volta para a região de onde foram retirados?

Sim, mas é um processo caro, que leva tempo e são necessários conhecimentos técnicos e pesquisa científica para descobrir a origem dos animais.

O que é o guia de pós-apreensão para aves silvestres traficadas?

A ideia é selecionarmos umas dez espécies de animais, de cada região do Brasil, principalmente as mais traficadas, e descrever as características e os cuidados especiais que devem ser tomados com cada uma delas. Nossa intenção é que o guia seja distribuído gratuitamente em todo o país para os funcionários da Polícia Militar Ambiental e Polícia Rodoviária, que são os órgãos que fazem o maior número de apreensões. Já temos todo o conhecimento técnico para o guia, agora estamos somente procurando parceiros para viabilizar financeiramente o projeto.


domingo, 28 de julho de 2013

PT Nacional quer Dilma longe de Cabral

6/07/2013 14:21
Mas PT - RJ e Lindbergh não querem perder cargos no governo estadual
Reprodução do site Brasil 247
Reprodução do site Brasil 247


Uma coisa é o PT Nacional que já viu que Dilma só tem a perder ficando ao lado de Cabral. Outra coisa é o PT - RJ, a turma da boquinha, Lindbergh, que têm um monte de cargos no governo e não querem perdê-los. Mas vejam como o tempo muda as pessoas. No ano passado, o deputado Cândido Vaccarezza e os parlamentares do PT blindavam Cabral na CPI do Cachoeira, o parlamentar até mandou aquela famosa mensagem ao governador: "Você é nosso e nós somos teu (sic)". Agora também querem pular fora do barco de Cabral. 
FONTE BLOG DO GARTOINHO

Aiuê e o poder da imagem

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Suzana Camargo - FONTE :BLOG PLANETA SUSTENTÁVEL


Raramente uma palavra ou um texto são tão contundentes quanto uma imagem. Em poucos segundos uma foto ou um vídeo podem provocar um impacto sem igual. Podem causar indignação, alegria, tristeza, angústia ou mesmo indiferença. Podem mexer com alguns dos sentimentos mais profundos do ser humano.
Foi exatamente por essas razões que Sementes do Nosso Quintal foi eleito pelo júri popular como o Melhor Documentário Brasileiro na 36ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo* em 2012. O filme mostra de maneira sensível o cotidiano de uma escola de educação infantil, onde crianças aprendem com a natureza, a música, a arte e os próprios conflitos. O ensinar e o aprender vão além de métodos e fórmulas convencionais. O documentário foi produzido pela equipe da Aiuê, uma produtora de conteúdo, que busca levar às pessoas, através de recursos audiovisuais, temas ligados à educação, cultura e sustentabilidade.
No comando da Aiuê estão Fernanda Figueiredo e os primos Jorge e André Saad Jafet (os três aparecem na foto acima, no canto direito). Fernanda e Jorge são casados e começaram a carreira profissional como advogados. Mas queriam ir além. Sentiam que precisavam trabalhar com algo que fizesse diferença na vida das pessoas. Juntos criaram a Aiuê.
É Fernanda quem me recebe na sede da produtora para um bate-papo. A casa fica numa rua calma, arborizada no bairro de Vila Beatriz, em São Paulo. Decorado com objetos coloridos e feitos com materiais reciclados, o ambiente é perfeito para uma longa conversa.
Por que vocês decidiram largar o Direito?

O Jorge sempre gostou muito de escrever e aí começou a fazer roteiros. Eu sempre tive um respeito e uma conexão muito forte com a natureza. Achava que através do Direito iria fazer justiça e trabalhar com causas humanitárias. Mas estava no meio de um trabalho muito exaustivo e competitivo. Não me sentia coerente com os meus valores. Decidi então fazer um curso de educação ambiental em Barcelona, na Espanha. Encontrei um mestrado multidisciplinar incrível – Intervenção Ambiental:pessoas, sociedades e gestão. Isso me abriu muito a cabeça porque vi que através da consciência ambiental era possível ter uma atuação política e cidadã no dia-a-dia.

Esse é o principal foco de trabalho da Aiuê?

Sim. Achamos que havia um espaço interessante para falar de educação e sustentabilidade, que é a nossa praia. A gente encontrou um nicho e focou nisso: somos uma produtora de conteúdo focada em educação, sustentabilidade e cultura porque nós sabemos falar e interagir com esse assunto e gostamos disso. Temos nossos próprios projetos e também clientes diversos com programas de responsabilidade social ou na área de sustentabilidade.

Como surgiu a ideia para o documentário Sementes do Nosso Quintal?

Enquanto eu estava fazendo o segundo mestrado em educação ambiental, ainda na Espanha, comecei a pensar como seria possível usar a educação para que as pessoas tivessem o olhar para o outro, conseguissem se colocar no lugar do outro e enxergassem como está tudo interligado e uma ação aqui iria impactar mais adiante. Lembrei então da minha escola de educação infantil no Brasil, a Te-Arte, que sempre trabalhou com o que há de mais contemporâneo em educação ambiental, mas sem nunca falar sobre isso ou usar esse termo. Não havia um dia na minha vida que eu não tivesse sentido a presença daquilo que vivi na escola. Fiquei fascinada com essa descoberta e no mesmo momento escrevi uma carta para a diretora, com quem eu não tinha contato por décadas, e falei a ela sobre a ideia do documentário.

Como foi o processo de produção do documentário?

Começamos a filmar em 2007 e o processo todo de produção durou quase seis anos. Gravei durante quatro anos lá e fiz um acervo de 400 horas de imagens. Eu mergulhei no universo da infância. A escola não tem salas de aula e há crianças de oito meses a sete anos todas juntas, sem separação por idade. Elas aprendem interagindo entre elas, com os professores e os pais através de diversas linguagens e com muito contato com a natureza e a cultura brasileira. É uma escola de vida! … Para todo mundo. Optamos por um documentário sem entrevistas, somente com o áudio original, dessa maneira colocamos o espectador dentro da escola.

Qual foi a sensação de ver o seu primeiro trabalho na tela?

O documentário estreou no Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, em Goiás e depois foi selecionado na Mostra de Cinema de São Paulo, em que recebeu o prêmio do público e para mim foi simplesmente uma surpresa, uma delícia… Foi meu primeiro trabalho e eu estava ali no meio daquele monte de cineastas. Foi muito bacana!

Como está sendo a repercussão do documentário depois da premiação?

Estamos exibindo o filme em vários lugares e terminando a gravação do CD, que será distribuído gratuitamente. Queremos gerar uma discussão sobre uma educação mais pautada pela cultura brasileira.

Em que outros projetos a Aiuê está envolvida?

Desde 2009 fazemos os vídeos das escolas vencedoras do projeto Aqui se brinca, promovido pelo Instituto Sidarta. É um prêmio pelo direito de ser criança, que reconhece as melhores escolas no Brasil, e incentiva as práticas do brincar e o aprender pela experiência. Também produzimos o programa Capital Natural na TV Bandeirantes, apresentado por Fernando Gabeira. Temos ainda uma parceria com o próprio Planeta Sustentável. Gravamos o documentário Novas Ideias para o Futuro da Amazônia e estamos finalizando o vídeo sobre o encontro Energia, Negócios e Meio Ambiente, realizado recentemente em Foz do Iguaçu. Vamos também começar a produzir agora no segundo semestre um novo programa para a televisão sobre arte na rua.

E qual é o poder da imagem?

É violento. Ele é muito impactante. Mexe com a emoção. Muitas vezes depois que exibimos o Sementes do Nosso Quintal, as pessoas não conseguiam nem falar. A imagem aciona um canal muito rico e que desperta um potencial que está adormecido nas pessoas. Acho que por isso mesmo precisamos parar de atuar somente na esfera da informação quando falamos em sustentabilidade e começar a mobilizar as pessoas. E isso passa pela emoção. A imagem tem esse poder.

A sustentabilidade precisa de uma linguagem diferente?

Ela precisa ser leve e fazer com que as pessoas se sintam conectadas a um grupo. É fundamental para o ser humano se sentir reconhecido na comunidade onde ele vive. A comunicação precisa mostrar um exemplo e conectar as pessoas que estão caminhando naquela mesma direção.




Educação ambiental e saúde: a importância do descarte correto dos resíduos sólidos

Educação ambiental e saúde: a importância do descarte correto dos resíduos sólidos

Ações podem ajudar na prevenção

Foto: Getty Images.
De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 6,7 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos tiveram destino impróprio no País em 2010. Na hora de descartar os resíduos sólidos, a atenção deve ser redobrada. Os impactos de possíveis descuidos podem atingir não só os espaços públicos com contaminação, mas também a nossa saúde.
Em Goiânia (GO), participantes do Projeto Ambientes Saudáveis, com a orientação do Instituto Brookfield, identificaram as principais doenças originadas pelos resíduos sólidos no bairro e desenvolveram o Projeto “O que você faz com seu lixo?”. A equipe é formada por profissionais da Unidade de Atenção Básica à Saúde da Família do Jardins do Cerrado IV que percebeu essa necessidade da população com a experiência diária de atendimento.
O objetivo do Projeto é implantar a coleta seletiva na Unidade, e desenvolver trabalhos de orientação da comunidade para esta prática; além de buscar a redução dos índices com trabalho de educação em saúde; a ideia é também trabalhar com oficinas de reaproveitamento e bazar de roupas usadas. O projeto está na fase inicial e deverá ser lançado no segundo semestre deste ano.

Participantes do Projeto Ambientes Saudáveis. Foto: Instituto Brookfield.
As doenças, identificadas pelo Projeto, que são mais frequentes no bairro Jardins do Cerrado IV e que têm alguma ligação na forma de descarte dos resíduos sólidos são:dengueverminoses; dermatites (frequente em crianças que entram em contato com os resíduos expostos a céu aberto); infecções respiratórias agudas (devido à queima de resíduos de forma inadequada, a céu aberto; ao inspirar a fumaça dos resíduos queimados, pode ocorrer intoxicação respiratória); infecções gastrointestinais; lesão por objetos – perfuro de cortantes por descarte inadequado, como o descarte de garrafas, equipamentos eletrônicos, entre outros.
Algumas doenças e dicas de prevenção:
Dermatite:
Sinais: vermelhidão e coceira na pele.
A doença é uma inflamação na pele, que pode apresentar escamação, bolhas e pus. Existem muitos tipos. A mais comum se dá quando a pessoa entra em contato com alguma substância que provoca irritação na pele ou reação alérgica, como os resíduos sólidos. É importante evitar o manuseio e, se for inevitável, que o ato seja feito com luvas próprias.
Verminoses:
Segundo informações do site do Doutor Drauzio Varella , as verminoses são doenças causadas por diferentes vermes parasitas que se instalam no organismo do hospedeiro. Em geral, eles se alojam nos intestinos, mas podem abrigar-se também em órgãos, como o fígado, pulmões e cérebro. Prevenção: educação sanitária, saneamento básico e hábitos simples de higiene pessoal e familiar.
Recomendações: lave bem as mãos com frequência, principalmente quando for lidar com alimentos, antes das refeições e depois de usar o banheiro; lave cuidadosamente os alimentos antes de prepará-los; procure não andar descalço em lugares em que não conheça as condições de higiene; procure beber apenas água filtrada. Se não for possível, ferva-a antes de beber.

Philippe é empossado como novo rei da Bélgica

Philippe é empossado como novo rei da Bélgica

  • Ele passa a ocupar o lugar de seu pai , Albert, que abdicou do trono



Família real. Da esquerda para a direita: a rainha Paola, o rei Albert II, príncipe Philippe e a princesa Mathilde
Foto: Geert Vanden Wijngaert / AP

Família real. Da esquerda para a direita: a rainha Paola, o rei Albert II, príncipe Philippe e a princesa Mathilde Geert Vanden Wijngaert / AP
BRUXELAS - O príncipe Philippe se tornou neste domingo (21) o novo rei da Bélgica, depois que seu pai Albert abdicou do trono em seu favor. A cerimônia deixou, por um dia, em segundo plano os questionamentos sobre a poder da monarquia e a capacidade do rei de unir um país dividido.

Philippe, de 53 anos, prestou juramento nas três línguas oficiais do país - holandês, francês e alemão - duas semanas depois do rei Albert, de 79 anos, ter anunciado que abdicaria após 20 anos no trono.
Depois de assinar o ato legislativo de abdicação no palácio real, Albert agradeceu a mulher e disse que o seu filho tinha todas as qualidades para servir bem ao país.
- Minha recomendação final a todos reunidos aqui é trabalhar sem descanso para manter a Bélgica unida - afirmou ele.
Philippe, o novo rei, voltou ao tema quando discursou ao Parlamento. Segundo ele, a riqueza da Bélgica está na sua diversidade.
'Um rei, duas nações'
Philippe é o sétimo rei do dividido país de 183 anos. Muitos falantes do holandês buscam maior autonomia para o norte e desconfiam de uma monarquia vista como muito ligada ao antes poderoso, mas agora mais pobre, sul, onde a língua francesa predomina.
"Um rei, duas nações", era a manchete do jornal L'Echo, em francês.
Do lado de fora do palácio, uma multidão se reunia em clima de festa, sob intenso calor. O novo rei foi saudado com bandeiras quando apareceu na sacada com a sua mulher, Mathilde.
Houve algumas vozes destoantes. Jan Jambon, líder parlamentar de um partido favorável à independência do norte e à instauração de um regime republicano, declarou: "Isso não faz os cabelos do meu braço se arrepiarem. Isso é parte do meu trabalho como legislador. Caso contrário, em nada me afetaria."
 http://oglobo.globo.com/mundo/philippe-empossado-como-novo-rei-da-belgica-9114110#ixzz2ZmKaKL6z 

sábado, 27 de julho de 2013

As escolas do futuro

iDEIAS

As escolas do futuro

"O que você fez hoje na escola, meu filho?" "Transformei um carro normal num modelo super-econômico, papai." Esqueça as provas, a feira de ciências e a tabuada. Se a maior parte das escolas de hoje ainda é igualzinha à dos nossos pais, as do futuro serão muito diferentes. E algumas delas já estão funcionando

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Marcos Ricardo dos Santos e André Gravatá

A ESCOLA ONDE TUDO É UM JOGO
Minddrive - Kansas City, EUA
Número de alunos: 50
Tipo: Comunitária (ONG) e gratuita

Um grupo de alunos está reunido na sala de aulas no meio de um debate caloroso. Mas a lição aqui não é de matemática ou história - eles estão tentando adaptar um carro normal em um modelo ecológico e econômico. Essa é apenas uma das lições desta escola, chamada Minddrive, no Kansas, EUA.

De fato, o maior feito dos alunos por lá é ter desenvolvido um veículo elétrico capaz de rodar 128 km com a energia equivalente à de 1 litro de combustível. Esta não é uma escola normal, claro. O Minddrive, na verdade, é um reforço escolar para adolescentes que não vão bem no ensino regular. Mas seu método educativo não é tão exótico assim. Ele é todo baseado nos jogos epistêmicos, uma espécie de RPG (role playing games), no qual os alunos simulam situações cotidianas e pensam em soluções para os problemas que vão surgindo. "Os desafios que as nossas escolas enfrentam hoje são importantes demais para ficarmos isolados. Precisamos preparar os alunos para o mundo real", diz David Shaffer, professor de pedagogia da Universidade de Wisconsin e chefe do projeto de jogos epistêmicos para uso na educação.

A ideia básica do Minddrive é apresentar um grande desafio real aos alunos e, sob a orientação de um instrutor, fazer com que eles encontrem as soluções para este problema. O aprendizado viria naturalmente, como consequência do processo. De fato, depois de entrar no reforço, quase todos os adolescentes melhoraram seu desempenho na escola tradicional.
A ESCOLA VERDE
Green School - Indonésia
Número de alunos: Cerca de 370
Tipo: Privada - custo aproximado de R$ 2 mil mensais

Nessa escola, tudo é natural: as estruturas são de bambu e as salas de aula, abertas, para que o calor e o vento balineses possam entrar. Criada pelo americano John Hardy, ela se baseia na metodologia do educador britânico Alan Wagstaff, que defende uma maneira de ensinar que conecta aspectos racionais, emocionais, físicos e espirituais.

Na prática, isso quer dizer que o conhecimento está dividido em temas, e não em matérias. Por exemplo, no ensino fundamental, crianças de sete anos aprendem "padrões de contagem" pulando corda. Em outra aula, o objetivo é relacionar sentimento a números e acontecimentos históricos. Assim, os alunos pensam em datas e cifras e as imaginam com as cores que quiserem.

De acordo com o método de ensino, isso humaniza o conhecimento e, consequentemente, ajuda a memorizar os fatos. O discurso pode parecer meio hippie, mas Hardy garante que funciona. Até porque um dos objetivos da Green School é que seus alunos saiam de lá prontos para abrir seus próprios negócios - sustentáveis, de preferência.

Ainda durante o ensino médio, eles simulam a criação de uma empresa. E muitas acabam saindo do papel. Rasa Milaknyte, que criou sua empresa no 11º ano (penúltimo do ensino médio), foi um desses casos. "Meu negócio é um serviço: ensino aikidô para crianças de cinco a 12 anos", diz.
A ESCOLA DA COLETIVIDADE
Escola Municipal Desembargador Amorim Lima - São Paulo, Brasil
Número de alunos - 700
Tipo - Pública e gratuita 

Todo mundo pode participar de tudo na escola Desembargador Amorim Lima. Os pais organizam as festas, os alunos coordenam os debates, a diretora faz papel de tutora. Até a página do Facebook da escola é atualizada por pais. Há inclusive um conselho em que todos têm poder de decisão sobre rumos futuros. "A conquista do espaço público deve ser feita por todo mundo", diz a diretora Ana Elisa Siqueira.
Os alunos estudam em grupos de diferentes faixas etárias, espalhados por grandes salões - no maior deles, cabem mais de 100 estudantes. Parte das paredes da escola foi literalmente arrancada: os espaços foram formados a partir da união das antigas salas de aula, já no final da década de 1990. A lousa continua por lá, mas sem uso: não há aulas expositivas nesses espaços - apenas as de inglês, português e matemática acontecem por perto do quadro-negro, em salas menores. 
Se você entra num dos salões, encontra vários pequenos aglomerados de estudantes, além de professores em pé, correndo de um lado para o outro para atender aos diversos chamados. Cada um dos jovens anda com um caderno de roteiros de pesquisa, cujo conteúdo carrega os temas que podem ser estudados durante o ano, como "consumismo", "comunicação e memória" e "sangue e excreção".
E adivinhe quem escolhe por onde começar e por onde terminar? O próprio aluno, que é incentivado a ser independente.
A ESCOLA DOS HYPERLINKS
Politeia - São Paulo, Brasil
Número de alunos - 18
Tipo - Privada: custo aproximado de R$ 1,2 mil mensais

Um dos alunos desenvolveu um game interativo que acompanha a jornada de zumbis. Outro, uma pesquisa sobre Albert Einstein - durante uma apresentação, ele até explicou o que é o paradoxo dos gêmeos, um experimento mental sobre a relatividade. Outra das alunas começou uma pesquisa sobre cães e gatos abandonados, motivada pela sua paixão por animais.

Todos eles são estudantes da Politeia, uma escola em São Paulo que deixa os alunos imergirem nos temas que lhes interessam. As pesquisas levam a caminhos inimagináveis. O exemplo de Joyce Dorea, a garota de 13 anos que decidiu pesquisaranimais abandonados, é emblemático: ao se debruçar sobre o tema, ela descobriu que muitos animais não são apenas deixados na rua, mas são também deliberadamente maltratados. Ela então pesquisou mais o assunto e se deparou com a seguinte história: uma cadela russa chamada Laika foi lançada ao espaço numa nave, com um fim trágico, pois morreu durante a experiência.

A garota ficou curiosíssima para entender o contexto histórico daquele fato e começou uma pesquisa sobre a corrida espacial. Esse assunto está diretamente conectado com aGuerra Fria e termos que até então ela não entendia muito bem, como "capitalismo" e "comunismo". Foi nesse momento que a garota encontrou as tirinhas da Mafalda e seus pensamentos impregnados de reflexões políticas - sim, a personagem virou o tema da última pesquisa da jovem.

O percurso de Joyce é apenas um exemplo entre outros na Politeia. Ele mostra a lógica do hyperlink: de um ponto para outro e para outro, num percurso imprevisível, aprendendo no meio do caminho. O desenvolvimento das pesquisas é feito com a ajuda de tutores e professores. "Durante as pesquisas, o professor precisa entrar no papel de aprendiz, aceitando que não sabe tudo e aprendendo junto com o estudante", conta Yvan Dourado, um dos tutores.

A ESCOLA HIGH TECH
Vittra - Suécia
Número de alunos: 8 500, em mais de 30 unidades
Tipo: Pública e gratuita 

Quando você anda por uma das unidades da Vittra, vê crianças com computadores por todo lado. Ao se matricular, cada aluno recebe um notebook de última geração, desde os seis anos. Os aparelhos então são usados em atividades como o projeto Future City. Nele, cada aluno cria um avatar e escolhe características e habilidades que considera importantes para si. Juntos, os personagens criam uma cidade, desenhando a infraestrutura física e estabelecendo relações sociais, incluindo a criação de leis e a realização de eleições.

As atividades em grupo misturam crianças de diferentes idades e níveis de conhecimento, e os alunos as escolhem a partir de seus interesses. Em uma aula sobre o corpo humano, por exemplo, são as crianças mais velhas que ensinam as mais jovens - e podem usar o que quiser para isso: livros, animações ou apresentações digitais. "Ensinar alguém é uma ótima forma de aprender", explica a professora Frida Monsén. "Observamos que os alunos dão o seu melhor quando sabem que o trabalho é para seus colegas e não apenas para o professor", diz.

A ESCOLA MAIS DIFÍCIL DO MUNDO
Juku e Hagwon - Japão e Coreia do Sul
Número de alunos: Variável
Tipo: Privada - custo aproximado de R$ 1 mil a R$ 1,5 mil mensais (fora o valor da escola regular)
Juku e Hagwon são cursinhos preparatórios para crianças que viraram febre no Japão e na Coreia do Sul. No Japão, cerca de 20% dos alunos frequentam os juku já na pré-escola, para se preparar para os exames de admissão do ensino fundamental. Isso mesmo, são crianças de cinco ou seis anos fazendo cursinho! Depois que entram na 1ª série, os alunos passam a estudar em outro juku, já com a intenção de se preparar para o ensino médio, e assim seguem até o vestibular. Resultado: boa parte das crianças passa de dez a 12 horas por dia estudando. "Assim que chegam em casa, os pais querem que estudem ainda mais", explica Julian Dierkes, da universidade canadense de British Columbia, especialista nas metodologias pedagógicas da Ásia.


Na Coreia do Sul, país com as melhores notas nos testes escolares internacionais, a mania é ainda mais extrema. Tanto que virou caso de polícia: existem equipes especializadas em investigar os cursinhos noturnos, os hagwon. Por lei, esses espaços só podem funcionar até as 22 h, mas, para conseguir melhores resultados, alguns hagwon seguem com as aulas madrugada adentro.

Em um caso recente, após receber uma denúncia anônima, uma patrulha especial da polícia chegou a um beco no distrito de Gangnam, em Seul (aquele da música do Psy). Os policiais identificaram o endereço, cercaram o prédio e encontraram uma sala de aula, onde dez alunos estudavam. O professor acabou preso e processado.

Preocupado com os altos índices de estresse dos alunos, o ministério da educação coreano quer desestimular os hagwon. Pretende aumentar a qualidade das aulas regulares e mudar os sistemas de ingresso nas universidades, que estão passando a considerar testes de habilidades e entrevistas, além das supercompetitivas notas.

A ESCOLA DO YOU TUBE
Khan Academy - Na internet
Número de alunos: 43 milhões
Tipo: Livre 

Em 2004, nos EUA, um jovem americano chamado Salman Khan, filho de mãe indiana e pai de Bangladesh, queria ajudar sua prima, que morava na Índia, a estudar matemática. Como estava longe, gravou umas aulas em vídeo e as publicou no Youtube, para que a prima pudesse acessar suas explicações. Mas ele não esperava que suas aulas fossem virar hits. Khan começou a receber pedidos para que gravasse vídeos de outros assuntos.

Assim surgiu a Khan Academy, hoje uma febre mundial. A Khan disponibiliza gratuitamente na internet mais de 3 200 aulas em vídeo e animação. Somados, eles já têm mais de 200 milhões de visualizações. Algumas escolas dos EUA (e do Brasil também!) utilizam os vídeos da Khan na sala de aula - o que aponta para uma sutil e gradual tendência de, aos poucos, substituir as tradicionais aulas com lousa e giz. "O velho modelo simplesmente não atende mais às necessidades das pessoas," diz Salman Khan. "É uma forma de aprender essencialmente passiva, mas o mundo requer uma maneira mais ativa de processar informação. E a tecnologia oferece isso".

A ESCOLA ONDE O ALUNO DECIDE O QUE FAZER
São Tomé de Negrelos, mais conhecida como Escola da Ponte - Vila das Aves, Portugal
Número de alunos: 220
Tipo: Pública 
A escola tradicional se baseia na ideia de que o aprendizado segue um caminho mais ou menos igual para todos. Por isso, temos a divisão em turmas por idade, currículos padronizados e provas iguais para todos os alunos. Mas há quem discorde: algumas teorias da educação entendem que cada aluno é único e deve ter autonomia para aprender.


Com base nessa ideia, surgiu em Portugal, em 1976, a Escola da Ponte, que fica numa vila a 30 km do Porto. A escola não tem salas de aula, não separa o conteúdo em disciplinas, não demarca horário para iniciar ou terminar uma atividade. Funciona assim: os professores apresentam aos alunos uma variedade de temas. Cada um escolhe um assunto que mais lhe interesse e diz se quer trabalhar sozinho ou em grupo. Todos dividem o espaço da escola, espalhados por grupos de mesas. Se preferirem, podem fazer as atividades ao ar livre. "Os alunos gerem, quase com total autonomia, os tempos e os espaços educativos. Escolhem o que querem estudar e com quem", explicou José Pacheco, fundador da escola, em palestra recente no Brasil.

Ao final de cada dia, há uma espécie de assembleia geral, onde os alunos compartilham com os colegas o que aprenderam. Quando sentem que estão preparados para fazer uma prova, definem quando vão fazer o teste, individualizado para cada um, levando em conta a lista de conhecimentos adquiridos.

Parece o paraíso na Terra, mas nem todos se adaptam ao modelo. Há aqueles que desistem, e acabam voltando ao sistema tradicional. Mas a metodologia da Escola da Ponte convenceu o governo português, que valida seu diploma como o de qualquer outra escola.

A ESCOLA PARA GAYS
Harvey Milk High School - Nova York, EUA
Número de alunos: 110
Tipo: Pública 

A Harvey Milk School - que leva o nome do principal ativista político americano da causa gay, assassinado em 1978 - é voltada prioritariamente para jovens homossexuais. Suas diretrizes dizem que "a escola é aberta para todos os alunos, independentemente deraça, gênero, orientação sexual". Mas, na prática, quase todos os alunos são abertamente gays ou lésbicas. "A escola foi criada para que adolescentes homossexuais pudessem estudar sem a ameaça de violência física ou emocional que costumavam enfrentar no ambiente escolar tradicional", explica Thomas Krever, diretor executivo da iniciativa.

Para o diretor, em um ambiente em que possam se expressar livremente, os alunos têm mais condições de se dedicar aos estudos. A instituição foi alvo de críticas por ser abertamente voltada a um perfil específico de estudantes, especialmente depois de ter sido transformada em uma escola pública em 2002, passando a receber recursos do governo. Mas, pelos dados da escola, os resultados dos alunos da Harvey Milk em exames são superiores aos da média de Nova York. Aí fica difícil contestar.