segunda-feira, 7 de outubro de 2019


Citröen toma multa milionária por divulgar preço enganoso do C4 Lounge

Consumidor reclamou ao Procon-SP após não encontrar nas concessionárias o preço prometido no site para o C4 Lounge

citroen c4 lounge 2018 Sedã francês foi anunciado por R$ 70 mil, mas oferta não foi cumprida
Sedã francês foi anunciado por R$ 70 mil, mas oferta não foi cumprida (Divulgação/Citroën)
O Procon-SP multou o grupo PSA, responsável pelas marcas Peugeot e Citröen, em R$ 1.808.240 por não cumprimento de uma oferta colocada em seu site oficial.
No mês de abril, a Citröen anunciou a oferta do sedã C4 Lounge Live 1.6 THP Auto, modelo 2018/19, por R$ 70.973,70.
De acordo com o órgão de defesa do consumidor, tal oferta jamais foi atendida, o que gerou descumprimento do Artigo 30 do Código de Defesa do Consumidor e, em consequência, a multa.
A marca alegou que sua rede de concessionárias não é obrigada a cumprir os preços sugeridos no site.

domingo, 6 de outubro de 2019

Idosos são alvo de abusos de bancos e planos de saúde

Empréstimos não consentidos, fraudes e reajustes abusivos estão entre as reclamações mais frequentes

A aposentada Maria Audete recorreu à Justiça para tentar reduzir a mensalidade do plano de saúde de R$ 3.213: estimativa de redução para R$ 1.800
Foto: Marcos Ramos / Marcos Ramos
A aposentada Maria Audete recorreu à Justiça para tentar reduzir a mensalidade do plano de saúde de R$ 3.213: estimativa de redução para R$ 1.800 Foto: Marcos Ramos / Marcos Ramos
RIO - Na terça-feira, dia 1º de outubro, é celebrado o Dia Internacional do Idoso. No Brasil, no entanto, quem já passou dos 60 anos parece não ter muito a comemorar. A Defensoria Pública e o Ministério Público do Rio acumulam relatos de abusos financeiros contra idosos e queixas de aumentos que podem ser vistos como expulsórios dos planos de saúde. Sem falar nos golpes que têm consumidores seniores como alvo preferencial.
Aos 64 anos, Maria Benedita dos Santos tem um terço da sua pensão comprometida com consignados , a maioria dos quais ela não reconhece ter contratado. Há dívidas com seis bancos. Superendividada, ela recorreu à Defensoria, que está fazendo um inventário de seus débitos.
— Esses empréstimos estão comendo uma boa parte dos meus rendimentos. Todo mês vêm vários descontos que não reconheço — conta Benedita.
Segundo Patrícia Cardoso, coordenadora do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria, as fraudes em consignados são as mais frequentemente relatadas pelos idosos:
— Fora golpes que usam os dados do consumidor para pegar empréstimo em benefício de terceiros, há muitos casos em que o idoso tem um valor depositado em sua conta sem que tenha sido consultado.
Isso foi exatamente o que aconteceu com a aposentada Maria Angélica Marques, de 68 anos, que há um ano e meio tenta cancelar um consignado não solicitado com o Banco Pan. Depois de reclamar ao banco, sem ter solução, fez um boletim de ocorrência e enviou carta à instituição. Nada se resolveu.
— Quando pedi o contrato, constatei que era falsificado. Forjaram minha assinatura e colocaram outro número de telefone e endereço. E o pior, incluíram meu nome no SPC e vivem me cobrando— conta Maria Angélica.
O Pan disse estar em contato com a cliente para resolver o caso o mais rápido possível.

Nova regra para crédito

Coordenadora do Movimento Longevidade Brasil, Carlota Esteves diz que o sistema bancário é de fato o maior alvo de reclamações dos idosos, que sofrem assédio das instituições:
— Muitas vezes um idoso acaba aceitando contratar um serviço para agradar ao gerente “bonzinho”. Quanto mais o idoso se isola do convívio social, mais vulnerável se torna.
Carlos Batalha, educador financeiro e membro do Conselho Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor, diz que já viu absurdos como a venda de uma previdência privada para uma senhora de 75 anos.
— É preciso entender que há um declínio cognitivo com a idade, e o isolamento social, a exclusão digital, tudo isso aumenta a vulnerabilidade. Não se pode culpar o idoso por cair em golpes — diz.
A situação é tão complexa que, na última semana, foi lançado o Sistema de Autorregulação de Operações de Empréstimo Pessoal e Cartão de Crédito Consignado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC). As regras, que entram em vigor em janeiro, preveem o bloqueio de ligações para oferta de consignado e tornam mais clara a possibilidade de cancelamento do empréstimo, em sete dias, caso o contrato seja firmado a distância, como prevê o Código de Defesa do Consumidor.
No caso de Maria Audete Vilela, de 80 anos, o que a faz perder o sono é a mensalidade do plano de saúde de R$ 3.213. Sem conseguir acordo com a Unimed-Rio via Procon, ela recorreu à Justiça:
— Estou há 29 anos no plano, e agora sinto que querem me expulsar— reclama.
O advogado Thiago Loyola, professor de Direito do consumidor da Universudade Candido Mendes, conta que a aposentada venceu o processo em primeira instância e estima que a mensalidade deve cair para cerca de R$ 1.800:
— O Judiciário tem se mostrado sensível a esses casos e expurgado as cláusulas que preveem reajustes abusivos.
A Unimed-Rio disse não comentar ações judiciais.

Confira as orientações de especialistas

Golpes: Troca do cartão ou retenção no caixa eletrônico; empréstimo consignado indevido; golpe do recadastramento com o roubo de dados pessoais.
Orientações: Nunca forneça dados bancários a estranhos. Nem confirme ou forneça dados pessoais por telefone.
Bancos: O uso de caixa eletrônico não é obrigatório. Caso não se sinta capaz de usá-lo, dirija-se a um caixa ou peça ajuda a funcionário identificado do banco. Nunca aceite a ajuda de desconhecidos. Ao digitar a senha, fique próximo ao teclado para evitar que alguém veja. Não guarde a senha junto com o cartão. Avalie usar o débito automático. Evita multa por atraso de pagamento e idas ao banco, reduzindo a chance de golpes e assaltos.
Empréstimo: Não contrate empréstimo por telefone, nem por impulso. Desconfie de quem fizer pressão para que tome a decisão apressadamente ou para que antecipe o pagamento. Ao contratar empréstimo, verifique a soma do total de parcelas e o CET (custo efetivo total). Essa taxa engloba todos os encargos e despesas que incidem sobre a operação. Nunca contrate empréstimo sem entender todas as cláusulas e verificar sua capacidade de pagamento. Exija a cópia do contrato.
Planos de saúde: A operadora do plano de saúde não pode se negar a fazer contrato com um idoso. O Estatuto do Idoso veda reajustes por mudança de faixa etária a partir dos 60 anos. A ANS aplica a regra somente para contratos assinados a partir de janeiro de 2004, quando entrou em vigor o Estatuto. Há decisões judiciais que aplicam a regra do Estatuto a contratos anteriores e quando reconhece abusividade do reajuste, ainda que previsto em contrato. Tanto em hospitais públicos quanto privados, o idoso tem direito a acompanhante.
Transporte: É direito do idoso (a partir dos 60 ou 65 anos, de acordo com a cidade) a gratuidade no transporte coletivo, como ônibus, metrô, dentro da cidade ou entre cidades vizinhas. No caso de transporte coletivo interestadual, cada ônibus deve reservar duas vagas gratuitas para maiores de 60 anos com renda menor ou igual a dois salários mínimos. Se houver mais de dois idosos para embarque com essas características, a empresa deve dar desconto aos excedentes de ao menos 50% do valor da passagem. Em estacionamentos públicos ou privados, 5% das vagas devem ser reservados a idosos.
Eventos: O idoso tem direito a descontos de ao menos 50% no valor do ingresso para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer e acesso preferencial. Basta apresentar documento.
Fuja de armadilhas: Não abra e-mails nem atenda chamadas de pessoas desconhecidas. Consulte pessoas de sua confiança antes de tomar uma decisão financeira importante. Procure entidades de defesa do consumidor para obter orientação e tirar dúvidas antes de realizar uma operação financeira.
Atendimento: A lei 10.741/03 assegura ao idoso o direito de ser atendido com prioridade.
A quem recorrer: O direitos são garantidos pelo Estatuto do Idoso e pelo Código de Defesa do Consumidor. Qualquer descumprimento pode ser denunciado ao Procon, à Defensoria Pública, ao Ministério Público ou à agência regulatória que responde pelo serviço.

sábado, 5 de outubro de 2019

Estudo mapeia compartilhamento de fake news nas redes sociais

Facebook ainda é a rede social com maior número de compartilhamentos de fake news e as chamadas “desinformações”. Twitter e Whatsapp aparecem em seguida
Por:  -  CONSUMIDORMODERNO.COM.BR
Crédito: Max Muselmann/Unsplash
Embora a propaganda sempre faça parte do discurso político, campanhas de empresas e marcas interferem no interesse público. O uso da propaganda para moldar as atitudes públicas por meio das mídias sociais se tornou popular ao longo da História.
Na era digital e em um ambiente de informação caracterizado por altos volumes de informação e níveis limitados de atenção e confiança do usuário, as ferramentas e técnicas de propaganda se tornam uma parte comum da rotina dos internautas e das empresas.
Para entender o uso de informações nas campanhas e divulgação de conteúdos falsos pelas organizações, empresas e países, estudiosos da Universidade de Oxford mapearam diversas redes. Segundo o relatório, o Facebook continua sendo a rede social com maior número de compartilhamento e divulgação de informações falsas e manipuladoras, como as fake news.
De acordo com o estudo, o Facebook permanece como a plataforma escolhida para manipular usuários. Foram encontradas evidências de campanhas propagandísticas planejadas em no mínimo 56 países.
O compartilhamento de fake news pelas redes sociais é um dos grandes problemas atuais da internet. O número de países que começaram campanhas de desinformação aumentou de 28 para 48 entre 2017 e 2018. Em 2019, o número chegou a 70.
Os 140 caracteres do Twitter podem ser utilizados como mecanismo de manipulação. De acordo com o levantamento, a rede social é a segunda em nível de influência do usuário e compartilhamento de fake news.
Whatsapp foi uma das plataformas analisadas pelo estudo da Oxford e aparece em terceiro lugar em grau de influência. Segundo pesquisadores, a rede social é a maior difusora e compartilhadora de desinformações no Brasil, Colômbia, Guatemala, Índia, Venezuela, Espanha, Zimbabue, Nigeria, Quênia e México.
Conteúdo e manipulação
Em muitos regimes autoritários, a propaganda é utilizada uma ferramenta de controle de informações estrategicamente usada em combinação com vigilância, censura e ameaças de violência. O estudo britânico catalogou os tipos e objetivos de campanhas presentes em países sob esse tipo de regime:
1 -Para suprimir os direitos humanos fundamentais;
2- Desacreditar a oposição política;
3- Abafar a dissidência política.
Metodologia
A metodologia para o relatório consistiu em quatro etapas, com a análise de conteúdo dos artigos noticiosos, revisão de arquivos públicos, elaboração de estudos de casos e consultas a especialistas.
O relatório foi produzido a partir da observação e reflexão dos conteúdos divulgados em 70 países nos continentes americano, africano, asiático e europeu.

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

URGENTE: Atenção fique  atento  caso tenha algum produto das  marcas.
DESLEALDADE DE FORNECEDOR,
respondo com BOICOTE A MARCA.
Por Rikardy Tooge, G1
 

Governo suspendeu a venda de 38 marcas de azeite em 2019 — Foto: Reprodução/TV GloboGoverno suspendeu a venda de 38 marcas de azeite em 2019 — Foto: Reprodução/TV Globo
Governo suspendeu a venda de 38 marcas de azeite em 2019 — Foto: Reprodução/TV Globo
Ministério da Agricultura anunciou nesta quarta-feira (2) a suspensão da venda de mais 32 marcas de azeites de oliva por causa de adulterações no produto (veja mais abaixo).
(ATUALIZAÇÃO: Inicialmente o Ministério da Agricultura divulgou que eram 33 marcas. Questionado pelo G1, o órgão informou que uma delas já tinha sido suspensa no início de julho e apareceu erroneamente na lista desta quarta-feira.)
Segundo o ministério, as marcas que praticaram fraudes foram:
  1. Aldeia da Serra
  2. Barcelona
  3. Casa Medeiros
  4. Casalberto
  5. Conde de Torres
  6. Dom Gamiero
  7. Donana
  8. Flor de Espanha
  9. Galo de Barcelos
  10. Imperador
  11. La Valenciana
  12. Lisboa
  13. Malaguenza
  14. Olivaz
  15. Olivenza
  16. One
  17. Paschoeto
  18. Porto Real
  19. Porto Valencia
  20. Pramesa
  21. Quinta da Boa Vista
  22. Rioliva
  23. San Domingos
  24. Serra das Oliveiras
  25. Serra de Montejunto
  26. Temperatta
  27. Torezani
  28. Tradição
  29. Tradição Brasileira
  30. Três Pastores
  31. Vale do Madero
  32. Vale Fértil
No ano, já são 38 marcas que foram retiradas de circulação. Em julho, o governo já havia suspendido 6 rótulos:
  1. Oliveiras do Conde
  2. Quinta Lusitana
  3. Quinta D’Oro
  4. Évora
  5. Costanera
  6. Olivais do Porto
O governo afirma que a maior parte das fraudes foi feita com a mistura com óleo de soja e óleos de origem desconhecida.

'Processo lento'

As fiscalizações que detectaram as 32 marcas irregulares são resultantes da Operação Isis, iniciada em 2016. No caso destas marcas, o ministério realizou a coleta dos produtos para análise entre 2017 e 2018.
O Ministério da Agricultura afirma que o "processo é lento" porque envolve exames laboratoriais, notificação dos fraudadores, perícias, períodos para apresentação de defesa (podem apresentar dois recursos) e julgamentos desses recursos em duas instâncias administrativas (veja como funciona a fiscalização).
Segundo a Coordenação de Produtos Vegetais do Ministério da Agricultura, praticamente não existe mais estoque no mercado desses lotes que foram reprovados, já que os remanescentes foram destruídos após o julgamento dos processos administrativos.
No entanto, o governo alerta que é possível que os consumidores encontrem ainda outros lotes das mesmas marcas.
"Embora os supermercados tenham sido alertados quanto às marcas que sistematicamente produzem azeite fraudado, muitos comerciantes ainda insistem em vender esse tipo de produto em razão do baixo preço", diz o ministério em nota.
O governo afirma que, usualmente, os fraudadores não têm endereço conhecido. Por isso, o ministério passou a autuar os supermercados e espera-se que, com essa medida, seja reduzida a oferta de produtos fraudados.

Procedência

O governo alerta também que os comerciantes devem verificar a procedência do azeite antes de formarem os estoques que serão colocados à venda, verificando se não estão comprando lotes de marcas que cometeram as fraudes apuradas pelo Ministério.
"Se os supermercados adquirirem e ofertarem os produtos com irregularidades, serão penalizados”, afirmou em nota o coordenador Fiscalização de Produtos Vegetais do Ministério da Agricultura, Cid Rozo.

O que é um azeite fraudado?

Segundo o Ministério da Agricultura, é considerado azeite de oliva "o produto obtido somente do fruto da oliveira, excluído todo e qualquer óleo obtido pelo uso de solvente, ou pela mistura com outros óleos, independentemente de suas proporções".
Ou seja, o uso de qualquer outro produto no azeite já se torna uma fraude.

Comprei um azeite fraudado. O que eu faço?

Se o consumidor comprou um azeite que foi retirado de circulação pelo Ministério da Agricultura, o Procon orienta que ele peça o reembolso diretamente para o estabelecimento onde fez a compra, apresentando nota fiscal e o produto sem violação.
A recomendação é que o consumidor procure o Procon da região ou utilize o site consumidor.gov.br.