domingo, 26 de julho de 2015

Aves migratórias: canto final

De uma armadilha em Chipre pendem uma vida e uma questão: como acabar com a matança das aves canoras que migram pelo mar no Mediterrâneo?

Fonte: NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL   |   Por: Jonathan Franzen
Em um mercado no vilarejo turístico de Marsa Matruh, na costa do Egito, examino as gaiolas repletas de rolas e codornas quando um dos vendedores nota a desaprovação em meu rosto e, sarcástico, grita em árabe: “Vocês, americanos, se sentem mal pelas aves. Mas, na hora de bombardear a terra dos outros, não sentem nada”.
Eu poderia ter respondido que é possível se sentir mal tanto pelos animais como pelas bombas, e que dois erros não fazem um acerto. Porém, me ocorre que o vendedor de pássaros diz algo apropriado do problema da preservação da natureza em um mundo dilacerado por conflitos humanos, algo que não pode ser refutado com facilidade. Ele beija os dedos para mostrar quão deliciosos são aqueles pássaros, enquanto continuo com a testa franzida diante das gaiolas.
A situação ao redor do Mediterrâneo é chocante: todos os anos, de um extremo a outro do mar, centenas de milhões de aves canoras e outras espécies migratórias são mortas para serem consumidas, por lucro, esporte ou diversão. A matança é indiscriminada, com forte impacto sobre espécies já fragilizadas pela destruição ou fragmentação de hábitats reprodutivos. Nessa região, as pessoas abatem grous, cegonhas e grandes aves de rapina para as quais os governos mais ao norte mantêm programas de conservação milionários. Por todo o continente europeu, as populações de aves estão em acentuado declínio.
Os caçadores italianos, legais e ilegais, são os mais notórios: em grande parte do ano, nos bosques e várzeas do interior da Itália, ouvem-se os disparos das armas de fogo e os estalos das armadilhas. Os franceses, tão ciosos de sua culinária, continuam a consumir a sombria (Emberiza hortulana), e a lista bem longa de aves que podem ser caçadas na França inclui muitas espécies costeiras ameaçadas. O uso de armadilhas para capturar as canoras ainda é comum em regiões da Espanha. Os malteses, frustrados com a inexistência de pássaros nativos, dizimam as aves de rapina em migração nos céus. Os cipriotas abatem toutinegras em escala industrial, a fim de consumi-las, mesmo que isso seja fora da lei.
Na União Europeia (UE), contudo, ao menos vigoram restrições formais à caça de aves migratórias. A opinião pública local tende a favorecer a preservação, e diversos grupos de proteção da natureza ajudam os governos a fazer com que as leis sejam respeitadas. Mas a situação das migrantes não é nada boa nos países mediterrânicos que não fazem parte da UE. Na verdade, quando visitei a Albânia e o Egito no ano passado, constatei que ela piora de modo dramático.
Em fevereiro de 2012, o Leste Europeu registrou as temperaturas mais baixas dos últimos 50 anos. Os gansos que costumam invernar no vale do Danúbio seguiram para o sul, a fim de escapar ao frio, e meio milhão deles acabaram nas planícies da Albânia, esfomeados e exaustos. Foram todos exterminados. Homens com velhas Kalashnikovs soviéticas empunhadas dizimaram as aves, enquanto mulheres e crianças se encarregavam de levar as carcaças aos povoados para serem vendidas a restaurantes. Muitos desses gansos haviam sido marcados por pesquisadores de países ao norte; um dos caçadores me contou que vira uma etiqueta da Groenlândia. Embora ninguém na Albânia esteja passando fome, o país tem uma das rendas per capita mais baixas da Europa. A chegada inesperada de gansos comerciáveis foi uma bonança.
NG - Um marreco morto boia entre as iscas que o atraíram para o raio de alcance das armas de seus algozes humanos

Um marreco morto boia entre as iscas que o atraíram para o raio de alcance das armas de seus algozes humanos. Poucos albaneses tinham rifles ou espingardas antes da pilhagem dos arsenais militares de 1997. O país tornou-se letal para as aves migratórias - Foto: David Guttenfelder
As rotas de migração mais a leste na Europa passam pelos Bálcãs. Na Albânia, o litoral do Adriático, que em outros trechos é montanhoso e intimidante, se estende em um extraordinário sistema de várzeas, lagos e planícies costeiras. Durante milênios, as aves que seguiam para o norte desde a África podiam descansar e se recuperar nessa região, para então seguir sobrevoando os Alpes Dináricos até as áreas de reprodução. Também tinham opção de parar ali de novo, no outono, antes de tornar a atravessar o Mediterrâneo.
Quatro décadas de ditadura marxista de Enver Hoxha destruíram a estrutura da sociedade e as tradições albanesas, mas, ainda assim, essa não foi uma época ruim para os pássaros. Hoxha reservou os privilégios da caça e da propriedade particular de armas para si mesmo e para comparsas confiáveis. No entanto, esse punhado de caçadores teve impacto irrelevante em milhões de aves migratórias que passaram pelo território albanês, e o atraso da economia centralizada do país, assim como sua falta de atração para turistas estrangeiros, assegurou que permanecesse intocada a riqueza dos hábitats litorâneos.
Com a morte de Hoxha, em 1985, o país passou por difícil transição rumo a uma economia de mercado, o que incluiu um período de quase anarquia, no qual os arsenais militares foram saqueados por cidadãos comuns. Mesmo após a restauração da ordem, os albaneses guardaram essas armas, e continuaram hostis a qualquer tipo de regulamentação. Com o renascimento econômico, a aquisição de espingardas caras, e seu uso para fazer o que antes era restrito apenas à elite – abater aves –, se tornou uma das maneiras da geração de homens jovens em Tirana ostentar a nova prosperidade.
Nessa mesma cidade albanesa, semanas depois da grande onda de frio em fevereiro, conheço uma jovem muito contrariada com o fato de seu marido ter adotado a caça como novo passatempo. Ela me conta que haviam brigado por causa da arma, cuja compra o levara a se endividar. Ele mantinha a espingarda no porta-malas do Mercedes 1986 do casal, e a jovem descreve como, certa vez, o viu parar à beira da estrada, saltar do carro e começar a disparar contra os passarinhos pousados em um fio de eletricidade. “Eu queria compreender isso”, comento. “Não dá para entender!”, exclama ela. “Já conversamos, e continuo sem ver o propósito disso...” Pega o celular, liga para o marido e lhe pede para vir nos encontrar.
“É algo que ficou na moda, e meus amigos me convenceram”, explica o homem, com expressão envergonhada. “Não sou caçador de verdade. Mas, o próprio fato de eu ter começado tarde – depois dos 40 –, a sensação boa de ser dono de uma arma autorizada, uma espingarda poderosa, e de nunca ter abatido qualquer ave antes, bem, tudo isso contribuiu para tornar a coisa divertida. Eu costumava sair sozinho e dirigir por uma hora até as colinas. Não temos áreas protegidas bem sinalizadas; então, eu atirava em tudo o que aparecia. Mas a graça vai sumindo quando se pensa nos animais que estão sendo mortos.”
“E o que você acha disso?”, pergunto. Ele franze a testa. “Sinto desconforto. Acabaram os pássaros; agora precisamos andar durante horas até avistar alguma coisa. É assustador. Eu até gostaria que o governo proibisse a caça durante cinco anos para que os animais pudessem se recuperar.”
Até haveria um precedente para tal proibição: sete anos atrás, quando o tráfico de drogas e pessoas se tornou um problema no litoral, o governo proibiu a maioria dos barcos e iates particulares. Todavia, a força política na Albânia depende de um delicado equilíbrio entre dois grandes partidos, e nenhum deles está disposto a adotar medidas impopulares em uma questão de pouca relevância para a maioria dos eleitores.
Na realidade, há um único defensor efetivo na Albânia, Taulant Bino, que também é o único verdadeiroobservador de aves no país. Viceministro do meio ambiente, Bino me leva uma manhã ao Parque Nacional Divjaka-Karavasta, a joia das reservas costeiras albanesas, uma imensa área com hábitats excepcionais de praias e regiões úmidas. Estamos em março, época em que a caça é proibida no país, e o parque (onde é vetado caçar o ano todo) deveria estar repleto de espécies aquáticas e pernaltas, invernando ou migrando. Mas, com exceção de uma lagoa protegida por pescadores, não se vê nenhuma ave no parque – nem mesmo os comuns patos selvagens.
Seguimos de carro pela praia e logo avistamos um dos motivos: um grupo de caçadores usa chamarizes para abater a tiros cormorões e maçaricos. O administrador do parque fica furioso e os expulsa. Nessa altura, um deles pega o celular e tenta ligar para um amigo no governo. “Está louco?”, grita o administrador do parque. “Você não percebe que estou aqui com o vice-ministro do meio ambiente?”
O ministério de Bino já garantiu, pelo menos no papel, hábitat suficiente para a manutenção de populações saudáveis. “Quando viram que o desenvolvimento econômico poderia prejudicar a biodiversidade”, me diz Bino, “os conservacionistas acharam melhor ampliar a rede de áreas protegidas antes que fossem ameaçadas pela urbanização. Mas é difícil controlar gente armada. Fechamos uma área aqui em 2007, e, em seguida, apareceram 400 caçadores, disparando contra tudo. Os policiais foram chamados e confiscaram as armas, mas, depois de dois dias, eles nos disseram que o problema era nosso, e não deles.”
Infelizmente, a velha piada comunista ainda reflete a realidade das autoridades responsáveis pelas áreas protegidas: o governo finge que lhes paga, e elas fingem que trabalham. Em consequência, as leis não são cumpridas – algo que os caçadores da Itália, limitados pelas leis da UE em seu país, logo perceberam, e passaram a se aproveitar após a morte de Hoxha. Ao longo da semana em que estou na Albânia, topo com italianos em todas as reservas por onde passo. Eles usam equipamentos ilegais, de alta qualidade, para a reprodução do canto dos pássaros, e abatem tudo o que querem de quaisquer espécies.
Os italianos introduziram na Albânia um espírito de matança indiscriminada e novos métodos – em especial, o recurso ao playback do canto dos pássaros, muito eficaz para atrair as aves. Mesmo em vilas remotas, os caçadores albaneses usam MP3 de grasnidos de patos em seus celulares e iPods. Essa sofisticação, em um país com 100 mil espingardas e 3 milhões de habitantes, transformou a Albânia em um sumidouro da biomassa migratória no Leste Europeu: milhões de aves rumam para lá e raras saem vivas.
NG - Após atravessar o Mediterrâneo rumo ao sul, os papa-figos ainda enfrentam mais de1 800 quilômetros sobre o deserto do Saara.
Após atravessar o Mediterrâneo rumo ao sul, os papa-figos ainda enfrentam mais de1 800 quilômetros sobre o deserto do Saara.O oásis de Al Maghrah é um dos pontos de descanso nesse mar de areia. Mas os caçadores estão à espera das aves exaustas - Foto: David Guttenfelder
Aquelas mais inteligentes ou sortudas evitam a região. Em uma praia na cidade de Velipoja, vejo grandes bandos de marrecos voarem desesperados de um lado para outro, longe do litoral, exaurindo-se ainda mais depois de cruzar o mar Adriático, porque os caçadores locais, em esconderijos bem espaçados na praia, os impedem de alcançar as zonas úmidas, onde encontrariam alimento. Martin Schneider-Jacoby, um especialista da organização alemã EuroNatur, que faleceu no último verão, descreveu-me de que modo os bandos de grous, ao se aproximar da Albânia pelo mar, dividem-se em dois grupos etários. As aves adultas continuam a voar em grandes altitudes, ao passo que os filhotes, inexperientes, de 1 ano, reconhecendo os hábitats atraentes, descem até que ouvem tiros – sempre existe alguém pronto para disparar –, e então voltam a ganhar altitude e a se juntar aos adultos. “Eles vêm do Saara”, explicou Schneider-Jacoby, “e têm de passar sobre montanhas com 2 mil metros de altura. Precisam descansar. Talvez lhes reste energia para vencer as cordilheiras, mas aí é provável que não mais consigam se reproduzir com êxito.”
Além da fronteira albanesa em Montenegro, Schneider-Jacoby mostrou-me as extensas salinas no vilarejo de Ulcinj. Até pouco tempo atrás, graças aos caçadores montenegrinos, essas salinas estavam tão desprovidas de pássaros quanto as “reservas” albanesas, distantes apenas 10 quilômetros. Porém, o Centro para Proteção e Pesquisa das Aves de Montenegro passou a pagar o salário de um único guarda-florestal, encarregado de avisar a polícia da presença de caçadores ilegais. Os resultados são dramáticos: aves por todos os lados, milhares de pernaltas, milhares de patos, todos ocupados em se alimentar. Amigração de primavera nunca me pareceu tão assombrosa.
A situação na Albânia não está perdida por completo. Muitos dos novos caçadores parecem perceber que algo precisa mudar; uma melhor educação ambiental e o aumento no turismo estrangeiro podem reativar a demanda por áreas intocadas; as populações de aves vão se recuperar se o governo garantir o cumprimento da lei nas reservas. Quando levo o caçador de fim de semana e sua esposa até Karavasta e mostro-lhes os patos e as aves pernaltas na única lagoa preservada, a mulher não se contém e exclama, com orgulho e alegria: “Não sabíamos que havia aves assim neste lugar!” (Logo depois, o marido vendeu a arma).
Mais ao sul, contudo, não é fácil manter a esperança. Tal como na Albânia, a história e a política no Egito não favorecem a conservação. O país é signatário de vários acordos internacionais que regulamentam acaça, mas o persistente ressentimento em relação ao colonialismo europeu, aumentado pelo conflito entre a cultura islâmica tradicional e as liberdades desestabilizadoras do Ocidente, faz com que o governo egípcio não se mostre muito empenhado em respeitar tratados. Além disso, a revolução egípcia de 2011 teve como um de seus principais aspectos o repúdio das forças policiais do antigo regime. O novo presidente, Mohamed Morsi, tem preocupações mais urgentes que a fauna silvestre.
No nordeste da África, ao contrário dos Bálcãs, também há uma tradição antiga, complexa e ininterrupta de abate de aves migratórias de todos os tipos. (Para alguns, o milagroso abastecimento de carne do maná dos céus que salvou os israelitas no Sinai era constituído de codornas em migração.) Enquanto essa prática era realizada com métodos tradicionais (redes artesanais e varetas com substâncias viscosas, armadilhas feitas de junco, e o uso de camelos como transporte), o impacto nas populações de aves nidificadoras na Eurásia mantinha-se em um nível sustentável.
O problema agora é que a nova tecnologia aumenta a capacidade de abate ao mesmo tempo que a tradição continua a ser respeitada.
Todavia, o traço cultural mais desesperador talvez seja o de que, no Egito, os caçadores não fazem distinção entre capturar ou abater peixes e aves (no delta do Nilo, usam as mesmas redes para ambos), ao passo que, para muitos ocidentais, as pássaros têm carisma e, portanto, apelo emocional e ético. No deserto a oeste do Cairo, enquanto estou sentado em uma barraca com jovens beduínos caçadores de aves, avisto uma alvéola-amarela saltitar ali perto, na areia. Minha reação é emotiva: ali está um minúsculo e confiante animal de sangue quente e bela plumagem que acabou de voar centenas de quilômetros através do deserto. A reação do jovem a meu lado é a de agarrar uma espingarda de ar comprimido e dar um tiro. Para ele, quando a alvéola sai voando ilesa, é como se um peixe tivesse escapado. Para mim, é um raro momento de alívio.
Os seis beduínos, mal saídos da adolescência, estão acampados em um esparso bosque de acácias, rodeado pelo areal abrasador sob o sol de setembro. Eles patrulham o bosque com uma espingarda e armas de ar comprimido, parando de tempos em tempos para espantar os pássaros das árvores, batendo palmas e levantando areia. O bosque é um ponto atraente para os pássaros que seguem para o sul, e todos que ali chegam, seja qual for seu tamanho ou espécie, são mortos e comidos. Para os jovens, o abate é um alívio ao tédio, uma desculpa para ficar com os amigos e fazer atividades masculinas. Também têm um gerador, um computador carregado com filmes B, uma câmera reflex, óculos de visão noturna e um fuzil Kalashnikov para diversão. Todos são filhos de famílias abastadas.
Aquela manhã foi bem propícia: pendurados por um fio, veem-se rolas, papa-figos ou mesmo passarinhos minúsculos. Não há muita carne nesses passarinhos, mas, como preparação para as longas viagens no outono, as aves migratórias acumulam reservas de gordura, que podem ser vistas em lóbulos amarelos no ventre quando os caçadores as depenam. Servidas com arroz e especiarias, são uma refeição saborosa.
Como as viagens pelo deserto egípcio agora são feitas em veículos motorizados, e não mais em camelos, na prática todo arbusto ou árvore, por mais remotos que estejam, podem ser visitados pelos caçadores durante a temporada de outono. Em locais selecionados, como no oásis de Al Maghrah, cada um deles pode matar mais de 50 papa-figos por dia.
Visito Al Maghrah no fim da temporada, mas as iscas para os papa-figos (via de regra, feitas com um macho morto preso a uma vareta) ainda atraem muitas aves. Dada a grande quantidade de atiradores ali, é possível que cerca de 5 mil papa-figos estejam sendo abatidos a cada ano apenas naquele lugar. Como há dúzias de outros locais de caça no deserto, e o pássaro é uma presa valorizada também no litoral egípcio, as perdas no país representam uma fração significativa da população europeia da espécie, que não passa de 2 milhões ou 3 milhões de pares reprodutores.
O desfrute de uma espécie pitoresca que se desloca por vasto âmbito no verão e no inverno é assim monopolizado, todo setembro, por uma quantidade ínfima de bem alimentados caçadores amadores, em busca de um Viagra natural (um dos efeitos propagados da carne da ave). Se tiverem licença para usar as armas, não estarão transgredindo nenhuma lei egípcia.
NG - No deserto, um jovem beduíno exibe uma amostra do que capturou pela manhã: um papa-figo repleto de gordura após um verão na Europa
No deserto, um jovem beduíno exibe uma amostra do que capturou pela manhã: um papa-figo repleto de gordura após um verão na Europa. Depenada e frita, esta ave de 56 gramas vai proporcionar dois bocadinhos de carne - Foto: David Guttenfelder
A grande maioria dos beduínos com quem converso me garante que não matam espécies locais, como a poupa e a rola-do-senegal. Tal como outros caçadores do Mediterrâneo, contudo, eles consideram presas aceitáveis quaisquer pássaros migratórios; como os albaneses costumam dizer, “não são aves nossas”. Enquanto todo caçador egípcio que encontro admite que a quantidade de pássaros migrantes vem diminuindo nos últimos anos, apenas alguns reconhecem que a caça excessiva pode ser um dos motivos. Há caçadores que culpam as mudanças climáticas; uma explicação popular é a de que a quantidade cada vez maior de lâmpadas elétricas no litoral afugenta as aves. Na verdade, o mais provável é que as luzes as atraiam.
A conscientização e a defesa do ambiente no Egito restringem-se a poucas organizações não governamentais, como a Nature Conservancy Egypt. Os grupos europeus de defesa das aves investem recursos financeiros e humanos em Malta e outros locais em que se concentra a matança de pássaros migratórios, mas não dão a devia atenção ao problema no Egito, mais grave que em qualquer outro lugar na Europa.
A maioria dos vilarejos no litoral egípcio possui mercados de aves nos quais uma codorna pode ser comprada por 2 dólares, uma rola por 5, um papa-figo por 3, e outros pássaros menores por centavos. Na periferia de um desses povoados, El Daba, visito o sítio de um sujeito de barba branca e dono de um esquema de captura de aves. Redes estão colocadas sobre oito altas tamargueiras e arbustos mais baixos, rodeando um pomar de figueiras e oliveiras; as redes são um produto moderno barato, que se tornou disponível em El Daba apenas há sete anos.
O sol está muito quente, e as aves de arribação começam a vir do litoral próximo, em busca de abrigo. Repelidas pela rede sobre uma das árvores, elas simplesmente voam para a do lado, até que acabam sendo capturadas. Os netos do velho correm para dentro das redes e as agarram, e depois um dos filhos arranca as penas de voo e as jogam em uma saca de plástico para o transporte de cereais. Em 20 minutos, vejo um picanço-de-dorso-ruivo, um papa-moscas-de-colar, um papa-moscas-cinzento, um papa-figo macho, uma toutinegra-de-barrete-negro, uma felosa-comum, duas felosas-assobiadeiras e muitas espécies não identificadas desaparecerem na saca. Quando vamos descansar à sombra, em meio a cabeças decepadas e penas de cucos, poupas e um gavião-da-europa, a saca já está bojuda, com os papa-figos se esgoelando lá dentro.
Além das estimativas do velho sitiante quanto à quantidade diária de aves capturadas, faço um cálculo de que, a cada ano, entre 25 de agosto e 25 de setembro, ele e os parentes removem da natureza 600 papa-figos, 250 rolas, 200 poupas e 4 500 pássaros menores.
Em todos os lugares em que passo no litoral egípcio, de Marsa Matruh a Ras el Barr, há redes como as daquele velho beduíno. Ainda mais impressionantes são as chamadas “redes de neblina”, usadas na captura de codornas: peças ultrafinas de náilon, quase invisíveis para as aves, penduradas em estacas, e vão do chão a até 3 metros de altura. Na região norte do Sinai, essas armadilhas estendem-se por 80 quilômetros.
Despreocupados quanto às restrições oficiais de altura e espaçamento das redes, os donos dessas redes de neblina saem antes do amanhecer e esperam as codornas, que vêm pelo mar direto para a praia – e o enredamento. Minha estimativa, baseada em números de um ano fraco, é de que 100 mil codornas são capturadas por ano no Egito apenas com essas redes costeiras.
Ao mesmo tempo que se torna mais difícil achar codornas em grande parte da Europa, as capturas no Egito só aumentam, devido ao uso cada vez mais comum da técnica de playback. O melhor sistema, o Bird Sound, cuja memória digital possui gravações de alta qualidade de uma centena de cantos de aves, é proibido para finalidades de caça na UE, mas, ainda assim, é vendido em qualquer loja de Alexandria. Ali, converso com um caçador esportivo, Wael Karawia, que alega ter introduzido o Bird Sound no país em 2009. Agora Karawia diz que se sente “muito mal, muito arrependido” por isso.
Talvez três quartos das codornas que chegam à região voam sobre as redes de neblina, mas, com o Bird Sound, os caçadores atraem também aquelas que voam mais alto. Nos grandes lagos do Egito, os caçadores passaram a usar o Bird Sound para capturar bandos inteiros de patos durante a noite. “O problema é a mentalidade”, diz Karawia. “As pessoas querem pescar e caçar de tudo, sem qualquer restrição. Já havia muitas armas por aí antes da revolução, e desde então elas aumentaram em 40%. Aqueles que não têm direito constroem, eles próprios, as armas, o que é muito perigoso – podem pegar até três anos de cadeia –, mas parece que não se importam. Até os jovens fazem isso. O ano letivo começa em setembro, mas os jovens só vão às aulas depois que termina a temporada de caça.”
Antes de deixar o Egito, passo alguns dias no deserto, com beduínos dedicados à captura de falcões. Mesmo pelos padrões locais, a captura dessas aves de rapina é uma atividade para indivíduos com tempo livre. Alguns fazem isso há 20 anos e ainda não capturaram nenhuma das duas espécies – o falcão-sacre e o falcão-peregrino – mais valorizadas pelos intermediários que servem aos ultrarricos falcoeiros árabes. O primeiro deles é tão raro que não mais do que uma ou duas dúzias são capturadas por ano. Mas o valor do prêmio (um falcão-sacre chega a valer mais de 35 000 dólares, e um peregrino, mais de 15 000) faz com que centenas de caçadores passem semanas de tocaia no deserto.
A captura dos falcões requer o uso cruel de aves menores. Os pombos são amarrados a estacas na areia e largados sob o sol a fim de atrair os pássaros de rapina; as pombas e codornas são dotadas de arreios com laços de náilon, nos quais podem ficar presas as patas dos falcões. E, no caso de falcões menores, como o borni ou o kestrel, eles têm as pálpebras costuradas e uma isca, repleta de laços, fixada em uma das pernas.
NG - Vivo, um falcão vale 35 000 dólares
A ave de rapina acorrentada serve de alerta. Quando localiza um falcão, ela ergue a cabeça. Isso faz com que o caçador liberte outro pássaro, pequeno e dotado de uma armadilha, na qual o falcão pode ficar preso – vivo, ele vale 35 000 dólares -Foto: David Guttenfelder
Os caçadores rodam pelo deserto em caminhonetes Toyota, visitando os pombos nas estacas e parando para lançar ao ar, como bolas de futebol, os borni ou kestrels incapacitados, na expectativa de atrair um falcão-sacre ou peregrino – afinal, um borni ou kestrel cego e carregando peso não pode ir longe. Muitas vezes, os caçadores também amarram um falcão de olhos abertos na parte dianteira de suas caminhonetes, e ficam a observá-lo enquanto correm pelo deserto. Quando o falcão olha para cima, isso significa que uma ave de rapina maior está sobrevoando o local, o que leva os caçadores a exibir as várias iscas. A mesma rotina é seguida toda tarde, semana após semana.
Uma das duas coisas mais animadoras que testemunho no Egito é a atenção extasiada com que os caçadores de falcões examinam minha edição, em brochura, do guia Birds of Europe. Amontoam-se em torno do guia e viram devagar as páginas, do fim para o início, estudando as ilustrações dos pássaros, tanto dos que conheciam como dos que nunca tinham visto. Certa vez, enquanto observo alguns dos caçadores entretidos com o guia em uma barraca onde me oferecem chá forte e um almoço tardio, sou trespassado pela desatinada esperança de que os beduínos são, mesmo que não se apercebam disso, apaixonados observadores de aves.
Antes que nós, seres humanos, fôssemos servidos, um dos caçadores tenta alimentar, com passarinhos decapitados, o falcão-kestrel e o gavião-do-levante, ambos cegos, que estão conosco na barraca. O kestrel come sem hesitar, mas, por mais que coloquem a carne perto do bico do gavião, ele não mostra o menor interesse. Em vez disso, permanece concentrado, bicando o cordão que lhe prende a perna – pelo menos até depois do almoço, quando já estou fora da barraca e deixo os caçadores experimentarem meu binóculo. De repente, ouve-se um grito. Viro-me e vejo o gavião batendo com vigor as asas e afastando-se no deserto.
De imediato, os caçadores saem em perseguição nas caminhonetes, em parte porque o animal é valioso para eles, mas também – e essa é a informação animadora – porque uma ave cega não consegue sobreviver sozinha. Eles se sentem responsáveis por ela. No fim da temporada, os caçadores desmancham a costura das pálpebras e libertam os falcões que serviam de isca.
Os homens afastam-se cada vez mais no deserto, preocupados com o gavião e empenhados em localizá-lo, mas fico com sentimentos dilacerantes. Eu sei que, se conseguir escapar, e nenhum outro grupo de caçadores o capturar, ele logo mais estará morto; porém, em seu desejo de fugir do cativeiro, mesmo cego, mesmo condenado à morte certa, o animal parece encarnar a essência das aves silvestres e o motivo de elas serem importantes. Vinte minutos depois, quando o último dos caçadores volta ao acampamento de mãos vazias, só posso pensar que ao menos aquele gavião morrerá em liberdade.
FONTE: National Geographic

Maiores aquíferos do planeta estão sob ameaça de esgotamento

Simone Bastos, Professor Resíduo
Jun/2015

www.econconsultoria.com.br

Maior aquífero do mundo fica no Brasil - Alter do Chão ou SAGA (2013)
Maior aquífero do mundo fica no Brasil e abasteceria o planeta por 250 anos
Um terço das maiores bacias de águas subterrâneas do mundo estão sendo esgotadas pelo consumo humano. Essa foi a conclusão de dois estudos da Universidade da Califórnia, divulgados esta semana no site da Agência Espacial Americana (Nasa).
De acordo com os pesquisadores, a população mundial utiliza as águas subterrâneas de forma indiscriminada, apesar de não haver informações precisas sobre a dinâmica de reposição dessas reservas.
Este é o primeiro estudo que analisou as perdas dos aquíferos, a partir de dados coletados no espaço, pela Nasa. As leituras dos satélites Grace, especializados em analisar a gravidade do planeta, permitiram a interpretação da quantidade de água e mostraram que 13 dos 37 maiores aquíferos estudados entre 2003 e 2013 estão sendo esvaziados em velocidade superior a da reposição de água nos sistemas.
Dos 13 aquíferos ameaçados, oito foram classificados como “superestressados”, por terem muito pouca ou nenhuma reposição natural, e cinco foram classificados como “extremamente” ou “altamente” estressados, o que varia de acordo com o tempo da reposição.
Os aquíferos mais sobrecarregados estão nas regiões mais secas do planeta, onde as populações usam intensamente águas subterrâneas. A equipe de pesquisa descobriu que o Sistema Aquífero Árabe, que atende 60 milhões de pessoas, é o mais superestressado do mundo. O segundo é a Bacia Aquífera Hindu, no Noroeste da Índia e no Paquistão, e o terceiro é a Bacia Murzuk-Djado, no Norte da África.
Você sabia que o maior aquífero do mundo fica no Brasil e abasteceria o planeta por 250 anos?
Imagine uma quantidade de água subterrânea capaz de abastecer todo o planeta por 250 anos. Essa reserva existe, está localizada na parte brasileira da Amazônia e é praticamente subutilizada.
Até dois anos atrás, o aquífero era conhecido como Alter do Chão. Em 2013, novos estudos feitos por pesquisadores da UFPA (Universidade Federal do Pará) apontaram para uma área maior e nova definição. “A gente avançou bastante e passamos a chamar de SAGA, o Sistema Aquífero Grande Amazônia. Fizemos um estudo e vimos que aquilo que era o Alter do Chão é muito maior do que sempre se considerou, e criamos um novo nome para que não ficasse essa confusão”, explicou o professor de Instituto de Geociência da UFPA, Francisco Matos.
Segundo a pesquisa, o aquífero possui reservas hídricas estimadas preliminarmente em 162.520 km³ – sendo a maior que se tem conhecimento no planeta. “Isso considerando a reserva até uma profundidade de 500 metros. O aquífero Guarani, que era ao maior, tem 39 mil km³ e já era considerado o maior do mundo”, explicou Matos.
O aquífero está posicionado nas bacias do Marajó (PA), Amazonas, Solimões (AM) e Acre – todas na região amazônica – chegando até a bacias sub-andinas. Para se ter ideia, a reserva de água equivale a mais de 150 quatrilhões de litros. “Daria para abastecer o planeta por pelo menos 250 anos”, estimou Matos.
O aquífero exemplifica a má distribuição do volume hídrico nacional com relação à concentração populacional. Na Amazônia, vive apenas 5% da população do país, mas é a região que concentra mais da metade de toda água doce existente no Brasil. Veja mais aqui!
Fonte: Agência Brasil/TV Jurerê

sábado, 25 de julho de 2015

Brasil recicla quase 100% das latinhas, diz pesquisa do IBGE

Simone Bastos, Professor Resíduo Jun/2015

www.elofm.com.br

Latinhas de alumínio
Para os que trabalham na coleta e na seleção em Porto Alegre, material está entre os de maior valor
O País segue firme na liderança mundial em reciclagem de latas de alumínio, posto do qual está desde 2001. O reaproveitamento chega a 97,9%, segundo o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em junho. Mais do que conscientização ambiental, a reciclagem está ligada ao valor do material. Quem recicla, garante que a latinha de alumínio está entre os objetos de maior valor.
Na Cooperativa de Educação Ambiental e Reciclagem Sepé Tiaraju, na Zona Norte de Porto Alegre, a importância de revender as latas é tamanha, que o dinheiro arrecadado com elas serve para pagar o  Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mensal de 25 cooperativados. O preço médio é R$ 3, o quilo. No verão, quando o consumo é maior, a cooperativa consegue arrecadar cerca de 800kg por mês. No inverno, não passam de 600kg. 
Segundo a Associação Brasileira do Alumínio, os 97,9% correspondem a 267,1 mil toneladas de sucata de latas recicladas, o mesmo que 19,8 bilhões de unidades, ou 54,1 milhões por dia ou 2,3 milhões por hora. 
Atualmente, o ciclo da lata de bebida se completa em 30 dias: ela é comprada, utilizada, coletada, reciclada, envasada (cheia de líquido) e volta às prateleiras para o consumo. Na prensa, se vê as latas completarem o ciclo antes de voltarem ao comércio. 
Dados importantes:
Em 2012, o país reciclou 508 mil toneladas de alumínio. Desse total, 267,1 mil toneladas referem-se à sucata de latas de alumínio para bebidas, o que corresponde a 97,9% do total de embalagens consumidas. 
O Brasil é o oitavo maior produtor de alumínio primário, precedido pela China, Rússia, Canadá, Estados Unidos, Emirados Árabes, Austrália e Índia. 
O alumínio pode ser reciclado infinitas vezes, sem perder as suas características no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais. Pode também ser reciclado tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, quanto por sobras do processo produtivo. 
Os utensílios domésticos, latas de bebidas, esquadrias de janelas, componentes automotivos, entre outros, podem ser fundidos e empregados novamente na fabricação de novos produtos. Um quilo corresponde a 75 latinhas de alumínio e o preço médio do quilo é de R$ 3.
Em Porto Alegre, em 25 anos de coleta seletiva, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre (DMLU) recolheu 15,6 mil toneladas de metais, incluindo latinhas de alumínio.
Os caminhões do DMLU coletam os resíduos recicláveis em 100% dos bairros e os encaminham para as 19 unidades de triagem (UT) conveniadas. Nesses locais, os trabalhadores fazem a separação (plásticos, papel, embalagens longa vida, vidro, isopor, garrafas plásticas), prensam, agrupam em fardos e negociam autonomamente a venda dos materiais para a indústria de reciclagem e/ou reaproveitamento.
Segundo o programa de inclusão na reciclagem 'Somos Todos Porto Alegre', ao menos 4 mil pessoas na Capital vivem da reciclagem.
Informações: Diário Gaúcho

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Maiores aquíferos do planeta estão sob ameaça de esgotamento

Simone Bastos, Professor Resíduo


www.econconsultoria.com.br

Maior aquífero do mundo fica no Brasil - Alter do Chão ou SAGA (2013)
Maior aquífero do mundo fica no Brasil e abasteceria o planeta por 250 anos
Um terço das maiores bacias de águas subterrâneas do mundo estão sendo esgotadas pelo consumo humano. Essa foi a conclusão de dois estudos da Universidade da Califórnia, divulgados esta semana no site da Agência Espacial Americana (Nasa).
De acordo com os pesquisadores, a população mundial utiliza as águas subterrâneas de forma indiscriminada, apesar de não haver informações precisas sobre a dinâmica de reposição dessas reservas.
Este é o primeiro estudo que analisou as perdas dos aquíferos, a partir de dados coletados no espaço, pela Nasa. As leituras dos satélites Grace, especializados em analisar a gravidade do planeta, permitiram a interpretação da quantidade de água e mostraram que 13 dos 37 maiores aquíferos estudados entre 2003 e 2013 estão sendo esvaziados em velocidade superior a da reposição de água nos sistemas.
Dos 13 aquíferos ameaçados, oito foram classificados como “superestressados”, por terem muito pouca ou nenhuma reposição natural, e cinco foram classificados como “extremamente” ou “altamente” estressados, o que varia de acordo com o tempo da reposição.
Os aquíferos mais sobrecarregados estão nas regiões mais secas do planeta, onde as populações usam intensamente águas subterrâneas. A equipe de pesquisa descobriu que o Sistema Aquífero Árabe, que atende 60 milhões de pessoas, é o mais superestressado do mundo. O segundo é a Bacia Aquífera Hindu, no Noroeste da Índia e no Paquistão, e o terceiro é a Bacia Murzuk-Djado, no Norte da África.
Você sabia que o maior aquífero do mundo fica no Brasil e abasteceria o planeta por 250 anos?
Imagine uma quantidade de água subterrânea capaz de abastecer todo o planeta por 250 anos. Essa reserva existe, está localizada na parte brasileira da Amazônia e é praticamente subutilizada.
Até dois anos atrás, o aquífero era conhecido como Alter do Chão. Em 2013, novos estudos feitos por pesquisadores da UFPA (Universidade Federal do Pará) apontaram para uma área maior e nova definição. “A gente avançou bastante e passamos a chamar de SAGA, o Sistema Aquífero Grande Amazônia. Fizemos um estudo e vimos que aquilo que era o Alter do Chão é muito maior do que sempre se considerou, e criamos um novo nome para que não ficasse essa confusão”, explicou o professor de Instituto de Geociência da UFPA, Francisco Matos.
Segundo a pesquisa, o aquífero possui reservas hídricas estimadas preliminarmente em 162.520 km³ – sendo a maior que se tem conhecimento no planeta. “Isso considerando a reserva até uma profundidade de 500 metros. O aquífero Guarani, que era ao maior, tem 39 mil km³ e já era considerado o maior do mundo”, explicou Matos.
O aquífero está posicionado nas bacias do Marajó (PA), Amazonas, Solimões (AM) e Acre – todas na região amazônica – chegando até a bacias sub-andinas. Para se ter ideia, a reserva de água equivale a mais de 150 quatrilhões de litros. “Daria para abastecer o planeta por pelo menos 250 anos”, estimou Matos.
O aquífero exemplifica a má distribuição do volume hídrico nacional com relação à concentração populacional. Na Amazônia, vive apenas 5% da população do país, mas é a região que concentra mais da metade de toda água doce existente no Brasil. Veja mais aqui!
Fonte: Agência Brasil/TV Jurerê

A exportação de bauxita e minério pelo Porto do Açu

Na sexta-feira a Prumo anunciou Fato Relevante (FR) ao mercado sobre contrato firmado com a Votorantim Metais em Minas Gerais para movimentação de cargas de bauxita, numa previsão de movimentação de 300 mil toneladas por ano, incluindo coque.

O fato serve mais para divulgar o início das atividades no Terminal Multicargas (TMult) ainda inacabado, e em possível concessão (aluguel a um grupo chinês) do que para comemorar resultados.

Explico: a bauxita é um mineral onde o Brasil tem a 3ª maior reserva do mundo. Assim como o minério a maior base extrativa está no estado do Pará, embora exista em Minas diversas minas.

Esta da Votorantim fica em Miraí, próximo a Ouro Preto a cerca de 250 km do Porto do Açu. Ela fica numa região onde há diversas indústrias que consomem a bauxita.

O mineral é utilizado basicamente para a fabricação de alumina (base para o alumínio) e também em percentuais menores é destinado às indústrias de refratários e de produtos químicos.

Conforme o Fato Relevante divulgado pela Prumo, o volume previsto para a movimentação de bauxita prevista para o TMult, junto ao Terminal 2 do Porto do Açu, é 300 mil toneladas por ano.

Preço da bauxita no marcado internacional -
Relatório IDB Bank - Jan 2015
Ao preço atual de US$ 42 que está alto em relação à média do preço deste mineral no mercado internacional, o valor total desta carga, num ano seria de US$ 12,6 milhões, preço final.

O valor a ser pago pela Votorantim Metais ao Porto do Açu para o embarque não foi divulgado, mas convenhamos que não deve ser um valor alto, considerando que os US$ 42 por tonelada deverá remunerar, a extração, o transporte rodoviário até o Açu, o transporte de navio até o cliente, pagar impostos e ainda bancar a parte do Porto do Açu.

Assim, sendo o anúncio serve para Prumo explicar novas movimentações de cargas, mas, não para comemorar muita coisa.

Além disso, o projeto de exportação de minério que enfrenta problemas porque o preço internacional anda nos níveis mais baixos dos últimos meses, próximo a US$ 50 a tonelada.

O Sistema Minas-Rio da Anglo American junto com a Prumo, em joint-venture, para exportação pelo Porto do Açu tinha projeção de embarque de 26 milhões de toneladas por ano.

Comparando um e outro se vê como a movimentação de bauxita é insignificante. No caso do minério a Anglo American começa a dar sinais de que poderá suspender o embarques de minério com a baixa produtividade e também os baios preços do minério de ferro no marcado internacional.

Na semana passada a Anglo American através de seu presidente divulgou nova e bilionária baixa contábil da empresa de US$ 4 bilhões, por conta da redução dos seus ativos, entre eles e de forma especial está o Sistema Minas-Rio que possui a mina, em Conceição do Mato Dentro, MG, o mineroduto de 529 km e a base de filtragem e embarque no Porto do Açu.

Com as reduções dos preços das commodities, os problemas de receita dos terminais portuários tendem a se acentuar. No caso do Açu, o alívio é a base de apoio offshore, que mesmo com os baixos preços do barril de petróleo, ainda se mantém rentável. Continuamos acompanhando.

PS.: Atualizado às 17:06 de 20/07/2015: Para deixar mais claro que o Brasil Brasil tem a 3ª maior reserva de bauxita do mundo.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Plastico

Você Viu ? Estudo aponta que sacolas plásticas são as embalagens mais sustentáveis


Pesquisa realizada no Reino Unido mostra que, no comparativo com outros tipos de sacolas, as sacolinhas plásticas levam vantagem por sua praticidade, economia que oferece e capacidade de reutilização.

Um estudo britânico sobre o impacto ambiental de diversos tipos de sacolas de supermercado mostrou que as sacolas plásticas trazem menor impacto ao meio-ambiente que outros tipos de sacolas. O estudo verificou o ciclo de vida de sacolas de algodão, ecobags, sacos de papel e sacolas plásticas tradicionais e o resultado apontou que a proporção de matéria prima usada nas sacolinhas em comparação com as tantas possibilidade de reutilização que elas oferecem as fazem ser mais sustentáveis que os outros tipos de sacola.
Segundo o estudo, as ecobags de outros materiais teriam que ser reutilizadas mais de 100 vezes para compensar a quantidade de material que levam em sua produção. As de papel, cerca de três vezes mais, porém a fragilidade do material não o permite. Já a sacola plástica comum tem a resistência suficiente para ser reutilizada por mais de cinco vezes (número mínimo para justificar sua produção) e, depois disso, ainda serve para embalar o lixo residencial, promovendo a saúde pública.
Outro importante dado do estudo é que, devido ao fato da sacolinha plástica apresentar o menor peso dentre as opções analisadas, ela apresenta, em seu processo produtivo, a menor geração de CO2 frente as outras opções. A sacolinha de plástico apresentou os menores impactos ambientais em oito das nove categorias de avaliação de performance trabalhadas neste estudo.
A Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos, entidade que trabalha pela conscientização da população sobre o uso correto, reutilização e descarte responsável dos produtos pós-consumo, alerta que ações ambientais devem ter consistência para que sejam realmente sustentáveis. “Por que se falar em banir determinado produto quando estudos científicos mostram que ele supera outros em diversos quesitos de avaliação ambiental?”, questiona Miguel Bahiense, presidente da Plastivida. E completa: “Informação técnica ou científica é importante para trazer à população a informação correta, para que ela possa escolher qual a melhor embalagem na hora de carregar suas compras.”
Programa de conscientização – Desde 2008, a Plastivida, juntamente com o Instituto Nacional do Plástico (INP) e a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (ABIEF), promove o Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que incentiva o consumo adequado dessas embalagens, sem o desperdício. E os resultados são consistentes, e reconhecidos, até mesmo pelo governo federal. Em 2007, o consumo de sacolas era de 17,9 bilhões. Em 2008, passou para 16,4 bilhões, em 2009 para 15 bilhões e fechou 2010 em 14 bilhões. A expectativa para este ano é de que haja a redução no consumo de mais 750 milhões de unidades dessas embalagens, o que representa 26,3% menos de sacolinhas sendo consumidas de 2008 a 2011. “Estamos próximos de atingir a marca dos 30%, proposta no lançamento do Programa, marca que algumas das redes que participam conosco desta iniciativa, como o Pão de Açúcar, já superou em suas lojas”, afirma Bahiense.
A iniciativa conta hoje com a participação de quatro das seis maiores redes de supermercado do ranking da Abras (Pão de Açúcar, Zaffari, Prezunic e GBarbosa), além de dezenas de outras redes pelo Brasil. Além disso, mais de cinco mil pessoas, entre supervisores e operadores de caixa dos supermercados participantes foram treinados para orientar os consumidores sobre o uso responsável das sacolinhas.
Acompanhe a evolução da redução do consumo de sacolas plásticas no Brasil: 
ANOSacolas fabricadas (bilhões de unidades)Redução de sacolas (bilhões de unidades)Redução (%)
200717,9XXXXXX
200816,41,58,4
200915,01,416,2
201014,01,021,8
2011*13,20,826,3
* Previsão
Fonte: Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas
Quando o assunto é a embalagem para se carregar as compras, acreditamos que é direito do consumidor escolher o melhor modo de levar suas compras para casa. Segundo pesquisa Ibope, 71% das donas de casa apontam as sacolinhas plásticas como as preferidas para transportar as compras e 75% delas são a favor do seu fornecimento pelo varejo.
Também acreditamos que, quando se fala em programas ambientais que abordam o consumo de embalagens, o consumidor não pode ser penalizado. A pesquisa Ibope também apontou que 100% das donas de casa utilizam as sacolas para embalar o lixo doméstico. Embalar o lixo em plástico é fator primordial para saúde pública. Isso, sem falar de outras dezenas de alternativas de reutilização para as sacolinhas já assimiladas pela população, entre elas carregar guarda-chuva molhado na bolsa, levar roupas para academia, embalar alimentos, o lanche das crianças, transformá-las em brinquedos como pipas, entre dezenas de outras, que proporcionam praticidade e economia ao consumidor.
Escola de Consumo Responsável - A Plastivida acredita que a solução mais equilibrada está no investimento na informação e conscientização. Assim, os idealizadores do Programa também desenvolveram a Escola de Consumo Responsável, um projeto itinerante que leva os conceitos de uso responsável e descarte adequado dessas embalagens para todo o país, através do treinamento das lideranças dos supermercados para que se tornem multiplicadores de ações responsáveis.
Na sociedade contemporânea, a melhor forma de se usufruir dos benefícios (conforto, praticidade, economia, segurança e qualidade de vida) a que todos temos direito é utilizar este ou qualquer outro produto de forma responsável, o que significa aplicar o conceito ambiental, reconhecido internacionalmente, dos 3R's: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. “Há uma série de propostas e projetos de lei no Brasil que citam o banimento das sacolas plásticas, mas se baníssemos tudo o que é moderno voltaríamos aos primórdios, com baixa qualidade e baixa expectativa de vida”, reforça Bahiense e completa: “a solução está na responsabilidade compartilhada entre a população, poder público e indústria no que tange ao consumo responsável e ao descarte adequado de qualquer produto”.

Informações para a imprensa:
M.Free Comunicação
Roberta Provatti,  Marcio Freitas
(11) 3171-2024
www.mfree.com.br
Minas Gerais: usina de triagem de resíduo conta com a parceria de presídio
www.iguatama.mg.gov.br
Usina de Triagem
Detentos de Visconde do Rio Branco trabalham no local por meio de parceria.
Objetivo é investir na ressocialização e reinserção no mercado.


Presidiários de municípios do Estado de Minas Gerais/BH têm a oportunidade de mostrar que é possível a ressocialização à sociedade. Uma parceria entre o presídio de Visconde do Rio Branco e a Prefeitura de São Geraldo promove a reintegração social de oito presos. Eles trabalham na Usina de Triagem e Compostagem (UTC) em São Geraldo há quatro semanas e, em breve, mais dois detentos serão incluídos no grupo.

Para os presos esta é uma oportunidade. "O serviço nos ajuda a mostrar para a sociedade que a gente quer mudar de vida”, comentou um dos jovens.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), os detentos trabalham de segunda a sexta-feira na usina. Eles saem de Visconde do Rio Branco em um ônibus de São Geraldo e cumprem uma jornada de oito horas, fazendo a triagem de resíduos em quatro toneladas de lixo urbano.

A usina existe desde 2007 na BR-120, na entrada da cidade, e faz a triagem dos resíduos dos mais de 12 mil habitantes. “O que é considerado reciclável é vendido em leilão. O que não tem como aproveitar é levado para a vala do aterro controlado, seguindo as normas dos setores do meio ambiente, com as devidas autorizações”, explicou o prefeito Marcílio Moreira Barros.

De acordo com o diretor do presídio de Visconde do Rio Branco, Luis Carlos de Almeida, parte do salário pago ao preso vai para o Estado. "Este ressarcimento gera uma fonte de receita para os gastos com os próprios presos. A parceria com São Geraldo fechou dez vagas para esta primeira turma. Dependendo da avaliação e da demanda, novas vagas podem ser abertas. É um caminho interessante. Oito que encaminhamos a uma mineradora foram contratados depois que foram soltos”, destacou.

O prefeito de São Geraldo diz que a intenção de parceria já existia há alguns anos e se tornou viável com a nova direção do presídio. Os primeiros presos começaram em junho. “É uma oportunidade de aprender uma função e ocupar a cabeça com trabalho. O impacto econômico é importante. A Prefeitura paga três quartos do salário, sem os encargos trabalhistas, e pode encaminhar os funcionários que estavam lá para outros setores onde são necessários. Ainda tenho três funcionários da Prefeitura na usina, que serão remanejados para novas funções com a chegada dos últimos dois presos para compor a equipe”, comentou.

De acordo com o diretor do presídio, as parcerias são firmadas em Visconde do Rio Branco, São Geral e Guiricema. A Comissão Técnica Classificadora (CTC) reúne servidores de diferentes setores para fazer a análise de perfil do preso. "Ele precisa ser um preso condenado, cumprindo pena. O perfil define se tem condições de ser ressocializado, qual a melhor abordagem. Temos o trabalho interno na unidade, a escola e as parcerias como opções para abordagem”, ressaltou.

O Presídio de Visconde do Rio Branco fica no Centro, tem 130 vagas e atualmente recebe 179 homens e mulheres. Noventa e seis deles, segundo o diretor, são provisórios, ou seja, aguardam julgamento e não podem ser incluídos na parceria, que oferece 70 vagas, ainda não preenchidas. “Atualmente temos 17 presos, incluindo uma mulher, trabalhando na limpeza urbana e em obras da Prefeitura de Visconde do Rio Branco. Outros 13 estão na mineradora de feldspato, rocha utilizada na fabricação de louças, pisos e azulejos, localizada na estrada para Guiricema. E oito na UTC em São Geraldo. Os demais 32 realizam trabalhos internos. Se houvesse mais 40 presos condenados aptos ao trabalho, todos estariam empregados nas parcerias já existentes”, explicou o diretor.

Essa ação também acontece em Juiz de Fora, onde 70 presidiários realizam a limpeza nas ruas. O projeto faz parte do pacote de ressocialização de detentos da Seds em todo do Estado. A cada três dias trabalhados, um é absolvido da pena do detento.


fonte :site professor resíduo

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Contêineres de resíduos de Nova York se tornam Hotspost de Wi-fi
Uma companhia encarregada pelo resíduo de Nova York está tentando dar um ar mais positivo no sistema de limpeza urbana da cidade, transformando as latas de lixo em hotspots Wi-Fi. Assim, não é necessário mais gastar seu plano de dados quando vai colocar o lixo para fora.

A empresa norte-americana BigBelly fabricou latas de resíduo inteligentes, que funcionam a base de luz solar, que contém sensores que avisam as pessoas de que já está cheia. Já que as latas são autossuficientes, a empresa resolveu instalar uma rede Wi-Fi nelas, fornecendo acesso à internet de graça por quase toda a cidade.

A empresa instalou 170 latas nas ruas de Nova York e oferece internet rápida e de graça com velocidades entre 50 a 75 megabits por segundo (mbps). Além de oferecer o acesso à web, a companhia quer usar a rede para estudar a quantidade de lixo colocada fora e em quais locais da cidade é necessário colocar mais lixeiras. As ideias, segundo a BigBelly, são quase infinitas. A proposta é promissora.

Hotspot (do inglês hot, quente e spot, ponto) é o nome dado ao local onde a tecnologia Wi-Fi está disponível. São encontrados geralmente em locais públicos como cafés, restaurantes, hotéis e aeroportos onde é possível conectar-se à Internet utilizando qualquer computador portátil que esteja preparado para se comunicar em uma rede sem fio do tipo Wi-Fi. O local onde se instala um hotspot deve ser cuidadosamente analisado, pois quem controla o hotspot consegue ver o conteúdo dos outros computadores conectados a rede.


f

Vai ter quadrilha no Cepop

Foto: Sup. Comunicação
Foto: Sup. Comunicação
Nos dias 25 e 26, o Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop) vai receber a 38ª Rancheirada da Comissão de Entidades Assistenciais do Município de Campos (Coesa). A realização da tradicional festa ficou por conta da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. A entrada custa R$ 1,00.
No sábado (25), além das tradicionais quadrilhas, a atração será o grupo Dibobeira. No domingo (26), o grupo Forró Didoido encerará a agrade de programação. Nos dois dias do evento, as atividades terão início às 18h.
Os ingressos estão à venda, no Bazar da Coesa, no térreo do edifício Cidade de Campos, na Praça do São Salvador. Diversas entidades filiadas à Coesa também estão vendendo os bilhetes. “Esperamos pela comunidade. A Rancheirada da Coesa é tradição, trazendo diversão para as famílias campistas. Venham se divertir e saborear as famosas comidas típicas”, convida a diretora da Coesa, Rosa Morisson.
Fonte: Secom 
COMENTÁRIO :Agora Campos tem um centro de eventos,digno desse nome.CDL e ACIC, não irão mais reclamar de caos no trânsito da área central para realizaçao deste tipo de evento, nem dos mijões da madrugada , que deixava fedidas as portas da loja.
Quem é neocampista não viu essa cena !

domingo, 19 de julho de 2015

Pesquisa: 62% dos eleitores desaprovam governo Pezão

pezão
Levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, divulgado em primeira mão pelo Congresso em Foco, aponta que 62,6% dos eleitores do Rio de Janeiro desaprovam a gestão do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB).  Pelos dados do instituto, apenas 33,3% aprovam o segundo mandato de Pezão. Outros 4,1% dos pesquisados não opinaram ou não souberam responder à pesquisa.
Ainda pelas informações do Paraná Pesquisas, 46,6% dos cariocas acreditam que a atual administração é pior do que eles imaginavam. Outros 42,6% opinaram que o segundo mandato do peemedebista está dentro do esperado e somente 8,8% acham que houve melhorias nos últimos seis meses.
O Instituto Paraná Pesquisas também revela que 59,8% dos eleitores cariocas que votaram em Pezão ratificariam o voto se as eleições fossem hoje e 32,4% deles trocariam de candidato. Do outro lado, 88,1% dos eleitores que não votaram em Pezão manteriam sua escolha em outro candidato e somente 9,3% daqueles que não escolheram Pezão, optariam pelo pemedebista atualmente.
Partidos  – A pesquisa também fez uma avaliação dos partidos políticos no Rio de Janeiro. Pelos dados do Instituto Paraná Pesquisas, 41,6% dos eleitores não têm preferências partidárias. E entre aqueles que optam por algum partido, o PT, mesmo diante da crise política, ainda é a sigla com o maior número de simpatizantes. Ao todo, 11,6% dos pesquisados no Rio de Janeiro simpatizam com o PT; o PMDB tem 9,6% de preferência do eleitorado e o PSDB, também tem índice de 9,6% de adesão no Rio.
Do outro lado, o PT também é o partido com o maior percentual de rejeição: 48%. O PSDB tem índice de rejeição de 8,3% e o PMDB, de 6,9%.
O Instituto Paraná Pesquisas ouviu 908 pessoas entre 08 e 12 de julho. A pesquisa tem grau de confiança de 95% e margem de erro de 3,5% para mais ou para menos.

sábado, 18 de julho de 2015


Reprodução do Brasil 247
Reprodução do Brasil 247


As reações intempestivas, com juras de vingança, anúncio de rompimento, chamando para a briga o MPF, o governo e o PT é a maior prova de que acusou o golpe na denúncia da propina de US$ 5 milhões. Cunha é conhecido por agir friamente, mas sentindo a corda ser colocada no seu pescoço perdeu a linha, teve um rompante. Talvez por isso não esteja conseguir ver as coisas como elas são. Cunha está tentando arrastar a Câmara dos Deputados para sua guerra particular. Uma coisa é ele ter apoio nas votações e no trabalho das comissões, influenciar um número expressivo de deputados nas decisões legislativas, outra completamente diferente é formar um bloco para cruzar armas com o MPF e o governo, quando a acusação atinge apenas Cunha, não é um problema da Câmara dos Deputados.

Especula-se se Cunha vai aproveitar a cadeia de rádio e TV que irá ao ar hoje, às 20h25m, para se defender junto com a prestação de contas dos trabalhos da Câmara no primeiro semestre, pretexto para a convocação da rede. Se usar o espaço para tentar arrastar toda a Câmara para a briga vai enfrentar reações de muitos parlamentares. Não é um bom caminho, mas em se tratando de Cunha, e com ódio no coração, tudo é possível. 
FONTE BLOG DO GAROTINHO

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Grupamento Ambiental realiza soltura de mais 35 animais silvestres


Grupamento Ambiental realiza soltura de mais 35 animais silvestres


  Divulgação
O Grupamento Ambiental foi criado há três anos e neste período já resgatou mais de 1.350 animais silvestres
O Grupamento Ambiental (GAM) da Guarda Civil Municipal (GCM), em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Animais Silvestres (Nepas), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), soltou esta semana 35 animais silvestres na região do Imbé, incluindo aves apreendidas no domingo (12/07), em uma casa no Parque Santa Rosa, em Guarus, após denúncia anônima. Os animais estavam sendo tratados e avaliados no Hospital Veterinário da Uenf.
Dos animais soltos, um era filhote de jacaré do papo amarelo, dois eram trincas ferro, cinco sanhaçus, 13 coleiros, um pássaro preto, sete canários da terra, dois catataus, um guaxe, um garibalde e dois tizis. Segundo o comandante do GAM, Sávio Tatagiba, nos últimos 30 dias, 93 animais silvestres foram devolvidos à natureza.
"Esses animais têm papéis importantes para a manutenção do equilíbrio na natureza. São eles que dispersam sementes "plantando" árvores, controlam populações de espécies, que, quando em excesso, podem ser prejudiciais às nossas lavouras e criações e produzem remédios importantes para a cura de muitas doenças. Cada pequeno animal tem sua função específica na natureza e a sua ausência acarreta prejuízos incalculáveis à humanidade" destacou Sávio.
O Grupamento Ambiental foi criado há três anos e neste período já resgatou mais de 1.350 animais silvestres. Em casos de denúncias ou surgimento de animais silvestres nas residências, Tatagiba informa que a população pode entrar em contato através dos telefones 153 e 2725-6483.

 Fonte Secom

Reprodução do Globo online
Reprodução do Globo online


Não foi por falta de alertas, mas Pezão preferiu, como disse à imprensa, "rezar para São Pedro trazer chuva". Eu creio em Deus, mas não dá para um governador entregar os problemas do seu estado para a providência divina resolver. É preciso ações efetivas para solucionar ou minimizar os problemas. Mas Pezão cruzou os braços, ou - com o perdão do trocadilho - lavou as mãos para o problema do abastecimento de água. O resultado é que a crise de abastecimento este ano será ainda pior no Rio de Janeiro. Por falar nisso, e a CPI da ALERJ sobre a crise hídrica? Até agora não deu em nada, nem vai dar, ou como se dizia antigamente "vai dar com os burros n'água". Enquanto isso vamos passar mais sufoco. 

quinta-feira, 16 de julho de 2015

O transporte regional de passageiros na ferrovia é viável técnica e economicamente - só não existirá por desmobilização comunitária e política

Na apresentação feita na audiência pública da ANTT sobre a ferrovia de 577 que ligará Vila Velha (ES) a Nova Iguaçu (RJ) na ferrovia também chamada de Vitória-Rio (EF-118) que temos comentado aqui, este blogueiro teve a oportunidade de fazer dois questionamentos orais:

1) Sobre a relação entre traçado anterior do Corredor Logístico da LLX (atual Prumo) controladora do Porto do Açu, na ligação até Campos e o traçado da ferrovia que foi dito que passará na porta do Porto do Açu;

2) A segunda foi sobre a necessidade de ser previsto a utilização da linha também com vagões para o transporte de passageiros, especialmente, nos horários de maior pico entre as cidades polos deste percurso no ERJ.

De forma especial comentei sobre o estudo do IBGE, divulgado em março deste ano sobre "Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil” que mereceram duas amplas notas deste blog em março e depois abril. Veja nota aqui e aqui.

Em ambas, o blog destacou os números extraordinários, citados pelo próprio IBGE, sobre três grandes deslocamentos diários (pendulares) com finalidades de trabalho e/ou estudo no ERJ.

Um primeiro entre o núcleo (Macaé/Rio das Ostras com o Rio de Janeiro) de 13.058 pessoas. Outro entre Campos e Macaé e o terceiro entre Macaé e Cabo Frio, os dois na ordem de 9 mil pessoas circulando diariamente. Esses fluxos foram expostos na tabela do estudo do IBGE que segue abaixo:




Na ocasião o blog já falava da necessidade de se pensar formas de deslocamentos para atender a este número extraordinário de pessoas que se deslocam diretamente e citava a oportunidade se repensar o transporte ferroviário, aproveitando deste projeto da ferrovia, que está sendo apresentado para ser concedido sob a forma de leilão da ANTT.

Os autores do estudo técnico da ferrovia foram categóricos em responder ao blogueiro, que embora o projeto tenha sido pensado para o fluxo e deslocamento de cargas entre os pontos da ferrovia, as correções de nível e curva, a existência de bitola larga, etc. permite perfeitamente, que o transporte de passageiros possa ser articulado de forma conjunta ao transporte de cargas, desde que haja interesse dos gestores.

Trajeto da EFVM
Durante a audiência pública acontecida no Rio de Janeiro na última sexta-feira (10/07), descritas em notas (aqui e aqui), que será replicada em Campos nesta próxima sexta-feira (17/07) às 9 horas na UCam-Campos, foi por diversas vezes citada que a ferrovia Vitória-Minas (EFVM) como um bom exemplo de ferrovia de boa qualidade e que concilia o transporte de passageiros, mesmo que ela possua um movimento superior ao previsto inicialmente para a Ferrovia Vitória-Rio (EF-118).

A partir destes considerandos que identificam a viabilidade técnica e econômica deste transporte de passageiros, especialmente, entre os pontos com maiores fluxos de passageiros (Campos, Macaé, Rio), se identifica que há necessidade de uma mobilização política dos gestores da região para garantir que tal medida seja incluída entre possibilidades no processo de modelagem da concessão.

Estação de passageiros na EFVM
É certo que haverá resistências, como sempre das empresas de ônibus e da concessionária que opera a BR-101, por eventuais questionamentos sobre a redução de suas demandas, porém o interesse da comunidade, a redução dos riscos de acidentes e a maior integração entre as cidades da região deve estar acima destes interesses comerciais.

Com a palavra as instituições e organizações comunitárias e os gestores dos poderes constituídos. A proposta apresentada na audiência pública do Rio foi aceita e muito parabenizada por diversos representantes de instituições.

A ferrovia foi desenhada para atender às demandas de logística das empresas. É provável que se
depender exclusivamente delas, a ferrovia seja exclusiva para o transporte de cargas.

Porém, considerando ser esta uma concessão pública que aproveita, em grande parte o leito e o traçado antigo da RFFSA que ligava Vitória-Rio, se identifica que não se trata de nenhum exagero (segundo o próprio autor do estudo técnico), a expansão da sua utilização para o atendimento também às comunidades, onde populações imensas já se deslocam diariamente. Cabe agora a estas a manifestação e mobilização pública. A conferir!

FONTE BLOG DO ROBERTO MORAES