O transporte regional de passageiros na ferrovia é viável técnica e economicamente - só não existirá por desmobilização comunitária e política
Na apresentação feita na audiência pública da ANTT sobre a ferrovia de 577 que ligará Vila Velha (ES) a Nova Iguaçu (RJ) na ferrovia também chamada de Vitória-Rio (EF-118) que temos comentado aqui, este blogueiro teve a oportunidade de fazer dois questionamentos orais:
1) Sobre a relação entre traçado anterior do Corredor Logístico da LLX (atual Prumo) controladora do Porto do Açu, na ligação até Campos e o traçado da ferrovia que foi dito que passará na porta do Porto do Açu;
2) A segunda foi sobre a necessidade de ser previsto a utilização da linha também com vagões para o transporte de passageiros, especialmente, nos horários de maior pico entre as cidades polos deste percurso no ERJ.
De forma especial comentei sobre o estudo do IBGE, divulgado em março deste ano sobre "Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil” que mereceram duas amplas notas deste blog em março e depois abril. Veja nota aqui e aqui.
Em ambas, o blog destacou os números extraordinários, citados pelo próprio IBGE, sobre três grandes deslocamentos diários (pendulares) com finalidades de trabalho e/ou estudo no ERJ.
Um primeiro entre o núcleo (Macaé/Rio das Ostras com o Rio de Janeiro) de 13.058 pessoas. Outro entre Campos e Macaé e o terceiro entre Macaé e Cabo Frio, os dois na ordem de 9 mil pessoas circulando diariamente. Esses fluxos foram expostos na tabela do estudo do IBGE que segue abaixo:
Na ocasião o blog já falava da necessidade de se pensar formas de deslocamentos para atender a este número extraordinário de pessoas que se deslocam diretamente e citava a oportunidade se repensar o transporte ferroviário, aproveitando deste projeto da ferrovia, que está sendo apresentado para ser concedido sob a forma de leilão da ANTT.
Os autores do estudo técnico da ferrovia foram categóricos em responder ao blogueiro, que embora o projeto tenha sido pensado para o fluxo e deslocamento de cargas entre os pontos da ferrovia, as correções de nível e curva, a existência de bitola larga, etc. permite perfeitamente, que o transporte de passageiros possa ser articulado de forma conjunta ao transporte de cargas, desde que haja interesse dos gestores.
Durante a audiência pública acontecida no Rio de Janeiro na última sexta-feira (10/07), descritas em notas (aqui e aqui), que será replicada em Campos nesta próxima sexta-feira (17/07) às 9 horas na UCam-Campos, foi por diversas vezes citada que a ferrovia Vitória-Minas (EFVM) como um bom exemplo de ferrovia de boa qualidade e que concilia o transporte de passageiros, mesmo que ela possua um movimento superior ao previsto inicialmente para a Ferrovia Vitória-Rio (EF-118).
A partir destes considerandos que identificam a viabilidade técnica e econômica deste transporte de passageiros, especialmente, entre os pontos com maiores fluxos de passageiros (Campos, Macaé, Rio), se identifica que há necessidade de uma mobilização política dos gestores da região para garantir que tal medida seja incluída entre possibilidades no processo de modelagem da concessão.
É certo que haverá resistências, como sempre das empresas de ônibus e da concessionária que opera a BR-101, por eventuais questionamentos sobre a redução de suas demandas, porém o interesse da comunidade, a redução dos riscos de acidentes e a maior integração entre as cidades da região deve estar acima destes interesses comerciais.
Com a palavra as instituições e organizações comunitárias e os gestores dos poderes constituídos. A proposta apresentada na audiência pública do Rio foi aceita e muito parabenizada por diversos representantes de instituições.
A ferrovia foi desenhada para atender às demandas de logística das empresas. É provável que se
depender exclusivamente delas, a ferrovia seja exclusiva para o transporte de cargas.
Porém, considerando ser esta uma concessão pública que aproveita, em grande parte o leito e o traçado antigo da RFFSA que ligava Vitória-Rio, se identifica que não se trata de nenhum exagero (segundo o próprio autor do estudo técnico), a expansão da sua utilização para o atendimento também às comunidades, onde populações imensas já se deslocam diariamente. Cabe agora a estas a manifestação e mobilização pública. A conferir!
1) Sobre a relação entre traçado anterior do Corredor Logístico da LLX (atual Prumo) controladora do Porto do Açu, na ligação até Campos e o traçado da ferrovia que foi dito que passará na porta do Porto do Açu;
2) A segunda foi sobre a necessidade de ser previsto a utilização da linha também com vagões para o transporte de passageiros, especialmente, nos horários de maior pico entre as cidades polos deste percurso no ERJ.
De forma especial comentei sobre o estudo do IBGE, divulgado em março deste ano sobre "Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil” que mereceram duas amplas notas deste blog em março e depois abril. Veja nota aqui e aqui.
Em ambas, o blog destacou os números extraordinários, citados pelo próprio IBGE, sobre três grandes deslocamentos diários (pendulares) com finalidades de trabalho e/ou estudo no ERJ.
Um primeiro entre o núcleo (Macaé/Rio das Ostras com o Rio de Janeiro) de 13.058 pessoas. Outro entre Campos e Macaé e o terceiro entre Macaé e Cabo Frio, os dois na ordem de 9 mil pessoas circulando diariamente. Esses fluxos foram expostos na tabela do estudo do IBGE que segue abaixo:
Na ocasião o blog já falava da necessidade de se pensar formas de deslocamentos para atender a este número extraordinário de pessoas que se deslocam diretamente e citava a oportunidade se repensar o transporte ferroviário, aproveitando deste projeto da ferrovia, que está sendo apresentado para ser concedido sob a forma de leilão da ANTT.
Os autores do estudo técnico da ferrovia foram categóricos em responder ao blogueiro, que embora o projeto tenha sido pensado para o fluxo e deslocamento de cargas entre os pontos da ferrovia, as correções de nível e curva, a existência de bitola larga, etc. permite perfeitamente, que o transporte de passageiros possa ser articulado de forma conjunta ao transporte de cargas, desde que haja interesse dos gestores.
Trajeto da EFVM |
A partir destes considerandos que identificam a viabilidade técnica e econômica deste transporte de passageiros, especialmente, entre os pontos com maiores fluxos de passageiros (Campos, Macaé, Rio), se identifica que há necessidade de uma mobilização política dos gestores da região para garantir que tal medida seja incluída entre possibilidades no processo de modelagem da concessão.
Estação de passageiros na EFVM |
Com a palavra as instituições e organizações comunitárias e os gestores dos poderes constituídos. A proposta apresentada na audiência pública do Rio foi aceita e muito parabenizada por diversos representantes de instituições.
A ferrovia foi desenhada para atender às demandas de logística das empresas. É provável que se
depender exclusivamente delas, a ferrovia seja exclusiva para o transporte de cargas.
Porém, considerando ser esta uma concessão pública que aproveita, em grande parte o leito e o traçado antigo da RFFSA que ligava Vitória-Rio, se identifica que não se trata de nenhum exagero (segundo o próprio autor do estudo técnico), a expansão da sua utilização para o atendimento também às comunidades, onde populações imensas já se deslocam diariamente. Cabe agora a estas a manifestação e mobilização pública. A conferir!
FONTE BLOG DO ROBERTO MORAES